Ilha da Trindade e Arquipélago Martin Vaz Pedaços de Vitória no Azul Atlântico
JOÃO LUIZ GASPARINI
JOÃO
LUIZ
GASPARINI
Ilha da Trindade e Arquipélago Martin Vaz Pedaços de Vitória no Azul Atlântico
GRÁFICA E EDITORA GSA Vitória, ES
Copyright © 2004 – É proibida a reprodução total ou parcial dessa obra, quer por meio mecânico, eletrônico ou fotográfico, sem a prévia autorização do autor.
Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP) (Biblioteca Central da Universidade Federal do Espírito Santo, ES, Brasil)
G249i
Gasparini, João Luiz, 1969Ilha da Trindade e Arquipélago Martin Vaz : pedaços de Vitória no azul atlântico / João Luiz Gasparini ; ilustrações do autor. - Vitória : GSA, 2004. 100 p. : il. , color. ISBN 85-904999-1-X 1. Viagens – Ilha da Trindade – Espírito Santo. 2. Viagens – Arquipélago Martin Vaz – Espírito Santo. 3. Ecologia insular. I. Título. CDU: 910.4(815.2)
Textos e Fotos ©: João Luiz Gasparini Foto da página 7 – Victor Hugo Gasparini, e da página 86 – Antônio de Padua Almeida Revisão gramatical: Renato Rodrigues de Souza e Jean-Christophe Joyeux Projeto gráfico, editoração eletrônica e revisão de provas: Bios Editoração Scanner e tratamento de imagem: Copisett, Full Color e Zoo Netics Impressão e acabamento: Gráfica e Editora GSA Tiragem: 1.000 exemplares (800 doados à CST, 100 à Lei Rubem Braga e 50 à CVRD) Capa: A porção leste da Ilha da Trindade
Ilha da Trindade e Arquipélago Martin Vaz Pedaços de Vitória no Azul Atlântico
JOÃO LUIZ GASPARINI Departamento de Ecologia e Recursos Naturais – DERN Centro de Ciências Humanas e Naturais – CCHN Universidade Federal do Espírito Santo – UFES Av. Fernando Ferrari, s/n - Goiabeiras 29060-900 Vitória, Espírito Santo
[email protected] http://www.brazilianreeffish.cjb.net
Patrocínio
Apoio
Colaboração
PREFÁCIO
biológico e o artístico, a presente obra transcende limites científicos e
Bio-arte
fotográficos, nos parecendo um ensaio para a própria estética da
Para João Luiz Gasparini, o mar nunca compreendeu uma
grandes forças do desenvolvimento sustentável. Vimos neste trabalho
aventura enigmática. Pelo contrário, sua obstinação culmina em mis-
a educação ambiental transmutada em uma forma gráfica e prática
sões que acabam por desvendar mistérios ocultos sob as ondas azuis,
de encurtar a distância entre a sociedade e a peculiar natureza dessas
sem que se perca a aura de magia que envolve os encantos mari-
ilhas, sublinhando seu valor ecológico. Ponte óptica, que possibilita
nhos. Para quem não acha doce morrer no mar, viver sua poesia pode
ao olhar à deriva percorrer em segundos a imensidão azul que nos
ser um meio de decifrá-lo. Mas há muito trabalho pela frente quando
separa desses refúgios selvagens e mágicos, para assistir ao bio-es-
se decide reproduzir seus versos imagéticos. Sobretudo os subaquáti-
petáculo local; verdadeiro caleidoscópio de espécies endêmicas de
cos. Se navegar é preciso, para o biólogo e fotógrafo capixaba mergu-
nossos mares, tendo por cenário belas silhuetas do Atlântico Sul. No
lhar é imprescindível. E não apenas na água, mas no espírito do mar.
caminho de volta, impossível evitar que a consciência deslize nas
Seu entusiasmo parece compensar qualquer apnéia, permitindo-lhe
vagas da reflexão, que nos remetem à crista da importância da con-
um apurado garimpo oceanográfico. Assim, sempre retorna das expe-
servação desse admirável patrimônio natural.
ciência. Voltado aos ideais da sustentabilidade, em cuja órbita gravita a conscientização ambiental, multiplicada por sua interação com o desenvolvimento econômico e o foco sócio-transformador, este projeto alinha-se com as práticas da CST em prol do equilíbrio entre as
dições de que participa trazendo raridades a bordo. Do registro de uma nova espécie, que nadava anônima entre corais, à captura do
As fotografias aqui reunidas fazem espocar, nas praias do sentido, a
melhor ângulo da mais distante paisagem, tudo parece ao alcance de
impressão de que, ao registrá-las, o diafragma deixou passar mais
seu flash. E nenhuma singularidade – por mais cúmplice que lhe seja
que luz: emoção. Esse tempero, aliado à inovação dos enquadra-
a camuflagem – consegue escapar da perspicácia de suas objetivas.
mentos, doura a traiçoeira isca que torna este trabalho especialmente perigoso: sendo a imagem uma das armas mais poderosas
Dessa vez, nos brinda com este livro, produto de uma visita ao univer-
da sedução, é através dela que Gasparini fisga qualquer atenção
so encantado da Ilha da Trindade e do Arquipélago Martin Vaz – com-
desavisada que flutuar pelas proximidades dessas páginas. Segre-
plexo insular mais distante da costa brasileira, pertencente ao municí-
dos de um velho lobo do mar, que finca a âncora de suas buscas
pio de Vitória. Decretado como Reserva Municipal Marinha de Vitória
apenas em desafios que lhe permitam trazer à tona tesouros tão
desde 26 de maio de 1989, a beleza e a riqueza dessas ilhas inspira-
valiosos quanto a viagem que se segue.
ram Gasparini a sensibilizar seus cromos com as mais longínquas e ímpares imagens. Denúncia de um olhar cuidadoso, paginado entre o
Sidemberg Rodrigues Gerente da Divisão de Comunicação e Imagem da CST
V. H. Gasparini
Dedicatória Aos meus queridos pais, Dalva Rosetti Gasparini e Victor Hugo Gasparini, pelo amor extremo e apoio incondicional aos meus sonhos e projetos. À memória de minha avó, Amélia Stephania Vervloet Gasparini, que me ensinou o gosto pela organização e pelo capricho. Ao meu filho, Enzo, e à minha esposa, Karinna, por tudo, principalmente, paciência com minhas ausências nas muitas viagens e na reclusão, quase que celibatária, para a realização das pesquisas biológicas e a organização deste livro.
Sumário
Rumo ao Paraíso ................................................................ 10 Entre o céu e o mar ............................................................ 12 Lava esculpida pelo tempo, vento, sol e água ........................ 16 Ponto estratégico ................................................................ 40 Naufrágios ......................................................................... 50 O clima das ilhas ................................................................ 52 A flora de Trindade .............................................................. 56 A fauna de Trindade ............................................................ 62 Os crustáceos ................................................................................................... Os peixes ......................................................................................................... As tartarugas-marinhas ..................................................................................... As aves marinhas .............................................................................................
