~
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I
Exemplos de projeto de pesquisa e de uma monografia completa de graduàçãe
Qualquer pessoa tem capaddade para desenvolver uma pesquisa cientifica e eScrever uma monografia. As dicas são: disciplina, organização e vontade•."'_ Dissertação de mestrado e tese de doutorado também são monografias. As diferenças entre estes relatórios de pesquisa e os da graduação.e pós-graduação , lato senm estão na profundidade da abordagem. .· Mestrado e doutorado são pós-graduações stricto sensu, ou seja, suas pesquisas têm um sentido restrito e aprofundado. A pós-graduação lato sensu (por exemplo um MBA) tem um sentido amplo, e sua monografia não é tão áprofundada. A pós-graduação lato sensu forma o Especialista. O mestrado forma o Mestre em Ciências, que em latim recebe a designação M. Se. ou Magister Scientia. O doutorado forma o Doutor em Ciências ou D. Se. ou Doctor Scientia. O termo Ph. D. significa na língua inglesa Phylosophy Doctor ou Doutor ~~~;J~~ em Filosofia. Existem outras siglas em outros idiomas. O mestrado acadêmico está voltado para a formação do profess!lr/pesquisador. O mestrado profissional está voltado para ~ aprofundamento e~ .uma especialidade. ~~~ Ambos permitem e facilitam o exercício do magistério superior.~ No Brasil, o curso· de pós-graduação MBA ou Master Busin~:ss Administration é do nível/ato sensu. Este termo pode ser traduzido, em português, ~ ·-~- ·,~. .'!""~(P.'i7 . como Mestre em Administração de Negócios. ~~-"""!t.::ll
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"Finalmente, os leitores terão a oportunidade inicialmente de se deparar com uma obra de cunho prático e realística . e terão um substancial trabalho, realizado a partir de uma ·· metodologia de fácil assimilação e de grande resultado prático.'~ Benny de Almeida (M. ScJ. :~..,if
FAZER MONOGRAFIA ,
E MOLEZA
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José Abrantes
FAZER MONOGRAFIA ,
E MOLEZA O passo a passo de um trabalho científico
Rio de Janeiro
2007
© 2007 by José Abrantes
Gerente Editorial: Alan Kardec Pereira Editor: Waldir Pedro Revisão Gramatical: Lucíola Medeiros Brasil Capa e Projeto Gráfico: Equipe 2ébom Design
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) A143f Abrantes, José Fazer monografia é moleza: o passo a passo de um trabalho científico I JoséAbrantes.- Rio de Janeiro: Wak Ed., 2007, 140p.: 21cm Apêndices Inclui bibliografia ISBN 978-85-88081-73-4 1. Pesquisa- Metodologia. 2. Bibliografia- Metodologia. 3. Redação Técnica I. Título
07-2082
CDD 001.4
CDU 001.8
2007 Direitos desta edição reservados à Wak Editora Proibida a reprodução total e parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. WAKEDITORA Av. N. Sra. de Copacabana 945- sala 103- Copacabana Rio de Janeiro- RJ- CEP 22060-001 Tels.: (21) 3208-6095 I 3208-6113 Fax (21) 3208-3918
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www.wakeditora.com.br
Agradecimento~
À minha esposa Lena Abrantes pelo amor e apoio. Ao Centro Universitário Augusto Motta- UNI SUAM por apoiar minhas pesquisas. Às minhas alunas e orientadas da UNI SUAM: Rosana do Carmo Martins Trindade, Shirley de Souza da Silva e Viviane Cordeiro da Silva, por pennitirem usar parte de suas monografias de graduação em Administração de Empresas, neste livro. Obrigado e boa sorte.
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José Ahrantes
Prefácio
Entender as questões que envolvem a metodologia, para elaboração do trabalho científico na academia, com certeza é um desafio. Dentre estes trabalhos, um se destaca: a monografia, que também pode ser chamada de projeto final ou trabalho de conclusão de curso. É muito comum alunos, tanto da graduação quanto da pós-graduação, com dúvidas e apavorados com a obrigação de desenvolver uma pesquisa, escrever, formatar e apresentar uma monografia. Qual a razão da monografia causar tanto problema? Será que é tão dificil e complexo escrever uma monografia? São os alunos ou os orientadores que estão despreparados? Entender as dificuldades dos discentes, no processo de transcrição do seu momento de criação, é de fato uma habilidade que poucos têm. O mérito, de entender e de contribuir para que essas dificuldades sejam superadas, é ponto significante para a academia. A transcrição tem dois momentos: o do autor e o do leitor. Se o autor conseguir passar claramente as suas idéias e/ou se o leitor conseguir interpretar claramente o que está escrito, então teremos, com certeza, um ganho substancial do trabalho científico. De fato, essa obra vem para contribuir, em muito, a fim de que fatos como esses ocorram. O presente trabalho, tão brilhantemente apresentado pelo professor Abrantes, vem para clarear este processo, utilizando todo o seu conhecimento e experiência na área acadêmica. Professor, pesquisador, educador, preocupado com a investigação científica, seu registro e sua disseminação em todos os níveis, cumpre, nesse momento, mais uma etapa de seu projeto de vida. Finalmente, os leitores terão a oportunidade inicialmente de se deparar com uma obra de cunho prático e realística e terão um substancial trabalho, realizado a partir de uma metodologia de fácil assimilação e de grande resultado prático ..
Benny de Almeida (M.Sc .) Vice-Reitor Acadêmico UNISUAM- Centro Universitário Augusto Motta (Junho de 2007)
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SUMÁRIO
f
A estrutura da educação no Brasil
10
I I
Como se faz um trabalho científico? Como se pesquisa?
11
Tipos de pesquisas
12
Figura 1.1: Tipos de pesquisas
12
Quadro 1.1: Notas versus graus de satisfação
13
Figura 1.2: Escala de graus de satisfação
13
Etapas principais de uma pesquisa
15
Fontes de pesquisa
16
Financiamento de pesquisas
17
Publicação de pesquisas
18
Descrição dos tipos de trabalhos científicos e acadêmicos
19
Fichamento
19
Resumo e abstract
20
Resenha
21
Artigo científico
22
Pape r
22
Informe científico
23
Ensaio científico
23
Projeto de pesquisa .
23
Monografia de graduação e pós-graduação lato sensu
26
Monografia de mestrado (dissertação)
27
Monografia de doutorado (tese)
28
Periódicos científicos (revistas, boletins etc.)
30
Reuniões acadêmicas e científicas (congressos, simpósios etc.)
32
Apresentação gráfica das monografias (detalhes das folhas)
33
Figura 3 .1 -Apresentação gráfica de monografias
33
Detalhes das folhas pré-textuais (exemplos)
37
Capa
37
2
3
3.1
3.2
Folha de rosto
38
Verso da folha de rosto
39
Em~
~
Folha de aprovação
41
Dedicatória
42
Agradecimentos
43
Epígrafe
44
Resumo em língua portuguesa
45
Resumo em língua estrangeira
46
Lista de ilustrações
47
Lista de tabelas
48
Listas de abreviaturas, siglas, símbolos e traduções
49
Lista de traduções
50
Sumário
51
Detalhes das folhas textuais
52
Introdução
54
Capítulo 1 Teorias da Administração (exemplo de início de capítulo)
57
3 .2.1 Recomendações para desenvolvimento da monografia e redação dos capítulos
58
3.2.2 Recomendações de redação (como expressar o conteúdo)
59
3.2.3 Formatação de tabelas, figuras e demais elementos gráficos
61
3.2.4 Citações, indicações das fontes de consulta e notas de rodapé
62
Citações diretas
62
Citações indiretas
63
Citações de citações (apud)
64
Formas abreviadas de citações
64
Opus citatum ou op. cit. (que significa obra já citad~)
64
Ibidem ou ibid. (que significa na mesma obra)
65
Idem ou id. (que significa do mesmo autor)
66
Passim (que significa aqui e ali. como diversas citações)
66
Loco citado ou loc. cit. (que significa no mesmo lugar citado)
66
Sequentia ou et. seq (que significa seqüencia ou que se segue)
67
Notas de rodapé
67
Citação de informação verbal (entrevista, palestra, debate etc.)
68
Citação de trabalhos em elaboração
68
Citação indireta de diversas obras de um mesmo autor (na mesma citação) 69 Citação indireta de diversas obras de vários autores (na mesma citação)
69
Citações de diversos documentos de um mesmo autor, publicados em um mesmo ano
69
Conclusão (folha exemplo)
70
3.3 Detalhes das folhas pós-textuais
71
3.3 .I Referências
71
De livros
72
De periódicos
73
De artigos (inclusive em meio eletrônico)
74
De monografias (incluindo dissertações, teses e trabalhos acadêmicos) 75 De mensagem eletrônica (e-mail)
76
Referências (folha exemplo)
77
3.3.2 Glossário (folha exemplo)
78
3.3.3 Apêndice (folha com exemplo de resenha crítica)
79
3 .3 .4 Anexo (fo lha exemplo)
80
3.3.5 Índice (folha exemplo)
81
4
Entrega da parte escrita e defesa oral da monografia
83
A parte escrita e a banca examinadora.
83
Como ocorre a defesa oral da monografia?
85
Referências
89
Apêndice A- Exemplo de projeto de pesquisa (Área de Educação)
92
Anexo A- Exemplo de monografia de graduação (Área de Administração)
105
IO
I
.José Almmtes
A estrutura da educação no Brasil (Segundo dados oficiais de 2007)
Até para se entender o nível e a complexidaqe dos trabalhos científicos, é importante se falar sobre como está estruturada a educação brasileira, nos seus mais divers.os níveis, lembrando que está subdividida em Educação Básica e Ensino Superior.
Creche (Zero a 3 anos de idade) Educação Infantil (4 a 5 anos de idade)
1° ao 5° Ano
Ensino Fundamental (Após 6 anos de i d a d e ) < Ensino Médio (I a a Y série) Ensino Profissional de nível médio (mínimo 3 anos)
Gmduação~
Bacharelado (exige monografia)* Licenciatura (exige monografia)* Curta duração (não exige monografia)* (forma tecnólogo)
Extensão (Sem limite de horas) Ensino Superior
Livre< Aperfeiçoamento (Mínimo 160 horas)
Lato sensu (sentido amplo)
Pós-Graduação
Mestrado acadêmico (exige dissertação) Stricto sensu (sentido restrito)
*Algumas faculdades e cursos não exigem monografia, mas sim um trabalho de conclusão de curso - TCC ou projeto final, por exemplo, em cursos de engenharia e informática.
Especialização (MBA) (Mínimo 360 horas) (exige monografia)
Mestrado profissional (não exige dissertação, exige trabalho final) Doutorado (exige tese) Pós-doutorado (não exige monografia, nem dissertação e nem tese)
Fazer Monografia é moleza
I
II
Capítulo 1
Como se faz um trabalho científico? Como se pesquisa? Qualquer pessoa tem capacidade intelectual para fazer uma pesquisa científica e elaborar, por exemplo, uma monografia de conclusão para um curso de graduação. A pesquisa depende da vontade e da dedicaÇão do aluno e do seu orientador, ou seja, do professor que vai conduzir e ajudar o aluno nas suas pesquisas. É claro que existem pessoas que têrri mais facilidades que outras, mas a princípio qualquer pessoa é capaz. Infelizmente, muitos professores e pesquisadores fazem um verdadeiro "terrorismo", no que se refere a desenvolver uma pesquisa e elaborar o relatório final: a monografia. Em algumas instituições, o "terror" é tão forte que, um ano antes da data da conclusão do curso, os alunos começam a sofr~r e entram na TPM, ou Tensão Pré-Monografia. Também por causa disto, é que se sabe que existem "grupos" especializados em "preparar" e "vender" monografias. A coisa é tão descarada que existem anúncios em jornais e cartazes espalhados por instituições de ensino. Quem achar que estou exagerando, recomendo que pesquise nos corredores da sua instituição como se faz para "comprar" uma monografia. É claro que existem pessoas e instituições sérias. Além de ser crime previsto no código civil, não há necessidade de fazer isso. Qualquer pessoa tem capacidade para fazer pesquisa científica e escrever uma monografia (ou dissertação ou tese). O professor Howard Gardner, em 1983, após muita pesquisa, criou o conceito das Inteligências Múltiplas. Segundo este conceito, todo ser humano é dotado de várias inteligências e não apenas as capacidades Lógico-Matemática e Lingüística, que são as bases dos testes de inteligência ou testes de QI. Será que só é "inteligente" quem gosta e sabe Matemática ou pensa de forma lógica? Será que só é "inteligente" quem sabe falar e escrever muito bem? Como vamos classificar pessoas famosas e que nos proporcionam alegrias, como Zeca Pagodinho, Daiane dos Santos, Cartola, Adoniram Barbosa etc.? Será que todas estas pessoas se sairiam bem em um teste de QI? Desconfio que não. Talvez algumas fossem rotuladas como "burras". Burras são as que pensam e acham isso. Gardner (1998, p. 37) define inteligência como "a capacidade de resolver problemas e/ou de criar produtos que sejam valorizados dentro de um ou mais cenários culturais". Quais problemas? Quais produtos? Neste mesmo estudo de Gardner, e de outros pesquisadores, fala-se que todos nós nascemos com várias "capacidades" intelectuais, mas que normalmente uma ou poucas se destacam (deve ser o dom). Infelizmente por fatores como nutrição e forma de criação, muitas pessoas acabam por "atrofiar" ou não desenvolver suas "inteligências" e muitas só o fazem
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José .·lhrantes
após uma certa idade. Eu estou convencido de que todos nós temos, sim, várias "inteligências" e que todas ou muitas podem ser estimuladas, mesmo após uma certa idade. Não estou falando de "aumentar" a inteligência, mas de "desenterrá-la" de algum ponto escondido em nossa mente! A história da humanidade está repleta de casos de pessoas que foram ''rotuladas" de incapacidade intelectual. mas tempo depois se destacaram ern uma ou mais áreas do conhecimento. Albert Einstein talvez s~ja o melhor e mais forte exemplo. Fica dificil acreditar que algum dia um "professor" tenha dito que Einstein era incapaz e que não seria grande coisa na vida.
Tipos de pesquisas Do ponto de vista global, as pesquisas são classificadas como de ciência pura (ou básica) ou aplicada, onde na pesquisa pura trabalha-se com conhecimentos e estudos específicos, não havendo a previsão de uma aplicação prática. Normalmente este tipo de pesquisa, até por envolver muitos recursos financeiros, só é reillizado por instituições superespecializadas e praticamente só no âmbito governamental. Já, na pesquisa aplicada, procura-se a solução de problemas concretos da sociedade, sendo o tipo de pesquisa mais comum, principalmente nos meios acadêmicos de graduação. A figura 1.1 mostra as diferentes fonnas de se classificar uma pesquisa.
SEGUNDO OS OBJETIVOS
~
EXPLORATÓRIAS DESCRITIVAS - - + EXPLICATIVAS ANALÍTICAS
PF:SQUISAS CIENTÍFICAS (APLICADAS OU DE CIÊNCIA PURA)
SEGUNDOAS FONTES DE DADOS
~
DE CAMPO DE LABORATÓRIO BIBLIOGRÁFICA
SEGUNDOA COLETA DE DADOS
~
LEVANTAMENTO DE DADOS
<
QUANTITATIVA QUALITATIVA
BIBLIOGRÁFICA DOCUMENTAL EXPERIMENTAL
ESTUDO DE CASO
L PE~QUISA-AÇÃO ~ APOSOFATO
(EX POST FACTO)
Figura I. I: Tipos de pesquisas (Fonte: SANTOS, 2004. p. 25- 40)
Fa=er Monografia é mole=a
I
I3
De forma geral, as pesquisas podem ser qualitativas ou quantitativas. Em ambos os casos, os dados coletados têm de ser analisados, para que sejam feitas considerações e/ou obtidas conclusões. Pesquisas quantitativas estão relacionadas ao levantamento de dados numéricos, que seguem regras matemáticas. Vejamos alguns exemplos: variação do custo de estocagem de um produto, em função do tipo e da quantidade estocada. Variação da altura de pessoas entre o nascimento e os 21 anos de idade. Variação do consumo de queijos, em função da taxa de inflação, em um determinado período. Variação da resistência de um material, em função da temperatura de trabalho. Pesquisas qualitativas não estão, diretamente, relacionadas ao levantamento de dados numéricos. Vejamos alguns exemplos: variação do índice de produtividade de uma empresa, em função das condições ambientais de trabalho (ruídos, temperatura e odores). Como o ambiente organizacional interfere na motivação das pessoas para o trabalho. Como as condições climáticas (meteorológicas) interferem com o humor das pessoas. Deve ser ressaltado que mesmo pesquisas com dados qualitativos podem ter um tratamento matemático, çspecialmente usando-se análises estatísticas. Imagine que se queira analisar a "qualidade" do grau de satisfação de funcionários, de um detenninado setor de uma empresa. Pouco adianta simplesmente perguntar se as pessoas estão satisfeitas ou não. Pode-se, por exemplo, criar uma escala numérica de "graus de satisfação", variando de I a 7. Com isto, são atribuídas "notas" à satisfação e, assim, pode-se dar todo um tratamento matemático e estatístico, isto para uma pesquisa e análise qualitativa.
Nota
J 2 3 4
5 6 7
Grau de satisfação Bastante insatisfeito Insatisfeito Levemente insatisfeito Neutro Levemente satisfeito Satisfeito Bastante satisfeito
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Quadro J. J: notas versus graus de satisfação
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4
5
Figura 1.2: escala de graus de satisfação
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José A bra/1/es
Muitas pesquisas, independentemente de serem qualitativas ou quantitativas, exigem tratamento estatístico para análises de: média aritmética, desvio padrão, variância, dispersão, correlação etc. Nestes casos, é fundamental um aprofundamento das análises e ferramentas estatísticas, que fogem ao escopo deste livro. Recomenda-se a consulta a livros específicos desta área e também do capítulo 5 do livro: LIMA, Manolita Correia. Monografia. A engenharia da produção acadêmica. São Paulo: Saraiva, 2004. A pesquisa exploratória é aquela que faz a primeira aproximação de um tema (SANTOS, 2004, p. 25). Imagine um explorador em uma floresta, ainda, desconhecida para ele, ou seja, onde se está pela primeira vez. Não necessariamente precisa ser inédita, talvez outros exploradores já tenham estado nesta floresta. Ocorre quando pouco se conhece o problema ou o objeto de estudo a ser pesquisado. Apenas se "exploram" os fatos da realidade (ou o que está acontecendo). A pesquisa descritiva ocorre após uma primeira abordagem ou aproximação (exploração). É um estudo das características já conhecidas do objeto de estudo. Apenas descreve fatos e fenômenos, sem manipulá-los. O pesquisador não interfere com o objeto de estudo, apenas descreve. Já, na pesquisa descritiva de opinião, pessoas são entrevistadas para expressar suas atitudes (ações, pontos de vista, idéias e ou preferências). Um tipo derivado da pesquisa de opinião é a de motivação, onde se procura descobrir o porquê das atitudes, idéias e preferências. A pesquisa é explicativa quando descreve fenômenos e acontecimentos, com a interferência do pesquisador sobre o objeto de estudo, chegando a ocorrer a indução de questões (pesquisa explicativa e indutiva). A pesquisa analítica é aquela de maior profundidade, com relação aos resultados obtidos. Ela analisa, explica e até cria um conceito ou teoria sobre o objeto de estudo. Em uma pesquisa de campo, as fontes de dados estão fora da instituição de ensino ou residência do pesquisador. Já uma pesquisa de laboratório, como o próprio nome indica, é feita em um determinado local preparado e equipado com os instrumentos para observação, análise e descrição do objeto de estudo. Deve ser enfatizado que, neste caso, "laboratório" não significa um lugar exclusivo, por exemplo, com microscópios. Até um determinado setor de uma empresa pode ser utilizado como laboratório, para desenvolver-se uma pesquisa. A pesquisa bibliográfica, como o próprio nome indica, é proveniente de fontes escritas, como livros, revistas, jornais, periódicos, anais de eventos e da Internet. Toda pesquisa tem a sua fase bibliográfica, pois todas têm de ter a fundamentação teórica e a revisão da literatura. A pesquisa documental, embora possa auxiliar diversas áreas, aplica-se melhor às pesquisas históricas. As fontes estatísticas são muito utilizadas em pesquisas quantitativas,
Fa=er .Honogra.fia é mole=a
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principalmente da área tecnológica (Engenharia, Física, Química etc.). As fontes não escritas são muito utilizadas em pesquisas da área de artes, como música, cinema, teatro, dança, pintura etc. Na pesquisa experimental, manipulam-se diretamente as variáveis relacionadas ao objeto de estudo. Ocorre a interferência direta do(s) pesquisador(es). Ela pode ser um tipo de estudo de caso, pesquisa-ação ou após o fato (ex post facto). A pesquisa experimental se aplica a qualquer área. (SANTOS, 2004, p. 29) A pesquisa de estudo de caso é muito comum nas áreas de Administração e Economia, e se limita a um determinado caso, que pode ser uma empresa ou região. Este tipo de pesquisa exige muitas entrevistas e visitas freqüentes aos locais de estudo e a elaboração de múltiplos questionários. É mais comum nos níveis de mestrado e doutorado. A pesquisa-ação, ou participativa, é essencialmente prática, atuando na realidade social e fazendo com que as comunidades (pessoas) ajam e interajam, especialmente sugerindo soluções. Neste caso, o(s) pesquisador(es) atua(m) como motivador(es) ou facilitador( es ). Este tipo de pesquisa é muito utilizado nas áreas das Ciências Sociais pura e aplicada (Sociologia, Antropologia e Administração de Empresas). Na pesquisa após o fato ou ex post facto, o pesquisador observa o fato, o fenômeno ou o processo, após a sua ocorrência, ou seja, sem o seu controle ou intervenção. O fato será explicado a posteriori.
Etapas principais de uma pesquisa Independentemente da área de conhecimento, qualquer pesquisa deve seguir as seguintes principais etapas (RAMPAZZO, 2004. p. 50-51): Iª Levantar problemas e questões, propondo soluções e hipóteses (especialmente nos níveis de mestrado e doutorado). O pesquisador deve se dedicar ao que gosta e ao que o atrai. Os problemas e os temas não devem ser impostos. Faz-se melhor aquilo de que se gosta. 2ª Observar e "medir". Em fontes escritas e/ou com os objetos de estudo (no campo ou laboratório). São as fases: descritivas e/ou explicativas e/ou exploratórias e/ou documentais e/ou bibliográficas. 3ª Levantar e registrar dados relacionados às questões e às hipóteses. É a fase prática e objetiva da pesquisa. Aqui se revela a disciplina e a paciência do pesquisador. Dependendo do nível da pesquisa, esta etapa pode levar anos.
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José Ahrcmles
4ª Analisar e processar os dados levantados e registrados, comparando-os com as questões e as hipóteses. Nesta etapa, podern ocorrer grandes descobertas (ou frustrações). Dependendo das análises, pode-se até ter de mudar questões e hipóteses. Ocorre quando literalmente se "atira no que viu e acerta-se no que não viu". Deve ser lembrado que informações advêm de dados processados. A ordem cronológica de uma pesquisa é definir dados relevantes,· levantar dados, processar dados, obter infonnações e tomar ou propor decisões. 5ª Propagar e generalizar as informações obtidas, de forma que as conclusões se apliquem a casos e condições similares, ou seja, é o conceito da repetitibilidade, óu melhor, são geradas informações que permitem que outros pesquisadores sigam o mesmo caminho e cheguem às mesmas conclusões.
6ª Deduzir e prever que, para certas condições, ocorram determinadas relações (ou não). É a etapa da extrapolação e da delimitação das conclusões obtidas. Aqui podem ser feitas sugestões e recomendações, para futuras pesquisas, que complementem e alarguem a área estudada.
Fontes de pesquisa Além do objeto de estudo em si, principalmente os livros relacionados ao tema, existem outras fontes de pesquisa. Jornais, revistas e sites na Internet também podem ser fontes de pesquisa. Mesmo jornais diários e revistas semanais, ou seja, não científicos, podem ser utilizados como fonte de pesquisa, desde que sejam tomadas algumas precauções. Ao se ler uma notícia que possa ser utilizada na pesquisa, em um jornal ou revista popular (não científica), deve-se inicialmente descobrir o autor (repórter) e fazer um contato telefõnico ou por correio eletrônico, para se descobrir a origem dos dados e das informações, bem como a profundidade investigativa da reportagem. Não se deve simplesmente transcrever o que foi publicado. Com relação à Internet, deve-se tomar o mesmo cuidado, ou seja, verificar a fonte e a seriedade da informação. Sabe-se que, além de qualquer pessoa poder fazer ou ter um site, pode-se escrever o que quiser (inclusive bobagens). Deve-se fazer um contato com o autor da informação e, principalmente, verificar se os nomes e as instituições citadas existem e se têm credibilidade. Por exemplo, não se deve aceitar simplesmente uma informação de um site qualquer na Internet, tal como (exemplo fictício e absurdo): segundo pesquisas do professor Giusseppe Marzullo, do Departamento de Biologia Molecular, da Universidade doEstado do Rio de Janeiro, as pessoas que se alimentam de manga, concomitantemente com 1eite de vaca, podem desenvolver uma reação alérgica e até morrer. Quem é este professor? Ele realmente existe e pertence a esta universidade? Estas perguntas podem ser respondidas com uma simples consulta ao site deste departamento da universidade. Caso não se consiga esta informação, via Internet, faz-se um contato telefônico.
Fa::er Monogro.fia é mole::a
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Periódicos científicos podem ser acessados, tanto em bibliotecas de instituições de ensino superior quanto por meio do Sistema de classificação de periódicos, anais e revistas- Qualis (www.qualis.capes.gov.br). O termo CAPES significa Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, sendo o órgão que avalia o ensino superior e os cursos de pós-graduação no Brasil. Livros podem ser consultados em bibliotecas públicas e de instituições de ensino superior, que normalmente permitem o acesso a pesquisadores. Para as pessoas que moram na cidade do Rio de Janeiro ou próximo, uma excelente opção é a Biblioteca Nacional, que fica na Avenida Rio Branco, 219, na Cinelândia, no Centro da cidade e funciona de segunda a sexta-feira das 9 horas às 21 horas e aos sábados das 9 horas às 15 horas. Também é possível fazer consultas a bibliotecas de empresas e instituições, como IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística); FGV (Fundação Getúlio Vargas); CPRM (Centro de Pesquisas e Recursos Minerais); CRA (Conselho Regional de Administração); COMLURB (Companhia Municipal de Limpeza Urbana); SEBRAE; FlESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo); FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro); SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial); SESI (Serviço Social da Indústria); SESC (Serviço Social do Comércio); BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Não é qualquer livro que deve ser utilizado como fonte de pesquisa, pois infelizmente existe muita "bobagem'' publicada na fonna de livro. Além do conteúdo, deve ser verificado se o autor tem formação e credibilidade para ser utilizado como referência, em uma pesquisa científica. Uma fonna de verificar os dados do autor é entrando em contato com a editora. Outra opção é procurar se o autor está cadastrado no sistema de currículos Lattes do CNPq, no endereço www.cnpq.br (platafonna Lattes). Normalmente professores e pesquisadores possuem seus currículos _detalhados neste banco de dados.
Financiamento de pesquisas Especialmente em instituições de ensino superior, existem algumas opções para se tentar obter um financiamento para uma pesquisa. Independentemente da fonte que se buscará o financiamento, é fundamental que seja feito um completo projeto de pesquisa, muito bem detalhado e principalmente com as justificativas, a relevância e os resultados esperados. Embora, a princípio, qualquer pessoa possa desenvolver uma pesquisa científica, nem todas conseguem provar que suas pesquisas serão úteis e com resultados relevantes para a sociedade. Alunos de graduação podem conseguir bólsas de estudo ao participar de projetos de iniciação científica em suas instituições. Estas iniciações estão ligadas a projetos de pesquisas desenvolvidos por mestres e doutores da instituição e, nonnalmente, têm financiamento oficial,
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José Abrantes
embora muitas instituições privadas financiem pesquisas, especialmente aquelas ligadas às áreas sociais relacionadas às comunidades próximas às instituições. Também são possíveis bolsas de estudos para pesquisas nos níveis de mestrado, doutorado e pós-doutorado. Normalmente estas bolsas são concedidas por meio do Conselho Nacional de Pesquisa- CNPq ou pelos órgãos de apoio à pesquisa nos estados, como, por exemplo, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro- FAPERJ ou da FAPESP em São Paulo. Estas bolsas são concedidas por estes órgãos, mas via instituição onde a pesquisa será desenvolvida, e sob a supervisão e controle de um orientador cadastrado nestes órgãos. Para mais informações, podem ser acessados os sites desses órgãos: www.cnpq.br, www.faperj.br, www.fapesp.br .
. Publicação de pesquisas Existem diversos meios para se publicar uma pesquisa, embora não seja muito fácil. Por exemplo, podem ser publicadas na forma de artigo, paper, informe e ensaio científico. Também podem ser publicadas em anais de reuniões acadêmicas e científicas, como congressos e simpósios. Uma outra maneira é na forma de livro, que não é tão difícil de publicar quanto parece. Existem dois caminhos básicos para a publicação de um livro: por meio de uma editora comercial ou de forma independente. Como as editoras têm muito custos, só publicam aqueles livros que, após minuciosa análise,. são definidos ·como de bom potencial comercial. Qualquer pessoa pode publicar um livro (especialmente aquele fruto de uma pesquisa acadêmica) de forma independente. Inici~ almente deve-se entrar em contato com o escritório do ISBN da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. Deve ser esclarecido que existem muitas editoras pequenas que trabalham em sistemas de parcerias, onde o autor paga uma determinada quantia e a editora imprime poucos exemplares. Hoje em dia, é perfeitamente possível uma pessoa publicar apenas um exemplar de um livro. O grande problema destas editoras pequenas é a distribuição do livro que, às vezes, fica restrita a uma pequena região geográfica, dificultando a divulgação e a venda do livro.
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Capítulo 2
Descrição dos tipos de trabalhos científicos e acadêmicos Trabalho científico é todo aquele fruto de pesquisa, com critérios e metodologias e com fundamentações teóricas reconhecidas pela comunidade científica. Cabe aqui um alerta sobre o termo "pesquisa", muito comum na atualidade, principalmente em escolas do ensino fundamental e médio. Por exemplo, quando a professora de História pede para os alunos da 7ª série fazerem uma "pesquisa" sobre quais fatos permitiram a proclamação da República, na verdade, ela está pedindo que os alunos façam um estudo ou uma análise bibliográfica, e não uma pesquisa científica. Os principais trabalhos científicos e acadêmicos são fichamento, resumo, resenha, artigo científico (paper), monografia, dissertação e tese. Existe um tipo de trabalho, o Projeto de Pesquisa, que normalmente precede monografias, dissertações e teses, que é considerado também como um trabalho acadêmico (PATACO, 2004, p. 23). Em verdade, este trabalho é um planejamento ou guia de uma pesquisa. Além destes trabalhos, existem as revistas acadêmicas e científicas e os livros (científicos). A seguir, são feitas descrições e comentários sobre cada um destes tipos de trabalhos.
Fichamento O termo vem de ficha (é só lembrar daquelas fichas amareladas, de nossos antigos e saudosos professores) e tem uma função importantíssima, auxiliando muito o trabalho de pesquisa e a elaboração do relatório final. Toda pesquisa envolve a coleta de dados bibliográficos, principalmente de fontes escritas, como livros, revistas, jornais, monografias, dissertações, teses e artigos. Fazer um fichamento significa fazer um resumo com comentários da fonte consultada, com todas as referências. Normalmente os fichamentos são feitos à mão e em folhas, no formato A6 (10,5cm x 14,8cm), mas nada impede que sejam feitos em formato A4 e/ou em meio magnético. É um excelente recurso de pesquisa quando se está, por exemplo, em uma biblioteca sem acesso a um computador para escrever e gravar em meio magnético. Deve ficar claro que, durante uma pesquisa, a pessoa não é obrigada a fazer o fichament~, exatamente como aqui descrito. O importante é que o tenha como se fosse um arquivo ou memória escrita de todas as fontes consultadas. Este arquivo, além dos dados
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catalográficos da obra, deve conter um pequeno resumo do seu conteúdo. A seguir, é apresentado um exemplo de fichamento.
ABRANTES, José. Programa 8S. Da alta administração à linha de produção: o que fazer para aumentar o lucro? 2 ed. Rio de Janeiro: lntcrciência, 2007. Consulta realizada na biblioteca da UNISUAM, em maio de 2007. Este livro, relacionado às áreas de administração e engenharia de produção, apresenta uma metodologia para o combate aos desperdícios em empresas, por meio da mudança de hábitos e comportamentos (behaviour-Keeping) das pessoas, ou dos recursos humanos. O autor se baseou na metodologia dos 5 Sensos (SS), proposta pelos japoneses em 1950 e fez um aprofundamento para a cultura e educação brasileira, acrescentando mais 3 Sensos. O livro é fruto da pesquisa de mestrado do autor e apresenta todo um embasamento da Teoria Gei·al de Administração (TGA), além de experiência profissional de mais de 30 anos, especialmente como gerente de fábricas. Além da metodologia em si, apresenta uma série de critérios e soluções para a redução dos desperdícios em empresas, bem como exemplos de caso de sucesso.
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Resumo e abstract A norma brasileira, ABNT NBR 6028, define resumo como uma seqüência de frases concisas e objetivas, escritas em um único parágrafo e com no máximo 500 palavras, para trabalhos acadêmicos e 250 palavras para artigos e periódicos. Pode-se fazer o resumo de qualquer referência bibliográfica, mas, na prática, o resumo é feito na língua portuguesa, para compor artigos, papers, monografias, dissertações e teses. O resumo de um livro, ou outra fonte qualquer, deve ser feito na forma de fichamento. Em artigos, papers, dissertações e teses brasileiras, além da língua portuguesa, o resumo nonnalmente também aparece na língua inglesa (abstract), podendo-se (a critério da instituição) usar o espanhol, francês ou italiano. O resumo é apresentado em uma única folha, no formato A4 e, ao final, são apresentadas palavras-chave que sintetizam todo o trabalho. Em alguns Congressos científicos, é costume pedir que os pesquisadores apresentem primeiro um resumo do artigo (ou do paper) para análise. Este resumo é analisado por uma comissão e, se aprovado, o pesquisador é comunicado e tem algum tempo para enviar
Fazer Monogra.fía é moleza
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o artigo completo, dentro das nonnas estabelecidas previamente. A seguir, são apresentados dois exemplos: um resumo e um abstract de artigo científico. RESUMO: este artigo faz uma breve análise da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1996, que define que a educação deve ser voltada,. tanto para a formação do cidadão quanto do profissional. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) sugerem a interdisciplinaridade como fonna de melhoria do aprendizado. O trabalho propõe a instalação de uma estufa hidropônica experimental na escola, pois, além de servir de laboratório interdisciplinar, a agricultura hidropônica pode ser praticada em qualquer lugar, pois não utiliza o solo diretamente. São mostrados de forma geral os conceitos da hidroponia e como deve ser praticada. Ao final, o trabalho conclui que a prática interdisciplinar contextualizada pela agricultura hidropônica, além do aluno, também ajudará a formar o cidadão profissional, oferecendo alternativas de trabalho e renda. Palavras-chave: interdisciplinaridade- contextualização- agricultura hidropônica.
AUSTRACT: this paper makes a brief analysis ofthe educational directives and bases act (EDBA) of 1996 which establishes that education must be aimed at making ofthe citizen, as well as o f the professional. The national parameters for syllabus building (NPSB) suggest the interdisciplinary approach as way to improve leaming. The paper proposes the establishrnent o f an experimental hydroponic greenhouse in the school, for, besides serving as an interdisciplinary lab, the hydroponic agriculture may be praticed anywhere, once it does not make direct use ofthe soil. The concepts ofhydroponics and how it has to be praticed are shown in a general way. The paper concludes that the contextualized interdisciplinary pratice by means ofhydroponic agriculture will not only help the making ofthe student but also the professional citizen, by offeringjob and income altematives. Key Words: interdisciplinarity- contextualization - hydroponic agriculture
Resenha A resenha é um resumo da análise crítica de um trabalho científico. Normalmente é executada por professores e pesquisadores experientes ou por alunos de pós-graduação em níveis mais elevados como o doutorado. No que se refere à graduação, costuma-se pedir resenha de capítulos de livros, para os alunos que estão escrevendo o seu projeto de pesquisa. O objetivo é estimular o poder de síntese e análise crítica de documentos científicos. Uma resenha deve conter a referência bibliográfica completa da obra, dados sobre o autor (para se dar maior credibilidade à obra), um resumo das idéias principais e a crítica propriamente dita da obra. (PATACO, 2004, p. 19)
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Ao se trabalhar com resenha, especialmente para alunos da graduação, deve ser esclarecido que "critica" não significa apenas destacar os pontos considerados não agradáveis (ou fracos) da obra, ou seja, criticar não é apenas falar mal.
Artigo científico Os artigos científicos são trabalhos apresentados em periódicos e/ou em anais de reuniões acadêmicas e científicas, como jornadas, encontros, seminários, congressos, semanas, simpósios etc. Normalmente expressam resultados parciais ou partes de pesquisas, já que se limitam a um determinado número de páginas. Em verdade, não existe exigência quanto ao número de páginas, mas até por questões de espaço, os periódicos e os anais os limitam para que possam apresentar um número maior de artigos de diferentes autores. Em geral, os artigos são partes de monografias, dissertações, teses ou relatórios de pesquisas. É uma forma de comunicação oficial de pesquisas e descobertas. É por meio dos artigos que os pesquisadores informam à comunidade científica as suas pesquisas e conclusões. Embora a norma ABNT NBR 6022 estabeleça um sistema para a apresentação dos elementos que constituem o artigo em publicação periódica científica impressa, as instituições e os órgãos acadêmicos e científicos definem os conteúdos e a formatação dos artigos a serem publicados. Independentemente das exigências de cada órgão, em geral nos artigos são exigidos, logo na primeira página: título do artigo, nome do(s) autor(es) com a titulação, endereço eletrônico e instituição onde trabalha, resumo (normalmente com no máximo 200 palavras) em língua portuguesa e, às vezes, em língua estrangeira e de três a cinco palavras- chave. Alguns órgãos e instituições ainda exigem a data, com mês e ano da publicação. O conteúdo do artigo em si desenvolve-se, mostrando inicialmente uma introdução, onde se explica o que é e quais os objetivos, uma descrição em parágrafos com o desenvolvimento da idéia e, ao final, é feita a conclusão ou as considerações finais. Como qualquer documento científico, a paginação de um artigo termina com as referências e os apêndices e/ou anexos, se houver.
Paper É um tipo específico de trabalho científico, muito comum em revistas e periódicos internacionais. É mais sintético (resumido) do que um artigo. Tem como objetivos principais apresentar um resumo e a idéia geral de um projeto de pesquisa. Normalmente um paper não entra em detalhes e não apresenta conclusões. Do ponto de vista prático, muitos artigos podem ser enquadrados como papers e vice-versa.
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Informe científico Como o próprio nome indica, serve para informar à comunidade acadêmico-científica os tipos e as principais características das pesquisas que estão sendo desenvolvidas. Também é comum ser publicado em revistas e periódicos internacionais, especialmente da área biomédica. De forma geral, é resumido, mas apresenta resultados e conclusões.
Ensaio científico Até pelo nome, pode-se dizer que um ensaio científico contém dados e informações preliminares, ainda não conclusivas, pois a pesquisa ainda está no início ou em andamento. Uma das grandes finalidades, deste tipo de trabalho, é despertar a curiosidade e o interesse de outros pesquisadores ligados ao tema. Muitas vezes, é a partir de um ensaio acadêmko-científico, que pesquisadores de instituições diferentes formam uma verdadeira rede acadêmica de cooperação científica, resultando em parcerias e com resultados excelentes para a comunidade como um todo. Na área químico-farmacêutica, isto ocorre com muita freqüência, principalmente na testagem e no desenvolvimento de novas drogas e vacinas.
Projeto de pesquisa O ideal é que, antes de se começar uma pesquisa, seja feito um completo planejamento, com a previsão de todos 9s passos e as etapas que serão necessárias. Embora não exista um modelo específico, algumas etapas devem ser consideradas em um projeto de pesquisa científica. Estes procedimentos se aplicam a qualquer pesquisa, seja em nível de graduação ou pós-graduação lato sensu, onde se executa uma monografia ou ainda em nível de mestrado e doutorado. Os mesmos critérios e procedimentos podem ser utilizados, tanto para uma dissertação de mestrado quanto para uma tese de doutorado. A diferença fundamental, entre estes níveis de pesquisa, está no tempo necessário e na profundidade da pesquisa. As monografias de graduação e pós-graduação se referem a temas mais amplos, simples e superficiais (lato sensu), enquanto as dissertações de mestrado e as teses de doutorado exigem temas mais específicos e pesquisados com mais tempo e profundidade (stricto sensu). A seguir, são apresentadas as principais etapas de um projeto de pesquisa científica. 1 - Escolha do tema (com título da monografia). O que vai ser pesquisado? Não há obrigatoriedade para que o tema seja original ou inédito; mesmo nas pesquisas mais avançadas, como, por exemplo, em nível de doutorado. A escolha do tema pode ser feita por diversos motivos. Um assunto de interesse pessoal do pesquisador, em virtude da sua prática ou necessidade profissional ou em razão de leituras, experiência de vida ou até curiosidade. Também acontece de o tema ser escolhido como sugestão ou
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conclusão de uma outra pesquisa. Nesta etapa, já são definidas as palavras-chave, ou seja, os ''assuntos-chave'' que serão pesquisados.
2- Revisão da literatura (ou referencial teórico ou revisão bibliográfica). Quais pesquisas semelhantes existem? Devem ser procurados trabalhos, pesquisas e publicações (principalmente livros) sobre o tema escolhido ou correlato. Trata-se da pesquisa e da revisão bibliográfica. Esta revisão é feita, principalmente, considerando-se as palavras-chave. 3 -Justificativas. Quais as justificativas para a escolha e a pesquisa do tema? Quais beneficios e vantagens esta pesquisa pode proporcionar à sociedade? Justificativas econômicas, sociais e ambientais são comuns e valorizadas. 4 - Formulação do problema. Dentro do tema, quais respostas ou suposições serão respondidas? O problema tem de ser muito bem definido e delimitado, considerando-se tempo e espaço. Deve-se tomar cuidado para não se "'alargar" demais nas suposições e tentar resolver muitos e diferentes problemas, em uma única pesquisa. Quando nos níveis de mestrado e doutorado, aqui também se enquadram as hipóteses, ou seja, aquilo que irá se confirmar (ou não). Embora muitos professores e pesquisadores não queiram admitir, nem toda pes-. quisa chega a uma conclusão que confinne as hipóteses formuladas. Se assim fosse, por exemplo, já teríamos a cura e a vacina para a AIDS. 5 - Objetivos da pesquisa. Quais são os objetivos gerais e específicos da pesquisa? O que se quer provar ou mostrar?
6- Metodologia da pesctuisa. Quais o caminho e os instrumentos para se concluírem os objetivos? Nesta fase, são definidos: o tipo e as fontes de pesquisa, a coleta e a análise dos dados e a análise dos resultados, ou seja, quais métodos serão empregados. Os instrumentos de pesquisa mais utilizados são a observação direta (no laboratório ou no campo); entrevistas pessoais (muito usadas em pesquisas da área de ciências sociais); questionários e formulários com perguntas abertas, fechadas ou de múltipla escolha. Os questionários devem ser muito bem planejados, devendo ser diretos, simples e objetivos. Para exemplos de questionários, recomenda-se a consulta ao capítulo 4 do livro: LIMA, Manolita Correia. Monografia. A engenharia da produção acadêmica. São Paulo: Saraiva, 2004. 7 - Cronograma. São apresentados as atividades previstas de pesquisa e os tempos estimados para realizá-las. O cronograma atua como uma forma de disciplinar as diversas etapas e atividades de uma pesquisa. Deve ser bem elaborado e seguido à risca. Caso o pesquisador tenha dificuldades para visualizar quais atividades devem ser realizadas e em que época, deve pedir ajuda a quem tenha esta experiência e visão. A organização das atividades e a disciplina nos prazos podem ser cruciais para o resultado de uma pesquisa, principalmente quando a
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pesquisa está sendo financiada por alguma instituição ou órgão público ou privado. Em algumas pesquisas, além do cronograma fisico, também é feito o planejamento financeiro, ou seja, o orçamento da pesquisa. Dependendo do tipo de pesquisa, valores monetários expressivos serão necessários.
8- Referências. São citadas as fontes básicas bibliográficas de consulta. Nesta fase da pesquisa, são citadas poucas referências, que serão complementadas com o desenvolvimento dos trabalhos. A seguir, é mostrada a estrutura mínima (capítulos), que um projeto de pesquisa científica deve conter, ressalvando-se que podem existir pequenas diferenças entre os níveis de graduação, pós-graduação lato sensu, mestrado e doutorado. O apêndice A deste livro apresenta um exemplo de projeto de pesquisa da área de Educação. Normalmente em um projeto de pesquisa, para monografia de graduação, não se faz o resumo. Este só é feito em alguns projetos de pesquisa de mestrado e doutorado.
I INTRODUÇÃO 1.1 Considerações iniciais 1.2 Objetivos 1.3 Justificativas
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E REVISÃO DA LITERATURA 3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA 3.1 Hipóteses (obrigatórias no mestrado e doutorado)
4 METODOLOGIA DA PESQUISA 4.1 Tipo de pesquisa 4.2 Fontes de pesquisa 4.3 Coleta de dados 4.4 Análise de dados
5CRONOGRAMA REFERÊNCIAS
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Monografia de graduação e pós-graduação lato sensu É o relatório final de pesquisa exigido para a conclusão de cursos de bacharelado, licenciatura e pós-graduação no sentido amplo (lato sensu) e obtenção dos respectivos títulos de Bacharel, Licenciado (professor) e Especialista. Os cursos de bacharelado e licenciatura, em geral, têm duração entre três anos (por exemplo, Pedagogia) e seis anos (por exemplo, Medicina). Cursos de especialização lato sensu (por exemplo, MBA) duram entre sçis meses e um ano, sendo que, em alguns casos, chegam a um ano e meio.
Normalmente, antes de escrever a monografia ou o trabalho de conclusão de curso (TCC), os alunos cursam uma disciplina de metodologia da pesquisa científica, onde aprendem os passos e os procedimentos para a execução de uma pesquisa. Também é normal, ao cursar a metodologia científica, que os alunos desenvolvam o projeto de sua futura pesquisa. Durante esta fase, é fundamental o apoio de um professor orientador, pois em geral os alunos de graduação e também de especialização não estão acostumados a pesquisar. Também, em virtude do terror que é feito por muitos professores, os alunos acabam criando barreiras e sofrem muito para desenvolver a monografia. É durante a elaboração do projeto de pesquisa que os alunos devem alargar bastante a revisão da literatura, principalmente em relação às palavras-chave. Esta revisão ou referencial teórico é a base da futura monografia. Recomenda-se que a disciplina de metodologia da pesquisa científica seja oferecida no penúltimo semestre do curso, para que a monografia seja desenvolvida durante ~ último semestre e realmente configure um trabalho de conclusão de curso (TCC). No anexo A deste livro, é mostrado um exemplo de monografia de graduação da área de Administração. Uma dúvida freqüente, especialmente entre alunos da graduação; é quanto ao número de páginas de uma monografia. Não existe nenhuma norma, regra ou lei quanto ao número mínimo ou máximo de páginas de uma monografia. Pode-se ter uma excelente monografia com 15 a 20 páginas textuais (cerca de 30 páginas ao todo), como se pode ter uma monografia fraca com dezenas e dezenas de páginas. Cabe ao orientador acompanhar o aluno, para que faça uma monografia útil, independentemente do número de páginas. Outra dúvida, que também motiva muitas perguntas, é quanto ao tempo necessário para a elaboração de uma pesquisa e a redação da monografia. Não existe uma regra para este tempo, mas pode-se falar um pouco mais. Em uma monografia de conclusão de curso de graduação, inicialmente o aluno prepara o projeto de pesquisa, para depois começar a escrever o trabalho. Como neste nível de ensino o aluno ainda não tem maturidade de pesquisa e concentração, o sofrimento é grande, especialmente para aqueles sem motivação e com a criatividade "escondida". Normalmente a disciplina de Metodologia da Pesquisa equivale a 40 horas de aula, com 2 horas de aula por semana. Durante esta fase, o aluno pesquisa, pelo menos, outras-40 horas, ou seja, despende de no míni-
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mo cerca de 80 horas, até ter o projeto de pesquisa. Na fase seguinte, a disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) também equivale a 40 horas de aula, e é quando o aluno desenvolve a pesquisa e escreve a monografia. Baseando-se na experiência do autor e no relato de outros professores e alunos, pode-se dizer que são necessárias, pelo menos, outras 80 horas para pesquisa e formatação do trabalho. Em resumo, uma monografia de fim de curso necessita de pelo menos 200 horas, de estudo e dedicação, desde a hora em que o aluno começa a ter contato com as bases da pesquisa científica até ter a monografia pronta. Monografias de graduação possuem, ao todo, entre 25 e 50 páginas, e as de pós-graduação lato sensu costumam ter até cerca de 80 páginas.
Monografia de mestrado (dissertação) É o relatório fmal de pesquisa exigido para a conclusão de curso de mestrado acadêmico e obtenção do título de mestre. No mestrado profissional, normalmente, não se exige urria dissertação no seu sentido amplo, mas sim um "relatório ou projeto fmal", mais simples (algumas instituições exigem dissertação, mesmo no mestrado profissional). Um curso de mestrado, em média, tem a duração entre tnn ano e meio e dois anos, embora existam casos em que são gastos até três anos. A dissertação é uma monografia, porém desenvolvida com mais tempo e profundidade, quando comparada à da graduação. O tema da pesquisa deve ser escolhido de comum acordo entre o aluno e o orientador e, obviamente, estar dentro das linhas de pesquisa da instituição e da área de conhecimento do orientador. Em um mestrado acadêmico, é exigido um mínimo de 24 créditos, o que significa cursar em cerca de um ano (ou um ano e meio) entre 12 e 15 disciplinas, em nível de mestrado, para depois então desenvolver a pesquisa, apresentar e defender a dissertação. Mesmo antes de concluir os 24 créditos, o aluno já deve ser orientado por um professor, para que desenvolva sua dissertação dentro da idéia e do planejamento da pesquisa. Por isso é que um projeto de pesquisa é importante, antes de se partir para pesquisa e redação da dissertação. Além dos créditos, o candidato a mestre deve comprovar a proficiência em uma língua estrangeira, que pode ser inglês, francês, espanhol ou italiano. Algumas instituições aceitam o alemão. Proficiência não significa fluência, portanto não é exigido (normalmente) que se fale e/ou escreva fluentemente o idioma escolhido. Uma vez a dissertação pronta, e com o aval do orientador, é constituída uma banca com no mínimo três componentes, que irá avaliar a pesquisa desenvolvida. Recomenda-se que a dissertação seja entregue com pelo menos um mês de antecedência aos membros da banca, para que tenham tempo de analisar e fazer os questionamentos necessáriós, durante a defesa. Normalmente a banca de defesa de dissertação é composta por três doutores (pode ser mais), sendo obrigatória a presença de um membro externo à ins-
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tituição onde o candidato está fazendo o curso. Nada impede que, na banca, também existam mestres, pois mestres também podem avaliar os futuros mestres. A defesa de dissertação de mestrado é um momento público e solene, e assim deve ser considerado. Sendo público, significa que qualquer pessoa tem o direito de a ela assistir. Em algumas defesas, após a apresentação do candidato e o questionamento da banca, permite-se que pessoas da platéia façam perguntas ao candidato. A banca se reúne em local e horário predeterminado e o candidato apresenta a sua pesquisa. Normalmente esta apresentação é de 20 a 40 minutos (depende da instituição) e, logo após, a banca questiona o candidato, podendo "a defesa" se estender por até mais de 2 horas. Deve ser dito que não é incomum o candidato a mestre ser aprovado com ressalvas, onde membros da banca exigem a mudança de partes ou até acréscimos. Neste caso, o candidato tem entre 30 e 90 dias para apresentar as modificações exigidas. Normalmente o orientador confere e aprova as mudanças, e, após comunicar aos demais membros da banca, o candidato tem a dissertação aprovada e pode solicitar o diploma de mestre. Se, para uma monografia de conclusão de curso, são necessárias pelo menos 200 horas de pesquisa e redação; para uma dissertação de mestrado, pode-se prever no mínimo 800 horas, dependendo obviamente da área e do tipo de pesquisa. Existem pesquisas de mestrado, especialmente as que dependem de observações em laboratórios, que podem necessitar de até cerca de 2.000 horas. No que se refere às áreas de EducáÇão, Engenharia de Produção e das Ciências Sociais Aplicadas (por exemplo, Administração e Marketing), pode-se prever uma média de 1.000 horas entre pesquisa e redação. Deve ser esclarecido que é comum, durante a .fase de obtenção de créditos no mestrado, algumas disciplinas exigirem uma monografia como forma de avaliação. Isto significa que é comum durante o mestrado o aluno desenvolver algumas monografias. O ideal é que estas monografias estejam relacionadas ao tema da dissertação, pois assim o aluno vai "acumulando" informações e materiais, para a redação da dissertação. Deve ser ressaltado que uma dissertação é uma monografia com uma profundidade maior de pesquisa. Esta profundidade refere-se ao tempo e ao tipo de abordagem. Dissertações de mestrado costumam ter entre 100 e 200 páginas.
Monografia de doutorado (tese) É o relatório final de pesquisa exigido para a conclusão de curso de doutorado e obtenção do título de doutor. Um curso de doutorado tem a duração entre três e quatro anos, sendo que, em alguns casos, chega-se a seis anos. Deve ser esclarecido que, no Brasil, existe um costume antigo (que se mantém) de chamar médicos, advogados ou engenheiros de doutores, mesmo que não tenham o doutorado. Este costume advém do fato de que, no passado, estes profissionais, para obter o título de Bacharel em Medicina, Advocacia ou Engenharia, tinham de defender "tim trabalho" ou "tese" porque questionavam
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com rigor os trabalhos apresentados. Estas defesas eram momentos solenes e, após a aprovação, todos comemoravam com muita alegria. O tema da pesquisa deve ser escolhido de comum acordo entre o aluno e o orientador, estar dentro das linhas de pesquisa da instituição e ser de conhecimento do orientador. Deve ser esclarecido que, a priori, não existe a necessidade de que se desenvolva uma pesquisa de doutorado de forma que se. tenha um tema inédito com uma conclusão também inédita. Pode-se desenvolver uma bela e profunda pesquisa de doutorado, por exemplo, fazendo-se uma análise de uma teoria existente, porém com outro enfoque e até com acréscimos. A tese também é uma monografia, porém desenvolvida com mais tempo e profundidade do que a dissertação de mestrado. Além dos 24 créditos já cursados no mestrado, em geral o candidato a doutor é obrigado a cursar mais 18, perfazendo um total de 42 créditos. Normalmente estes 18 créditos são conseguidos cursando-se de seis a oito disciplinas, sendo aceitas algumas disciplinas em nível de mestrado (no máximo duas). Além destes créditos, o candidato a doutor deve comprovar a proficiência em uma segunda língua estrangeira, diferente daquela do mestrado, podendo ser inglês, francês, espanhol ou italiano. Algumas instituições aceitam o alemão. Proficiência não significa fluência, portanto não é exigido (normalmente) que se fale e/ou escreva fluentemente os idiomas escolhidos. O curso de doutorado tem uma particularidade que é o exame de qualificação ou qualifYing, como é conhecido. Após o candidato cursar os créditos, que em geral demanda de um a dois anos, ele apresenta quase que um "projeto" de pesquisa, em que mostra todos os procedimentos e os métodos que usará para desenvolver a pesquisa proposta. Uma banca composta, por no mínimo três doutores, analisa e questiona esta qualificação e, se aprovado, o candidato dá continuidade à pesquisa. É comum surgirem comentários e recomendações da banca, aliás é para isso que existe o exame de qualificação, ou seja, para a orientação final do candidato. Normalmente, um ano após o exame de qualificação, o candidato defende a sua tese de doutorado. Uma vez a tese pronta, e com o_ aval do orientador, é constituída uma banca com no mínimo cinco doutores, que irá avaliar a pesquisa desenvolvida. A banca de doutorado tem de ser constituída apenas por·doutores, sendo admitida a presença de livre docente (embora não seja comum). Recomenda-se que a tese seja entregue com pelo menos um mês de antecedência aos membros da banca, para que tenham tempo de analisar e fazer os questionamentos necessários, durante a defesa. Normalmente a banca de defesa de tese de doutorado é composta por cinco doutores (pode ser mais), sendo obrigatória a presença de um membro externo à instituição onde o candidato está fazendo o curso. A defesa de tese de doutorado é um momento público e solene, e assim deve ser considerado. Sendo público, significa que qualquer pessoa tem o direito de a ela assistir.
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Em algumas defesas, após a apresentação do candidato e o questionamento da banca, pennite-se que pessoas da platéia façam perguntas ao candidato. A banca se reúne em local e horário predeterminado e o candidato apresenta a sua pesquisa. Normalmente esta apresentação é de 40 minutos a uma hora (depende da instituição) e, logo após, a banca questiona o candidato, podendo "'a defesa" se estender por até mais de 3 horas. Deve ser dito que não é incomum o candidato a doutor ser aprovado com ressalvas, onde membros da banca exigem a mudança de partes ou até acréscimos. Neste caso, o candidato tem entre 30 e 90 dias para apresentar as modificações exigidas. Nonnalmente o orientador confere e aprova as mudanças, e, após comunicar aos demais membros da banca, o candidato tem a tese aprovada e pode solicitar o diploma de doutor. Uma tese também é exigida, quando um docente presta concurso para professor Titular ou ainda para Livre Docente. Nestes casos, normalmente existe o espaço de um ano entre a data do início da inscrição no concurso e a entrega da tese. Aqui o tema é pré-selecionado, em função ~ área à qual o candidato irá concorrer. Em instituições de ensino, o Livre Docente tem o mesmo status de um doutor. Também deve ser dito que, legalmente, não existe exigência para que só se faça o doutorado, após o mestrado. É perfeitamente possível e factível que uma pessoa graduada faça os 42 créditos em dois anos ou até dois anos e meio e depois se submeta à qualificação e posteriormente à defesa final de tese. No Brasil, isto só ocorre em condições especiai~. Se, para uma dissertação de mestrado, são necessárias pelo menos 1.000 horas de pesquisa e redação; para uma tese de doutorado, pode-se prever no mínimo 2.000 horas, dependendo obviamente da área e do tipo de pesquisa. Existem pesquisas de doutorado, especialmente as que dependem de observações em laboratórios, que podem necessitar de milhares de horas e de equipes de auxiliares, com vários componentes. No que se refere às áreas de Educação, Engenharia de Produção e das Ciências Sociais Aplicadas (por exemplo, Administração e Marketing), onde a maioria dos trabalhos é bibliográfica, pode-se prever uma média de 2.000 horas entre pesquisa e redação. É nonnal, durante a fase de obtenção de créditos no doutorado, serem exigidas monografias como fonna de avaliação das disciplinas. O ideal é que estas monografias estejam relacionadas ao tema da tese, pois assim o aluno vai "acumulando" infonnações e materiais, para a redação da tese. Também deve ser ressaltado que uma tese é uma monografia com uma profundidade maior de pesquisa. Esta profundidade refere-se ao tempo e ao tipo de abordagem. Nonnalmente uma tese de doutorado tem entre 150 e 300 páginas, podendo em alguns casos passar de 400 páginas.