63 64 86 88
Os naturalistas ................................................................... 91 O retorno ........................................................................... 92 Making of .......................................................................... 94 Agradecimentos .................................................................. 95 Referências ........................................................................ 96 O autor .............................................................................. 100
Rumo ao Paraíso Só é possível chegar em Trindade navegando, uma vez que a ilha não dispõe de aeroporto, e helicópteros não possuem autonomia de combustível. E navegar até a ilha é relativamente demorado, afinal ela está distante cerca de 1160 km de Vitória, capital do Espírito Santo. Dependendo da embarcação e das condições do mar, pode-se levar de dois dias e meio a até sete dias de viagem. Porém, mesmo para os que enjoam com o forte cheiro de óleo diesel e com o balanço incessante do mar, a viagem é repleta de momentos indescritíveis. As missões realizadas pela Marinha do Brasil para apoio ao Posto Oceanográfico da Ilha da Trindade são efetuadas a cada dois meses e zarpam das bases navais do Estado do Rio de Janeiro. A logística da viagem é planejada e desenvolvida durante uma semana ou mais e envolve facilmente uma ou duas centenas de pessoas. No momento de soltar as amarras a expectativa toma conta de todos no navio, mesmo dos que têm nessas viagens uma rotina de trabalho.
O imponente navio Barão de Teffé, veterano de viagens ao continente Antártico (doze no total), adentrando na imensidão azul rumo à Trindade.
Cruzar a Baía da Guanabara rumo ao mar aberto, observando os contornos belíssimos do Rio de Janeiro e a inquietação da capital, com seu trânsito fervente, soa como uma despedida da civilização. Nas horas que seguem a linha da costa vai sumindo no horizonte da popa do navio. Durante a viagem há algumas regras militares básicas para os civis cumprirem: horários das refeições, tipos de vestimenta, além de simulações de salvamento e combate a incêndio. Contudo, a maior parte do tempo é passada em profunda reflexão. Visitar o passadiço, o andar mais alto do navio, onde fica o “cérebro” da embarcação, é obrigatório. Lá é possível testemunhar, com curiosidade quase que de criança, as manobras, aparelhos e todo o trabalho da navegação, além de ser o melhor ponto de observação da embarcação. É agradável ficar horas vendo o mar de um azul profundo, quase roxo, passar e passar. Girar 360º, ver água em todas as direções e imaginar que aquele enorme navio não passa de uma casca de noz flutuando acima de milhares de metros de água.
Muitas vezes o tédio da viagem até Trindade é quebrado por momentos gloriosos como o entardecer, quando se pode assistir o pôr-do-sol em meio às nuvens em pleno alto mar.
Entre o céu e o mar Após dias
de navegação, vivenciando um misto de meditação e ansiedade, é hora de desfrutar da belíssima paisagem que toma forma na proa do navio. O coração bate forte, principalmente para os pesquisadores que enxergam em Trindade um verdadeiro laboratório isolado do mundo, onde é possível sentir a evolução dos organismos e testemunhar ensinamentos e conceitos só encontrados nos livros acadêmicos ou em aulas teóricas.
A bordo do mesmo navio, Barão de Teffé, chegadas em Trindade, em viagens distintas, mas ângulos similares. À esquerda, durante o amanhecer e à direita, no entardecer.
Dependendo da hora da chegada, pode-se ver a escultural silhueta enegrecida, no amanhecer, ou o imenso paredão dourado escarpado, no entardecer. Seja como for, a visão da Ilha da Trindade crescendo no horizonte é de tirar o fôlego de qualquer pessoa. Uma verdadeira catedral gótica, erguida no meio do Atlântico Sul ocidental (páginas seguintes).
A visão da silhueta acidentada de Trindade, destacada pelo brilho do sol nascendo na sua extremidade sul, somado ao tom amarelo-alaranjado de algumas nuvens, o cinza ainda escuro do céu, a friagem da madrugada que termina e o odor agradável da maresia, proporcionam uma das mais belas imagens e sensações da viagem.
NOAA, 2004
Lava esculpida pelo tempo, vento, sol e água Para se entender o surgimento da Ilha da Trindade e do Arquipélago de Martin Vaz no meio do Atlântico sul ocidental, é necessário entender o movimento das placas tectônicas que formam a superfície terrestre. A crosta do planeta Terra é formada por várias placas e na junção dessas existem zonas de intenso movimento e vulcanismo. Por conta desta dinâmica, ocorreu uma imensa fratura na placa sul-americana, que se estende de Vitória até cerca de 1000 km a leste do Arquipélago de Martin Vaz, chegando a alcançar o limite sul da Bacia do Cuanza, ao largo da costa Africana, já no Atlântico sul oriental. Essa fratura no leito oceânico fez com que o magma extravasasse em escala colossal. Para converter-se em ilha, precisou emitir mag-
ma numa razão de pelo menos 100 quilômetros cúbicos por milhão de anos. Foram necessários aproximadamente 10 milhões de anos para atingir a superfície do mar. Diversos pontos desta fratura liberaram mais magma que outros, com isso imensas colunas foram galgando o fundo oceânico rumo à superfície. O que encontramos hoje, defronte ao estado do Espírito Santo, é uma grande cadeia de antigos vulcões submarinos extintos, submersos a poucas dezenas de metros da superfície do mar, denominada Cadeia Vitória-Trindade. Alguns destes vulcões oceânicos são conhecidos como bancos pesqueiros, sendo muito procurados por embarcações de pesca comercial. Da costa do Espírito Santo, mergulhando em direção à África, encontramos os bancos Vitória, Eclaireur, Montague, Jaseur, Davis, Dogaressa e Columbia. As bases desses vulcões estão no leito oceânico em profundidades abissais entre 3000 e 5500 metros, sendo que a cerca de 1100 km da costa do Espírito Santo surgem os únicos pontos emersos desta cadeia de vulcões: pequenos rochedos que formam o Arquipélago de Martin Vaz e a imponente Ilha da Trindade.
Relevo oceânico destacando a cadeia Vitória-Trindade e o complexo insular oceânico Trindade-Martin Vaz (seta)
Vitória
Ilha da Trindade
Arquipélago Martin Vaz
UCS
004 D, 2
Esquema tridimensional gerado a partir de dados topográficos, altimétricos e batimétricos, mostrando a costa leste do Brasil e a belíssima cadeia de montanhas submarinas entre a costa capixaba e o complexo insular de Trindade e Martin Vaz.
O Brasil possui cinco ilhas oceânicas: O Atol das Rocas, o Arquipélago de Fernando de Noronha, o Arquipélago de São Pedro e São Paulo, a Ilha da Trindade e o Arquipélago de Martin Vaz, distantes, respectivamente, 266, 345, 1000, 1160 e 1200 quilômetros da costa brasileira. Todas possuem origem vulcânica, exceto, em parte, o Atol das Rocas que foi formado pela deposição de algas calcárias e corais sobre o topo de um vulcão extinto. Trindade e Martin Vaz são as ilhas oceânicas mais novas das cinco, com apenas 3 milhões de anos. Isso é pouco quando comparado com Fernando de Noronha e Rocas, que possuem cerca de 12 milhões de anos. O próprio aspecto geral das ilhas já evidencia isso, sendo Fernando de Noronha muito mais plana e com relevo suave, enquanto Trindade é muito acidentada, com escarpas muito íngrimes e imensos penhascos, ainda pouco desgastados pelo tempo. Trindade possui uma área de apenas 9,2 quilômetros quadrados, cerca da metade do tamanho de Fernando de Noronha. A atividade vulcânica em Trindade perdurou até cerca de 5000 anos atrás, e ocorreu na extremidade oriental da ilha onde se formou uma cratera de mais de 200 metros de raio. Atualmente resta apenas uma pequena parte do arco dessa cratera. Pesquisas recentes dão conta que quatro vulcões formaram Trindade (Vulcão do Valado, Vulcão do Desejado, Vulcão do Morro Vermelho e Vulcão do Paredão). Trindade é hoje uma sucessão de colunas e paredes de um imenso edifício vulcânico em ruínas, com uma beleza cênica singular, ao mesmo tempo agressiva e agradável.