Periódicos científicos (revistas, boletins etc.) São importantes veículos para divulgação de pesquisas e trabalhos científicos, na forma de artigos e papers. A maioria tem o formato de revista, mas alguns têm o formato de pequenos jornais e boletins. Em geral, possuem duas edições semestrais, por ano. Na fonna
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de revistas, normalmente, têm as seguintes dimensões: 21cm x 28cm. Estes periódicos, normalmente são publicados por universidades, centros e órgãos de pesquisas e, a princípio, aceitam artigos de pesquisadores das mais variadas instituições, após apreciação da qualidade e pertinência do artigo. No Brasil, os periódicos são classificados pelo Sistema de classificação de periódicos, anais e revistas- Qualis (www.qualis.capes.gov.br) e o termo CAPES significa Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de. Nível Superior. Estes periódicos são utilizados pelos programas de pós-graduação para a divulgação da produção intelectual de seus docentes e alunos. Os periódicos são enquadrados em categorias indicativas da qualidade -A, B ou C e do âmbito de circulação dos mesmos, ou seja, local, nacional ou internacional. Assim com as combinações de três categorias e três âmbitos, têm-se nove alternativas de importância de um periódico. Isto significa, por exemplo, que uma revista pode ser A local, B internacional ou C nacional. Deve ser citado que os pesquisadores, quando publicam artigos, recebem pontuações diferentes, confonne a importância do periódico. Assim sendo, uma publicação em um periódico A internacional é mais "valorizada" ou pontuada pelo CNPq do que uma A nacional. Esta pontuação também classifica os pesquisadores, segundo o CNPq, o que facilita a obtenção de financiamentos para pesquisas, viagens e publicações . . Os periódicos possuem corpo editorial e conselho científico, que avaliam os artigos e dão credibilidade aos mesmos, ou seja, por exemplo, um periódico A internacional, não publica qualquer artigo. Os periódicos possuem o ISSN, que é um número internacional normatizado para publicações seriadas. Este número é obtido no Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia- IBICT. A CAPES possui um portal de periódicos, com a produção científica mundial. Para acessar o portal, a instituição de ensino tem de estar cadastrada e o usuário só o acessa por meio de um código ou senha. Segundo informações de abril de 2005, o portal oferecia acesso aos textos completos de artigos de mais de 8.540 revistas internacionais, nacionais e há mais de 90 bases de dados com resumos de documentos em todas as áreas do conhecimento. Inclui também uma seleção de importantes fontes de informação acadêmica com acesso gratuito na Internet. O acesso é realizado a partir de qualquer terminal ligado à Internet localizado na instituição, cadastrada na CAPES. Os critérios da CAPES, para classificação de periódicos científicos, constituem-se em verdadeira dor de cabeça e frustração para muitos pesquisadores no Brasil. A CAPES supervaloriza alguns poucos periódicos internacionais, considerados de "alto nível'' acadêmico e subvaloriza ou não valoriza muitos periódicos nacionais (diga-se de passagem de ótimo nível) que são voltados para os nossos problemas, principalmente nossas questões sociais. Agora vamos analisar um pouco mais. Existem poucos periódicos internacionais e nacionais de
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classe ..A''. Como existem milhões de pesquisadores em todo o mundo, e todos querem e precisam publicar, fica muito dificil (ou até impossível) um pesquisador brasileiro conseguir uma aprovação para publicar o se\.1 trabalho em wn periódico "A" internacional. Apenas poucos ··ungidos pelos deuses'' o conseguem. O mesmo acontece em periódicos "A" nacional, sendo que, neste caso, também se '"desconfia'' de algum •'favorecimento", já que algumas '"figurinhas carimbadas'' sempre conseguem publicações, sem dificuldades.
Reuniões acadêmicas e científicas (congressos, simpósios etc.) Jornadas, encontros, seminários, congressos, semanas, simpósios etc. são exemplos de reuniões acadêmicas e científicas onde alunos, professores e pesquisadores apresentam seus trabalhos, oriundos de pesquisas científicas. Estas reuniões podem ser restritas apenas à instituição de ensino, onde professores e alunos apresentam seus trabalhos, como, por exemplo, em semanas ou jornadas de iniciação científica. Também podem ter um caráter local com a presença de professores e alunos de algumas instituições. Algumas são regionais, abrangendo toda uma região geográfica, por exemplo, como o 11 Simpósio de Engenharia de Produção do Sul-Fluminense. Outras são nacionais, abrangendo trabalhos, alunos, professores e pesquisadores de todo o Brasil. Finalmente existem os congressos internacionais, que aceitam trabalhos dos mais variados países. Também existem concursos e prêmios, promovidos por governos, fundações e instituições científicas, que oferecem uma certa quantia em dinheiro e/ou viagens para os melhores trabalhos científicos apresentados. De forma geral, todas estas reuniões acadêmicas e científicas têm um edital divulgado com alguns meses de antecedência, em que são estabelecidas todas as regras para a participação e apresentação de trabalhos. Normalmente os interessados enviam seus trabalhos, conforme as normas do edital, e os mesmos são analisados por uma comissão específica que avalia o conteúdo ~ a importância do trabalho. Normalmente quando se envia um trabalho, nestas condições, não se coloca o nome do autor, mas sim um código; isto para evitar qualquer favorecimento (ou ação negativa). Aos trabalhos aprovados, alguns têm apresentação oral e escrita, enquanto outros somente a escrita. É normal que trabalhos não sejam aceitos, especialmente quando se trata de congressos de alta importância nacional ou internacional, para onde são enviados centenas de trabalhos. Também é comum que, após a reunião, sejam apresentados e publicados os anais, com os principais trabalhos apresentados. Estes anais são excelentes fontes de dados, para o desenvolvimento de novas pesquisas. As reuniões acadêmicas e científicas, a exemplo de periódicos, também são enquadradas em categorias pela CAPES, podendo ser A, B ou C, e local, nacional ou internacional.
Fa=er Monografia é mole=a
c~pítulo
I
3
Ar esentação gráfica das monografias (detalhes das folhas) Índice (opcional) •
Apêndices (se houver)
Folhas
Glossário (opcional) • Rethências Folhas
Conclusão da monografia (pode ter algumas páginas) Desenvolvimento da monografia (composta de várias páginas) • Introdução da monografia (normalmente composta de algumas páginas)
13
+--i--+--F='------Inicio da numeração da monografia, que vai até a última folha do índice
Sumário Lista de abreviaturas, ----siglas c símbolos Lista de tabelas Lista de ilustrações Resumo em língua Estrangeira Resumo em língua portuguesa Epígrafe (opcional) Agradecimentos
pré-textuais. Folhas contadas e não numeradas
Dedicatória Folha de aprovação Errata (Quando houver) Folha de rosto ---------,-(f"'re':'"n...,..te- e verso) Capa (não contada)
"'-.._ Início da contagem das folhas
Figura 3.1: Apresentação gráfica de monografias (Fonte: ABNTNBR 14724, agosto 2002)
33
J4
I
.José .·1 hrames
As monografias, inclusive as dissertações de mestrado e as teses de doutorado, são apresentadas graficamente divididas em quatro partes ou tipos de tolhas: capa, pré-textuais, textuais e pós-textuais. Segundo a nonna ABNT NBR 14 724, de agosto de 2002, as monografias são compostas da seguinte fonna: Capa: obrigatória (não é contada nem numerada). Lombada: opcional. Infonnações impressas confonne ABNT NBR 12225, contendo nome do autor, título do trabalho e elementos alfanuméricos de identificação, como, por exemplo, o volume (caso tenha mais de um). Na prática, só se escreve a lombada nas cópias de capa dura. após a aprovação da monografia. Pré-textuais: páginas que antecedem o texto da monografia em si (são contadas e não numeradas).
Folha de rosto - frente e verso obrigatórias, embora na prática só se apresente a da frente. Errata- opcional, pois só é feitaquando ocorrem erros (veja observações). Folha de aprovação- obrigatória. Dedicatória - opcional, embora seja normal. Agradecimentos- opcional, embora seja nonnal. Epígrafe- opcional. Resumo em língua portuguesa - obrigatório. Resumo em língua estrangeira- obrigatória, porém não é comum em monografia de graduação. Lista de ilustrações- opcional, caso existam mais de dez ilustrações em toda a monografia. Lista de tabelas - opcional, caso existam mais de dez tabelas em toda a monografia. Listas de abreviaturas, siglas, símbolos e traduções - embora opcional, é comum na prática. Sumário- obrigatório, podendo ter diversas páginas. Textuais: páginas que compõem o texto, em si, da monografia (aqui começa a numeração da monografia).
Introdução - normalmente composta de algumas páginas. Desenvolvimento - composta de várias páginas. Conclusão {ou considerações finais)- pode ter algumas páginas. Pós-textuais: páginas que encerram a monografia.
Referências - obrigatória, podendo conter algumas páginas. Glossário- opcional, podendo conter algumas páginas.
Fa:er .\ lonogra(iu é mole:u
I
35
Apêndice- opcional (caso haja). podendo conter diversas páginas. Anexo -opcional (caso haja). podendo conter diversas páginas. Índice- í~dice remissivo, é opcional (não é comum em monografias, é mais usado em livros). Deve ser esclarecido que as monografias devem ser entregues. para análise preliminar da banca examinadora (uma cópia para cada membro da banca). com pelo menos 30 dias de antecedência, em relação ao dia da defesa oral. Os examinadores precisam de tempo para ler, entender e refletir sobre o que pode ser questionado. Esta cópia deve ser encadernada em espiral de cor preta. usando-se, na frente, acetato transparente e, atrás, acetato de cor preta. Algumas instituições têm exigências um pouco diferente. O texto é digitado em papel de cor branca, no tonnato A4 (21 Omm x 297mm). em Word, na fonte Times New Roman e no tamanho 12. O espaço entre as linhas. segundo a norma ABNT NBR 14 724, parágrafo 5.3, é duplo, porém recomenda-se espaço de I,5. Usando espaço duplo, a apresentação gráfica fica não agradáveL As margens, segundo a norma ABNT NBR 14 724, revisão de agosto de 2002, são: esquerda 3cm, direita 2cm, superior 3cm e inferior 2cm. A impressão é na cor preta, evitando-se ao máximo o uso de cores, mesmo em gráficos, figuras e fotos (se houver). Em gráficos e figuras, a diferenciação de traços pode ser feita pelos tipos e pelas espessuras das linhas utilizadas. A impressão é feita apenas na página da frente, não se utilizando o verso da folha. Deve ser ressaltado que apenas a capa é digitada com letras no tamanho 14; todas as demais folhas são digitadas com letras no tamanho 12. Embora o texto em si s~ja digitado com espaço entre as linhas de I ,5, existem as seguintes exceções que devem ser em espaço simples: citações de mais de três linhas, notas, referências (bibliográficas), legendas de ilustrações e tabelas, ficha catalográfica (no verso da folha de rosto), natureza do trabalho (no anverso da folha de rosto). A numeração das páginas é colocada no canto superior direito da folha. As páginas pré-textuais não são numeradas. As textuais são numeradas com algarismos arábicos. A numeração única começa na folha de rosto e tennina na última página da monografia (última página do índice remissivo), entretanto só se coloca o número da página a partir da primeira folha das textuais, que é a introdução da monografia. Os títulos, como errata, agradecimentos, listas de tabelas e ilustrações, resumo, abstract, capítulos, referências, glossário, apêndices, anexos e índice remissivo, são centralizados, em letra maiúscula e em negrito. Especialmente em dissertações de mestrado e teses de doutorado, após a aprovação, correções e/ou modificações exigidas pela banca (inclusive a folha de aprovação com as assinaturas dos membros da banca), normalmente são exigidas duas cópias em capa dura de cor preta, onde uma ficará na biblioteca central da instituição e outra no arquivo da coordenação do programa, onde o candidato fez o curso. Recomenda-se que as monografias de conclusão de curso também tenham uma cópia final aprovada, arquivada na biblioteca central da instituição. Estas cópias servem como bons materiais de consulta e pesquisa. O ideal é que estas cópias em capa dura de cor preta tenham marcadas em letras douradas, colocadas
L
36
I
José Ahra111es
na lombada, algumas infonnações para uma rápida e fácil identificação. Nome do autor, título da monografia, tipo (monografia, dissertação ou tese), sigla da instituição e ano da aprovação são estas infonnações. A nonna ABNT NBR 12225 especifica que, na lombada, a impressão deve ser no sentido longitudinal, sendo lida do alto para baixo. Cabe observar a diferença entre ·•conclusão" e ·'Considerações Finais". Só se deve usar o tenno ·•conclusão'' quando, em pesquisas de mestrado e doutorado, esta for de tal magnitude que qualquer pesquisador, em qualquer lugar, usando os mesmos critérios, procedimentos e experimentos, chegue à mesma resposta, ou seja, à mesma "Conclusão". O termo "Considerações Finais'' deve ser utilizado apenas em pesquisas bibliográficas, em que outro pesquisador, ainda que consultando as mesmas fontes, possa chegar a outras respostas, ou seja, a outras "Considerações Finais". Um exemplo prático desta diferenciação é quando duas ou mais pessoas assistem a um mesmo filme. Após o ténnino, se perguntada, cada pessoa poderá ter a sua compreensão, ou seja, suas "Considerações".
Fa:er Monografia é mo/e:a
I
37
3.1 Detalhes das folhas pré-textuais (exemplos) Capa: é a parte externa e proteção da monografia. Não é numerada e apresenta, de forma centralizada, nome da instituição (em negrito e em letra maiúscula), nome do curso ou programa (em negrito e em letra maiúscula), título e subtítulo (se houver), nome completo do autor (em letra maiúscula), local (cidade) e mês e ano da entrega. O tamanho da fonte é 14. Estas informações devem ser escritas, na folha A4, de forma equilibrada, conforme mostrado. 3cm --~,--------------------------------------1
I
3cm
I I I
I I I
Cli:NTRO UNIVF:RSIT ÁRIO AUGUSTO MOTTA UNISUAM OIRF:TORIA
o•: PESQUISA F: PÓS-GRAI>UAÇÃO
I I I I I I I I I I I I
A prática da interdisdplinaridude no ensino médio:
I I I I I I
A contcxtuali7.ação utra'llés da agricultura hidropônica I I I I I
" " ' Espaço duplo entre linhas
I I I I I I I I I
JOSE ABRANTES
I I I I
i/
NOTA: ESTAS LINHAS APENAS MOSTRAM O LIMITE DAS MARGENS, OU SEJA, NÃO EXISTEM NA REALIDADE
I
I I I I I I I I I
~':--I
12cm
Rio dt: Jan.:iro F.:vert:iro de 2007
I I I I
---------------------------------1----2cm
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I
José :lhraJ11e.1·
Folha de rosto: é composta de frente (anverso) e verso. O anverso (frente) apresenta, de forma centralizada, os seguintes dados: nome completo do autor (em letra maiúscula), título e subtítulo (se houver). Logo abaixo, alinhados à margem direita e iniciando no centro da folha (10,5cm), aparecem os dados: natureza do trabalho (monografia, dissertação ou tese), nome da instituição, objetivo do trabalho (requisito parcial para aprovação ou obtenção do grau de especialista, mestre ou doutor), nome da área de concentração e nome do professor orientador. Em seguida, de forma centralizada, local (cidade) e mês e ano da entrega. O tamanho da fonte é 12.
JOSÉ ABRANTES
A prátira da interdisclplinaridade no
en~ino
médio:
A confextuall:~.ação atravl-s da agrkullura hidropônica
" " Espaço duplo entre linhas
Centro da Folha ~ : I Monograha • apresentada ao C entro lJniv~rsilário Augusto Mo11a como requisito parcial para a obtenção do grau de Especialidade em ducência do ensino fundamental e médio. Orientador Prof. Emílio Marzullo (Ph.D .).
/ Espaço simples entre linhas
Rio de Jam:iro Fcwn:iro·do.: 2007
- - - - - - - - - ·-
·- - -
-
---- -
..
Fa:er Monografia é nwle:a
I
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Verso da folha de rosto: contém a ficha catalográfica da monografia, conforme o código de catalogação Anglo-Americano. Esta ficha deve ser elaborada por profissional de Biblioteconomia. Contém informações para a identificação internacional do trabalho. Os dados são escritos, dentro de um retângulo de 12,5cm por 7,5cm, com espaço simples, centralizado na folha e com um alinhamento específico. Normalmente as instituições não exigem a ficha catalográfica de monografias de graduação, exceto se for publicada (quando têm também o ISBN). O tamanho da fonte é 12.
,--------------------------------------1 I
I
Oados Internacionais de Catalogação na publicação (CIP)
12,5 em
r-----------------------------------------, A I li I Abrantt:s. Jose! A prática da interdisciplinarid;~de no ensino mí:dio: a contextualizaçào atravês da agricultura hidropünica./ Jose Abrantcs,- Rio de Janeiro, 2007. 59 p. Monografia (pós-graduação t:m educação)Centro Universitario Augusto Motta- UNISUAM. Rio de Janeiro, 2007. Bibliografia: f. 58-59 I. Ensino médio- Brasil. 2. Aprendizagem. 3. Inteligência. 4. Educação- Filosolia. I. Titulo
-r-
I
7,5 em:
j
CDD: 370.1523 L----------'II _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ }
4O
I
Jose A lwames
Errata: é uma lista de erros, encontrados na monografia, mesmo após todas as revisões. Não se deve publicar um trabalho ou arquivá-lo em biblioteca, sem que haja certeza de sua exatidão. Por mais que se verifique, mesmo outras pessoas que não o autor, freqüentemente surgem pequenos erros. A errata pode ser encadernada ou ser apresentada em folha solta. Em geral, as instituições não exigem a apresentação da errata. É muito desgastante, às vezes anos após a defesa, um outro pesquisador encontrar um erro em uma monografia e desqualificar todo o trabalho científico, que pode ter levado anos para ser elaborado. O tamanho da fonte é 12.
• --------------------------------------1 ERRATA I
I
Folha
Linha
Onde se lê
Leia-se
13
6
mastro
macro
25
2
produtividade
lucratividade
47
5
78
18
A moderna
A moderna
administra~iio
administra~ào
prega o uso de EDI
sugere o uso de EDI
CPRM
CRM
---------------------------------------
I
Fazer Monogra.fia é moleza
I
4I
Folha de aprovação: folha obrigatória onde aparecem centralizados: nome completo do autor (em letra maiúscula), título e subtítulo (se houver) da monografia. Logo abaixo, alinhados à margem direita e iniciando no centro da folha (10,5cm), aparecem os dados: natureza do trabalho (monografia, dissertação ou tese), nome da instituição, objetivo do trabalho (requisito parcial para aprovação ou obtenção do grau de especialista, mestre ou doutor), nome da área de concentração. Logo abaixo, a data da aprovação. Na seqüência, o termo BANCA EXAMINADORA (em letras maiúsculas), com o nome dos componentes da banca, suas titulações e instituições de origem. O tamanho da fonte é 12.
---------------------------------------
1
JOSÉ ABRANTES
A prática dll interdisciplinaridade no ensino médio: A contextualização através da agricultura hidropônicll
M<•nografia apresentada ao Centro Universitário Augusto Motta como requisito parcial para a obtenção do grau de Especialidade em docência do ensino fundamental c m~dio . Orientador Prof. Emílio Marzullu (Ph.D.).
Aprovada em
BANCA EXAMINADORA
'·
Prof. Emílio Marzullo (Ph.D.) Centro Universitário Augusto Motta- UNJSUAM
Prof. abilio Abrantes (D.Sc.) Instituto Tecnológico de Viseu- ITV
Prof. José Firmino Barbosa (D.Sc.) Universidade Federal de Pernambuco- UFP
---------------------------------------
I
4 2 . , José Ahran/es
Dedicatória: é uma folha opcional, mas muito comum e de grande valor sentimental. Toda pesquisa, seja em nível de graduação, especialização, mestrado ou doutorado, exige muita dedicação do candidato e compreensão e apoio das pessoas mais íntimas e próximas. Este é um espaço próprio e ideal para se manifestarem o carinho e o reconhecimento. Normalmente dedica-se o trabalho à família e/ou a pessoas queridas. Nâo há maiores exigências de formatação, sendo normal escrever o texto alinhado à direita e no canto inferior. O tamanho da fonte é 12.
---------------------------------------
1
Aos meus filhos Leandro e Leonardo, e para minha esposa. Lena Abrantes, que com seu amor me fortalece
I
I
~---------------------------------------
Fazer Monografia é moleza
I
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Agradecimentos: também é uma folha opcional, mas muito comum e de grande valor sentimental. A palavra Agradecimentos é colocada no alto da folha, centralizada e em letra maiúscula. Os agradecimentos têm formatação livre, normalmente centralizados. Em geral, são citadas as pessoas e as instituições que tiveram participação especial no desenvolvimento da pesquisa. O tamanho da fonte é 12.
--- - -----------------------------------1 AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, Pro[ Emílio Marzullo, pela paci6ncia c compreensão. Ao Prof. Abílio Abranles pelas grandes conlribuiçôes. Ao Pro f. José Firmino Barbosa, pela amizade e ensinamentos. Aos funcionários do Centro Unwcrsitário Augusto MottaUNISUAM, que muito ajudaram, em especial os da área administrativa.
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I
José Ahrantes
Epígrafe: é uma folha opcional e de formatação livre. O significado da palavra epígrafe refere-se a uma frase, que expressa um pensamento com conotação filosófica. Em livros e algumas monografias, especialmente da área de ciências humanas, também pode aparecer no início de cada capítulo. O tamanho da fonte é 12.
"A educação e uma resposta da finitude da infinitude. A educação é possivel para o homem. porque este é inacabado e sabe-se inacabado. Isto leva-o à sua perfeiç
---------------------------------------
Fazer Monografia
(!
moleza
I
45
Resumo em língua portuguesa: folha obrigatória e com características específicas. Apre-
senta de forma concisa a essência do trabalho, citando o tema, os objetivos, as justificativas, a metodologia utilizada, os resultados e as conclusões ou as considerações finais. É redigido em um único parágrafo, com verbos no infinitivo e na voz ativa, ocupa apenas uma folha e deve conter no máximo 500 palavras, segundo a normaABNT NBR 14724, revisão de 2002. Ao final, são descritas as palavras-chave (entre três e cinco), que representam o conteúdo da pesquisa. O tamanho da fonte é 12.
--------------------------------------1 RESUMO
o.;,.,..,,,,~ 1.5 em
' Esta pesquisa tem como objetivt> principal provar com dados, infonnações e conceitos, ser viável organizar em forma de associação on cooperativa, produtores c.üstentes no estado do Rio de Janeiro, 4ue produzem hortaliças folhosas hidropõnicas pelo método do !luxo laminar ou "Nutrient Film Terh11ique" (NFT). Como objetivos senmdários tem-se a 1 1 prática de uma agricultura com menor consumo de ág11a e qne utiliza menor espaço 4ue a 1 tradicional. pudendo assim ser praticada inclusive no perímetro urbano. Como não utiliza o 1 solo diretamente e é praticada em estufas fechadas. não o contamina com os sais minerais e 1 reduz em muito a incidência de pragas e doenças. ocasionando um consumo muito menor de I defensivos químicos. Os produtores atuais. espalhados em diversos municípios do estado, 1 atuam de forma isolada. tendo grandes dificuldades para produção e comercialização. devido 1 principalmente aos custos e pouco volume de produção para negociar de forma vantajosa com : grandes clientes. A reunião de produtores em fonna de associação ou cooperativa, permite a redução dos custos e um maior volume de produtos. A associação uu cooperativa tem que ter sua estrutura organizacional e sua administração, voltadas para produtos de qualidade e bom preço. Além da redução nos custos de produção e comercializa\·ào, ela tem que desenvolver todo um plano de propaganda e marketing, visando difundir e aumentar junto à população do estado. o consumo dos produtos hidropônicos. A associação ou cooperativa, como propusta nesta pesquisa, é viável e tem condições de alavancar o surgimento de novos produtores, especialmente os pequenos, podendo tornar-se uma alternativa de trabalho c renda, em uma cpoca de desemprego c di liculdadcs econômicas.
Palavras-chave: Associação. Cooperativa. Hidropunia.
1 1 ______________________________________ }
1
46
I
.lo.H; Ahranfl•.,
Resumo em língua estrangeira: folha obrigatória e com características específicas. É a versão do resumo em português, para uma das línguas internacionais usuais em documentos científicos. Inglês é a mais comum, porém espanhol, francês, italiano e até alemão também são utilizadas. Normalmente, só em dissertações, teses e artigos científicos, é exigido o resumo em língua estrangeira. Em monografias de graduação e/ou cursos de especialização, não é "normal" esta exigência. A seguir, um exemplo de abstract em língua inglesa. O tamanho da fonte é 12.
ABSTRACT
Thc ma in g.oal of this survcy is to prow data bas~d on information, conccpts and f:u.:ts. with thc purposc of organizing assoóation or cooperative of Rio de Janeiro statt'. which producc hydroponi..:s wgcrablcs Ll'ing taminatíng mcthod of irrigation or "Nutri em Ftlm TcL·hniljut:" ur NFT. As supporting objectivc is proposed the prac:ticc o f a Jcss watcr cunstunption in thc crop and thc use uf smallcr spacc than traditional vne, trying to introduce it in lhe urban place. As soil is not directly ll'Cd. as well as it is applied in grccnhuuscs. it ducs nut cuntaminatc thc soil with mineral salts reducing in a rcprcs.:ntativc pen:cntagc plagues and diseascs. Ali this results on a mínimum cvnsumption of chcmical protcctors. The nowttdays produccrs sprcad along dittcrcnt municipalitics of Rto de Janeiro in isolattun facing the greatest ditliculties while producmg and wmmcrcializing duc tu high costs anda littlc production to negotiatc them in a pru!itahle way with important clients. The union of lhe producers. in associatíon o r coopcrati\'cs. allows thc costs rcductions and bigger \'olume of products. Thc association ur cuopcratiw shuuld have their uwn <>rganizational aml administrative strategy a
pulation. lh.: assucíation ur coopcrativc as proposcd, on this survcy. opcns ncw ways and has n:quircd conditions to intprovc thc coming up of ncw produccrs, including thc small oncs. Thcsc projccts can hccomc an altcrnativc of work aml way of obtaining prolits una dillicult and uncmpluymcnt times.
Keywords: Association . Coupcmtivc. Hyúroponic.
Fu=er Mollografia ,; mole=a
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47
Lista de ilustrações: é uma folha opcional, pois nem toda monografia possui ilustrações. Esta folha separada só deve existir caso a monografia tenha mais de dez ilustrações; caso contrário, devem aparecer no sumário geral. O termo ilustração subentende figuras, ábacos, gráficos, fotografias, mapas, gravuras, desenhos e outras denominações, desde que mostrem claramente desenhos e/ou linhas e curvas. Dependendo das características da monografia, pode-se ter também outras folhas com: Lista de desenhos, Lista de figuras, Lista de ábacos etc. Só se deve fazer em folha separada caso existam mais de dez itens de cada; caso contrário, devem aparecer no sumário geral. O tamanho da fonte é 12.
,--------------------------------------1 LISTA DE FIGURAS
1 1 I
1 I I
1
I
4. 1 4.2 4.3 4 .4 4.5 4. tl -· 4. 7 -
Composição vegetal. ......................... ...... ... ... ............................ ............ .................. 32 Mêtodos o: técnic~ts Hidropônicas ................. ............................................. ........ .... .4lJ Leito tipo tubo plástico .................................................... .......... ................... .. ....... .50 Leito tipo calha plástica .......................... ..... ............... .. ...... ............ ............... ........ .51 Leito tipo telha ondulada ............................................................................... .......... 51 ('é lula de espumcrçãrio .............. .. .... ..... ........................................... ............... .. .. 54 ~.R- Espaçamento entre plantas ............. ......... ........................................................ ........ 55 4.9 · Tipos de estutàs ... ................................................................. ..... ............ ... .............. .S7 4. 1O · Posição ideal da o:stufà ...................... .. ............................. ........ ............................... 58 4. 11 - Estufa modelo HIOROCAMP.................................................. ............. .................. W 4. 12 .. Bancada de prudw;ào com I nivel... ................................. ........ .......... ............ ....... .59 4. 13 Bancada de prudu~ãn ct~m 3 níveis . ......... ......... ... .. ............... .. .. .... .. .....................W 5.1 - Disposição interna da estutà experimental (vista de cima) .................................. .. tltl
\
Usar linha pontilhada (em listas e no sumário)
1
J
As figuras podem ser numeradas, seguindo a ordem dos capítulos ou de forma seqüencial (Figura I, Figura 2 etc.)
I
---------------------------------------
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José Ahrantes
Lista de tabelas: é uma folha opcional, pois nem toda monografia possui tabelas. Esta folha só deve existir caso a monografia tenha mais de dez tabelas; caso contrário, devem aparecer no sumário geral. O termo tabela se refere aos elementos gráficos que apresentam dados numéricos comparados, como quadros, questionários, formulários e outras denominações, desde que mostrem claramente dados relacionados em linhas e colunas. Dependendo das caracterlsticas da monografia, pode-se ter também: Lista de formulários, Lista de quadros, Lista de questionários etc. O tamanho da fonte é 12.
LISTA DE TABELAS
I. I -Áreas de conhecimento x Disciplina.s .......................... ........................... .......... ........ I 5 I .2 -Competências e Habilidades da área de conhecimento 1... ........................................ 16 1.3 Competências e Habilidades da área de conhecimento 11... ... .................. ............ ..... 1!S 1.4 - Competências e Habilidades da
1 1 1 1 1 1
1
O primeiro numero refere-se ao capitulo da monografia e o segundo ao seqüencial. Por exemplo: Tabela 4.12; é a 12' tubela do capitulo 4.
I
I
I
~---------------- -- --- - ---- - ------------
Listas de abreviaturas, siglas, símbolos e traduções: é urna folha opcional, mas comum. É
muito raro uma monografia que não as contenha e cite. Dependendo das características da monografia, pode-se ter de forma separada: Lista de abreviaturas, Lista de siglas, Lista de símbolos ou Lista de traduções. Só se deve separar caso existam mais de dez itens de cada; caso contrário, faz-se em uma única folha. É feita em ordem alfabética. O tamanho da fonte é 12.
---------------------------------------1 LISTA DE ABREVIATURAS
I
5S
Cinco Sensos
8S
Oito Sensos
CCQ
Círculo de Controle de Qualidade
CEP
Controle Estatístico de Processo
CIPA
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
CQT
Controle da Qualidade Total
EPI
E4uipamento de Proteção Individual
IBGE
Instituto de Gcograf1a c Estatística
JIT
Ju:;t/n Time= na hora certa
JUSE
União da Ciência e Engenharia Japunesa
MEC
Mini,1ério da Educação e Cultura
MPT
Manutenção Produtiva Total
5O
I
José Ahrantes
LISTA DE TRADUÇÕES
Bt'hat·iour-Ko>eping Brain1tlnrm Clnm-up cluy Fl!edhark f/ardn·are flull>·eknping
1111mm11mre Lai.t!tt!z~/áire
{.uyuut Sojiware Kai=en J.:anban Mollainai Seiket.ru Sá ri St'iso Seiton
Setsuyaku Slúdo
Shikori Yom Shitsukl!
Mudança de hábito e comportamento Tempestade de idéias Dia da limpeza geral Retorno. resposta ou rctrointurmaçào Recursos materiais, máquinas Arrumação, limpeZll Recursos humanos (inteligência) Liberal Arranjo tisico Procedimentos (programas) Melh(lfia continua Cartão paw a~ompanhar processo Nãu desperdiçar, preservar Senso de Acm Estar Senso de Utilização Senso de Limpeza Senso de Ordenação Senso de Economia e Combate aos Desperdícios Senso de Treinamento (educação) Senso de Determinação e União Senso de Autodisciplina
-. I
Fa;;er Mo11ogra{ia é moleza
I
5I
Sumário: elemento pré-textual obrigatório, podendo ter diversas páginas. Não deve ser confundido com o índice remissivo, que é a última página de uma monografia (sendo mais comum em livros). Sumário é o elemento que enumera todas as partes, como capítulos e seções, citando na ordem as páginas de apresentação. Pode-se dizer que o sumário é uma grande apresentação da monografia, pois por meio dele o leitor pode entender todo o conteúdo, descobrindo as páginas de cada parte ou elemento. As seções primárias podem ser em letras maiúsculas (e em negrito) e as demais em letras. minúsculas. O tamanho da fonte é 12.
--------------------------------------, SUMÁRIO
Maiús<:ulas e negrito
/
..
.
......._ Matus,ulas. negrito c 'cntralizado
INTRODUÇÀO............................................ .................................................... ............... I3 Apresentação ............. ......................................................... ...................... ........................ 13 Justificativas ......................................... ......................................................................... 15 Objetivos ................................................................................................................. ........ 17 Fundamentação Teórica .... ............. ........................ ....... ............... .
................... 20
Metodologia......... ....... .................................................................................. .................. 22 CAPITULO I- BAS!o~S LEGAIS .................. .... ............................................................ 23 1.1 O ensino fundamentaL ............................... .... .................... ...................................... 23 1.1.1 Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) .... ......... ...... ...................................... 24
1.1.2 Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) ........................................................... .26 1.1.3 Objetivos gerais do ensino fundamentaL ......................... .................................. 27 1.1.4 Objetivos por área do cusino fundamental... ............................ ........................... 28 1.2 O ensino médio ......................................................................................................... .31 1.2.1 Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) ............................................. ............ 31 1.2.2 Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) ............................................................ 32 1.2.3 Competências e habilidades .................................................................................. .33 CAPÍTULO 2 -AS INTELIGtNCIAS MÚLTIPLAS .................................... ........... AO 2.1 Motivação do ser humano ....................... ................................................................ ..42 2.2 Criatividade.... ........... ............................ ....... ...... .......... .............. .. ............................. 43 Minúscula c negrito
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José Ahrantes
3.2 Detalhes das folhas textuais
Nestas folhas, é desenvolvido o texto da monografia. É a partir desta primeira folha que aparece a numeração das páginas, colocada no canto superior direito. Antes do desenvolvimento do primeiro capítulo, faz-se uma introdução da pesquisa, de forma que os leitores possam entender o que é e como foi feita. Embora existam critérios diferentes, entre as diversas faculdades e universidades, recomendam-se as seguintes partes para esta introdução: apresentação, justificativas, objetivos, fundamentação teórica e a metodologia utilizada.
Apresentação: como o próprio nome indica, significa uma explicação sobre de que se trata a pesquisa. Esta apresentação deve ser curta, com no máximo duas páginas. Justificativas: onde são citadas quais as justificativas para a escolha e a pesquisa do tema. Quais beneficios e vantagens esta pesquisa pode proporcionar à sociedade? Justificativas econômicas, sociais e ambientais são comuns e valorizadas. Objetivos: citam-se os objetivos gerais e específicos da pesquisa. Detalhase o que se quer provar ou mostrar, citando as questões de estudo e limitação da pesquisa. Apresenta-se o problema central da pesquisa, que será resolvido com o detalhamento da monografia. Fundamentação teórica (e/ou revisão da literatura): citam-se os principais autores utilizados, quais pesquisas semelhantes existem e os pontos importantes das principais referências bibliográficas utilizadas. Devem ser utilizados livros, trabalhos, pesquisas e publicações sobre o tema escolhido ou correlato. Dependendo do ineditismo e da profundidade da pesquisa, a fundamentação teórica deve conter uma substancial revisão da literatura existente e correlata. Metodologia da pesquisa: resume-se qual o caminho e os instrumentos para se concluir os objetivos e resolver o problema. Nesta parte, são definidos o tipo e as fontes de pesquisa, a coleta e a análise dos dados e a análise dos resultados. A seguir, são apresentadas algumas folhas, com exemplos do início do desenvolvimento de uma monografia, chegando-se até ao primeiro capítulo. Estas folhas foram extraídas e adaptadas da dissertação de mestrado em Ciências Pedagógicas, de Lauro Carlos Bronzoni Gomes, aprovada, em 2003, no Instituto Superior de Estudos Pedagógicos- ISEP, no Rio de Janeiro. Título da dissertação: "A influência do exame nacional de cursos- E.N.C. no ensino da Ciência da Administração: a construção do perfil curricular do administrador formado pela Faculdade Béthencourt da Silva".
Fa=er Monografia é mole=a
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Deve ser lembrada a formatação das folhas textuais. O texto, em si, é digitado em papel de cor branca, no formatoA4 (210mm x 297mm), em Word, na fonte Times New Roman, no tamanho 12 e o espaço entre as linhas de 1,5. As margens, segundo a nonna ABNT NBR 14724, revisão de 2002, são: esquerda 3cm, direita 2cm, superior 3cm e inferior 2cm. A impressão é na cor preta, evitando-se ao máximo o uso de cores, mesmo em gráficos, figuras e fotos (se houver). Em gráficos e figuras, a diferenciação de traços pode ser feita pelos tipos e pelas espessuras das linhas utilizadas. A impressão é feita apenas na página da frente, não se utilizando o verso da folha. Deve ser esclarecido que a ABNT não possui padronização para toda a formatação de uma monografia e, portanto, é comum haver pequenas diferenças, dependendo dos critérios da instituição de ensino.
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José Ahrallles
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3 .:m
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Dois espaços
Apresentação
1,5 em
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Fonte tamanho 12
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Após décadas utilizando os conceitos clássicos de planejamento, sistematização, tomada de 1 1
decisão. tecnologia da informação, marketing, ética profissional c gestão pela qualidade, os profissionais da área de administração. passaram a sentir necessidade de atualizações e uso de novos conceitos, especialmente os relacionados à globalização. gestão ambiental e responsabilidade social. As faculdades
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c cursos de administração passaram a oferecer disciplinas específicas de forma a preparar seus alunos
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para os novos tempos. Emprecmlcdorismo. Planejamento Estratégico, Sistemas de Informações
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Gerenciais c Tecnologias da lnft)rmação, toram algumas destas novas disciplinas oferecidas. O homem é
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um ser social que vive em uma sociedade que requer. cada vez mais, muitas e novas habilidades, que devem ser lcvmlas em conta para a sua sobrevivência. É necessário que haja incorporação de novos
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conhecimentos c que esses se transformem em beneficios para a sociedade. A sociedade contcmponinea, chamada de "sociedade do conhecimento e da comunicação", estâ
1 1
imprimindo sua marca neste novo século. Nesse sentido a revolução tecnológica e a reestruturação produtiva. que ela naturalmente exige, são grandes motivadores dos debates atuais sobre a questão educacional. As novas temologias e as novas ft>rmas de organização do trabalho, impõem o tim da
1
distinção entre ''educação e trabalho" e "edu.:ação para a cidadania", na medida em que os perfis
1
ocupacionais tendem a ter como elemento básico os. requisitos de escolaridade profissional (FOGAÇA , 1998, apud RIBEIRO, 2003). Fica patente uma clara relação entre a questão da educação e a missão das
: instituições de ensino. Frente a esta situação deve-se rever o currículo do curso de Administra~·ão, para 1
que ele atenda it.<; n:ais necessidades do sistema, propiciando wnhecimentos e mudanças na formação deste profissional. Em paralelo aos novos tempos, o Ministério da Educação e Cultura- MEC, a partir de 1995, instituiu o Exame Nal·ional de Cursos que, teria como tinalidade a renovação periódica do rc.:conheci mento dos cursos de graduação.
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2cm
Fazer Monografia é mo/e;:a
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r----------------------------------------------Justificativas
Em um mundo globalizado c sem fronteiras, a administração tem evoluído de uma f(mna sem precedentes para aumentar a produtividade das empresas, pois ela representa um dos elos da socied;~de que mais muda. uma vez que é nesse segmento que as transformações são mais evidentes.
A carreira do administrador é muito dinâmica e essa peculiaridade apresenta relações econômicas e constantemente agrega novos campos de atuação
<~O
seu escopo, o que dá maior
tlexibilid;~de
ao
currículo. Todo profissional de administração recebe uma formação básica e uma complementação especítica, garantindo-lhe uma visão global e uma ênfase em um campo particular tais como: planejamento. finanças. comércio exterior. marketing. recursos humanos, informática. logística e administração pública. Esta característica permite ao administrador ter mais de uma habilitação, com curtos programas de educação continuada ou a especialização em uma única área.
Em complementação a essas carm:terísticas c em absoluta consonância com a realidade das relações econômicas. pressupõe que o perfil do administrador de hoje seja o de um profissional "não acabado", isto é, o do constante aperfeiçoamento e atualização. Além dos conhecimentos especiticos, outros traços individuais como criatividade. poder de convencimento e coesão, capacidade de resistência a pressões e até intuição, são elcncados por algumas correntes dc pensamento, como atributos de um perfil ideal.
Esses novos pressupostos, para o administrador de empresas. inserem-se num emergente contexto estrutural e conjuntural, onde se deve reestruturar o currículo escolar. de torma a habilitar para o exercício de funções em um mercado exigente, competitivo e com novos padrões produtivos. Em 1995 o MEC criou o Exame Nacional de Cursos. que seria em princípio um processo avaliativo das Instituições de Ensino Superior -· IES, para tios de renovação dos reconhecimentos dos cursos, verificando por meio dos alunos o sistema de ensino-aprendizagem dessas Instituições. Todas estas exigências legais e pressupostos mercadológicos, além dos resultados não satisfatórios das provas dos alunos da instituição, inclusive com divulgação na mídia a partir de 1998, justificam a presente pesquisa: "A intluência do exame nacional de cursos- E.N.C. no ensino da Ciência da Administração: a construção do pertil curricular do administrador formado pela Faculdade Béthencourtda Silva".
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Jos~ Abrames
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r----------------------------------------------Objetivos Esta pesquisa tem como objetivo geral a identificação da influência do Exame Nacional de Cursos, no curso de Administração de Empresas da Faculdade Béthencourt da Silva. O problema central desta pesquisa é: de que maneira a Faculdade Béthencourt da Silva, como instituição privada, está construindo o currículo escolar do administrador de empresas? Como objetivo específico, esta pesquisa pretende contribuir para que os alunos desta IES tenham a oportunidade de um ensino de qualidade e que dê chances de competição, no mercado de trabalho, em condições de igualdade com alunos de outras IES. Esta pesquisa está limitada a essa IES e aos resultados das provas dos alunos, entre os anos de 1997 e 2002, mostrados no Quadro 5, página 50, desta pesquisa. Serão estudadas as seguintes questões: a) Quais são as disciplinas e conteúdos do currículo escolar que foram incluídas no curso de Administração, após a avaliação dos alunos no Exame Nacional de Cursos? b) Quais as propostas para um novo currículo escolar, em Administração de Empresas da Faculdade Béthencourt da Silva'!
Fundamentação teórica No que se refere às teorias e conceitos de Administração de Empresas, serão trabalhados os seguintes autores: Tomaz Tadeu da Silva, Antônio Flávio Barbosa Moreira, Celso João Ferretti, Antônio César Amaru Maximiano e ldalberto Chiavenato. Com relação aos aspectos didáticos pedagógicos e de formação de currículo, aplicados ao curso de Administração de Empresas, serão trabalhados os seguintes autores: Rui Otávio de Andrade, Maria Varraber Costa, Maria Rita Sales, Antônio Flávio Barbosa Moreira eJ. Gimeno Sacristán.
Metodologia da pesquisa Trata-se de uma pesquisa aplicada, descritiva e qualitativa. Foram utilizados os seguintes procedimentos: a) levantamentos bibliográficos, como referenciado ao tina I da dissertação; b) aplicação de questionário aos professores e administradores da Faculdade Béthencourt da Silva; c) tabulação dos dados obtidos dos questionários e análise dos resultados. Como foram poucos dados, as análises estatísticas foram feitas com máquina de calcular científica.
Fazc:r Monografia é molf!za
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r----;-~~.~~~~.~,~:.::.-~~~~- -F~.~,-~~,:,-----------CAPÍTULO I TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO
1.1 A Administração>-
Dois espaços
1,5 em
-= :A administração começou a nascer, como corpo independente de conhecimento na Europa do século XXI, durante a revolução industrial. Naquela época as primeiras fabricas começaram a colocar em
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prática diversos conceitos que se tornariam universais nos séculos seguintes. Um desses conceitos era a divisão do trabalho, quando se confirmou que funcionários especializados poderiam ser mais eficientes. (SMITH, apudMAXlMlANO, 2000).
..-- Fonte tamanho 12
Os conhecimentos da graduação regular em administração de empresas, estão sendo utilizados no cotidiano profissional a frente de suas empresas e esses saberes estão sendo exigidos no mundo de hoje, como parte da formação protissional, incluindo aspectos curriculares e de interdisciplinaridade, que estão incluídos nos programas de graduação.
A administração pode ser entendida como um conjunto integrado e coerente de conhecimentos cientíticos, das diterentes arcas do conhecimento humano, aplicados às organizações, de forma a levá-las a garantir a sua sobrevivência, eficiência e eticacia. Para atingir seus propósitos, a administração se utiliza de conhecimentos integrados para propor técnicas, estratégias e ações capazes de atingir seus objetivos e metas, estabelecendo, ao mesmo tempo, relações com os seus membros e com a sociedade. Apesar disto,-é necessário ressaltar tendências divergentes com relação á administração:
A)- Administração voltada essencialmente ao aspecto técnico e utilitarista. caracterizada por
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uma visão gerencial, onde o conhecimento científico é traduzido em termos tecnológicos. dando origem
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aos ..executivos" e técnicos, cuja competência é avaliada pela capacidade de aplicação de lormulas e
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técnicas nas diversas areas da administração, como planejamento, finanças. marketing, recursos
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humanos, organização e produção.
~ O ideal é terminar um parágrafo no final da folha, evitando a quebra de página.
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3.2.1 Recomendações para desenvolvimento da monografia e redação dos capítulos Principalmente no nível de graduação, o ato de desenvolver uma pesquisa científica e gerar uma monografia é um trabalho árduo e que causa grande tensão. Nos meios acadêmicos, existe uma expressão: TPM, ou melhor, "Tensão Pré-Monografia". Este termo expressa a angústia pela qual passam os pesquisadores de primeira viagem. Isto é normal, e a maioria dos estudantes passa por este problema, mas poucos são os que não o vive. Um fator que ajuda a atenuar este problema é a atuação do professor orientador que, muitas vezes, tem de agir como '"pai'', especialmente quando o estudante está começando. Agir como pai significa ser amável, carinhoso, mas cobrar quando necessário. Esta angústia ou medo é normal e passa. Pode não ser possível eliminar este problema, mas pode-se atenuá-lo. Para isto, tanto o estudante quanto o orientador devem seguir alguns passos. · A execução do projeto de pesquisa é fundamental, pois inicia o estudante na área da pesquisa científica. Para fazer o projeto de pesquisa, o estudante se vê obrigado, na sua maioria, pela primeira vez a organizar uma seqüência de visitas a livrarias, bibliotecas e sites "úteis" da Internet. É durante este projeto que são definidos o problema, as justificativas, os objetivos, a fundamentação teórica (e ou revisão da literatura), as questões de estudo e a metodologia a ser utilizada. O projeto de pesquisa de uma monografia culmina com uma seleção de referências bibliográficas, especialmente de livros. É também durante o desenvolvimento do projeto (que deve durar um semestre letivo), que o estudante aprende a fazer resumos de livros e artigos. Este é o primeiro passo para a redação de uma monografia. Uma vez que se tenha o projeto de pesquisa, com uma lista de referências (ainda que preliminar) e alguns resumos, o estudante pode e tem de começar a redação da monografia. Inicialmente deve pensar nas três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão (ou considerações finais). A introdução fica facilitada, especialmente se o projeto de pesquisa foi bem elaborado. De forma geral, a introdução está praticamente pronta com o projeto. O próximo passo é esboçar um sumário preliminar, pensando nos capítulos, nas seções e nas subseções. Observe que tudo isto é preliminar e, com certeza, mudará bastante. Não importa, tem de começar. Pode-se fazer uso de um caderno de anotações, onde são escritos rascunhos com as idéias que surgem. Em seguida, deve digitar no computador, procurando salvar, na memória e em um disquete,pen drive ou CD. Não se deve ter o que se escreve apenas em uma fonte, pois problemas podem acontecer. Freqüentemente somos procurados por alunos desesperados, que perderam "tudo" o que haviam escrito. Ou porque o computador "queimou" ou porque o disquete quebrou ou ainda porque o irmão mais novo, enquanto brincava no computador, acabou por "detetar'' o arquivo da monografia. É prudente que se imprima
Fa=er .\.fonografia é mole=a
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o que vai se escrevendo, pois, além de servir de mais uma segurança, serve para se ler, refletir, corrigir, acrescentar partes e mostrar ao orientador. O processo de desenvolvimento da parte escrita de uma monografia é assim. Passo a passo, com idas e vindas. Uma coisa muito importante é o estudante ter acesso a outras monografias aprovadas, dentro da sua área de pesquisa. Não é para copiar, mas para ver como se tàz e, principalmente, pegar confiança e perder o medo. Atenção especial deve ser dada à análise das questões de estudo, pois são elas que fundamentarão as conclusões (ou considerações finais). O momento de redação de parte de uma pesquisa é um ato solitário, individual e que requer concentração. O ideal é que se fique isolado em um local silencioso e sem interrupções.
3.2.2 Recomendações de redação (como expressar o conteúdo) Sempre comece um novo capítulo no alto de uma página. Jamais comece o capítulo no meio de uma página. Nas primeiras linhas de um novo capítulo, deve-se dar uma idéia resumida de todo o seu conteúdo. Procure terminar um capítulo no final ou após o meio de uma página. Evite a quebra de página, procurando terminar parágrafos no final da mesma, evitando continuar sentenças de um mesmo parágrafo em páginas diferentes. Redija parágrafos curtos, com no máximo dez linhas. Use linguagem simples, objetiva e direta, evitando termos e expressões castiças e rebuscadas. A importância e o valor de uma monografia não estão na linguagem utilizada. Em hipótese alguma, use palavras de baixo calão ou termos chulos. Ao usar termos em outro idioma~ que não o português, coloque-os em itálico, .como, por exemplo: " ... após muitos anos de trabalho, foi adquirido um know-how específico na área". "No confronto do bem versus o mal, nem sempre o primeiro vence!". Utilize a forma impessoal e, se impossível, 'use a primeira pessoa do plural (nós). "Após as análises, pode-se concluir que 65% das amostras encontram-se dentro de valores aceitáveis". "Entendemos que se podem realizar as experiências, usando o método de Euler". Em vez de escrever: "examinamos as amostras de fonna seletiva", escreva: "as amostras foram examinadas de forma seletiva". Evite expressões, como normalmente, principalmente, pausadamente, logicamente etc. Prefira: De forma normal, a lógica deduz que etc. Em trabalhos científicos, não cabem expressões, como eu acho que... , acredita-se que ... Estas expressões pertencem à área do "achismo". O pesquisador não "acha", ele tem certeza, isto baseado em investigação científica.
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José Ahra111es
Muita atenção com palavras ditas e ouvidas de fonna errada e pouco escritas. Os resultados ratificam (ou seja, confinnam) as hipóteses. Os resultados retificam (ou seja, alteram) as hipóteses. O pico de temperatura ocorreu exatamente ao meio dia e meia (ou seja, meio dia e meia hora), e não meio dia e meio. Houve perda de material, e não perca de material. Na língua portuguesa, não existe a palavra ''menas'', mas sim menos. Quanto menos pessoas melhor. O uso de elementos gráficos, como figuras, tabelas, quadros, gráficos etc., muito pode aju-dar ao desenvolvimento de uma monografia. Deve-se ter cuidado com o excesso, ou ainda com os elementos com muitas informações. É cansativo ter-se uma tabela com dezenas de linhas e colunas, com centenas de informações. Se for necessário, desmembre-a em várias, de forma que fique compreensível. Toda monografia pode, e deve, conter citações literais, ou seja, transcrições fiéis de autores. O que não pode é o seu excesso. Não existe um número máximo de citações permitidas, mesmo que o aluno não consiga ver este detalhe, o mesmo não pode acontecer com o orientador. Ele tem de ver e comentar. Também não são concebíveis citações com muitas linhas e até de páginas inteiras. Citações com até três linhas seguem o texto (veja detalhes); acima deste valor, ela é destacada (veja detalhes). Evite ao máximo expressões que induzam a indefinições. Em vez de escrever: a maioria dos -dados foi compilada, escreva de forma definida: 90% dos dados foram compilados. A língua portuguesa, além de bela, possui uma série de regras, que quase sempre é do conhecimento de poucas pessoas. Especialmente em monografias das áreas de tecnologia, são comuns erros ortográficos, de conjugação e concordâncias. Recomenda-se que a revisão seja feita por um professor de língua portuguesa. Mesmo fazendo-se esta revisão, a seguir, são citadas algumas poucas regras, que muito podem ajudar para uma boa redação. Jamais use crase, antes de palavras masculinas. A crase tem uma série de regras, porém só é utilizada antes de palavras femininas. Fui à praia. Esta monografia será submetida à banca examinadora em agosto. A utilização da conjunção "pois" é motivo de erros freqüentes em trabalhos científicos. Coloca-se a vírgula sempre antes desta conjunção e, algumas vezes, também depois. Não entreguei o artigo no prazo, pois não concluí a pesquisa. Em língua portuguesa, existem quatro fonnas diferentes do uso do "porquê", e são freqüentes os erros. Vejamos como devem ser usados: por que, por quê, porque e porquê. Por que, separado e sem acento. É utilizado no meio de uma frase, quando pode ser substituído por ''pelo qual", "pela qual" e "pelos quais". Não sei o motivo por que você não
Fa=er Monografia é mole=a
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entregou o trabalho (Não sei o motivo pelo qual você não entregou o trabalho). O motivo por que não estudou é injustificável. Também é utilizado no início de frases interrogativas. Por que você não estudou? Por quê, separado e com acento circunflexo. É utilizado no final de frases interrogativas. Você não estudou, por quê? Porque, junto e sem acento. É utilizado quando se introduz uma explicação. Não estudei porque não tive tempo. Porquê, junto e com acento circunflexo. É utilizado quando precedido de artigo, podendo ser substituído por "motivo". O porquê disto não me convence (o motivo disto não me convence). Ao se escrever números, os seguintes critérios devem ser observados: números de um a dez são escritos por extenso, por exemplo: "Existem seis maneiras de execução". Números a partir de onze são expressos assim: "Existem 14 princípios da qualidade".
3.2.3 Formatação de tabelas, figuras e demais elementos gráficos Todos os elementos gráficos devem aparecer onde são mencionados no texto, ou o mais próximo possível. Deve-se evitar subdividir, em páginas diferentes, um elemento gráfico, ou seja, deve aparecer em uma única folha. A colocação na folha deve ser da forma adiante mostrada. Quando for o caso, a fonte de onde se gerou o elemento gráfico deve ser citada no rodapé do elemento gráfico, afastada um espaço, escrevendo-se em tamanho 1O e começando com a palavra Fonte (em itálico). Veja exemplos a seguir: Existe uma outra solução nutritiva, proposta pelo professor Furlani em 2001, que também vem sendo utilizada com ótimos resultados, para hortaliças folhosas. Em verdade, são preparadas duas soluções "A" e "B", conforme descritas nas tabelas 4.2 e 4.3 a seguir:
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-----+ Componente Nitrato de cálcio Nitrato de potássio Ácido bórico Sulfato de cobre Sulfàto de manganês Sulfato de zinco Molibdato de sódio Quelato de ferro (6% Fe)
Quantidade (Gramas por IO litros) 1.350 800 9,0 1,5 4,5 2,25 0,5 100
----
Tabela 4.2: Nova solução nutritiva tipo "A"
Um espaço
(Fonte: FURLANI, 2001, p. 49)
Dois espaços ________.
1--2cm-l Somente plantada a 0,5 em da borda da espuma
1·~
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_ _ _ - Umespaço
Figura 4.3: Célula de espuma fenólica com semente Dois espaços
3.2.4 Citações, indicações das fontes de consulta e notas de rodapé Citações são as transcrições de partes dos textos consultados. Estas transcrições têm de ser literais, ou seja, exatamente como aparecem na fonte consultada. No que serefere à extensão, as citações têm duas formas de serem representadas: com até três linhas e com mais de três linhas. Cabe observai que citações não são escritas em itálico. Citações diretas com até três linhas são inseridas no próprio texto, entre aspas ("). Caso a própria citação já contenha partes entre aspas, estas se transformam em aspas simples('). A indicação da fonte de consulta (referência) pode ser no começo.da citação ou no final. Se colocada no começo, primeiro cita(m)-se o(s) autor(es), escrevendo o(s) nome(s) normalmente e, em seguida, colocam-se entre parênteses o ano de publicação da referência e a página onde aparece. Se colocada no final da citação, colocam-se entre parênteses o(s) sobrenome(s) do(s) autor(es), o ano da publicação e a página onde aparece. Veja os dois exemplos a seguir.