Ilha da Trindade
Arquipélago Martin Vaz
Ponta sul da Ilha da Trindade, onde se encontram as localidades Parcel, Túnel e Cratera, vista do Pico do Desejado.
O Pico do Desejado é o ponto mais alto da ilha e está situado no topo de um gigantesco paredão vulcânico, com 600 metros de altitude.
A Cratera, onde se acredita que tenham ocorrido as derradeiras manifestações vulcânicas em Trindade.
Aspectos da parte externa da Ponta do Túnel, localizada no extremo sul de Trindade.
No primeiro plano, o Pico Nossa Senhora de Lourdes, com 227 metros de altitude, seguido pela porção final da Praia das Tartarugas e pelo belíssimo Pão de Açúcar, com 392 metros de de altitude.
O Morro Nossa Senhora de Lourdes é uma belíssima formação basáltica.
Situado na porção sul de Trindade, o Túnel possui abertura com altura e comprimento aproximados de 30 e 50 metros, respectivamente. O paredão onde este túnel foi esculpido pela força do mar possui 287 metros de altitude.
A Praia do Túnel e a Ponta do Paredão. As cores amarelo-avermelhadas do solo vulcânico contrastam com os tons verdes e azuis do mar e do céu.
A caminhada até o Túnel é tranqüila porém escaldante. A areia escura da praia quase queima os pés mesmo dentro dos tênis.
A Ponta do Paredão e o Túnel vistos da pequena piscina externa do Parcel. O “spray” marinho, oriundo das ondas, deixa o segundo plano da foto encoberto por um tênue véu esbranquiçado.
O Pico do Monumento, com seus imponentes 270 metros de altitude, é tido como o símbolo fálico da ilha, e está localizado em sua porção noroeste.
No noroeste de Trindade, à direita do Pico do Monumento, encontram-se as escarpas mais íngrimes e perigosas da ilha. São quase 300 metros de queda abrupta até os diques naturais chamados de Orelhas.
Ponta e Parcel das Tartarugas, situados no extremo leste de Trindade.
Parcel das Tartarugas visto a partir da Ponta das Tartarugas, onde os recifes rasos e a água transparente proporcionam mergulhos inesquecíveis.
A Enseada da Cachoeira, localizada no lado oeste de Trindade, possui um fundo recifal exuberante banhado por águas quentes e transparentes. Ao fundo se vê a Ponta dos Cinco Farilhões.
A Praia do Príncipe, vista da base do Morro do Vigia, possui uma beleza cênica ímpar.
O Morro das Tartarugas, situado entre a Praia do Andrada e a Praia das Tartarugas é uma estrutura basáltica de rara beleza.
Recifes vulcânicos e poças da Praia do Andrada expostos durante a maré baixa. Ambientes que abrigam grande variedade de peixes e invertebrados marinhos.
Quando o céu está límpido é possível visualizar o Arquipélago Martin Vaz, distante 48 quilômetros a leste de Trindade. Esta é a última porção do território nacional perdida no azul Atlântico, sendo formada por quatro ilhas. Verdadeiras agulhas de terra que rasgam o mar a partir de profundidades abissais.
O Arquipélago Martin Vaz. No primeiro plano a Ilha do Norte, com 75 metros de altitude; segue-se a pequenina Ilhota Agulha; a maior ilha chamada Martin Vaz, com 176 metros de altitude e a Ilha do Sul, com 122 metros de altitude.
Visão inversa do Arquipélago Martin Vaz. No primeiro plano a Ilha do Sul, seguida pela maior, Ilha Martin Vaz, Ilhota Agulha e Ilha do Norte.
Entardecer em Trindade, visto do navio Barão de Teffé retornando do Arquipélago Martin Vaz.
Poça-de-maré na Praia do Príncipe, vendo-se ao fundo o Pão de Açúcar (392 metros) e o Morro do Paredão (287 metros), presentes na porção sul de Trindade.
O Pico Nossa Senhora de Lourdes, onde fica a gruta que leva o mesmo nome, possui 227 metros de altitude e está situado acima das praias do Andrada e das Tartarugas.
Ponto estratégico TRINDADE COBIÇADA DESDE O INÍCIO DAS GRANDES NAVEGAÇÕES A história humana na ilha começou juntamente com o início das grandes navegações, sendo que seu descobrimento é, até hoje, motivo de dúvida. Alguns historiadores creditam o descobrimento de Trindade ao navegador Espanhol João da Nova, que viajava a serviço de Portugal, e teria descoberto Trindade em março de 1501. Contudo, outros historiadores afirmam que o Português Estevão da Gama, durante a segunda viagem de Vasco da Gama às Índias, teria descoberto Trindade em 1502. Nessa ocasião a ilha foi batizada de “Ilha da Santíssima Trindade”.
Quase dois séculos depois, durante uma expedição para realizar medições magnéticas no Atlântico para o governo inglês, a bordo do Navio H. M. S. Paramore, o famoso astrônomo inglês Edmund Halley – o mesmo do cometa – teria tomado a ilha, desconsiderando a posse de Portugal. Neste momento, em abril de 1700, como prática usual entre os navegadores da época, foram soltos diversos animais na ilha, entre estes, várias cabras e porcos para servirem de alimento a possíveis náufragos ou dar início a uma ocupação britânica num futuro próximo. Mais tarde, este simples ato, desencadearia drásticas alterações na flora da ilha, com conseqüências extremas na perda de solo e descaracterização geral da cobertura vegetal. Cabras foram soltas às centenas em quase todas as ilhas oceânicas do mundo. Era uma prática usual dos antigos navegadores no intento de deixar provisão de carne para possíveis náufragos. Atualmente amargamos a descaracterização da flora e conseqüentemente do ambiente insular causada por estes animais.
A derrubada da vegetação nativa, tentativas infrutíferas de cultivo e impactos causados pelo rebanho caprino minaram algumas partes de Trindade. O solo fértil está sendo carreado durante as chuvas, que abrem grandes vossorocas.
Oitenta e um anos após a visita de Edmund Halley, a Inglaterra ocupou a ilha com tropas militares. Sabendo da ocupação, Portugal protestou em Londres. Enquanto o assunto tramitava lentamente nos meios diplomáticos, em 1783, o vice-rei do Brasil, Luís de Vasconcelos, enviou 150 pessoas, entre militares e civis, para a ilha a bordo da nau “Nossa Senhora dos Prazeres”, sob o comando do Capitão José de Mello Brayner, para expulsar os ingleses da ilha. Porém, quando os militares portugueses chegaram, os ingleses já haviam deixado Trindade. Depois da retirada inglesa, Portugal resolveu colonizar a ilha deixando militares e seis casais de açorianos no local. Municiados de sementes e animais, os
açorianos promoveram a derrubada do restante da vegetação arbórea da ilha, que havia resistido à voracidade do rebanho de cabras, para dar lugar aos platôs agricultáveis. A madeira extraída da Colubrina glandulosa, árvore confundida com o Pau Brasil, era muito apreciada para confecção de móveis, graças à sua resistência e belíssima cor avermelhada. Contudo, o isolamento, somado ao insucesso no plantio de milho e o esgotamento do extrativismo da madeira, levou Portugal a retirar os açorianos da ilha, que passou a ficar ocupada somente por militares. Tal ocupação perdurou até 1795, quando o Novo Vice-Rei, o Conde de Resende, determinou a desocupação da ilha, que voltou a ficar abandonada.