Fazer Monografia é mole=a
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r----------------------------------,
O elemento fundamental no processo de mudança comportamental é a figura da 1 !liderança na condução dos grupos. Segundo Stoner e Freeman (1985, p.43), "a maneira I lcomo as pessoas são conduzidas a executarem um ou diversos objetivos por meio do I :conhecimento da motivação humana". O líder canaliza a motivação das pessoas. : 1
: O elemento fundamental no processo de mudança comportamental é a figura da Iliderança na condução dos grupos. "A maneira como as pessoas são conduzidas a executarem lum ou diversos objetivos por meio do conhecimento da motivação humana" (STONER; IFREEMAN, 1985, p. 43). O líder canaliza a motivação das pessoas.
: 1
I I
L----------------------------------~
Citações diretas com mais de três linhas são destacadas do texto, em parágrafo independente, sem aspas, com recuo de 4 centímetros da borda esquerda, escrito em espaço simples e com letra menor que a do texto. Como o texto é digitado em letra 12, este tipo de citação pode ser digitado em letra 1O. Veja o exemplo a seguir. Analisando o Senso de Disciplina, João Martins da Silva (1996, p.27) relata um exemplo ocorrido em uma filial de uma empresa japonesa na Inglaterra em 1981, que demonstra o quanto é difícil a mudança de hábitos. Os funcionários ingleses não eram rigorosos no cumprimento de padrões, não tinham hábitos de praticar pessoalmente a limpeza dos locais de trabalho nem gostavam de exercer tarefas, que não fossem explícitas do contrato de trabalho.
/
Espaço entre as linhas= 1,5
Letra 12
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Espaço simples entre as linhas Letra I O (sem aspas)
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Durante seis anos, o diretor presidente, com a ajuda de uma equipe de gerentes e supervisores, tomou as seguintes iniciativas: limpou pessoalmente o vestiário dos operadores todos os dias, à mesma hora. Percorreu a fábrica todos os dias, à mesma hora e ajudou os operários em suas atividades, quando os via com excesso de trabalho. Uma vez por semana, à mesma hora da manhã, proferia palestras sobre a filosofia da empresa. Manteve reuniões diárias onde todas as pessoas, de todos os setores da empresa, discutiam problemas e ações. No início de cada turno, por 30 minutos, discutiam-se os resultados do dia anterior, comparando-os com os padrões japoneses. Ao final de seis anos, a filial inglesa tomou-se mais competitiva ná Inglaterra e em toda a Europa, do que a matriz japonesa.
.I
Citações indiretas: ocorrem quando apenas se cita um autor ao longo do desenvolvimento do texto. Nestes casos, não existe a necessidade de indicar a(s) página(s) consultada (fica opcional) e não são colocadas entre aspas (fica opcional). A seguir dois exemplos de citações indiretas.
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José Ahranles
Í-- -Deming (1990, p. IT3)acreditava quea qualidadedepende, emsüã essêncül,dosj 1recursos humanos e não apenas das máquinas.
.
1
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A qualidade depende, em sua essência, dos recursos humanos e não apenas das I lmáquinas. (DEMING, 1990, p. 113) . I L----------------------------------~
Citações de citações (apud): É comum quando, ao consultar uma obra de determinado autor, descobre-se uma citação de um terceiro autor e que interessa ser citada no texto, que se está desenvolvendo. Neste caso, usa-se o termo latino apud.
r----------------------------------, ''A comunicação é um processo de passar informação e compreensão de uma pes1
1
lsoa para outra, sendo uma permuta ou intercâmbio de informações que precisam ser I !transmitidas e compreendidas dentro da empresa." ( 1994 apud CHIAVENATO; ABRAN- I ITES, 2001, p. 33) I L--------------------------~-------~ Isto significa que, um pesquisador cita José Abrantes no seu livro de 200 I, onde na página 33 está citado ldalberto Chiavenato, em um livro de 1994, ou seja, o pesquisador teve acesso à obra do autor José Abrantes, mas não a do ldalberto Chiavenato.
Formas abreviadas de citações: No desenvolvimento de uma monografia, são citadas diversas obras de diversos autores. Um exemplo é quando ocorre de a mesma obra ser citada mais de uma vez, no seu todo ou de partes específicas. Quando ocorre pela primeira vez, a obra tem de ser citada de forma completa, como já visto. As citações seguintes podem ser abreviadas de algumas formas, conforme detalhadas a seguir.
Opus citatum ou op.cit. (que significa obra já citada)
r----------------------------------,
1 Na língua portuguesa atual, a existência de diversos e numerosos significados parai lo substantivo projeto, orienta-nos a procurar sua origem nos idiomas da antiguidade e as cor- I lre1ações com outros idiomas. (BOUTINET, 2002, p. 3 7) I
I I
I
Os gregos não possuíam uma palavra ou substantivo equivalente a projeto; mas fa-: :zi~m uma c01:elação entre a escolha moral (práxis) e a escolha ligada a um objetivo deter- 1 LmmadQ_(gp,g(j. _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ ~
Fazer Monografia é moleza
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Neste caso de obra já citada op.cit:. cabe esclarecer um pouco mais. Nos dois exemplos mostrados, as citações aparecem no texto uma logo a seguir da outra, mas deve ser entendido que não é assim que se usa esta abreviatura, no texto. O correto é aparecer a primeira citação da obra, quando se coloca a referência completa (BOUTINET, 2002, p. 37) e alguns parágrafos depois, novamente tem-se que citar a mesma obra, aí então usa-se op.cit., ou st::_ja, entre a primeira e a segunda citação da mesma obra, não aparece outra citação . . A mesma situação pode ocorrer em notas.de rodapé, como a seguir mostrado. Em notas de rodapé, podem ser citadas outras obras entre as duas iguais, pois neste caso existe a referência nominal, que não deixa dúvidas. Existe uma tendência acadêmica para não serem usadas notas de rodapé. PANZUTTI, Ralph et ai. Cooperativa: uma empresa participativa. São Paulo: OCESP, 2000. p. 47. MALAVOLTA, Eurípedes. Elementos de nutrição mineral de plantas. São Paulo: Editora Agronômica Ceres, 1980. p. 19. 5 PANZUTTI, op.cit., p. 213. 3
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·
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Fonte menor que a do texto (usar 1O)
Ibidem ou ibid. (que significa na mesma obra) Algumas vezes, no texto, a mesma obra é citada diversas vezes em seqüência, como é o caso das seções de fundamentação teórica e revisão da literatura. Neste caso, para não ficar repetindo a citação completa, usa-se ibid. Veja os exemplos a seguir.
Ir----------------------------------1 Os pingüins são tão solidários que, além de viver em grupos, tratam seus pares doenltes com muito carinho, oferecendo proteção e alimento. Os antílopes e gnus africanos colojcam os filhotes e animais velhos e debilitados no centro da manada, formando uma verdadeira Imuralha protetora contra predadores. (LUZ FILHO, 1961, p. 89)
I I
O alemão Vict0r Hube ( 1800-1869) foi um grande defensor das cooperativas de con:sumo e produção na Alemanha, e tinha uma visão religiosa do cooperativismo (ibid ).
I
1 O italiano Giuseppe Mazzini ( 1805-1872) foi um _grande defensor das cooperativas 1e entendia que as questões sociais não deviam ser resolvidas pela luta de classes, mas sim pela
Icriação de associações e cooperativas. Acreditava na consciência e no voluntariado dos assolciados (ibid).
L----------------------------------J O mesmo pode ocorrer em notas de rodapé: 5
LUZ FILHO, Fábio. Teoria e prática das sociedades cooperativas. 5. ed. Rio de Janeiro: PONGETTI,
1961. p. 23-29. 6
/bid., p. 39-40.
66
I
Jo.sé Ahrantes
Idem ou id. (que significa do mesmo autor) Algumas vezes, seqüencialmente no texto, são citadas duas obras diferentes do mesmo autor; nestes casos, usa-se idem ou id. Veja exemplo.
r----------------------------------,
1 Podem ser citados alguns exemplos antigos de mutualismo. Os ágapes dos cristãos; 1 Ios gregos e romanos fonnavam sociedades para realização dos funerais e ajuda aos peque-I Inos artesãos. Da França vem o exemplo das queijarias e frutarias. (MOURA, 1968, p. 172) I
I
I
·: .O inglês J ohn Bellers ( 1654-1725) publicou em 1695 a obra. "Proposições para a: criação de uma associação de trabalho de todas as indústrias úteis e da agricultura". Imagi1 1 1nou colônias cooperativas de trabalho chamadas "Colégio", formadas por até 3.000 associ-1 1ados, onde a produção excedente seria comercializada e as sobras em dinheiro usadas para 1 I Iadquirir meios de subsistência para os associados (ld. ). L----------------------------------~
O mesmo pode ocorrer em notas de rodapé:
.
9
MOURA, Valdiki. Abordagem de reforma agrária. São Paulo: Livraria Pioneira editora, 1968. p. 53. ld. Curso médio de cooperativismo. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura, 1968. p. 79.
10
Passim (que significa aqui e ali, com diversas citações) É comum no desenvolvimento do texto, especialmente nas fundamentações teórica e revisão da literatura, a citação a vários trechos de uma mesma obra. Nestes casos, pode-se omitir a identificação das páginas (até porque ficaria repetitivo), usando-se o termo passim. Este uso se aplica melhor às notas de rodapé, como mostrado a seguir, embora possa ser utilizado no corpo do texto.
2
BOUTINET, Jean Pierre. Antropologia do projeto. Porto Alegre, RS: ArtMed, 2002, passim.
Loco citado ou loc.cit. (que significa no mesmo lugar citado) Algumas vezes, ocorre a citação de uma página de uma determinada obra, em seguida, a citação de outra obra e, mais à frente, precisa-se citar de novo a primeira obra, ou seja, tem uma segunda obra intercalada entre as duas páginas iguais da mesma citação. Neste caso, usase o termo loc.cit. Este uso se aplica melhor às notas de rodapé, como mostrado a seguir. 7
LUZ FILHO, Fábio. Teoria e prática das sociedades cooperativas. 5. ed. Rio de Janeiro: PONGETTI, 1961. p. 49.
Fa=er ,\fono?,rl!(ia é mofe=a
8 9
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67
BENATO, João Vitorino Azolin. O ABC do cooperativismo. 5. ed. São Paulo: OCESP, I 999. p. 72 . LUZ FILHO, loc. cit.
Sequentia ou et seq. (que significa seqüência ou que se segue) Algumas vezes, para redigir parte do texto, o pesquisador consulta diversas páginas de uma mesma obra. Quando não quiser citar todas as páginas consultadas, até para a citação não ficar muito extensa, pode ser usado o termo et seq. O mesmo ocorre na nota de rodapé.
r----------------------------------,
1 Na idade média, a Igreja Católica era a maior proprietária de terras e, a exemplo dos I !senhores feudais, também o clero explorava os servos. Existiam dois tipos de senhores: os I lfeudais, ou seculares, e os eclesiásticos. Os primeiros propiciavam proteção física ou mi-' enquanto os segundos davam proteção. e conforto espiritual. Além dos feudos, existiam: 1cidades que viviam da produção de manufaturas e mantinham um sistema de trocas e comér-1 leio com aqueles, tudo controlado pelas diversas guildas existentes que representavam OI lpoder da Igreja de forma que os servos agissem de forma ordeira, baseados nos princípios I !cristãos. (HUNT; SHERMAN, 2001. p. 83 et seq.) I
:litar,
L----------------------------------~ HUNT, E. K.~ SHERMAN, HOWARD, J. História do pensamento econômico. Tradução de Jayme Larry Benchimol. 20. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 200 I. p. 83 et seq.
Notas de rodapé São usadas para citar e/ou complementar informações do texto. São digitadas na margem inferior, a partir da esquerda (da mesma página onde ocorre) e separadas do texto . por um traço contínuo de três centímetros. São digitadas em espaço simples e com letras menores do que as usadas no texto. Gomo os textos são digitados com letra 12, estas notas são em letra 1O. Estas notas são numeradas seqüencialmente, ao longo de toda a monografia. Muitos pesquisadores não utilizam as notas de rodapé, preferindo a citação referenciada diretamente no texto. Nada impede que sejam ou não utilizadas, sendo previstas na nonna ABNT NBR 10520, parágrafo 3.6. A seguir, um exemplo . ... na passagem do século XIX para o século XX, os meios de produção e representação tiveram pàpel transformador na arquitetura. Os carros, aviões e trens trouxeram aos projetos arquitetônicos não só a idéia de movimento por meio de jogos geométricos, mas a intenção real de que a obra fosse apreendida pelo deslocamento dos usuários. Assim, para que a idéia do arquiteto se realizasse, era preciso a determinação de percursos, roteiros e imagens em movimento ... 15
Letras no tamanho 1O ~ 15
DUARTE, Fábio. Arquitetura e tecnologias da informação: da revolução industrial à revolução digital. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1999. p. 72.
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Jo.w! A hrantes
Citação de informação verbal (entrevista, palestra, debate etc.) Dependendo do tipo de pesquisa, pode haver a necessidade de serem citadas informações verbais, obtidas em entrevistas, palestras, debates, comunicações etc. Este tipo de infonnação é válido, principalmente se for registrada e/ou gravada. A forma de se citar, segundo a normaABNT NBR I 0520, parágrafo 5.5, é transcrever a informação, colocando entre parênteses a expressão "informação verbal'' e mencionando-se todos os dados disponíveis em nota de rodapé. Veja exemplo. Sabe-se que a agricultura hidropônica, ainda é uma novidade entre os produtores agrícolas e autoridades do Estado do Rio de Janeiro e que, portanto, apresenta uma série de problemas e dificuldades. Não existe assistência técnica agrícola, por parte da Secretaria Estadual de Agricultura, bem como é praticamente impossível a obtenção de financiamento bancário (informação verbal)-1
/ A informação é citada desta fonna no texto e depois detalhada em nota de rodapé.
/ 7
Informação obtida em 27/10/2006, do senhor Vincenzo Barani, produtor agrícola, residente na Estrada da Boa Viagem, sem número, Sítio dos Amigos, Cabo Frio, RJ.
Citação de trabalhos em elaboração Algumas vezes, o trabalho que está sendo utilizado na pesquisa ainda está em fase de elaboração, ou seja, ainda não foi publicado. Também é possível o seu uso, desde que sejam citadas com a observação entre parênteses "em fase de elaboração", e mencionando-se todos os dados disponíveis em nota de rodapé, como a seguir mostrado. (ABNT NBR I0520, parágrafo 5.6)
Beira as raias do absurdo, em um país com tantas dificuldades econômicas, com tamanhas injustiças sociais e com uma das piores distribuições de renda do mundo, quando se constata que, em 2004, no Brasil, nós desperdiçamos, ou seja, jogamos no lixo uma riqueza equivalente a 150% do nosso Produto Interno Bruto (PIB). (em fase de elaboração) 13
13
Autoria de José Abrantes, a ser publicado no segundo semestre de 2005, no livro "Brasil o país dos desperdícios", pela editora Auriverde do Rio de Janeiro.
Fa=er Monografia é mole=a
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Citação indireta de diversas obras de um mesmo autor (na mesma citação) (DREYFUSS, 1989, 1991, 1995) os anos são separados por vírgula e por ordem crescente.
Citação indireta de diversas obras de vários autores (na mesma citação) (FONSECA, 1997; PAIVA, 1998; SILVA, 1992) os autores são separados por ponto e vírgula.
Citações de diversos documentos de um mesmo autor, publicados em um mesmo ano A distinção é feita pelo acréscimo de letras minúsculas, em ordem alfabética, após a data, sem espaço e conforme a lista de referências. A primeira referência é a mais atual (mês mais recente). Deve ser observado que só se detalha o nome completo do autor (ou autores) na primeira referência; nas demais, o nome é omitido e coloca-se um traço contínuo com dez espaços. Veja exemplo a seguir. "O Programa 8S promove a mudança de hábitos e comportamentos" (ABRANTES, 2007a). "Qualquer pessoa tem capacidade para desenvolver uma pesquisa científica" (ABRANTES, 2007b). Nas referências, estes livros aparecem da seguinte forma: ABRANTES, José. Programa 8S. Da alta administração à linha de produção: o que fazer para aumentar o lucro? 2. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2007a.
_____ .Fazer monografia é moleza. O passo a passo de um trabalho científico. Rio de Janeiro: WAK, 2007b.
Conclusão: é a última parte textual onde são concluídos os objetivos e/ou as hipóteses. Em níveis de mestrado e doutorado, costuma-se ter algumas páginas, porém não se deve estender demais nas conclusões. Em monografias de graduação, e até em muitas de pós-graduação lato serisu, como as pesquisas não são tão profundas e como normalmente resume-se às consultas bibliográficas, é recomendável que se use o termo "CONSIDERAÇÕES FINAIS", ao invés de "CONCLUSÃO". Também é normal, nos níveis de mestrado e doutorado, que sejam citadas "RECOMENDAÇÕES E SUGESTÕES",junto às conclusões. O tamanho da fonte é 12.
7O
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.lo.'<; Ahrantl's
25
---------------------------------------1 CAPÍTULO 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir do exposto no presente trabalho, pode-se considerar que a motivação é de suma importãncia como diferencial de uma organização, tendo em vista que empregados motivados serão mais produtivos, todavia faz-se necessário conhecer dctalhadamente todas as teorias que predizem os principais fatores motivacionais c a sua eficiência, já que essas teorias fornecem a sua colaboração para a compreensão da motivação. É impurtantc ressaltar que ninguém motiva ninguém, ou seja, o
responsável por um grupo pode facilitar a liberação ou a inibição da vontade de realizar uma tarefa dentro do ambiente de trabalho, desde que dê ou não condições de alcançar os objetivos. Parte da motivação de uma pessoa vem de fato desta saber que tem um papel importante na organização e que outras pessoas contam com ela. O sucesso de qualquer empreendimento depende das pessoas nelas envolvidas. É muito importante que o líder esteja sempre criando estímulos para manter a equipe motivada c um deles é reconhecer o seu trabalho, a fim de que ela se torne cada vez mais dedicada e competente.
O estudu da motivação do trabalhador passa principalmente pelo estudo dos comportamentos, condutas e dos aspectos psicológicos do trabalhador. O homem deve ser analisado como um todo, pois sua vida pessoal, educação, crenças e traumas afetam também sua vida profissional. Definir se um trabalhador está motivado é tarefa bastante complexa, pois as necessidades variam de pessoa para pessoa. Cada indivíduo tem tendência a desenvolver certas forças motivacionais como produto de ambiente cultural no qual vive, afetando a maneira pela qual as pessoas percebem seu trabalho e encaram suas vidas.
I
1--------------------------------------J
Fa=er Monografia é mole=a
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7I
3.3 Detalhes das folhas pós-textuais 3.3.1 Referências As referências são o conjunto das .fontes de consulta, utilizadas na pesquisa. São livros, periódicos, artigos, monografias, dissertações, teses, eventos científicos (seminários, congressos etc.), materiais coletados por meio da rede Internet e informações gravadas em áudio e vídeo (por exemplo CD e entrevistas). São citados apenas os que realmente foram utilizados na pesquisa. Deve ser esclarecido que, até segundo a ABNT NBR 6023, o tenno correto é "'Referências" e não "'Referências bibliográficas", pois também podem ser citadas referências não apenas escritas (bibliográficas). Antes de detalhar as diversas maneiras de se citar as referências, cabem algumas observações. As referências não devem ser numeradas (nada impede) e são ordenadas por ordem alfabética dos autores. Quando houver um mesmo autor (ou autores) com mais de uma obra, primeiro citam-se os seus livros e depois os artigos, sendo que os livros e artigos são ordenados pela data de publicação, da mais antiga para a mais atual. O nome do autor aparece na primeira referência e, nas demais, o nome é substituído por um traço contínuo equivalente a seis sublinhas. Nas referências, primeiro, citam-se os livros e os artigos individuais e, em seguida, os em co-autoria.
Todas as referências são alinhadas à esquerda, pulando-se um espaço entre uma e outra. São digitadas em letras no tamanho 12 e o espaço entre as linhas é simples (no texto da monografia, o espaço recomendado é de 1,5). As referências são compostas por elementos essenciais e complementares. Os essenciais (que têm de aparecer em todas as referências) são autor(es), título, edição (a 1ª edição é omitida), local, editora e data de publicação. Os elementos complementares variam confonne a referência e podem ser, por exemplo, o número do ISBN, o número de páginas, as páginas consultadas etc. Nas referências, em língua portuguesa, os meses do ano são abreviados, usandose as três primeiras letras (minúsculas) e um ponto: jan./fev./mar./ etc. Exceto o mês de maio que é grafado maio. Para os idiomas: espanhol, italiano, francês, inglês e alemão, deve ser consultada a norma ABNT NBR 6023 anexo A. Deve ser citado que tennos ligados a Filho, Neto e Júnior não são sobrenomes, mas complementos. Exemplos: José Roberto da Silva Júnior é referenciado como SILVA JÚNIOR José Roberto da; PAIXÃO FILHO, Pedro Paulo da é a referência para Pedro Paulo da Paixão Filho.
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., .José Ahranles
r--------------------------------Quando uma obra, s~ja qual for o tipo (livro, revista, congresso etc.), for con- -,
1
I sultada on-line, têm de ser acrescidas as seguintes infonnações: endereço eletrôni- : I co apresentado entre os sinais<> e precedido da expressão "Disponível em:", com I a data de acesso aó documento precedida da expressão "Acesso em:". Opcionalmen- I 1 te podem ser colocados os dados referentes à hora, aos minutos e aos segundos do 1 I acesso. Do ponto de vista acadêmico, não deve ser utilizado material eletrônico de 1 I curta duração e/ou de baixo nível. Ao se referenciar à Internet, tem de se confirmar I I fonte, veracidade e seriedade das informações. (Veja exemplo na página74.) I 1
L-------~-------------------------~
A seguir, são detalhadas algumas formas e tipos de referências, devendo-se ressaltar as sutilezas e as particularidades no uso de letras maiúsculas (caixa alta), letras minúsculas, ponto, vírgula, ponto e vírgula, dois pontos etc. Cabe enfatizar que aqui são citadas apenas algumas formas e tipos de referências e que, para mais detalhes, deve ser consultada a norma ABNT NBR 6023, que mostra centenas de formas e tipos diferentes de referências.
Referências de livros De forma geral, os livros são referenciados da seguinte forma: Sobrenome do(s) autor( es) em letra maiúscula, vírgula e o nome. Título do livro destacado ou em negrito ou em itálico ou em grifo, com a primeira letra do título em maiúscula seguida de dois pontos para escrever o subtítulo (se houver) em minúscula e sem destaque. Número da edição (a Iª edição é omitida). Local da edição seguido de dois pontos, o nome da editora seguido de vírgula e o ano da publicação.
Livros com apenas um autor: PEREIRA, Antônio José. Monografias ou cópias?: como conduzir pesquisas. 3. ed. Lisboa: Companhia dos Livros, 2005. Livros com dois e três autores: aparecem os nomes na ordem citada na capa do livro e separados por ponto e vírgula e um espaço. DINSMORE, Paul Campbell; SILVEIRA NETO, Fernando Henrique da. Gerenciamento de projetos: como gerenciar seu projeto com qualidade, dentro do prazo e custos previstos. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. MOURA, Maria Lucia Seidl de; FERREIRA, Maria Cristina; PAINE, PatríciaAnn. Manual de elaboração de projetos de pesquisa. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998.
Livros com mais de três autores: coloca-se o nome do autor que aparece em primeiro lugar na capa, seguido da expressão latina et ai. (em verdade, o termo completo é et alii).
Fa=er Monografia é mole=u
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BIALOSKORSKI NETO, Sigismundo et ai. Política institucional de monitoramento da autogestão das cooperativas do estado de São Paulo: uma proposta preliminar de metodologia, pesquisa e implementação. Resultados da primeira fase. 2. ed. Ribeirão Preto, SP: Gráfica Canavaci Ltda., 2000. Livros com vários autores e coordenador(es) ou organizador(es): coloca-se o nome do(s) autor(es) que organizou( aram) ou coordenou( aram), seguido de expressão típica entre parênteses, (Org.), (Coord.). HENRIQUES, Cláudio Cezar; SIMÕES, Darcília Marindir P. (Orgs.). A redação de trabalhos acadêmicos: teoria e prática. 3. ed. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2004. Livros cuja autoria e/ou publicação se.ia uma instituição ou empresa: esta instituição ou empresa assume o papel de autor, e a referência é semelhante à de um livro com um autor. Escrevendo a instituição ou empresa em letra maiúscula. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA, SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução. Brasília: MEC/SEF, 1997. Livros consultados em meio eletrônico: (veja observação geral.) ALVES, Castro. Navio negreiro. [S.l]: Virtual Books, 2000. Disponível em: . Acesso em: I O jan.2002, 16:30:30.
* O termo [S.l] significa: sine loco, ou seja, não é possível identificar o local de publicação do livro. Referências de periódicos (como um todo): algumas vezes, também são utilizados periódicos na sua totalidade (a exemplos de livros), como fontes de pesquisa. Os elementos essenciais são título, local de publicação, editora, data ou datas de início e encerramento da publicação (se for o caso). Quando houver, acrescentam-se elementos complementares. Veja os exemplos a seguir: BOLETIM GEOGRÁFICO. Rio de Janeiro: IBGE, 1943-1978. Trimestral. REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA. Rio de Janeiro: IBGE, 1939-. Trimestral. Absorveu Boletim Geográfico, do IBGE. Índice acumulado~ 1939-1983. ISSN 0034-723X. SÃO PAULO MEDICAL JOURNAL. São Paulo: Associação Paulista de Medicina, 1941-. Bimensal. ISSN 0035-0362.
74
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.José Ahra/1/es
Referências de artigos: artigos e papers podem ser publicados em diferentes meios. Revistas científicas, revistas acadêmicas,journals, boletins, anais de eventos científicos e acadêmicos (seminários, congressos), jornais e revistas de grande circulação são exemplos. Com relação a jornais e revistas de grande circulação (O GLOBO, VEJA, ÉPOCA etc.), não é proibido citá-los como referência em trabalhos científicos, mesmo porque, dependendo da área e do tipo de pesquisa, estas fontes podem ser importantes. Ao se decidir por citar um destes veículos, alguns cuidados devem ser observados, por exemplo, entrar em contato com o autor e obter dados sobre a fonte, veracidade e seriedade das informações fornecidas. Não se devem citá-los em um trabalho científico ou acadêmico, simplesmente, porque saiu em um jornal ou revista popular. Artigos em periódicos (journa/s), revistas científicas, revistas acadêmicas e boletins: indicação do(s) autor(es), título e subtítulo (se houver) do artigo, nome doperiódico em destaque, local de publicação, data completa da publicação, número do volume e/ou ano, número do periódico e páginas inicial e final do artigo. COSTA, V. R. À margem da lei: o Programa Comunidade Solidária. Em Pauta: revista da Faculdade de Serviço Social da UERJ, Rio de Janeiro, n. 0 12, p. 131-148, 1998. SAMPAIO, Jader dos Reis. A pesquisa qualitativa entre a fenomenologia e o empirismo formal. Revista de Administração da USP, São Paulo, v.36, n. 0 2, p. 16-24, abr./jun.200 1. Caso a consulta tenha sido feita por meio eletrônico, tem de ser acrescida a descrição física do meio eletrônico, ou seja, disquetes, CD-ROM etc. VIEIRA, Cássio Leite; LOPES, Marcelo. A queda do cometa. Neo Interativa, Rio de Janeiro, n. 0 2, inverno 1994. I CD-ROM.
Caso a consulta tenha sido feita on-line, identifica-se completamente, como já citado: SILVA, M. M. L. Crimes da era digital. Net, Rio de Janeiro, nov. 1998. Seção Ponto de Vista. Disponível em: . Acesso em: 28 nov. 1998.
Artigos em eventos científicos (seminários, congressos, simpósios etc.): indicação do(s) autor(es), título e subtítulo (se houver) do artigo, colocação da preposição latina In seguida de dois pontos, nome do evento em letras maiúsculas, ano e local do evento, título do documento (anais, atas, tópico temátko etc.) em destaque e seguido de três pontos, local, editora, data de publicação, páginas inicial e final do artigo. BRAYNER, A. R. A.; MEDEIROS, C. B. Incorporações do tempo em SGBD orientado a
Fa=er Monografia é mole=a
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objetos. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE BANCO DE DADOS, 9., 1994, São Paulo. Anais ... São Paulo: USP, I 994. p. I 6-29.
Caso o artigo do evento tenha sido publicado em meio eletrônico: SILVA, R. N.; OLIVEIRA, R. Os limites pedagógicos do paradigma da qualidade total na educação. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPe, 4., I 996, Recife. Anais eletrônicos ... Recife: UFPe, I 996. Disponível em: . Acesso em: 2 I jan. 1997.
Artigos publicados em jornais e revistas populares (não científicos) Neste caso, estão incluídos comunicações, editorial, entrevistas, reportagens e resenhas. Os elementos essenciais são autor( es) (se houver), título do artigo, título do jornal ou revista em destaque, local de publicação, data de publicação, seção, caderno ou parte do jornal ou revista e a paginação correspondente. Quando não houver seção, caderno ou parte, a paginação do artigo ou matéria precede a data. COSTURA x P. U .R. Aldus, São Paulo, no v. I 997, ano I, n. o I. Encarte técnico, p. 8. LEAL, L. N. MP fiscaliza com autonomia total. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, p. 3, 25 abr. 1999. ANGELO, Eduardo Bom. Minha empresa está cheia de parentes desinteressados. O que faço? Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios, São Paulo, ago. 2004, n. 0 187. Divã do empreendedor, p. 9- I O.
Artigo de jornal em meio eletrônico: SILVA, Ives Gandra da. Pena de morte para o nascituro. O Estado de São Paulo, São Paulo, I 9 set. I 998. Disponível em: . Acesso em: 19 set. 1998.
Referências de monografias (incluindo dissertações, teses e trabalhos acadêmicos) É muito comum (e recomendável) a consulta a monografias para fundamentar e ou complementar pesquisas científicas. Via de regra, as monografias têm uma cópia arquivada na biblioteca central da instituição e, algumas vezes, também na coordenação do curso. Poucas dissertações e teses estão disponíveis na Internet e muitas estão em CD-ROM. ·
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José A hrantes
A forma de referência é nome do autor, título destacado, subtítulo (se houver) sem destaque, ano de publicação (ano da aprovação), número de folhas, tipo de trabalho (dissertação, tese, trabalho de conclusão de curso etc.) com a área de pesquisa, unidade de ensino e nome da instituição (por extenso) onde a monografia foi desenvolvida e a cidade. ALENTEJO, Eduardo. Catalogação de postais. 1999. Trabalho apresentado como requisito parcial para aprovação na Disciplina Catalogação III, Escola de Biblioteconomia, Universidade do Rio de Janeiro- UNIRIO, Rio de Janeiro. CORDEIRO, Ana Cristina da Mota. Análise do método de gerência de projetos de arquitetura aplicada aos edifícios residenciais multipavimentares, na cidade do Rio de Janeiro. 2005. 167f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção)- Coordenação dos Programas de Pós Graduação em Engenharia- -coPPE, Universidade Federal do Rio de Janeiro- UFRJ, Rio de Janeiro. GOMES, Lauro Carlos Bronzoni. A influência do Exame Nacional de CursosE.N.C. no ensino da Ciência da Administração: a construção do perfil curricular do administrador formado pela Faculdade Béthencourt da Silva. 2003. 105f. Dissertação (Mestrado em Ciências Pedagógicas)- Instituto Superior de Estudos PedagógicosISEP, Rio de Janeiro.
Referência de mensagem eletrônica (e-mail) Em se tratando de referência para uma pesquisa científica, só se justifica uma mensagem recebida de um professor ou pesquisador ou uma instituição. Não se pode estar referendando qualquer mensagem recebida. ALMEIDA, M. P. S. Fichas para MARC [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por <[email protected]> em 12jan. 2002. Além de todas estas referências, recomenda-se a consulta à norma ABNT NBR 6023, para outros casos, como, por exemplo: documento jurídico, como legislação e decisões judiciais (parágrafo 7 .9); imagem em movimento, como filmes, videocassetes e DVD (parágrafo 7 .10); documento iconográfico, como pintura, gravura, fotografia, ilustração, desenho técnico, transparência, diapositivo, material estereográfico, cartaz e outros (parágrafo 7.11 ); documento cartográfico, como atlas, mapa, globo, fotografia aérea e outros (parágrafo 7 .12); documentos sonoros, como disco, cassete, rolo, CO e outros (parágrafos 7.13 e 7.14 ); partituras impressas e em meio eletrônico (parágrafo 7 .15); documento tridimensional, incluindo esculturas, maque-
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Fazer Monografia é moleza
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tes, fósseis, esqueletos, objetos de museu, animais empalhados, monumentos e outros (parágrafo 7 .16); e documentos de acesso exclusivo em meio eletrônico, como bases de dados, listas de discussão, arquivos em discos rígidos, programas, mensagens eletrônicas e outros (parágrafo 7 .17). A seguir, é mostrada uma folha exemplo com algumas referências aqui citadas, exatamente como devem aparecer em uma monografia. 208
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REI'ERÊNCIAS
ALENTEJO, Eduardo. Catalogação de postais. 1999. Trabalho apresentado como requisito parcial para aprovação na Disciplina Catalogação 111, Escola de Biblioteconomia, Universidade do Rio de Janeiro - UNIR 10, Rio de Janeiro. ALMEIDA, M. P. S. Fichas para MARC [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por <[email protected]> em 12 jan. 2002. ANGELO, Eduardo Bom. Minha empresa está cheia de parentes desinteressados. O que faço? Revista Pequen;~s Empresas Grandes Negócios, São Paulo, ago. 2004, n. 187. Divã do empreendedor, p. 9-1 O. BlALOSKORSKl NETO, Sigismundo et ai. Política institucional de monitoramento da autogestão das cooperativas do estado de São Paulo: uma proposta preliminar de metodologia, pesquisa e implementação. Resultados da primeira fase. 2. ed. Ribeirão Preto, SP: Gráfica Canavaci Ltda, 2000. DINSMORE, Paul Campbell; SILVEIRA NETO, Fernando Henrique da. Gerenciamento de projetos: .:orno gerenciar seu projeto .:um qualidade, dentro do prazo e custos previstos. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. GOMES, Lauro Carlos Bronzoni. A influência do Exame Nacional de Cursos - E.N.C. no ensino da Ciência da Administração: a construção do perfil curricular do administrador formado pela Faculdade Béthencourt da Silva. 2003. 105f. Dissertação (Mestrado em Ciências Pedagógicas) - Instituto Superior de Estudos Pedagógicos- ISEP, Rio de Janeiro. REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA. Rio de Janeiro: IBGE, 1939-. TrimestraL Absorveu Boletim Geográfico, do IBGE. Índice acumulado, 19391983. ISSN 0034-723X. SAMPAIO, Jader dos Reis. A pesquisa qualitativa entre a fenomenologia e o empirismo formaL Revista de Administração da USP, São Paulo, v.36, n.2, p. 16-24, abr./jun.200 I. SILVA, lves Gandra da. Pena de morte para o nascituro. O Estado de São Paulo, São Paulo, 19 set. 1998. Disponível em: . Acesso em: 19 set. 1998.
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José Ahrumes
3.3.2 Glossário
É wna das folhas pós-textuais, sendo opcional. No glossário, é feita uma relação, em ordem alfabética, de palavras específicas utilizadas no texto, com as suas definições. Normalmente só é utilizado em alguns livros, não sendo exigido em monografias e trabalhos científicos. A seguir, é mostrada parte de wn glossário, extraída do livro: OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Sistemas de Jnfonnações Gerenciais. 9. ed. Rio de Janeiro: Atlas, 2004. 285p. O tamanho da fonte é 12. 209
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GLOSSÁRIO
Ação é a capa.: idade de tomar as decisões necessárias para a solução das situações diagnosticadas. otimizando os recursos disponíveis. AEN- Área Estratégica d(• Negócio é uma parte, ou segmento. do mercado com a qual a corpuraçãu ou a empresa, por meio de suas UEN. se relaciqnam de maneira otimi;!ada. Agente de desenvoh·imento organizacional é aquele capaz de desenvolver comportamentos. atitudes e processos que possibilitem à empresa transacionar pruativa e interativamente com os diversos aspectos do ambiente e do sistema considerados. Alternativa é a ação sucedânea que pode levar, de torma diferente, ao mesmo resultado. Ambiente de um sistema é o conjunto de elementos que não pertencem ao sistema, mas qualquer alteração no sistema pode mudar ou alterar os seus elementos e qualquer alteração nos seus elementos pode mudar ou alterar o sistema. Áreas de responsabilidade são unidades administrativas com funções e responsabilidades determinadas e com um responsável com autoridade definida. Atuação para o mercado é a capacidade de alcançar os resultados que melhorem e perenizem, harmoni.:arnente, a satisfação dos diversos públicos (clientes, tornecetlores. comunidade, acionistas, funcionários etc.) Banco de dados é uma coleção organizada de dados e informações que possa atender às necessid;ules de muitos sistemas, com um mínimo de duplicação, e que estabele.:e relações naturais entre dados e intormações.
Fazer Monografia é moleza
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3.3.3 Apêndice É uma das folhas pós-textuais, sendo opcional, pois só é feita quando a monografia tem apêndices. Consiste em textos ou documentos elaborados pelo próprio autor da monografia. O objetivo do apêndice é complementar o desenvolvimento da monografia (parte textual), sem quebrar o raciocínio e sem causar volume ao texto com informações complementares. Os apêndices são identificados por letras maiúsculas, travessão e título. A seguir, é mostrado um exemplo de um aoêndice que no caso é oarte da resenha de um livro. O tamanho da fonte é 12. 210
APÊNDICE A- Exemplo de uma resenha crítica
Resenha crítica do livro: DINSMORE, Paul; SILVEIRA NETO, Fernando Henrique da. Gerenciamento de projetos. Como gerenciar seu projeto com qualidade, dentro do prazo e custos prevístus. Rio de Janeiro, RJ: Qualitymark. 2004. 150p. Por: José Abrantes (D.Sc.). Prolessur Titular do Centro de Ciéncias Sociais Aplicadas e Pesquisador do Centro Universitãrio Augusto Motta -· UNISUAM.
A análise deste livro teve como objetivo principal entender se, conforme o seu conteúdo, pode ser utilizado como livro texto ou leitura complementar na disciplina de gerenciamento de projetos, dos cursos de Engenharia, Administração, Morketinge Economia. O que é um projeto Segundo os autores, é um esforço temporário realizado para criar um produto ou serviço único, diferente de alguma maneira, de todos os outros produtos e serviços. Um projeto tem início e fim definidos, utiliza recursos humanos, materiais e financeiros, é dirigido por pessoas e obedece a parâmetros de custo. tempo e qualidade. Os autores apresentam poucos exemplos de projetos e deveriam explorar mais esta parte inicial e introdutória. Sente-se falta de um maior embasamento teórico e constata-se que os autores falam muito em ti.mçào de suas experiências como gerentes de projetos industriais de grande porte.
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RO
I
José Ahrmlles
3.3.4 Anexo É lD11a das folhas pós-textuais, sendo opcional, pois só é feita quando a monogrnfia tem anexos. Consiste em textos ou documentos não elaborados pelo autor da monogrnfia, e têm como fi.mção ilustrar, fimdamentar e I ou comprovar passagens do desenvolvimento do texto. Os anexos são identificados por letras maiúsculas, travessão e título. A seguir, é apresentado um exemplo de um anexo, no caso uma tabela do IBGE, mostrando o crescimento real percentual das taxas de crescimento PIB, entre 1953 e I%3. Dados disponíveis no site: . Acesso em 30/05/05. O tamanho da fonte é I2 (ou confonne de onde se extrai a infonnação). 213
~------------------~---------------~---1
ANEXO A- EVOLUÇAO DO PIB (195311963)
1
I
I I
I I
1 PIB BRASILEIRO (TAXAS ANUAIS PERCENTUAIS DE CRESCIMENTO REAL) 1
FONTE IBGE Relatório Anual- BACEN
Ano
Total
Agropec.
Indústria
Serviços
1953
4,7
0.2
l!.7
-0,1
1954
7,8
7.9
8.7
13,0
1955
R,R
7,7
10.6
3.5
1956
2.9
-2.4
6.9
4,7
!957
7.7
9,3
5.7
9,0
1958
10,8
2,0
16,2
5,4
1959
9,8
5,3
11,9
1,2
1960
9,4
4,9
9,6
13,0
!961
8,6
7,6
10,6
11,9
1962
6,6
5,5
7,8
3,3
!963
0.6
1,0
0,2
2,9
Fazer Monografia é moleza
I
8I
3.3.5 Índice Também conhecido como índice remissivo é um elemento pós-textual opcional, normalmente não utilizado em monografias e que ocorre em alguns livros. Este índice lista palavras e/ou frases que aparecem no texto, citando a(s) página(s) onde ocorre(m). A seguir, é mostrada uma folha exemplo de um índice remissivo, copiado do livro: BRAGA, Gláucia; BOENTE, Alfredo. Metodologia científica contemporânea: para universitários e pesquisadores. Rio de Janeiro: Brasport, 2004. O tamanho da fonte é 12. Ultimas folhas a serem numeradas
214
---------------------------------------1 INDICE
I
•
I
I
A
D
ABNT, 63, 141 abstract,143 Agradecimento, 143 A1exSys Team, 167 análise dos dados, 61 Anexos, 146 Apêndices, 146 Área de Pesquisa, 5R,59 1\.RPNET, 153 artigo cientifico, 22 artigo-relatório, 22 Associação Brasileira de Normas Técnicas, 63
Decision Pro. 167 Dedicatória, 143 Definição constitutiva, 13 Definição Operacional, 13 delimitação de assunto, 2ó dissenaçiio. 20
E ensaio cientílico, 23 Epígrafe, 143 Errata, 142 escolha de um tema, 25 estágios cognitivos, 57 Estudo de caso, li
B Biblíugratía, 63
••
c
Folha de aprovação. 143 Folha de rosto, 142 fontes de pesquisa, 63
Capa, 142 compilação, 18 condusão, 62 conhecimento, 144 conhecimento empírico. 144 considerações finais, 25,62 cronograma, 61
H
HiperTexto, !59 hipótese, 4, 25, 27 home pages, 159 HTML, 159 HypcrTcxt Markup Language, 159
II _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
J
Fa=er Monografia é mole=a
I
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Capítulo 4 Entrega da parte escrita e defesa oral da monografia A parte escrita e a banca examinadora Uma vez escrita e feita a revisão ortográfica, e de comum acordo com o orientador, o candidato deve providenciar uma cópia da monografia para cada membro da banca examinadora. Isto deve ocorrer, pelo menos, 30 dias antes da data da defesa. Com relação ao desenvolvimento da parte escrita da monografia, cabe ressaltar a função do professor orientador. Não é ele quem desenvolve a pesquisa nem quem escreve a monografia, mas sim o candidato. O orientador guia o candidato, de forma que este não entre em devaneios acadêmicos, perdendo a coerência e foco da pesquisa. O ideal é que o candidato tenha encontros constantes com o orientador, colocando-· o a par do desenvolvimento da pesquisa e fornecendo cópia das partes que estiverem sendo escritas, para que ele entenda e possa sugerir algumas mudanças ou até o redirecionamento da metodologia. Não se deve deixar tudo para o final e apenas entregar uma cópia completa ao orientador, quase na data da defesa. Aliás, o termo defesa da monografia é bem apropriado, pois cabe ao candidato e ao orientador defendê-la com "unhas e dentes", de qualquer ataque. Para que isto ocorra, é fundamental uma perfeita interação e harmonia entre candidato e orientador. A figura do orientador e a sua relação com o orientado são, muitas vezes, motivos de muita polêmica.e reclamações constantes. Com raras exceções, os orientadores são quase que execrados pelos orientados. É claro que existem orientadores não muito agradáveis, mas, pela minha experiência, principalmente em cursos de graduação, os alunos "entendem" que o orientador é quem tem de fazer a pesquisa e escrever a monografia. Após alguns anos vivenciando estes problemas, criei a seguinte definição para alguns orientadores: "O orientador é como o seu anjo da guarda. Ele o protege, você reza para ele, você sabe que ele existe, mas não consegue vê-lo nem falar com ele". Antes da entrega das cópias aos membros da banca examinadora, o candidato tem de se certificar de que, além da revisão ortográfica, foi feita uma completa revisão de toda a estrutura e a formatação da monografia. Além da coerência metodológica das três partes, ou seja, introdução, desenvolvimento e conclusão (ou considerações finais), o candidato tem de verificar minuciosamente se todos os capítulos, seções e subseções estão numerados de forma seqüencial e correta; se os títulos estão corretos; se todas as páginas estão numeradas e escritas conforme constam no sumário. Qualquer pequeno erro, por exemplo de
I! 4
I
José .4 hrantes
paginação, pode se transfonnar em um problema ou discussão durante a defesa, inclusive deixando exposto o trabalho do orientador. Com relação à banca examinadora, cabem alguns comentários . Em trabalhos de graduação, s~ja em bacharelado ou licenciatura, a banca é composta pelo professor orientador e por mais dois professores do curso que o candidato está concluindo. Normalmente, neste nível, o candidato não é consultado quanto à composição da banca. Em cursos de pós-graduação lato sensu (por exemplo, MBA), o procedimento é o mesmo. Em defesas de dissertação de mestrado, a banca é composta por, pelo menos, três membros, sendo o orientador um outro professor do curso e da mesma instituição e um membro externo convidado, da mesma área à qual se refere a pesquisa. Neste nível, todos os membros (inclusive o orientador) têm de ter, pelo menos, o grau de mestre ou livre docência. Não é obrigatório que os membros sejam doutores, embora isto seja comum na prática. O candidato deve conversar muito com o orientador, para escolha e composição da banca. Caso o candidato tenha preferência por algum professor, especialmente o membro externo, este tem de ser aprovado pela instituição e do "agrado" do orientador. Algumas vezes, um professor que tem o grau de mestre ou de doutor é amigo do candidato, mas não reúne as condições acadêmicas para participar de uma banca examinadora deste nível. Um exemplo são os professores que, apesar da titulação, não apresentam razoável produção científica. Quando se diz que os membros também devem ser do "agrado" do orientador, deve-se pensar no que pode acontecer durante a defesa, caso haja incompatibilidade entre o orientador e um desafeto. Sabe-se de defesas onde, em virtude da incompatibilidade entre os membros da banca, o candidato acabou sendo prejudicado. No nível de doutorado, cerca de um ano antes da defesa da tese, ocorre o exame de qualificação (qualifying), onde o candidato apresenta para uma banca de pelo menos três doutores (ou livres docentes) o tema de sua pesquisa, as questões norteadoras, o objeto de estudo, as justificativas, os objetivos, a metodologia e as hipóteses. O objetivo é confirmar se o candidato está no caminho certo e qualificado para continuar a pesquisa. Nesta etapa, o candidato apresenta um resumo escrito (não é a tese) e explica oralmente à banca a sua pesquisa. Sugere-se que, já nesta fase, a banca seja montada com os cinco professores doutores que depois irão compor a banca da defesa da tese, inclusive com os dois membros externos. Na defesa de tese de doutorado, a banca é composta por pelo menos cinco doutores (e/ou livres docentes), que têm comprovada produção acadêmica e científica. A escolha deve ser criteriosa e de comum acordo entre candidato e orientador. Aqui também valem as observações anteriores, relacionadas ao mestrado, porém com mais cuidado. Muitas vezes, escolhe-se um "figurão", pensando em valorizar a defesa e, no final, depara-se com
Fa=er Monografia é mole=a
I
85
muito aborrecimento. Sabe-se de defesas de doutorado onde ocorreram discussões calorosas e agressivas entre membros da banca, de tal forma que "a fogueira das vaidades" acabou queimando o candidato.
Como ocorre a defesa oral da monografia? Toda defesa de monografia, independentemente do nível, é um ato solene e público, podendo ser assistido por qualquer pessoa. Tanto isto é verdade que as instituições são obrigadas a divulgar, em suas instalações com antecedência, as datas, os horários e os locais das defesas de monografia, seja no nível de graduação, pós-graduação, mestrado ou doutorado. Recomenda-se que o candidato já tenha assistido a, pelo menos, uma defesa do seu nível e área, até para perder o medo, que é normal. Deve ser esclarecido que, especialmente em nível de mestrado e doutorado, além das cópias para cada membro da banca examinadora, o candidato tem de depositar um original em folhas soltas (sem encadernação) na secretaria do curso. Este original ficará arquivado, na instituição, junto com a folha de aprovação (assinada pela banca após a defesa e a aprovação ),a ata e as possíveis ressalvas. No dia da defesa, o candidato deve comparecer com pelo menos 30 minutos de antecedência, não só para se preparar psicologicamente mas também para verificar se todos os materiais e acessórios estão funcionando. Transparências, disquete, retroprojetor, microcomputador, data show, tela, luzes e energia, tudo deve ser verificado. Nada deve falhar. É aconselhável que haja água, café e copos disponíveis, especialmente para a banca examinadora. O candidato tem o direito de convidar amigos e parentes para assistir à sua defesa, devendo deixar claro que não podem ocorrer interpelações da platéia, sob nenhuma hipótese. Não se recomenda a presença de pais muito idosos ou emotivos, até por causa do nível de tensão, muito menos a de crianças pequenas que, em poucos minutos, perderão a paciência e acabarão por chorar ou tumultuar a apresentação. Apesar de ser um ritual de passagem, especialmente no mestrado e no doutorado, uma defesa de monografia não pode se transformar em uma festa. Recomenda-se a realização de festa e comemorações, após a aprovação do candidato, fora da instituição. É conveniente que o candidato conte com a presença de uma pessoa de sua confiança para ajudá-lo na manipulação de transparências, computador e data show. O candidato não deve se envolver e perder tempo com estes detalhes, pois sua atenção deve-se concentrar na fala e na apresentação da pesquisa. Este "auxiliar') não pode falhar e atrapalhar os trabalhos, por exemplo, errando a posição das transparências ou acessando o arquivo ou a folha errada. Isto tudo porque se dispõe de pouco tempo para a apresentação. Este tempo varia conforme a instituição e o nível do curso. De forma geral, no Brasil, praticam-se os seguintes tempos: monografias de graduação ou pós-graduação lato sensu, entre 20 e 30 minutos; dissertação de mestrado, entre 30 e 50 minutos; tese de doutorado, entre 40 e 60 minutos. É fundamental que o candidato saiba, com antecedência, de
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José A hrumes
quantos minutos irá dispor para a sua apresentação, até para se preparar. Uma vez que todos os membros da banca estejam presentes e o candidato pronto, o orientador, que é o presidente da banca, inicia os trabalhos. Inicialmente o presidente faz a leitura da ata de defesa, citando o nome do curso, do candidato, o tema da monografia, apresentando a banca e informando quantos minutos o candidato dispõe. Inicia-se a apresentação com o candidato, devendo apresentar de forma clara e sucinta a sua pesquisa, citando: título, objetivos, justificativas, metodologia, questões de estudo e hipóteses (no caso de mestrado e doutorado). Aconselha-se o uso da primeira pessoa do plural (nós), evitando-se a primeira do singular (eu). A fala deve ser clara, com palavras pertinentes, sem insinuações ou brincadeiras e sem se dirigir especificamente a qualquer membro da banca. Fala-se para a banca e olhando-a. A apresentação deve ser resumida e seguir a ordem da monografia escrita. Para uma boa apresentação e defesa, o candidato deve atentar para alguns detalhes. Preparar as transparências ou as telas de forma simples, objetiva e com poucas informações. Devem ser usadas poucas frases e com letras de tamanho 20, no mínimo. Pode-se usar cores, mas não se devem transformar as telas (via data show) em um show pirotécnico, com múltiplos efeitos visuais. Não são estes efeitos que definem a qualidade da pesquisa. Muito show pode acabar atrapalhando. Não devem ser apresentadas tabelas ou quadros com muitas linhas e colunas, de fonna que não se consiga ler. Tudo que se projetar tem de ser lido e entendido sem muito esforço pela banca. O candidato não deve ficar lendo o que está sendo projetado pois, além de enfadonho, demonstra insegurança, o que não é bom. Para uma boa apresentação e controle do tempo, o candidato deve "treinar" antes em casa ou na instituição, simulando o que ocorrerá. Com isto, são corrigidas as falhas e tem-se controle do tempo. O candidato deve falar olhando para a banca e indicando detalhes na tela com um marcador, sem colocar o dedo ou ficando na frente da projeção. De forma geral, uma transparência ou tela, com letras no tamanho 20, permite que se fale entre 2 a 4 minutos. Com isto, pode-se prever os números de transparências ou teIas, de forma que o candidato não apresente um número excessivo, o que poderá atrapalhar a sua apresentação. O candidato pode até terminar um pouco antes do tempo previsto, mas não deve ultrapassá-lo e, sob nenhuma hipótese, deve alegar que não pôde concluir ou fazer uma boa apresentação por falta de tempo. Ele já sabia anteriormente e tinha que se preparar. Considerando-se um tempo médio de 3 minutos por tela ou transparência, podem ser previstas as seguintes quantidades:
Fa:er .Honogra.fia é mole:a
Tempo de apresentação
I
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Número de projeções pr~jeções
20 minutos
7
30 minutos
I O projeções
40 minutos
14 projeções
50 minutos
17 projeções
60 minutos
21 projeções
O término da apresentação se dá com a conclusão ou considerações finais, que deve estar destacada em uma única tela e onde o candidato deve falar um pouco mais (cerca de 5 minutos).
Após a apresentação, o presidente da banca dá início às perguntas dos membros da banca. Normalmente, até por questão de cortesia, dá-se preferência aos membros externos convidados, ficando o orientador por último. Isto é bom, pois permite que o orientador analise os questionamentos e possa até pensar em alguma defesa prévia, antes da sua fala. Especialmente em nível de graduação, o orientador se abstém de perguntar ao candidato. O candidato deve ouvir as perguntas sentado, anotando o nome do professor e o tipo de pergunta. Normalmente são feitas poucas perguntas por cada membro, e o normal é o candidato responder a um de cada vez, após a autorização do presidente, mesmo porque podem ocorrer questões similares. As respostas devem ser objetivas, limitando-se ao que foi perguntado, podendo-se recorrer às transparências ou telas. Sob nenhuma hipótese, o candidato deve confrontar um membro da banca, mesmo que seja provocado~ ou, até mesmo, caso a pergunta não s~ja tão pertinente ao tema. O candidato tem de ser educado e calmo e responder da melhor forma possível. Se tiver de haver discussão, até em tom mais áspero, que ocorra entre o membro e o orientador. É normal, especialmente em nível de mestrado e doutorado, que sejam solicitadas pequenas revisões, por parte de membros da banca. O candidato não deve discutir e se prontificar a fazê-las o mais breve possível. Deixe que o orientador se entenda com o membro que questionou .. Após respondidas todas as questões, o presidente solicita que o candidato e o público presente se retirem, para que a banca delibere. Em algumas instituições, é a banca que se retira para uma outra sala, mais reservada. Este é um momento de grande apreensão para o candidato, pois estará sendo julgado todo um trabalho de pesquisa, que poderá ter consumido anos de muita dedicação. Costuma ser um momento alegre para a banca que conversa, brinca, relaxa, troca informações e toma alguns cafezinhos. Cada membro da banca expõe a sua opinião sobre o trabalho e o candidato e, em conjunto, tomam a decisão. A fonna de ava-
88
I
.José A hrantes
liação varia conforme a instituição, mas, via de regra, têm-se três modalidades: aprovada, aprovada com ressalvas (ou restrições) e reprovada. Algumas instituições têm ainda a modalidade de aprovada com louvor, atribuída a trabalhos que se destacam. Embora · aconteça, é muito raro uma monografia ser reprovada, durante a sua defesa. O que ocorre com mais freqüência é uma aprovação com ressalvas (restrições), quando o candidato tem um prazo de 30 a 90 dias (dependendo da instituição) para apresentar ao orientador o atendimento das ressalvas. Cabe ao orientador informar aos demais membros da banca o cumprimento das exigências, até por questões de cortesia. Após a deliberação da banca, todos são convidados de volta à sala onde se fez a defesa, onde o presidente faz a leitura final da ata, com o resultado. Todos os membros da banca assinam a ata e a folha de aprovação, que é parte integrante da monografia (folha prétextual), e o presidente encerra os trabalhos. Uma vez a monografia aprovada, com todas as revisões e aprovações, devem ser feitas cópias encadernadas em capa dura. Normalmente são feitas três cópias, onde uma fica na biblioteca central da unidade, outra na coordenação do curso e a terceira com o candidato, para guardar de lembrança. Esta encadernação é feita em capa dura de cor preta (ou azul) e com letras dourada na lombada, pois, ao ser arquivada na vertical, podem-se ler o título e os dados. Cada instituição tem as suas exigências sobre o que se escreve na lombada, mas, via de regra, constam os seguintes dados, todos em letras maiúsculas: nome do candidato, título da monografia, nível da monografia (graduação, pós-graduação, mestrado ou doutorado), sigla da instituição, mês e ano da defesa. Logo após a aprovação da defesa, o candidato recebe uma folha que comprova a conclusão daquele nível de ensino. Este documento, com as firmas reconhecidas, tem valor legal nas empresas, nos órgãos e nas instituições, pois, até a emissão e o registro do diploma definitivo, podem passar alguns meses.
Fa=er Monografia é mole=a
I
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Referências
ABRANTES, José. Programa 8S. Da alta administração à linha de produção: o que fazer para aumentar o lucro? 2. ed. Rio de Janeiro: lnterciência, 2007. _ _ _ _ _ _ _ . O associativismo/cooperativismo na produção hidropônica de hortaliças folhosas e a viabilidade de organização no estado do Rio de Janeiro. 200 I. 21 O f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) - Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia- COPPE, Universidade Federal do Rio de Janeiro -UFRJ, Rio de Janeiro. _ _ _ _ _ _. Interdisciplinaridade no ensino médio: a contextualização através da agricultura hidropônica. Rio de Janeiro: Sotese, 2003. 127 p. _ _ _ _ _ _ . Associativismo e cooperativismo: como a união de pequenos empreendedores pode gerar emprego e renda no BrasiL Rio de Janeiro: Interciência, 2004. 127 p.
ANTUNES, Celso. As inteligências múltiplas e seus estímulos. 6. ed. Campinas, SP: Papiros, 2000. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação: referências- elaboração. Rio de Janeiro, 2002. 24 p. _ _ _ _ _ _ . NBR 6024: numeração progressiva das seções de um documento. Rio de Janeiro, 2003. 3 p. _ _ _ _ _ _ . NBR 6027: informação e documentação: sumário- procedimento. Rio de Janeiro, 2003. 2 p. _ _ _ _ _ _ . NBR 6028: resumos- procedimento. Rio de Janeiro, 2003.2 p. _ _ _ _ _ _. NBR 10520: informação e documentação: apresentação de citações em documentos. Rio de Janeiro, 2002. 7 p. _ _ _ _ _ _ . NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicosapresentação. Rio de Janeiro, 2002. 6 p.