Testemunhos da outrora vegetação arbórea que cobria Trindade são encontrados espalhados por quase toda a ilha. Alguns registros históricos falam de vendavais colossais e mesmo emanação de gases como causa do desaparecimento da floresta. No entanto, as tentativas infrutíferas de ocupação humana organizadas por portugueses e ingleses, fazendo mal uso da vegetação e do solo, somado ao grande impacto do rebanho caprino que pastou livremente por Trindade durante séculos, devem ser considerados como as maiores causas desta dramática alteração.
Praia do Andrada vista do Morro Nossa Senhora de Lourdes. Nota-se o Marco do Andrada erigido no afloramento rochoso acima da praia, bem no centro da foto.
Entre 1822 e 1889, a Ilha da Trindade foi dominada por comerciantes de escravos e piratas. Este fato originou a lenda de que há enterrado, em algum local da ilha, um grande tesouro, desde o século XVII, por piratas ingleses que teriam interceptado um galeão espanhol com muito ouro e prata roubados da Catedral de Lima, após a independência do Peru. Foram realizadas aproximadamente doze expedições em busca deste tesouro, incluindo a de E.F. Knight, em 1885, que empreendeu esforços após receber, de um suposto pirata sobrevivente, um mapa com a localização do tesouro. Em 1895, a Inglaterra voltou a ocupar Trindade, incorporando-a ao seu vasto território de possessões. Depois de uma batalha diplomática, os ingleses resolveram recuar e, em agosto de 1896, retiraram os sinais de sua presença. No ano seguinte, o cruzador brasileiro Benjamin Constant dirigiu-se à ilha para promover uma nova tomada de posse. Nesta ocasião foi construído um marco na encosta do morro Pão de Açúcar, com duas placas comemorativas, que hoje não mais existem. Anos mais tarde, em 1911, foi instalado um marco de granito na Praia do Andrada, para afirmar a posse brasileira sobre Trindade. Ainda hoje, já desgastado pelo tempo, sol e maresia, ele continua de pé num platô vulcânico acima da Praia do Andrada.
O Marco do Andrada, erigido em 1911 e situado na praia que leva o mesmo nome, comemora a posse definitiva do Brasil sobre a Ilha da Trindade, após disputa diplomática com a Inglaterra, que havia se apossado da ilha. Aos pés do monumento está escrito “O direito vence a força”.
Durante a Primeira Guerra Mundial, a ilha serviu de base para guarnições militares, e logo após o término dos conflitos, foi novamente abandonada. Entre os anos de 1924 e 1926, o presidente Artur Bernardes transformou Trindade em presídio político. Estiveram presos na ilha, entre outros, o patrono da força aérea brasileira, Marechal-do-Ar Eduardo Gomes, o General Sarmento, o Capitão Juarez Távora e o Tenente Magessi, entre outros militares insubordinados. Deflagrada a Segunda Guerra Mundial, a Marinha do Brasil voltou a ocupar Trindade devido à sua privilegiada localização estratégica no Atlântico sul. A ocupação da Marinha durou até 13 de junho de 1945. Em 1950, a ilha foi visitada por uma im-
portante expedição científica, sob a orientação do ministro João Alberto, com a finalidade de planejar a colonização e construção de uma base aeronaval. Nesta época, o ministro levou consigo uma equipe de notáveis para também, realizar estudos diversos na ilha. Finalmente, em 29 de maio de 1957, a bordo dos navios Almirante Saldanha e Imperial Marinha, foi dado início à criação do Posto Oceanográfico da Ilha da Trindade (POIT), como parte do programa de participação do Brasil no Ano Geofísico Internacional. Desde então, a ilha permanece guarnecida pela Marinha do Brasil, que ali mantem um contingente de aproximadamente 40 homens, que são revesados a cada quatro meses.
Quase sempre os embarques e desembarques são efetuados com auxílio de helicóptero. Os trabalhos no convôo do navio requerem muito planejamento e concentração. Afinal, pousar e alçar vôo de um navio em constante balanço não é nada fácil.
Placa de boas vindas aos visitantes que chegam em Trindade. Nela encontram-se os dados básicos da ilha, incluindo a posse capixaba.
Desde 1957, a Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha do Brasil realiza pesquisas e monitoramentos meteorológicos em Trindade. Sua posição geográfica ímpar faz da ilha um dos mais importantes pontos de coleta de dados para pesquisas climáticas e meteorológicas do Atlântico sul.
A soberania nacional é mantida na ilha, ininterruptamente, desde a fundação do Posto Oceanográfico da Ilha da Trindade (POIT), em 29 de maio de 1957.
O pequeno cemitério de Trindade possui dezesseis cruzes de pessoas que desapareceram ou morreram na ilha. Curiosamente, nenhum corpo está enterrado no local.
Naufrágios Dois naufrágios marcam a paisagem
terrestre da praia dos Portugueses, onde se localiza o Posto Oceanográfico. O naufrágio mais antigo, do navio Beberibe da Marinha do Brasil, está destroçado sobre os recifes defronte às instalações militares, com apenas a popa emersa e todo o restante espalhado nas partes rasas dos recifes próximos. O segundo naufrágio ocorreu em 1989, quando a tripulação furiosa com o racionamento de comida se amotinou, matou o cozinheiro, feriu o comandante e arremessou o navio espinheleiro chinês Hwa Shing sobre a crista recifal da Praia dos Portugueses. Na ocasião toda a tripulação, composta principalmente de uruguaios, foi presa pela Marinha do Brasil e conduzida ao continente, juntamente com o corpo do cozinheiro.
Os destroços do Beberibe, antigo navio da Marinha do Brasil, acidentado durante uma tempestade em Trindade, contrastam com um dos mais novos e modernos navios da frota brasileira, o Navio de Socorro Submarino Felinto Perry.
O navio Chinês Hwa Shing, encalhado propositalmente na ilha após um violento motim, quando a tripulação rebelada matou o cozinheiro e feriu o comandante, se desmantela nos recifes da Praia dos Portugueses.
O clima das ilhas O clima de Trindade e Martin Vaz é oceânico tropical, amenizado pelos ventos alísios do leste e do sudeste. A temperatura média anual é de 25ºC, sendo o mês de fevereiro o mais quente do ano e setembro, o mais frio. Quase todos os dias, principalmente no verão, ocorrem chuvas rápidas, que recebem o nome de “pirajás”. Entre os meses de abril e outubro, a ilha sofre invasões periódicas de frentes frias. São geralmente as mesmas frentes frias vindas da Antártica que sobem pela Argentina e sul do Brasil. Quando estas chegam na região sudeste, desviam para o oceano e chegam em Trindade, provocando mudanças abruptas nas condições do mar.
Durante uma das viagens, o navio Felinto Perry é surpreendido pelo mau tempo em pleno mês de fevereiro. Grandes ondas explodem na sua proa.