BRAGA, Gláucia; BOENTE, Alfredo. Metodologia científica contemporânea: para universitários e pesquisadores. Rio de Janeiro: Brasport, 2004. 175 p.
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José Abrantes
CORDEIRO, Ana Cristina da Mota. Análise do método de gerência de projetos de arquitetura aplicada aos edifícios residenciais multipavimentares, na cidade do Rio de Janeiro. 2005. 167 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) - Coordenação dos Programas de Pós Graduação em Engenharia- COPPE, Universidade Federal do Rio de Janeiro- UFRJ, Rio de Janeiro. DINSMORE, Paul; SILVEIRA NETO, Fernando Henrique da. Gerenciamento de projetos. Como gerenciar seu prqjeto com qualidade, dentro do prazo e custos previstos. Rio de Janeiro, RJ: Qualitymark, 2004. 150 p. GOMES, Lauro Carlos Bronzoni. A influência do Exame Nacional de CursosE.N.C. no ensino da Ciência da Administração: a construção do perfil curricular do administrador formado pela Faculdade Béthencourt da Silva. 2003. 105 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Pedagógicas)- Instituto Superior de Estudos PedagógicosISEP, Rio de Janeiro. HENRIQUES, Cláudio Cezar; SIMÕES, Darcília Marindir P. (Orgs.). A redação de trabalhos acadêmicos: teoria e prática. 3. ed. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2004. 118 p. LIMA, Manolita Correia. Monografia. A engenharia da produção acadêmica. São Paulo: Saraiva, 2004. 210 p. MOURA, Maria Lucia Sei di de; FERREIRA, Maria Cristina; PAINE, Patrícia Ann. Manual de elaboração de projetos de pesquisa. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998. 132 p. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Sistemas de Informações Gerenciais. 9. ed. Rio de Janeiro: Atlas, 2004. 285 p. PATACO, Vera Lucia Paracampos; VENTURA, Magda Maria; RESENDE, Érica dos Santos. Metodologia para trabalhos acadêmicos e normas de apresentação. Rio de Janeiro: Ed. Rio, 2004. 84 p. RAMPAZZO, Lino. Metodologia científica: para alunos dos cursos de graduação e pósgraduação. 2. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2004. 141 p. RIBAS, Simone Augusta. Metodologia Científica Aplicada. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2004 . 110 p. SANTOS, Antonio Raimundo dos. Metodologia Científica: a construção do conhecimento. 6. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2004. SILVA, Shirley de Souza da. A motivação como alavanca do sucesso: os fatores internos,
Fa=er Monografía é mole=a
I
9I
externos e a automotivação. 2005. 30 f. Monografia (Bacharelado em Administração de Empresas)- Centro Universitário Augusto Motta- UNI SUAM, Rio de Janeiro. SILVA, Viviane Cordeiro da. Qualidade de vida no trabalho como fator de motivação do funcionário. 2005. 29 f. Monografia (Bacharelado em Administração de Empresas)- Centro Universitário Augusto Motta- UNI SUAM, Rio de Janeiro. TRINDADE, Rosana do Carmo Martins. A motivação de pessoas e as organizações. 2005. 30 f. Monografia (Bacharelado em Administração de Empresas)- Centro Universitário Augusto Motta- UNI SUAM, Rio de Janeiro.
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I
José Ahrantes
" APENDICE A- Exemplo de projeto de pesquisa
(Área de Educação)
(A paginação do projeto está no canto superior direito, enquanto a do livro continua sua paginação normal.)
CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA- UNISUAM DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
A prática da interdisciplinaridade no ensino médio: A contextualização da agricultura hidropônica
JOSÉ ABRANTES Setembro de 2006
JOSÉ ABRANTES
A prática da interdisciplinaridade no ensino médio: A contextualização da agricultura hidropônica
Projeto de pesquisa apresentado ao Centro Universitário Augusto Motta como requisito parcial para a obtenção do grau de Especialista em docência do ensino fundamental e médio. Orientador
Prof. Emilio Marzullo (D.Sc.).
Rio de Janeiro Setembro de 2006
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃ0 ........................................................................................................................ 3 1.1 Considerações iniciais ............................................................................................................ 3 1.2 Objetivos ................................................................................................................................ 3 1.3 Visitas técnicas ....................................................................................................................... 3 1.4 Justificativas ..................................................... :......................................................................4 1.4.1 Didático-pedagógica...........................................................................................................4 1.4.2 Social. .................................................................................................................................4 1.4.3 Ambiental. ...........................................................................................................................4 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRlCA ........................................................................................... 5 2.1 A interdisciplinaridade e a contextualização ............................................................................ 5 2.2 A agricultura hidropônica........................................................................................................ 7 2.3 A legislação sobre o ensino médio .......................................................................................... 7 3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA..............._......................................................................... 8 4 METODOLOGIA DA PESQUISA .......................................................................................... 9 4.1 Tipo de pesquisa.................................................................................................................... 9 4.2 Fontes de pesquisa................................................................................................................ 9 4.3 Coleta e análise dos dados ................................................................................................... 9 5 CRONOGRAMA.................................................................................................................... 10 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 11
APÊNDIC E A- Exemplo de projeto de pesquisa (Área de Educação)
J
1 INTRODUÇÃO 1.1 Considerações iniciais
Sabe-se que a agricultura muito pode ~judar o aprendizado, sendo comum escolas, especialmente do interior, manter pequenas hortas tanto para a produção de algumas hortaliças, quanto para a prática de aulas de ciências, em especial de Biologia. O presente estudo representa uma análise de como a agricultura hidropônica pode servir de apoio pedagógico para o desenvolvimento dos conteúdos programáticos do ensino médio. A hidroponia foi escolhida, principalmente por poder ser praticada em pequenos espaços, inclusive os urbanos e até sobre lajes ou coberturas (o que ocorre em algumas escolas).
1.2 Objetivos O o~jetivo principal deste estudo é analisar a viabilidade para se lecionar, no ensino médio, também de forma interdisciplinar e por meio da agricultura hidropônica. Pretendese mostrar a viabilidade desta prática, principalmente em escolas urbanas, inclusive propondo a instalação de estufas experimentais sobre lajes e coberturas. Também se pretende fazer uma análise sobre a literatura que aborda a interdisciplinaridade no ensino médio.
1.3 Visitas técnicas
Apesar de a pesquisa ser basicamente bibliográfica, serão feitas visitas técnicas a dois pequenos produtores comerciais hidropônicos, localizados no bairro de Campo Grande, na Zona Oeste do Município do Rio de Janeiro. Estes produtores produzem: alface, agrião, rúcula, salsa, coentro, cebolinha e hortelã. O objetivo destas visitas é entender melhor o processo de produção hidropônico e as suas dificuldades, principalmente no que se refere às pragas e às doenças.
Fa=er Monografia é mole=a
4
1.4 Justificativas
Esta pesquisa apresenta três justificativas. a seguir resumidas.
1.4.1 Didático-pedagógica
Cada vez mais a sociedade exige métodos e procedimentos educativos, mais próximos da realidade, ou seja, conforme o ambiente onde se irá viver. Não se pode, em tempos de globalização, informatização e muita informação, ter-se uma educação com a mesma prática didático-pedagógica de vinte anos atrás ou mais. A sociedade pede aulas mais dinâmicas, lúdicas e que inter-relacionem os diversos saberes (interdisciplinaridade). A justificativa didático-pedagógica desta pesquisa é exatamente esta: estudar formas de tornar as aulas mais atraentes, agradáveis e motivantes.
1.4.2 Social
O aluno ao concluir o ensino médio, até por indicação da Lei de Diretrizes e Bases LDB, deve estar preparado para atuar profissionahnente, em qualquer área, embora isto não impeça que ele continue imediatamente seus estudos em.nível superior. A prática da agricultura hidropônica pode ser uma alternativa de trabalho e renda, gerando empregos e atuando no social.
1.4.3 Ambiental
A agricultura hidropônica apresenta vários beneficios ambientais, quando comparada à agricultura tradicional, onde o vegetal tem contato direto com o solo. Na hidroponia, o vegetal não fica diretamente no solo; o adubo (solução nutritiva) é enviado em pequenas quantidades, diretamente à raiz da planta e retoma para o tanque de solução; a produção ocorre em estufas fechadas, podendo ser feitos plantios em vários níveis na vertical. Com isto, obtêm-se os seguintes beneficios: menor espaço de produção, podendo ser utilizadas
APENDIC E A- Exemplo de projeto de pesquisa (Área de Educação)
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áreas não próprias para a agricultura, inclusive sobre lajes e coberturas; menor quantidade de água; menor necessidade de defensivos químicos (agrotóxicos), preservando quem produz e quem consome; e não contaminação do solo e do lençol freático em virtude da penetração dos elementos químicos da solução nutritiva.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Em verdade, existem três assuntos a serem pesquisados: interdisciplinaridade e contextualização, agricultura hidropônica e a legislação sobre o ensino médio. Assim sendo, serão pesquisados livros e publicações sobre estes três assuntos.
2.1 A interdisciplinaridade e a contextualização
A interdisciplinaridade pode ser definida como a interação existente entre duas ou mais disciplinas, relacionadas ou não. Essa interação pode vir da simples comunicação de idéias à integração mútua dos conceitos diretores da epistemologia, da terminologia, da metodologia, dos procedimentos, dos dados e da organização referentes ao ensino e à pesquisa. Um grupo interdisciplinar compõe-se de pessoas que receberam sua formação em diferentes domínios do conhecimento (disciplinas e áreas) com seus métodos, conceitos, dados .e termos próprios. A partir destes conceitos, podem ser citadas interdisciplinas, como Psicologia Social, BiOfisica, Eletromagnetismo, Medicina Social e Psicolingüística.
Luck (2000, p. 39), baseada em Descartes, cita que " ...o ensino por disciplinas dissociadas se constrói mediante a aplicação dos princípios da delimitação interna, da fixidez no objeto próprio de análise, pela decomposição de problemas em partes separadas e sua ordenação posterior, pelo raciocínio lógico formal".
Japiassu (1976, p. 52) cita que "a interdisciplinaridade caracteriza-se pela intensidade
Fa=er Monografia é mole=a
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das trocas entre especialistas e pelo grau de integração real das disciplinas no interior de um mesmo projeto de pesquisa".
Nesta pesquisa, a interdisciplinaridade será apoiada no conceito das inteligências múltiplas de Howard Gardner que, após longas pesquisas, concluiu, em 1983, a existência de outras inteligências além das Lógico-Matemática e Verbo-Lingüística, que são a base do conceito de QI. Segundo Gardner (1998, p. 19), a inteligência pode ser definida como "a capacidade de resolver problemas ou de criar produtos que sejam valorizados dentro de um ou mais cenários culturais".
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para o ensino médio citam que todo conhecimento é socialmente comprometido e não há conhecimento que possa ser aprendido e recriado se não se parte das preocupações que as pessoas detêm. O distanciamento entre os conteúdos programáticos e a experiência dos alunos certamente responde pelo desinteresse e até mesmo pela deserção que contatamos em nossas escolas.
A realidade, ou melhor, o contexto da vida real tem de ser levado para a sala de aula e, a partir desta, procura-se desenvolver os conteúdos. Isto é a contextualização. A agricultura hidropônica está totalmente inserida no contexto da moderna produção agrícola, principalmente por utilizar recursos tecnológicos atuais.
A inter-relação entre disciplinas, especialmente no ensino médio, proporciona aulas mais agradáveis e motivantes. As pessoas, de forma geral, não gostam das aulas fragmentadas onde os conhecimentos são passados de forma estanque, pois sabem que, na prática, a vida é interdisciplinar, onde tudo está inter-relacionado. Existem várias referências bibliográficas sobre a interdisciplinaridade, mas será dada prioridade àquelas voltadas ao ensino médio.
i\PI~ N DI CE A- Exemplo de projeto de pesquisa (Ârea de Educação)
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2.2 A agricultura hidropônica
O tenno hidroponia deriva de duas palavras gregas: hidro =água e panos= trabalho. A combinação dessas duas palavras pode ser resumida como "trabalhar com a água", o que. na prática, significa usar solução em água de sais minerais para se produzir plantas sem o uso direto do solo. Em verdade, o solo tem duas funções: a primeira é dar sustentação mecânica às plantas e a segunda fornecer sais minerais para o seu crescimento. A hidroponia se baseia no princípio de que, uma vez supridos estes sais minerais, a sustentação não precisa ser no solo. (DOUGLAS, 1987, p. 12)
Outra característica da agricultura hidropônica é ser feita no interior de estufas fechadas. O fato da planta não ter contato direto com o solo e ficar dentro de uma estufa, reduz bastante a contaminação e modifica as condições meteorológicas. Isto resulta em plantas mais sadias, podendo ser produzidas, praticamente durante todo o ano. (SANTOS, 2000, p. 19)
Em geral, as pessoas gostam de aulas que estejam relacionadas a temas da natureza, como a agricultura. No caso específico da hidroponia, o interesse é maior, pois é um tipo de agricultura "diferente" que pode ser praticada até em pequenàs áreas urbanas, inclusive sobre lajes e coberturas. A produção hidropônica de hortaliças, especialmente da alface, além de ser realidade, vem crescendo muito nos últimos anos, inclusive em áreas urbanas do Município do Rio de Janeiro.
2.3 A legislação sobre o ensino médio A Lei de Diretrizes e Bases- LDB, número 9.394, de 20/12/96, e as Diretrizes Curriculares Nacionais- DCNs, para o ensino médio, Resolução CEB 3, de 26/06/98, apresentam em diversas partes a referência à interdisciplinaridade e ao ensino contextualizado. São estas normas educativas oficiais que dão base legal a esta pesquisa, ou seja, ao se praticar o descrito nesta pesquisa, estar-se-á também cumprindo a lei.
Fa:er Monor,ra(iu é mo/e;a
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Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para o ensino médio enfatizam que a interdisciplinaridade deve ir além da mera justaposição de disciplinas e, ao mesmo tempo, evitar a diluição delas em generalidades. De fato, será principalmente na possibilidade de relacionar as disciplinas em atividades ou projetos de estudo, pesquisa e ação, que a interdisciplinaridade poderá ser uma prática pedagógica e didática ad.equada aos objetivos do ensino médio.
As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) CEB 3 vinculam a educação com o mundo do trabalho e a prática social. No seu artigo 5º cita que as escolas organizarão seus currículos, entre outros, de modo que possam ·'adotar metodologias de ensino diversificadas, que estimulem a reconstrução do conhecimento e mobilizem o raciocínio, a experimentação, a solução de problemas e outras competências cognitivas superiores''. No artigo 6º, cita: "'Os princípios pedagógicos da identidade, diversidade e autonomia, da interdisciplinaridade e da contextualização serão adotados como estruturadores dos currículos do ensino médio". O artigo 8º, Inciso L cita que, na observância da interdisciplinaridade, as escolas terão presente que a interdisciplinaridade, nas suas mais variadas formas, partirá do princípio de que todo conhecimento mantém um diálogo permanente com outros conhecimentos, que pode ser de questionamento, de negação, de complementação, de ampliação, de iluminação de aspectos não distinguidos.
3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA O problema principal desta pesquisa é encontrar respostas sobre a viabilidade do uso da agricultura hidropônica, como prática didático-pedagógica para o ensino médio, especialmente em escolas localizadas dentro do perímetro urbano e com pouco espaço disponível. De forma geral, serão procuradas respostas para as seguintes perguntas: Quais as dificuldades técnicas e agronômicas, para a prática da hidroponia em nível experimental? Qual o tamanho mínimo da estufa hidropônica experimental? É viável, do ponto de vista econômico e financeiro, a instalação de uma estufa experimental em uma escola urbana?
AP(:NDitT A- Exemplo de projeto de pesquisa (Área de Educação)
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Quais os problemas ambientais que podem ocorrer. por exemplo. com ataque de pragas e doenças nas hortaliças? Quais disciplinas do ensino médio podem ser inter-relacionadas com a prática hidropônica?
4 METODOLOGIA DA PESQUISA 4.1 Tipo de pesquisa
A pesquisa proposta é do tipo: aplicada. qualitativa, bibliográfica e descritiva. Aplicada, pois não será de ciência pura. ou melhor, tem aplicação prática. Qualitativa, pois não serão feitas coletas e análises de dados quantitativos sobre a agricultura hidropônica, como quantidade produzida em função do volume de adubo etc. Bibliográfica. pois os dados serão coletados de livros. artigos e revistas acadêmicas. É descritiva, pois serão feitas descrições dos métodos e processos. tanto da agricultura hidropônica quanto da interdisciplinaridade.
4.2 Fontes de pesquisa
As fontes de pesquisas serão subdivididas nos três assuntos já citados. No que se refere à agricultura hidropônica:, além da· consulta a livros sobre o assunto, serão visitados dois pequenos produtores comerciais, localizados em Campo Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O assunto interdisciplinaridade terá pesquisa bibliográfica, voltada para o ensino médio. Com relação à prática pedagógica do ensino médio, serão consultadas tanto a Lei de Diretrizes e Bases- LDB quanto os Parâmetros e Diretrizes curriculares do ensino médio.
4.3 Coleta e análise dos dados
A coleta dos dados ocorrerá entre maio e julho de 2006. Além dos pequenos produtores citados. que serão pesquisados, serão feitas pesquisas em livros, artigos e trabalhos científicos nas seguintes bibliotecas: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em Seropédica (UFRRJ). Universidade do Estado do Rio de Janeiro, campus Maracanã
Fa:er Monogrct(lll é mofe;a
lO
(UERJ), Centro Universitário Augusto Motta (UNlSUAM) em Bonsucesso e na Biblioteca Nacional, no Centro da cidade do Rio de Janeiro.
A análise dos dados (essencialmente qualitativos) ocorrerá entre junho e agosto de 2006. Será feita em função da análise da LDB, dos Parâmetros e das Diretrizes Curriculares do ensino médio e de uma detalhada análise dos conceitos e da prática da interdisciplinaridade no ensino médio.
5 CRONOGRAMA(ano2006)
~
A
Visita a produtores hidropônicos
Levantamento e pesquisa bibliográfica
Coleta de dados (teóricos e práticas)
Análise dos dados
Considerações finais
Elaboração e entrega da monografia
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
API:NDICE A - bemplo de projetn de pesquisa (Área de Educaçilo)
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REFERÊNCIAS ANTUNES, Celso. As inteligências múltiplas e seus estímulos. 6. ed. Campinas: Papirus, 2000.
_ _ _ _ _ . Como identificar em você e seus alunos as inteligências múltiplas. 2. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2001. A REFORMA DO ENSINO. Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Rio de Janeiro: Auriverde, 1998. DOUGLAS, James Sholto. Hidroponia: cultura sem terra. São Paulo: Nobel, 1987. DUARTE, Newton. Educação escolar, teoria do cotidiano e a escola de Vigotski. 3. ed. Campinas: Autores associados, 2001. FAZENDA, lvani Catarina Arantes. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia. 4. ed. São Paulo: Loyola, 1996. GARDNER, Howard. Estruturas da mente. Porto Alegre: Artmed, 1998. JANTSCH, Ari Paulo e BIANCHETTI, Lucídio (org.). Interdisciplinaridade. Para além da filosofia do sujeito. 4. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2000. JAPIASSU, H. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: !mago, 1976. LUCK, Heloisa. Pedagogia interdisciplinar. Fundamentos teóricos-metodológicos. 8. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2000. MARCHI, Giuliano; PEREIRA, Cláudio. Cultivo comercial em estufas. Guaíba: Livraria e editora Agropecuária Ltda., 2000. NOGUEIRA, Nilbo Ribeiro. Pedagogia dos projetos. Uma jornada interdisciplinar rumo ao desenvolvimento das múltiplas inteligências. São Paulo: Érica, 2001. TEIXEIRA, Nilva Teresinha. Hidroponia: uma alternativa para pequenas áreas. Guatba: Livraria e editora Agropecuária Ltda., 1996. TIBA, Içami. Ensinar aprendendo. Como superar os desafios do relacionamento professoraluno em tempos de globalização. 6. ed. São Paulo: Editora Gente, 1998.
Fa=er Monografia é mole=a
ANEXO A- Exemplo de monografia de graduação (Área de Administração) (A paginação da monografia está no canto superior direito, enquanto a do livro está no canto inferior direito.)
I
I 05
CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA- UNISUAM CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
A motivação como alavanca do sucesso: os fatores internos, externos e a automotivação
SHIRLEY DE SOUZA DA SILVA
Rio de Janeiro Dezembro de 2006
SHIRLEY DE SOUZA DA SILVA
A motivação como alavanca do sucesso: os fatores internos, externos e a automotivação
Monografia apresentada ao Centro Universitário Augusto Motta- UNI SUAM, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração. Orientador Prof. José Abrantes (D.Sc.).
_Rio de Janeiro Dezembro de 2006
SHIRLEY DE SOUZA DA SILVA
A motivação como alavanca do sucesso: os fatores internos, externos e a automotivação
Monografia apresentada ao Centro Universitário Augusto Motta -UNI SUAM, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração. Orientador Prof. José Abrantes (D.Sc.).
Aprovada em BANCA EXAMINAOORA
Prof. José Abrantes (D.Sc.) Centro Universitário Augusto Motta- UNISUAM
Prof. Carlos Alexandre (M. Se.) Centro Universitário Augusto Motta- UNI SUAM
Prof. Alessandro Orofino (M.Sc.) Centro Universitário Augusto Motta- UNI SUAM
Rio de Janeiro Dezembro de 2006
Aos meus mestres e a meu querido esposo, que com paciência e dedicação me leva a pensar e repensar sobre minha caminhada profissional.
AGRADECIMENTOS
Aos meus amigos e colegas de classe Daniel e Gomes e Carlos Alberto por estarem comigo . me incentivando e apoiando durante todo o Curso de Administração. Aos professores Carlos Silva e Vitorino por estarem presente e terem sido fundamentais em um período de minha vida pessoal de grande perda onde eu pensei em desistir de dar continuidade aos estudos. Ao professor José Abrantes, com quem venho aprendendo grandes lições e por sua paixão no lecionar. E por fim, ao meu amado esposo e às minhas irmãs que estiveram e estão presentes em toda esta caminhada, nunca me deixando desanimar.
"Quem senão uma criança que mama o leite que tu dás e que toma de ti a alimentação que não acaba? Que tipo de homem qualquer homem pode ser quando se sabe que não passa de um homem?" (Santo Agostinho, Confissões)
RESUMO
Esta pesquisa tem com objetivo principal apresentar informações e conceitos sobre a motivação, seus fatores internos e externos e a automotivação. Cada vez mais nas empresas, o ambiente do trabalho mostra que a responsabilidade dos trabalhadores cresceu e o poder se pulverizou e, desta fonna, muitas das competências exclusivas aos gerentes passam a ser de responsabilidade de todos. O diferencial competitivo dependerá da imaginação, da capacidade de transmitir conhecimentos e solucionar problemas de forma criativa e inovadora. A pessoa motivada não é aquela que tem um bom líder, mas o profissional de quem um mau líder não tirou a motivação inicial. Cada vez mais, as empresas deverão investir na capacidade de funcionários que estejam motivados. Muitas das empresas não querem mais investir em motivar funcionários, deixando de lado e quebrando os paradigmas aos tradicionais programas de motivação. O que as empresas querem são colaboradores que apresentem soluções para seus problemas e sejam capazes de se sentir comprometidos com o que estão fazendo. Comprometimento é a palavra-chave, pois o compromisso motiva e esta é uma fonte inspiradora para qualquer pessoa ir à busca de uma meta e de seus resultados. É a energia principal necessária para enfrentar as barreiras e as adversidades. Uma pessoa motivada precisa de inspiração, vontade, desejo e gana de sempre querer alguma coisa a mais. Qualquer pessoa, seja em sua vida pessoal ou profissional, para subir na vida, precisará de uma motivação ou de um motivo para entrar em ação. A motivação também pode vir em forma de um elogio, um reconhecimento, uma palavra de apoio ou uma promoção. Simplesmente o fato de serem estabelecidas metas, traz a cada dia o combustível necessário para percorrer o caminho até alcançar o objetivo. A comunicação influi de forma significativa na motivação, e para criar um ambiente que proporcione a automotivação dos funcionários trabalhando nos mesmos interesses, é necessário estabelecer objetivos conhecidos por todos. A automotivação vai depender se o colaborador saiba o que fazer, porque fazer, como fazer e querer fazer. Em resumo, a motivação é um conjunto de fatores psicológicos de ordem emocional ou racional, os quais agem entre si e determinam a conduta do indivíduo.
Palavras-chave: Motivação, automotivação, comprometimento, comunicação, colaborador. criatividade.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ & Apresentação ................................................................................................................................ & Justificativa.................................................................................................................................. & Objetivos ......................................................................................................................................9 Fundamentação teórica e revisão da Iiteratura..........................................................................9 Fonnulação do problema................................................................................................................ 11 Metodologia da pesquisa............................................................................................................ 11 CAPÍTULO 1 MOTIVAÇÃ0.................................................................................................... 12 1.1 O que é motivação? ...................................... :.................................................................... 12 1.2 Motivação nas organizações.............................................................................................. 12
CAPÍTULO 2 TEORIAS MOTIVACIONAIS ........................................................................... 15 2.1 Teoria da Hierarquia das Necessidades .................................................................................. I5 Figura 1: Pirâmide de Maslow.................................................................................................... 15 2.2 Teoria dos Dois Fatores ...................................................................................................... l7 CAPÍTULO 3 AAUTOMOTIVAÇÃ0................................................................... .-.................. 19 CAPÍTIJLO 4 A COMUNICAÇÃO COMO CANAL PARA A MOTIVAÇÃ0...................... .22 CAPÍTULO 5 A MOTIVAÇÃO COMO ALAVANCA PARA O SUCESS0........................... .24 CAPÍTULO 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 26 REFERÊNCIAS .........................................................................................................................28 ANEXOA ..................................................................................................................................30
AN EXO A- Exemplo de monografia de graduação (Área de Administração)
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INTRODUÇÃO
Apresentação
O presente estudo representa a importância da motivação como alavanca de sucesso e seus fatores internos e externos. Acredita-se que a motivação está relacionada à quantidade e
à qualidade dos esforços dos funcionários que levam ao alcance dos objetivos organizacionais, é a energia motriz que leva os colaboradores a atingir os resultados desejados. Embora os estudos sobre motivação pertençam especificamente à área da psicologia, a teoria administrativa se fundamenta neles para criar condições de aplicabilidade dos seus conceitos na vida organizacional. Hoje em dia o que não falta é material de apoio para o desenvolvimento pessoal dentro do competitivo mercado de trabalho. Textos, artigos, revistas e livros acrescentam informações, muitas realmente importantes para um melhor desempenho. Nada, realmente nada, funciona sem envolvimento e motivação. Envolvimento é tomar toda e qualquer ativida~e como se fosse sua. Se você é vendedor, a empresa que representa é a sua empresa, sua missão, seus objetivos, que são os mesmos que os seus. O colaborador, em qualquer lugar que estiver, é a imagem da "sua empresa", seja perante um cliente ou junto a seu grupo de amigos, e ele se orgulha do que faz e da empresa que representa. Motivação, ou melhor, automotivação, é a vivência no dia-a-dia deste envolvimento. Esperar da empresa o reconhecimento do que se faz é realmente lógico, mas vem em segundo lugar. Ter grau máximo de satisfação e orgulho do que se faz, buscar a realização do ·•sempre pode-se fazer mais", nunca se acomodar com o que está realizado e, acima de tudo, transmitir esse sentimento, essa sensação, a toda a equipe, vai garantir motivação incondicional. Esperar sempre de si mesmo, na busca da auto-superação, em qualquer tarefa, isso sim garante motivação constante, independentemente das condições externas. Tudo começa de dentro para fora, incluindo otimismo, alegria, satisfação e motivação.
Justificativa
Este estudo foi estruturado com a finalidade de contribuir para as organizações, iden-
Fo=er Monografia é mole=o
II I
9
ti ficando e avaliando o tema motivação, como ele se integra dentro da organização e suarelevância na vida social e profissional das pessoas, pois suas estruturas, necessidades e mudanças afetam externamente e internamente a organização. Também porque acreditase que investir somente em tecnologia não traduz resultados satisfatórios, se as pessoas não estiverem motivadas.
Objetivos
O objetivo desde estudo é identificar como tanto o ambiente de trabalho como a chefia, bem como a harmonia entre os funcionários, são importantes para o desenvolvimento e comprometimento dos funcionários com a organização. Também, a percepção que o funcionário tem de suas ações e o quanto de auto-estima ele tem sobre si mesmo. O conhecimento da motivação humana é indispensável para que o administrador possa contar com a colaboração das pessoas.