Quando as frentes frias chegam, principalmente no inverno, as condições do mar mudam rápida e drasticamente em Trindade. Os ventos sopram ferozmente e as ondas podem atingir cinco metros de altura.
A alta freqüência de chuvas se deve à altura de Trindade. Como seu pico sobe 600 metros acima do nível do mar, forma um imenso obstáculo para as nuvens carregadas, que precipitam sua carga após chocarem-se com esta enorme muralha. Estas chuvas mantêm três grandes fontes de água potável na ilha: uma na Enseada da Cachoeira, a mais abundante, outra na Praia do Príncipe e a terceira na Enseada dos Portugueses, que é a utilizada pela população da ilha. As águas que circundam Trindade e Martin Vaz pertencem à Corrente do Brasil, e são caracterizadas pela alta salinidade, temperatura tépida (27ºC) e por alcançarem transparência de até 50 metros, o que possibilita mergulhos fantásticos. Constantemente, nuvens carregadas em baixas altitudes colidem com os picos mais altos de Trindade, provocando chuvas passageiras denominadas “pirajás”. Essas chuvas abastecem Trindade de água doce.
A flora de Trindade A FLORESTA NEBULAR DE SAMABAIAS-GIGANTES A imponência da ilha e seu isolamento geográfico lhe conferem um ar de paraíso intocado, que acaba por encobrir o grave problema de degradação ambiental de séculos de impactos causados pelo homem. Após anos de extrativismo vegetal intenso, tentativas fracassadas de cultivo e séculos de ataque impiedoso do rebanho caprino, a flora de Trindade mudou drasticamente e, com ela, o solo. Há relatos históricos que contam da exuberante floresta que, por volta de 1700, cobria quase 80% de toda sua área. Em 1965 esta cobertura vegetal já havia sido reduzida à aproximadamente 20% da área da ilha e, atualmente, não chega a cobrir 10%. A vegetação de Trindade é pobre em número de espécies. Pesquisas recentes estimaram uma riqueza de aproximadamente 120 espécies, incluindo aquelas trazidas pelos homens e mesmo as cultivadas na horta da Marinha. Este número é muito modesto se comparado, por exemplo, com um pequeno trecho de Mata Atlântica de encosta do município de Santa Teresa, região montanhosa do Espírito Santo, que detém 443 espécies arbóreas em apenas um hectare. Porém, o que impressiona em Trindade não é a diversidade e sim o número de espécies endêmicas, ou seja, únicas e exclusivas da ilha. Em Trindade, o endemismo da flora é de aproximadamente 10%, o que enquadra a ilha entre as áreas prioritárias para conservação.
As samambaias-gigantes atingem aproximadamente 6 metros de altura.
Conhecida como Fazendinha, essa encosta íngrime, vista do Pico do Desejado, está situada na porção sudoeste da ilha e abriga a magnífica floresta nebular de samambaias-gigantes de Trindade.
Supõe-se que a flora de pequeno porte, herbácea, tenha sido a mais devastada pelo rebanho caprino. As espécies arbóreas, principalmente aquelas que apresentavam boas características para a confecção de móveis, como a Colubrina glandulosa, foram extirpadas pelo extrativismo nas sucessivas tentativas de colonização da ilha e, também, pelo rebanho caprino, que conseguia se alimentar da casca palatável, e acabava por matar as árvores. Felizmente, a samambaia-gigante, um dos símbolos de Trindade e de outras ilhas oceânicas tropicais, resistiu aos impactos causados pelo homem, pois apresenta um revestimento externo extremamente duro que, aparentemente, inibiu até mesmo o voraz apetite das cabras. Devido a esta característica, a samambaia-gigante é atualmente a espécie de porte arbóreo dominante em Trindade, compondo cerca de 90% do estrato arbóreo remanescente. Aproximadamente 5.000 exemplares desta espécie formam quatro grandes populações nas encostas mais altas do lado oeste da ilha. É raro encontrar exemplares abaixo dos 400 metros de altitude. A identidade científica da samambaia-gigante da Ilha da Trindade ainda é controversa. Alguns pesquisadores consideram-na uma espécie distinta e endêmica, denominada Cyathea copelandii. Outros pesquisadores, entretanto, acreditam que pertença à espécie Cyathea delgadii, uma forma distribuida na costa do Brasil e relativamente comum nas encostas da Serra do Mar. No interior da floresta de samambaias-gigantes a temperatura pode ser 10ºC menor que do lado de fora. É indescritível sentir na pele a mudança abrupta de temperatura depois de uma caminhada no sol escaldante.
No alto do Pico do Desejado também são encontrados fetos arborescentes da samambaia-gigante.
O capim-de-folha-fita (Cyperus atlanticus) e o capim-vassourinha (Bulbostylis nesiotes) são espécies herbáceas endêmicas da Ilha da Trindade e do Arquipélago Martin Vaz. Felizmente o rebanho caprino não destruiu essas formas únicas.
Ipomoea pes-caprae, conhecida popularmente como feijão ou amendoim da praia, forma grandes tapetes ao longo de toda a Praia do Andrada. Ao fundo se vê o Pico Nossa Senhora de Lourdes, que possui 227 metros de altitude.
A fauna de Trindade O ISOLAMENTO GEOGRÁFICO CRIOU UM PARAÍSO A fauna, assim como a flora de Trindade, desperta interesse extremo nos pesquisadores, pois o isolamento geográfico propiciou a evolução de espécies únicas, endêmicas deste pequeno ponto emerso no meio do Atlântico.
O caranguejo-amarelo ou carango (Gecarcinus lagostoma) é uma espécie terrestre que habita ilhas oceânicas. No Brasil, é encontrado em Trindade, Martin Vaz, Atol das Rocas e Fernando de Noronha. Sua população em Trindade ainda é colossal, mas são necessários cuidados com sua conservação, uma vez que a captura exagerada para o consumo humano pode afetar o equilíbrio ecológico da mesma, como já ocorreu em Fernando de Noronha.
Os crustáceos Algumas espécies de crustáceos habitam os recifes e praias de Trindade, entre elas lagostas e caranguejos. Na zona entre-marés, destacam-se o caranguejoda-arrebentação (Plagusia depressa) e o aratu-vermelho (Grapsus grapsus). Já em terra, o “dono da ilha” é o caranguejo-amarelo ou carango (Gecarcinus lagostoma). Esta espécie ainda é muito comum em Trindade, e também em Martin Vaz, apesar da crescente captura para consumo humano entre o pessoal da guarnição militar e os visitantes de Trindade. O carango vive desde a zona entremarés até o Pico do Desejado, e se alimenta de uma enorme gama de itens, desde folhas das amendoeiras ou castanheiras, até ovos e filhotes das tartarugas-verdes.
O aratu ou aratu-vermelho oceânico (Grapsus grapsus) é uma das mais belas espécies de crustáceo que vive na zona entre-marés das ilhas oceânicas brasileiras.
O caranguejo-da-arrebentação (Plagusia depressa) é uma espécie bastante comum em Trindade, onde habita os recifes vulcânicos mais expostos à ação das ondas.
Os peixes Em pesquisas recentes, foram levantadas aproximadamente 100 espécies de peixes nos recifes de Trindade. Tal resultado é discreto quando comparado com a fauna de peixes encontrada nas ilhas de Guarapari, litoral sul do Espírito Santo – a área recifal mais rica em número de espécies do Brasil – que abriga mais de 300 espécies em seus recifes, ou seja, três vezes mais espécies que Trindade. A baixa riqueza de espécies, também encontrada em outras ilhas tropicais isoladas do Atlântico, é explicada pela restrição na disponibilidade de ambientes e grau de isolamento. O tamanho de uma ilha está diretamente ligado à disponibilidade de espaço suficiente para uma população residente, de qualquer ser vivo, continuar a existir ou não. A variedade de micro-ambientes também pode afetar a riqueza de espécies num recife isolado. A reduzida disponibilidade de ambientes contribui substancialmente para o tamanho pequeno da fauna de peixes e de outros seres vivos em Trindade e Martin Vaz.
Peixe-cofre ou baiacu-cofre (Acanthostracion polygonius), possui uma verdadeira armadura, parecendo um casco de tartaruga, que lhe proporciona segurança contra os predadores. As únicas partes flexíveis e carnosas são os olhos, a boca, as bases das nadadeiras e a cauda.
A riqueza de espécies é baixa, porém a abundância de algumas formas é surpreendente. Um exemplo claro disso são os cardumes colossais de sardinha (Harengula sp.) e purfa (Melichthys niger) que fazem fervilhar as águas que circundam a ilha. Outro fato que chama a atenção é o alto índice de espécies únicas de Trindade e Martin Vaz. Das aproximadamente 100 espécies de peixes levantadas, seis são endêmicas dos recifes que circundam essas ilhas. O peixe-donzela de Trindade (Stegastes trindadensis) e a maria-da-toca ou moreia-de-Trindade (Scartella poiti) são dois exemplos de espécies endêmicas do complexo insular Trindade-Martin Vaz e descritas recentemente. Entomacrodus sp., Elacatinus sp. e Malacoctenus sp. são outras três espécies endêmicas, e que ainda estão em processo de descrição científica.
A moreia-cabeçuda (Opistognathus sp.) é uma espécie ainda não descrita da costa brasileira e que também ocorre nos fundos de areia e cascalho entre os recifes vulcânicos de Trindade.
O peixe-sabão (Rypticus saponaceus) é uma pequena espécie de badejo que vive nas cavidades recifais de Trindade. Possui uma substância cáustica na pele, chamada saponina, que garante sua proteção contra possíveis predadores.
A garoupa-Trindade ou garoupa-gostosa (Dermatolepis inermis) é uma das mais belas espécies de peixe recifal que ocorre em Trindade e em Martin Vaz.
A moreia-comum (Labrisomus aff. nuchipinis) é um dos muitos habitantes das poças-de-maré de Trindade.
A água quente e extremamente transparente, somada à profusão de peixes que habita seu interior, faz da Piscina do Parcel um verdadeiro aquário. É um local ideal para realizar observações subaquáticas e fotos-sub.
Um imenso cardume de sardinhas (Harengula sp.), movimenta as águas da Ponta da Calheta. Esta espécie abundante fornece alimento para diversas espécies de peixes e aves marinhas.
Bodianus pulchellus
Duas espécies de peixes extremamente coloridas, que vivem nos recifes mais profundos. Alimentam-se de pequenos crustáceos, vermes, moluscos, entre outros invertebrados marinhos.
Bodianus rufus
O catuá ou garoupeta (Cephalopholis fulva) habita tocas e frestas nos recifes vulcânicos de Trindade e Martin Vaz, sendo provavelmente o local onde ocorre em maior abundância em águas brasileiras.
O apogon (Apogon americanus) é uma espécie de hábitos noturnos que vive nas frestas e tocas dos recifes. Sua biologia reprodutiva é singular, pois os machos incubam os ovos na boca, onde se desenvolvem protegidos dos predadores.
O peroá-comum ou peixe-porco (Balistes capriscus) é uma espécie que habita os fundos de areia e cascalho ao redor dos recifes.
Espécie de maria-da-toca ainda não descrita, do gênero Malacoctenus. Vive desde a zona entre-marés até 15 metros de profundidade. É endêmica do complexo insular Trindade-Martin Vaz.
“Close-up” da belíssima face vermiculada de um macho do peixe-sabonete-rei (Thalassoma noronhanum). Esta espécie vive em pequenos cardumes em todas as ilhas oceânicas brasileiras e em grande parte da costa nordeste e sudeste do Brasil, sendo endêmica de nossas águas. Os machos possuem um harém de fêmeas. Quando estes morrem, a fêmea mais velha do harém sofre um processo de inversão sexual, adquirindo coloração, comportamento e funções fisiológicas de macho.
O jaguariçá-caolho (Plectrypops retrospinnis) é uma espécie de hábitos discretos e atividade noturna, que vive nas locas e frestas dos recifes vulcânicos.
Popularmente chamado de joão-cachaça ou jaguariçá (Holocentrus ascensionis) é uma espécie muito comum nos recifes do litoral e de todas as ilhas oceânicas brasileiras.
O caramurú-banana (Gymnothorax miliaris) é uma das muitas espécies de moréia que habitam os recifes de Trindade.
Duas espécies de peixes recifais extremamente coloridas, tratadas popularmente como peixes-sabonete em alusão ao corpo muito escorregadio.
Halichoeres poeyi (adulto e juvenil)
Halichoeres brasiliensis (adulto e juvenil)
A maria-da-toca ou moreia-da-poça (Entomacrodus sp.), é uma das espécies ainda não descritas que é encontrada exclusivamente nas águas rasas da ilha. Vive nos recifes mais expostos e nas poças-de-maré mais rasas, onde se alimenta de algas que crescem sobre as rochas vulcânicas.
A moreia-de-Trindade (Scartella poiti) foi descrita em 2004. É encontrada nas águas rasas da ilha, junto aos recifes mais expostos, próximos das praias e nas poças-de-maré, sendo endêmica do complexo insular Trindade-Martin Vaz.
O peixe-pedra ou peixe-escorpião (Scorpaena plumieri) é um peixe dotado de espinhos ocos ligados a glândulas de veneno. Vive no fundo, muito bem camuflado entre as rochas e algas. Mergulhadores desatentos podem se ferir nos espinhos dorsais desta espécie e amargar horas de dor intensa.
“Close-up” da cabeça do peixe-pedra, evidenciando as projeções dérmicas parecidas com algas e o olho translúcido, que auxiliam na camuflagem em meio aos recifes.
O gobi-limpador (Elacatinus pridisi) é uma das espécies de peixe recifal exclusivas de Trindade e de Martin Vaz. Este pequenino peixe ocorre desde os 5 até os 30 metros de profundidade e apresenta uma peculiaridade muito interessante: faz limpeza em outras espécies de peixes, se alimentando de parasitas e tecido doente da superfície do corpo dos seus clientes.
O peixe-donzela-de-Trindade (Stegastes trindadensis) foi recentemente descrito, sendo endêmico de Trindade e de Martin Vaz. Vive nos recifes rasos, desde poças-de-maré até áreas recifais com 20 metros de profundidade. Quando jovem, como o exemplar da foto, apresenta coloração azul vívida com uma pequena porção amarela no alto do corpo. Indivíduos adultos tornam-se castanho-oliváceos.
Nas águas claras que banham os recifes de Trindade, é fácil testemunhar comportamentos interessantes entre as espécies. O peixe-sabonete-verde (Halichoeres poeyi) seguindo o peixe-trilha (Pseudupeneus maculatus) usa uma tática alimentar muito rendosa. Enquanto o peixe-trilha escarafuncha o fundo e as frestas em busca de pequenos crustáceos e vermes, o peixe-sabonete-verde o segue atentamente esperando que alguma presa escape da boca de seu parceiro.
As tartarugas-marinhas vivem nos recifes ou ao largo de Trindade e Martin Vaz. A tartaruga-gigante ou tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) habita o mar aberto ao largo das ilhas e ao longo da cadeia VitóriaTrindade. Além de ser a maior espécie de tartaruga-marinha, também é a mais ameaçada de extinção, pois vem sofrendo declínio populacional devido ao aumento da poluição dos mares e à captura acidental em espinhel oceânico. Outra tartaruga-marinha que freqüenta as águas de Trindade e Martin Vaz é a tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), que faz dos recifes dessas ilhas, bem como dos bancos oceânicos da cadeia Vitória-Trindade, um de seus sítios de alimentação prediletos em água brasileiras. Esta espécie de tartaruga se alimenta de esponjas.
A. P. Almeida
Três espécies de tartarugas-marinhas
A tartaruga-verde (Chelonia mydas) molda uma grande depressão na areia antes de cavar seu ninho. Cada “mamãe” tartaruga deposita entre 130 e 150 ovos.
A última espécie é a tartaruga-verde (Chelonia mydas), que tem em Trindade seu maior sítio reprodutivo do Atlântico sul e um dos maiores do mundo. As fêmeas de tartaruga-verde, medindo em média 1,20m de comprimento e pesando cerca de 250 quilos, freqüentam as praias de Trindade durante a estação reprodutiva, que se prolonga de outubro a maio. Cada fêmea põe em média de 130 a 150 ovos. No total, milhares de ovos são enterrados nas areias, e mesmo sofrendo grande pressão de predação por inúmeros animais como caranguejos, fragatas, polvos e peixes, algumas poucas tartaruguinhas conseguem chegar à fase adulta e reiniciar o ciclo de reprodução em Trindade. O senso de orientação das tartarugas é impressionante. Tartarugas-verdes nascidas em Trindade migram para a costa do Brasil onde se alimentam de algas. Quando atingem a idade adulta, entre 20 e 25 anos, se dispersam na imensidão dos mares. Porém, na época reprodutiva, sabem exatamente o momento e o local para acasalar e colocar seus ovos. Neste instante, as tartarugasverdes viajam longas distâncias e retornam às ilhas oceânicas onde nasceram para recomeçar um novo ciclo de descendentes.
Aos pés do Morro Vermelho e do Pão de Açúcar fica a Praia das Tartarugas, um dos maiores e mais importantes sítios de desova da tartaruga-verde no Oceano Atlântico. No auge da estação reprodutiva, geralmente em fevereiro, é comum encontrar até setenta fêmeas desovando nesta praia numa mesma noite.
As aves marinhas As ilhas, de uma forma geral, representam um “porto seguro” para as aves marinhas. Mesmos aquelas espécies estritamente oceânicas necessitam de um local em terra firme para construir seus ninhos e criar seus filhotes. Trindade e Martin Vaz não são exceções e abrigam cerca de 20 espécies de aves marinhas, migratórias ou residentes, nos seus céus e penhascos. Os atobás (Sula dactylatra e S. sula), as viuvinhas ou grazinas (Anous stolidus e A. tenuirostris), a noivinha ou fantasminha (Gygis alba), o trinta-réis (Sterna fuscata), as fragatas (Fregata minor e F. ariel) e a pardela ou petrel-de-Trindade (Pterodroma arminjoniana) são algumas das mais conhecidas. Apesar de alguns pesquisadores creditarem a ocorrência do petrel-de-Trindade também para a Ilha Round, situada no Oceano Índico meridional, é bastante plausível que o mesmo seja endêmico de Trindade. Aves possuem grande capacidade de dispersão, porém a distribuição geográfica proposta é muito disjunta, o que leva a crer que sejam duas formas distintas e ainda pouco estudadas de petrel. O atobá ou atobá-branco (Sula dactylatra) ocorre em pequeno número na Ilha da Trindade e no Arquipélago Martin Vaz. Os machos são menores que as fêmeas. Esta ave nidifica diretamente no solo e põe um ou dois ovos brancos.
O petrel-de-Trindade (Pterodroma arminjoniana) é a ave oceânica mais comum em Trindade. Se reproduz nas grutas dos pontos mais altos da ilha, principalmente no paredão leste do Pão de Açúcar. Apesar de parecer com um pombo, esta ave é parente do albratroz.
A noivinha ou fantasminha (Gygis alba) é uma das espécies de ave marinha encontradas em Trindade, onde também se reproduz.
Os naturalistas Trindade foi visitada por exploradores e naturalistas lendários. Entre 1700 e 1900 destacam-se as visitas de Edmund Halley, em abril de 1700, seguida pela do capitão James Cook, a bordo da nau Resolution, em 28 de maio de 1775. Sir Clark Ross, durante sua famosa viagem para Antártica, entre 1839 a 1843, em companhia do botânico Dalton Hooker, também esteve na ilha. Bem como Ralph Copeland, no ano de 1874. No início do século XX, Michael J. Nicoll, em 1905 e Robert Murphy, em 8 de abril de 1913, completam os renomados pesquisadores estrangeiros que pisaram em Trindade. Entre maio e outubro de 1916, dois dos mais famosos e talentosos coletores e preparadores do Museu Nacional do Rio de Janeiro, Srs. Pedro Peixoto Velho e José Domingues dos Santos, permaneceram na ilha coletando espécimes e informações variadas sobre a história natural de Trindade. De posse deste material valiosíssimo, um time excepcional de cientistas, se pôs a trabalhar nas novidades trazidas de Trindade. Entre dois e três anos após, entre 1918 e 1919, o Professor Bruno Álvares da Silva Lobo, então diretor do Museu Nacional, e que também esteve em Trindade, organizou uma importante conferência e publicação sobre a ilha, aglutinando os resultados das diversas pesquisas. Da elaboração deste documento, editado pelo Professor Bruno, participaram os pesquisadores César Diogo, Hermann von Ihering, Carlos Moreira, Bourguy de Mendonça, Betim Paes Leme, Lauro Travassos, Campos Porto, Frederico Hoehne,
Pedro Martins, entre outros. A lista de participantes desta importante obra também inclui Alípio de Miranda-Ribeiro, certamente o maior ícone da zoologia brasileira. O último grande vulto lendário da ciência brasileira a reportar Trindade em seus manuscritos foi Bertha Lutz, filha de Adolpho Lutz, e também professora do Museu Nacional. Tendo como base os resultados colhidos na Expedição João Alberto, Bertha Lutz propôs, em 1962, a criação de um Parque Nacional englobando Trindade e Martin Vaz. Neste trabalho escrito há mais de 40 anos, fica evidente que os problemas relacionados à conservação dos mananciais e da flora da ilha já eram bem conhecidos pelos pesquisadores, que anteviam ainda mais alterações ambientais por acontecer na ilha. A proposta da ilustre pesquisadora Bertha Lutz ainda é atual e resgatá-la, agora embasado-se nos resultados expressivos das várias pesquisas realizadas nas últimas décadas, é algo perfeitamente cabível e pertinente. Um fato esdrúxulo envolvendo Trindade e Martin Vaz aconteceu na década de 80. Exatamente no ano de 1986 ocorreram manifestações de repúdio a um projeto do governo, iniciado em 1981, que consistia em construir uma grande base aeronaval na Ilha da Trindade e realizar testes atômicos no Arquipélago Martin Vaz. Felizmente esses devaneios nefastos não foram concretizados e as ilhas mais distantes da costa brasileira continuam sendo o que sempre foram: “pedaços de Vitória no azul Atlântico”.
O retorno Quando os vôos de retorno
ao navio se iniciam é hora de arrumar as malas e se preparar para acordar do sonho. O regresso ao navio e a espera da partida são, de certa forma, angustiantes. O silêncio impera, só sendo quebrado pelos ruídos das máquinas que levantam as âncoras. Nos momentos seguintes Trindade se perde no horizonte da popa do navio, enquanto a tripulação inicia a arrumação geral do convés e do navio como um todo. Novamente é momento de introspecção e as belezas, cheiros e cores vividos nos últimos dias espocam como flashes na mente. Durante a viagem de retorno ocorre a confraternização geral dos participantes, celebrando o êxito de mais uma missão de abastecimento ao Posto Oceanográfico. Muitas vezes, o porto de destino antes da chegada final no estado do Rio de Janeiro é Vitória. E pouco antes da chegada na capital do Espírito Santo, a altivez de uma montanha situada ao norte e chamada de Mestre Álvaro, nos remete diretamente a Trindade. A semelhança das silhuetas do Mestre Álvaro e da Ilha da Trindade nos induz a pensar em toda a cadeia de montanhas submarinas que liga Vitória e Trindade e nas forças colossais que a fizeram brotar das profundezas do Atlântico. Acorrentar o helicóptero no convôo do navio é um dos muitos trabalhos no retorno ao continente. Enquanto isso, Trindade some na popa e o horizonte volta a ser apenas uma tênue linha entre o céu e o mar.
No regresso ao continente, a vista do Mestre Álvaro, montanha de 800 metros de altitude localizada ao norte de Vitória, nos remete à Trindade.
Making of Seis viagens, totalizando 84 dias de permanência na ilha e mais de 250 horas de mergulho e pesquisa subaquática. Todas à bordo dos navios da Marinha do Brasil (Barão de Teffé, Ary Rongel e Felinto Perry), somando cerca de 8.000 milhas náuticas navegadas (aproximadamente 13.000 km). Nestas viagens foram tiradas cerca de 4.000 fotos e coligidas muitas informações biológicas inéditas sobre as espécies que habitam suas águas, recifes e praias. Mesmo a primeira viagem sendo a mais longa, não foi mais complexa na logística que as demais. Na verdade, todas foram temperadas com uma dose extra de estresse e de ansiedade “benignos”. Como os objetivos eram de realizar pesquisa subaquática e fotografar, o volume de material necessário para essas atividades somou uma tralha considerável, desde roupas, medicamentos, cosméticos, alimentos, equipamentos de mergulho autô-
nomo, cilindros de ar comprimido, todo tipo de traquitana de material científico como recipientes plásticos para acondicionar material biológico, baldes, pinças e mais um bocado de bolsas e maletas com os materiais fotográficos, flashes, tripés, máquinas, pilhas, baterias, etc. Como em qualquer expedição científica onde o desembarque pode ser realizado tanto num bote inflável como por helicóptero, quase todo o material enviado do navio à ilha ou vice-versa, teve que ser embalado em sacolas plásticas e acondicionado em bombonas ou maletas à prova d´água. No que tange ao material fotográfico, é interessante relatar que, durante as seis viagens foi feito uso basicamente de apenas uma câmera, a clássica Nikon FM2, comprada um mês antes da primeira viagem, em 1995. Uma câmera com regulagens manuais, muito espartana,
porém confiabilíssima, apelidada carinhosamente de “Tetéia”. A “Tetéia” foi usada com três lentes, todas da marca Vivitar Serie 1, uma zoom grande angular 19-35mm, uma zoom tele 100400mm e uma macro tele 105mm. O único flash utilizado foi um diminuto Nikon SB-23, quase sempre com cordão de extensão Nikon SC-17. As fotos submarinas foram feitas com o uso de máquinas Nikonos IV–A e Nikonos V, usando flash Nikonos SB-105 e tubos de extensão. Os filmes utilizados foram da marca Fuji, principalmente o slide Velvia ISO 50, que apresenta grão extremamente fino, garantindo saturação e definição ímpares para a realização de macrofotografia e fotografia de paisagem. O tratamento das imagens foi realizado com muito cuidado e sutileza para não alterar as características originais das fotos.
Agradecimentos Este livro é resultado
do esforço
de muitas pessoas e instituições que, direta ou indiretamente, me ajudaram durante diversas fases de sua “gestação”. Não há uma graduação de importância nos agradecimentos, que são apresentados em ordem alfabética. Todos foram imprescindíveis para que esse livro saísse do meu arquivo fotográfico e dos meus sonhos.
Afonso Abreu Alfredo Carvalho Filho Alasdair Edwards América Almeida André L. M. F. Más Antônio César Martins Sepúlveda Antônio de Padua Almeida Aristóteles Lyrio Augusto César Lobato Posada Bárbara Segal Beatriz Calmon B. dos Santos Bruce Collette Carlos Alberto Martins Cano Carlos Alberto Pêgas Ferreira Carlos Augusto Rangel Carlos Eduardo Leite Ferreira César Meyer Musso Claudia Melo Cláudio Salvalaio Cláudio Sampaio Conrado José Vieira Cristina A. G. Nassar Darly Nerty Vervloet Júnior Dailza Damas Dalva Rosetti Gasparini Dante Grecco Dione Seripierri Domingos Afonso Jório Eduardo Posada da Silva Emerson Rogério Salviani Enzo Rosetti Gasparini Fábio Lobo da Costa Ruiz Fábio Masaru Sasaki Fábio Vieira Família Bucher Fernando Littig Margotto Fernando Pratti Francisco Pedro da Fonseca Neto Glauce de Assis Schwartz Gustavo Augusto Schmidt de Melo Heiko Bleher Helmut Debelius Irineu Iester Degasperi Iuri Drummond Louro
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O autor João Luiz Gasparini nasceu em Vitória, Espírito Santo, em 14 de janeiro de 1969. É formado em Administração de Empresas e em Ciências Biológicas. Atua como pesquisador nas áreas de taxonomia e história natural de peixes marinhos, anfíbios e répteis. Detém grande experiência em fotografia de natureza e de vida selvagem, tendo publicado várias de suas imagens em revistas renomadas, como Ciência Hoje, Galileu e National Geographic Brasil. A fotografia sempre teve função de ferramenta para documentação de suas pesquisas científicas, mas as imagens captadas em Trindade, dada a extrema beleza da ilha, extrapolaram essa função, dando início ao projeto do livro ora apresentado. Atualmente Gasparini está engajado em pesquisas científicas e na confecção de dois outros livros: um sobre os peixes recifais das ilhas costeiras do Espírito Santo e outro sobre anfíbios e répteis da Mata Atlântica capixaba. Gasparini a bordo do navio Ary Rongel ao largo de Trindade.
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