Fundamentação teórica e revisão da literatura
Na sociedade pós-industrial, a mola que impulsiona a produção é a motivação. Segundo Chiavenato (2000, p.396-398), Herzberg formulou a Teoria dos Dois Fatores para explicar o comportamento das pessoas em situação de trabalho. Para Herzberg, existem dois fatores que orientam o comportamento das pessoas- higiênico e motivacionais. l.Fatores higiênicos, ou fatores extrínsecos, pois localizam-se no ambiente que rodeia as pessoas e abrangem as condições dentro das quais elas desempenham seu trabalho. Como essas condições são administrados e decididos pela empresa, os fatores higiênicos estão fora de controle das pessoas. Os principais fatores higiênicos: salário, beneficios sociais, tipo de chefia ou supervisão que as pessoas recebem de seus supervisores, condições fisicas e ambientais de trabalho, políticas e diretrizes da empresa, clima de relacionamento entre a empresa e os funcionários, regulamentos internos, etc. São fatores de contexto e se situam no ambiente externo que circula o indivíduo. ( ... )Por estarem mais relacionados com a insatisfação, Herzberg também os chama de fatores insatisfacientes. 2.Fatores motivacionais, ou fatores intrínsecos, pois estão relacionados com o conteúdo do cargo e com a natureza das tarefas que a pessoa executa. Os fatores motivacionais estão sobre controle do indivíduo, pois estão relacionados com aquilo que ele faz e desempenha. Envolvem sentimentos de crescimento individual, reconhecimento profissional e auto-realização, e dependem das tarefas que
ANEXO A- Exc:mplo de monografia de graduação (Área de Administração)
10
o indivíduo realiza no seu trabalho.( ... ) Por estarem relacionadas com a satisfação dos indivíduos, Herzberg também os chama de fatores satisfacientes.
Maslow dividiu as necessidades humanas em cinco categorias: fisiológica ou básicas, de segurança, participação, estima e auto-realização, nesta ordem (MAXIMIANO, 2000, p.350). O homem motiva-se para o trabalho, buscando '"fatores motivadores'', como realização profissional, reconhecimento pelo trabalho, progresso. Tais tàtores motivacionais, dentre outros, compõem o sistema de necessidades que o homem busca atender para o seu desenvolvimento pessoal e amadurecimento psicológico. Diz-se que motivação e necessidade andam de mãos dadas. São várias as noções aceitas sobre a motivação humana, muitas não confirmadas. Dificuldades existem em compreender o comportamento humano. Segundo Bergamini (1997, p. 25),
apesar das dificuldades com pessoas enfrentadas pelas organizações, elas continuam tendo que fazer face ao desafio de atrair a sua mão de obra e criar condições para que tais pessoas aí permaneçam desempenhando com eficácia e satisfação as atividades que fazem parte de seus cargos. Além do mais, as empresas também se vêem diante do desafio de utilizar o potencial produtivo e criativo existente dentro de cada pessoa, transformando-o em comportamento natural espontâneo, oportui1amente construtivo e eficazmente inovador.
Um dos problemas básicos em qualquer sociedade é como motivar as pessoas. Em uma organização, isto também não constitui uma tarefa fácil, visto que muitos trabalhos são maçantes e as pessoas obtêm apenas satisfação pessoal. "A palavra motivação deriva originalmente da palavra latina movere, que significa mover. Essa origem encerra a noção de dinâmica ou de ação." (BERGAMINI, 2001, p. 30) "Motivação é a força que nos estimula a agir, inspirar as pessoas no trabalho em grupo ou individualmente e garante a conquista de melhores resultados; para tanto, é preciso identificar previamente os fatores pessoais de motivação." (HELLER, 2002, p. 6) Motivação é uma força, uma energia que nos impulsiona em direção a algo. A motivação é intrínseca, ou seja, está dentro de nós, nasce de nossas necessidades interiores, isto elimina a suposição de que se pode motivar alguém; o que se pode fazer é estimular, incentivar ou provocar a motivação. (VERGARA, 2005, p. 42)
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Fa=er Monogrqfia é mole=a
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Para Geertz, há uma diferença entre motivação e disposição. Motivação seria um período de tempo mais ou menos extenso, coin objetivos que o leva a uma direção. A disposição surge e desaparece rapidamente, surgindo em certas circunstâncias, e não leva a direção alguma. (CHIAVENATO, 2004, p. 113) As pessoas desmotivadas não vêem oq_jetivos na vida, tornam-se desiludidas com o trabalho e a vida pessoal, o que pode levar à baixa produtividade, à falta de interesse com o trabalho e a possíveis etTos de execução nas tarefas. Muitas empresas têm o conceito de que a motivação está ligada apenas a bônus salariais, promoções ou palestras. Além de incentivos financeiros, são importantes incentivos pessoais e intelectuais, como reconhecimento e valorização do funcionário, busca de adequadas instalações de trabalho para realizações das tarefas e incentivos ao desenvolvimento profissional.
Formulação do problema
Esta pesquisa procurará respostas para as seguintes questões: Quais os principais fatores motivacionais internos e externos, que servem como alavanca para o sucesso? O que é automotivação?
Metodologia da pesquisa
A pesquisa a ser apresentada, quanto aos objetivos a que se propõe, será do tipo descritiva, qualitativa e bibliográfica sobre o tema Motivação como alavanca do sucesso e os fatores de interferência, sejam eles internos ou externos, e como ela é utilizada como ferramenta para induzir uma pessoa ou um grupo, cada qual com necessidades e personalidades distintas, a atingir os objetivos da organização enquanto tenta também atingir os objetivos pessoais. As fontes de pesquisa serão a partir dos livros citados nas referências. A coleta de dados transcorreu ao longo do ano letivo de 2005, a partir de visitas a bibliotecas, como Universidade Estácio de Sá, Fundação Getúlio Vargas e a feira do livro na última Bienal realizada em abril, no Riocentro, Rio de Janeiro.
AN EXO A - Exemplo de monogralia de graduação (Área de Administração)
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CAPÍTULO 1 MOTIVAÇÃO
1.1 O que é motivação?
Motivação, segundo Marras (2000, p.l52), é o processo de induzir uma pessoa ou um grupo, cada qual com necessidades e personalidades distintas, a atingir os objetivos da organização, enquanto tentam também atingir os objetivos pessoais. Um dos maiores desafios do administrador é motivar as pessoas; fazê-las decididas, confiantes e comprometidas intimamente a alcançar os objetivos propostos; energizá-las e estimulá-las o suficiente para que sejam bem-sucedidas por meio do seu trabalho na organização. O conhecimento da motivação humana é indispensável para que o administrador possa realmente contar com a colaboração irrestrita das pessoas. Embora os estudos sobre motivação pertençam especificamente à área da psicologia, a teoria administrativa se fundamenta neles para criar condições de aplicabilidade dos seus conceitos na vida organizacional. Desta forma, a motivação refere-se a forças de dentro da cada pessoa que conduzem a um determinad9 comportamento, e funciona como resultado da interação entre o indivíduo e a situação que o envolve.
1.2 Motivação nas organizações
Enquanto a motivação geral está relacionada com o esforço em direção a algum objetivo · pessoal, quando o foco está relacionado às situações profissionais, a motivação no trabalho é o desejo de exercer altos níveis de esforços em direção a determinados objetivos organizacionais, condicionados pela capacidade de satisfazer algumas necessidades individuais.
A motivação está relacionada com três aspectos: (MACEDO, 2005, p. 76) • •
a direção do comportamento- objetivo a força e a intensidade do comportamento- esforço
1-à=er Monografía é mole=a
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• a duração e a persistência do comportamento- necessidades Quando uma pessoa esta motivada, ela tenta trabalhar mais arduamente. Contudo, altos níveis de esforços nem sempre conduzem a um desempenho ou resultado tàvorável, a menos que o esforço seja canalizado na direção que possa beneficiar a organização. Assim,
I I
deve-se considerar a direção do esforço tanto quanto sua intensidade. O esforço bem direcionado e consistente com o objetivo org~nizacional a alcançar é o tipo desejável. Finalmente, a motivaç.ão é um processo contínuo de satisfação de necessidades individuais. A ·necessidade é um estado interno que, quando não satisfeito, cria tensão e estimula algum impulso no indivíduo, visando à sua redução. O impulso gera um comportamento de busca e pesquisa para localizar objetivos que, atingidos, satisfarão a necessidade e produzirá redução da tensão, chamado de ciclo motivacional. O administrador precisa conhecer as necessidades humanas para melhor compreender o comportamento humano e utilizar a motivação como poderoso meio para melhorar a qualidade de vida dentro da organização.
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O comportamento humano é determinado por causas (necessidades e motivos) que vão evoluindo no decorrer do tempo. Quando uma necessidade é satisfeita, ela deixa de ser motivadora do comportamento, dando oportunidade para que um nível mais elevado de necessidade possa se manifestar. Em uma organização, os mecanismos usados para estimular a motivação das pessoas são abordados de maneira que satisfaçam tanto as necessidades tangíveis quanto às necessidades intangíveis dos indivíduos. Esses mecanismos podem ser vistos e aprimorados dentro de teorias aplicadas à motivação das pessoas.
l
Motivar as pessoas é tarefa muito dificil em virtude das diferenças individuais e de como elas interagem com sua própria personalidade e motivação. Elas devem estar sempre direcionadas pelo mesmo objetivo para que se obtenha maiores rendimentos e resultados de todos, pois o comportamento das pessoas muda quando elas estão em um grupo, o que pode levar tanto à histeria coletiva como ao espírito de união. É necessário motivar a equipe, suprindo suas necessidades e fixando estratégias para alcançarem objetivos. Concentrar forças no que motiva e procurar enxergar o que inibe o seu entusiasmo é papel tanto do líder quando do próprio funcionário. É preciso identificar os fatores que ini-
ANEXO A- Exemplo de monografia de graduação (Are a de Administração)
14
bem a motivação para aprender a controlá-los e impedir que acabem com o seu entusiasmo. Tensão. ansiedade. falta de confiança em si mesmo e procrastinação são os mais típicos vilões a atacar a motivação e inibir os resultados organizacionais. Serão abordadas duas das várias teorias sobre motivação humana: uma será a Hierarquia de Necessidades de Maslow e outra diretamente ligada ao campo de trabalho dentro das empresas, sobre Higiene- Teoria dos Dois Fatores, elaborado por Frederick Herzberg. E como o administrador, utilizando esses conceitos de motivação, pode estar aplicando-os na empresa, conduzindo o comportamento em direção aos objetivos tanto do colaborador quanto da empresa. As teorias da motivação no trabalho nonnalmente se preocupam com as razões do que com as habilidades que levam certos indivíduos a realizar suas tarefas melhor do que outros. Para Spector (2002, p.l99), dependendo da situação, essas teorias podem prever as escolhas do comportamento para a tarefa, o esforço ou a persistência desta pessoa: Presume-se que os indivíduos tenham as habilidades necessárias, que os limitadores do desempenho sejam relativamente baixos e que altos graus de motivação devem levar a bons desempenhos no trabalho. O desenvolvimento do processo motivacional na organização é o elemento-chave de uma gestão estratégica e de resultados. Seu grande diferencial se dá por meio do equilíbrio da capacidade produtiva e da motivação dos trabalhadores.
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CAPÍTULO 2 TEORIAS MOTIVACIONAIS O homem motiva-se para o trabalho, buscando fatores motivadores, como realização profissional, reconhecimento pelo trabalho, progresso. Tais fatores motivacionais, dentre outros, compõem o sistema de necessidades que o homem busca atender para o seu desenvolvimento pessoal e amadurecimento psicológico. Serão abordadas duas das várias teorias sobre a motivação humana: uma será a hierarquia das necessidades e outra diretamente ligada ao campo do trabalho - teoria dos dois fatores.
2.1
Teoria da Hierarquia das Necessidades
Apesar de ser uma teoria empírica e sem base científica relevante, a teoria de Maslow teve ampla aceitação entre os administradores em virtude da sua lógica intuitiva e da facilidade de compreensão. Segundo Maslow, a motivação dos indivíduos objetiva satisfazer certas necessidades que vão desde as mais simples até as mais complexas.
Necessidade de auto-realização Necessidade de estima Necessidades sociais Necessidades de segurança Necessidades fisiológicas Figura I: Pirâmide de Maslow (Fonte: MAXIMILIANO, 2002, p.275)
Maslow dividiu as necessidades humanas em cinco categorias: fisiológicas
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ou básicas, de_segurança, participação, estima e auto-realização, nesta ordem. (MAXIMIANO, 2000, p.350)
ANEXO A- Exemplo de monografia de graduação (Área de Administração)
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Necessidades de Auto-realização- É a necessidade mais elevada do ser humano. Constitui o impulso de ser aquilo que é capaz de ser e de maximizar as aptidões e capacidades potenciais. Incluem o crescimento pessoal e o alcance da plena potencialidade da pessoa. Necessidade de Estima- Incluem fatores internos de estima, como status, reconhecimento, prestígio, atenção e consideração. Necessidades Sociais- Incluem afeição, aceitação social, filiação e amizade. Envolvem as necessidades de relacionamento humano. Necessidade de Segurança -Incluem segurança e proteção contra ameaça ou perigo físico e emocional. Buscam assegurar a estabilidade das pessoas. Necessidades Fisiológicas- Incluem fome, sede, sexo e outras necessidades corporais. São necessidades básicas de sobrevivência biológica.
Existem duas classes de necessidades: as de baixo nível, como as necessidades fisiológicas e de segurança, e as de alto nível, como as necessidades sociais, de estima e autorealização. A diferenciação entre as duas classes se baseia na premissa de que as necessidades mais elevadas são satisfeitas internamente, enquanto as de baixo nível são satisfeitas externamente (por meio da remuneração, contatos de trabalho, relacionamento pessoal ou profissional). Com base nas necessidades humanas, a Teoria de Maslow diz que os indivíduos possuem necessidades distintas de acordo com uma série de variáveis internas e/ou externas e somente passam a buscar a satisfação de uma necessidade de nível superior, após ter satisfeito plenamente a do nível imediatamente inferior. Desta forma, pode-se dizer que todas as pessoas têm necessidades com peculiaridades e intensidades diferentes, isto faz com que elas estejam sempre tentando satisfazer essas necessidades, e a motivação é a força que alavanca as pessoas a buscarem essa satisfação. De acordo com Maslow, uma necessidade em qualquer ponto da hierarquia precisa ser atendida antes que a necessidade de nível seguinte se manifeste. Se uma necessidade não for satisfeita, a pessoa ficará estacionada nesse nível de motivação. "Uma vez atendida, uma necessidade deixa de se fazer sentir. A pessoa passa a ser motivada pela ordem seguinte de necessidades." (MAXIMIANO, 2000, p.350-351)
Fa:er Monografia é mo/e:a
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2.2 Teoria dos Dois Fatores
Frederick Herzberg formulou a "teoria dos dois fatores" para explicar o comportamento das pessoas em situação de trabalho. Afirmou que o maior fator motivacional para o homem encontra-se no interior do seu próprio trabalho. Para ele, apenas dois fatores orientam o comportamento das pessoas: (MAXIMIANO, 2000, p.359) •
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Fatores Higiênicos- que na verdade são preventivos, pois apenas evitam a insatisfação sem causar satisfação (a não ser que sejam ótimos). Seu efeito é similar ao certos remédios: evitam a infecção ou combatem a dor de cabeça, mas não melhoram a saúde. Eles são salário, beneficios sociais, condições fisicas e ambientais do trabalho. Fatores Motivacionais- eles estão sob o controle do individuo, pois estão relacionados com aquilo que se faz e desempenha. Envolve os sentimentos de crescimento individual, de reconhecimento profissional e as necessidades de auto-realização.
De acordo com sua teoria, Herzberg aponta para a idéia de que no campo motivacional existe os fatores que causam satisfação e os que causam insatisfação. Os que causam satisfação ou motivação, não necessariamente sua falta causa insatisfação ou desmotivação, enquanto já os que causam insatisfação são aqueles que não motivam. Sua presença não necessariamente causa satisfação no trabalho, enquanto sua ausência causa insatisfação. O modelo de Herzberg está voltado para o comportamento no trabalho e pode ser facilmente utilizado pelo administrador. Seu impacto na prática administrativa não deve ser subestimado, e muitas de suas aplicações são úteis para o administrador, independentemente de sua validade científica. É uma teoria dos determinantes da satisfação e insatisfação no emprego, e não uma teoria da motivação. O fimcionário em sua empresa busca fatores motivacionais, como realização profissional, reconhecimento pelo trabalho e progresso. Tal satisfação é, obviamente, uma matéria estreitamente de ordem individual. Os indivíduos procuram trabalhos que se relacionam com seus valores, dependendo de influências sociais, morais e econômicas. Desta forma, é dificil algum funcionário manter sempre o mesmo nível de motivação ao longo de sua carreira na inesma empresa, quando a empresa não dá condições de satisfazer a sua necessidade de auto-realização, ou seja, quando o trabalho se toma uma monotonia. É importante que a empresa esteja criando mecanismos que possam gerar autosatisfação, orguiho e prazer permanente, como (MARINS, 2001, p.l 02)
ANEXO A - Exemplo de monogratia de graduação (Área de Administração)
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criar condições de ascensão hierárquica vertical em períodos máximos de dois anos~ incentivar de modo intenso a carreira em diagonal/espiral, concretizando efetivamente o troca-troca de funções; consolidar um plano de remuneração com forte participação nos resultados vinculados a crescimento/desenvolvimento, utilizando o conceito empresarial; propiciar elevados padrões de educação empresarial; adotar a transparência na comunicação, dizendo sempre a verdade.
As teorias de motivação de Maslow e Herzberg apresentam pontos de concordância. Os fatores higiênicos de Herzberg relacionam-se com as necessidades primárias de Maslow (necessidades fisiológicas e de segurança, incluindo algumas necessidades sociais), enquanto os fatores motivacionais relacionam-se com as necessidades secundárias (necessidades de estima e auto-realização). (CHIAVENATO, 2000, p.401)
Fa=er Monografia é mole=a
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CAPÍTULO 3 A AUTOMOTIVAÇÃO
Quando as pessoas fazem algo só por obrigação ... para deixar de ouvir reclamações ... os resultados serão sempre limitados. O fundamental é aprender a desenvolver em si mesmo o prazer de realizar suas tarefas. O ideal é que cada um realize sua parte com vontade e prazer, em qualquer atividade. E, sem dúvida, a melhor opção não é exigir, nem somente cumprir ordem apenas, mas motivar-se e ter prazer em ser ótima. (SHINYASHIKI, 1995, p.l38)
Chegar a esse estágio depende de um processo de transformação pessoal. Só assim se ·consegue encarar as atividades profissionais como algo que vai além de um emprego ou de uma carreira. Ela se toma instrumento para encontrar um significado no que produzimos e para fazermos diferença no mundo. Isso não significa que a luta para a satisfação das nossas necessidades, como segurança, saúde ou auto-estima, seja menos nobre. Ter um bom salário e ser reconhecido pelos outros são sentimentos fundamentais para nos sentirmos motivados. O fato é que, vendo o trabalho como algo que faz a diferença no mundo que nos cerca- e não na nossa conta bancária no final do mês -, conseguiremos uma motivação interna muito maior. As pessoas se motivam por coisas diferentes. Cada um tem de encontrar o que serve de estímulo ao seu trabalho. Às vezes, é um susto na carreira que desencadeia uma mudança de postura.
Pessoas automotivadas não deixam suas carreiras na mão da organização nem culpam a empresa por tudo que dá errado. É necessário desvincular o sucesso profissional do da empresa. Só assim os problemas do dia-a-dia deixam de ser motivos de desmotivação. Como se vê, em se tratando de motivação, não há uma regra geral que possa ser aplicada por todos. É preciso refletir e chegar à conclusão do que é importante para cada um. Há algo que costuma ser comum a um grande universo de pessoas: a forma como se vê o trabalho. Quem enxerga o trabalho como uma obrigação penosa certamente tem muito mais dificuldade para se sentir motivado. (A própria origem da palavra ''trabalho" está associada a algo ruim: ela vem do Latim tripaliun, um instrumento de tortura.). Para se sentir motivado, é necessário não só gost~ do que faz, mas também ver significado naquilo que faz, e é importante. Um ditado budista diz o seguinte: "Descubra algo que você gosta e nunca mais terá trabalho" (autor desconhecido). De fato, isso é verdade, mas não significa que gostando do
ANEXO A- Exemplo de monografia de graduação (Área de Administração)
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que fazemos estaremos livres dos problemas e chateações no mercado de trabalho, pois muitas pessoas têm de se contentar com o que aparece. E o que aparece dificilmente é o que se deseja. Nestes casos, o melhor a fazer é ficar o mínimo possível de tempo em uma situação dessas, eis a única saída, porque estar motivada é um diferencial necessário para qualquer pessoa que pretenda ser bem-sucedida. Quando você tem .prazer no que faz, as dificuldades passam a ser encarada como desafios para o seu desenvolvimento pessoal, pois as pessoas automotivadas sabem o que querem, buscam desafios e dificilmente falam de fracassos. Funcionários automotivados têm o perfil de não negarem os problemas, mas sabem que são circunstâncias e estão dispostos a contorná-los ou eliminá-los. Segundo Marras (2000, p.26), é ilusão pensar que nós conseguimos ficar motivado o tempo todo. Altos e baixos são mais do que normais. Mas é preciso diminuir a distância entre os picos de euforia e de desânimo. Como fazer então para se automotivar? Deve ter em mente que, para manter o entusiasmo, mesmo com as dificuldades que possam aparecer, siga os seguintes passos: I) Procure prever, e se prevenir, contra possíveis passos que você possa dar; 2) Analise se você vai conseguir se realizar na empresa em que está hoje. A sua profissão deve permitir que você se realize pessoalmente; 3) Dê o peso adequado ao trabalho em sua vida. Ele deve .ser a única fonte de satisfação, pois se algo der errado a frustração e a desmotivação serão muito maiores; 4) Esteja preparado para mudanças. O medo de que as coisas mudem pode desmotivar; 5) Tenha metas realistas. Não assuma atividades que exijam muito mais do que você pode dar.
Desta forma, o importante é se concentrar no que motiva e procurar enxergar o que inibe o seu entusiasmo. Os fatores mais encontrados em pessoas automotivadas são o desejo de vencer, estar orientado para os objetivos de longo prazo e o uso de hábitos de trabalho efetivos, como uma boa organização e planejamento. É preciso também identificar os fatores que inibem a motivação para aprender a controlá-los e impedir que acapem com o entusiasmo. Tensão, ansiedade, falta de confiança em si mesmo são os mais típicos vilões para a desmotivação.
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A automotivação permite ao indivíduo a capacidade de lidar como mediante entre as necessidades básicas de si mesmo e com as exigências da realidade externa. Todo o processo é administrado pela mente. Daí surge a sensação de que cada indivíduo tende a estar motivado. É importante ressaltar que as interpretações dos fatores que ocorrem acerca do indivíduo dependem também de experiências anteriores, isto porque, quando elos motivacionais inconscientes são descobertos, há a busca pelo equilíbrio, porque fatos que foram interpretados e depois censurados não são esquecidos. Esses também exercem fortes influências na auto-estima do indivíduo, apenas estão muito longe da consciência, já que são expressos pelo inconsciente. Assim, por mais que o exterior possa agir sobre uma pessoa, é a automotivação que exerce mais influência nas ações da motivação.
ANEXO A - Exemplo de monografia de graduação (Área de Administração)
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CAPÍTULO 4 A COMUNICAÇÃO COMO CANAL PARA A MOTIVAÇÃO
A comunicação influi significativamente na motivação. É o coro em comum. Quando se tàla, deve-se elaborar a mensagem corretamente, observar o tipo de receptor, evitar intermediários e solicitar feedback. Para criar um ambiente lingüístico que proporcione a automotivação dos funcionários, trabalhando nos mesmos interesses, é necessário estabelecer objetivos conhecidos por todos. Além disso, deve ser observada a necessidade dos indivíduos: fisiológicos, de segurança, afeto social, reputação e auto-realização. A comunicação é de suma importância para o alcance das propostas da empresa e representa o sucesso em se conseguir com que as pessoas assumam seus papéis e responsabilidades. Sua importância é facilmente deduzida. Basta se perguntar: Como é possível compartilhar a tarefa empresarial e fazer com que as pessoas entendam e assumam seus papéis sem processos eficazes de comunicação? A comunicação, independentemente da forma com é feita, isto é, levando sem-. pre em consideração a adequação do canal a quem se vai ouvir, é fundamental na relação entre as pessoas. As idéias, as visões ou os sonhos, que depois são convertidos em ações que conduzem as empresas de seu estado atual para estados futuros, só se efetivam quando as pessoas compreendem seu significado e aceitam os desafios e os riscos implícitos nas mudanças. Uma comunicação interpessoal eficaz não se estabelece apenas com pessoas extrovertidas. É claro que os extrovertidos favorecem apresentações eloqüentes. Mas, às vezes, também produzem grandes ruídos e, se todos fôssemos extrovertidos, seria ins4portável conviver. Acontece que uma boa comunicação não é feita só de grandes ruídos mas também de pequenos cliques cotidianos, seja na sala de reuniões, nas apresentações em públicos ou dentro de casa. A imagem de que as pessoas introvertidas, tímidas, serão sempre perdedoras porque falam pouco e, por isso, apresentam dificuldades para se comunicar, é outro mito que precisa ser derrubado. Há pessoas ~ue definitivamente não gostam de se expor publicamente e
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que consideram multidão como um número superior a dois expectadores. Isto não quer dizer que tenham baixa auto-estima ou que não sejam líderes competentes. Isto vale muito como orientação aos ·profissionais. O que ele fala traz conseqüências sempre para si mesmo, para outras pessoas, para a organização. Assim sendo, é bom pensar e refletir antes de falar e, principalmente, aprender a controlar a língua, a compulsão de falar por impulso ou ansiedade. Os líderes efetivos despendem parte significativa de seu tempo transmitindo o significado das coisas à equipe. Eles estruturam o significado e acham a melhor fonna de tàzêlo ser entendido e aceito pelas pessoas. Para isso, usam metáforas, modelos, analogias, desenhos, cartazes, reuniões, seminários. Eles explicam o que está implícito. Sabem que o ponto de partida para as mudanças é o significado comum para todos na organização, que todos interpretem a realidade da empresa do mesmo modo. Esta comunicação não significa infonnar à equipe o produto de um processo. Não significa uma decisão conhecida. A decisão tomada foi resultado de um processo. É neste processo que a comunicação tem de engajar as pessoas. "A comunicação em uma liderança eficaz engaja e motiva as pessoas no processo e não apenas informa o produto dele." (ARANTES, 1998, p.54)
ANEXO A- Exemplo de monogralia de graduaçao (Área de Administraçao)
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CAPÍTULO 5 A MOTIVAÇÃO COMO ALAVANCA PARA O SUCESSO
Uma pergunta que se tàz muito dentro do campo de trabalho é: A própria pessoa deve se auto-abastecer de motivação pessoal ou a motivação é uma função gerencial? Na verdade, a motivação está contida dentro das pessoas (motivação interna, pelo próprio sujeito) e pode ser completamente influenciada por fontes externas (por empresa, chefia, colegas, sociedade etc.). O ideal seria se as fontes internas e externas completassem uma a outra. A busca por profissionais talentosos tem sido uma das grandes preocupações das empresas na atualidade. Sem profissionais talentosos, de nada adiantam estratégias, tecnologia ou idéias inovadoras. Cada vez mais, surge a necessidade de um novo perfil profissional. As empresas estão à procura de pessoas íntegras, criativas, motivadas, eficientes, visionárias e compreensivas. Pessoas estas, portadoras de habilidades interpessoais, com a coragem para lidar com desafios e com as constantes e progressivas mudanças do mundo globalizado. As empresas estão apostando no potencial humano e, por meio de investimentos em treinamento de pessoal. elas esperam um retomo que, aliado ao gerenciamento administrativo e aos programas de qualidade, tem tudo para dar bons frutos e resultados. Por outro lado, as empresas precisam estar atentas, se suas políticas internas favorecem a promoção e o fluxo natural de motivação das pessoas, ou se essas boicotam esse mesmo processo. Portanto, o papel da organização é de suma importância na obtenção de um bom nível de motivação entre seus colaboradores. É necessário que haja uma razão para haver motivação. Portanto, filosofias, metas e objetivos bem claros contribuem significativamente para o seu desenvolvimento e otimização de resultados. Funcionário motivado e produtivo é aquele que está no lugar certo, ou seja, que ocupa uma função que é capaz de explorar e estimular suas potencialidades, bem como lhe fornecer reconhecimento. Ao observar as pessoas trabalhando, toma-se evidente seus diferentes estilos e hábi .. tos de trabalho. Algumas sempre colocam em dia seus afazeres até mais tarde no trabalho
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para completarem suas tarefas. Outras menos pontuais tendem a realizar seus afazeres sem grande dedicação. O desempenho de cada pessoa está fortemente relacionado com suas aptidões e habilidades. O bom desempenho requer muito mais do que simplesmente aptidões e habilidades. Requer também motivação para trabalhar. O bom desempenho depende do quanto motivado está o empregado. Em tennos de comportamento. a motivação pode ser conceituada como o esforço e a tenacidade exercida pela pessoa para fazer algo ou alcançar algo, pois a motivação é um dos inúmeros fatores que contribuem para o bom desempenho e. sucesso no trabalho. A razão pela qual se focaliza tão insistentemente a motivação é que ela é mais facilmente intluenciável que as demais características das pessoas, como traços de personalidade, aptidões e habilidades. A motivação no trabalho deve ser alcançada e mantida para o bom funcionamento da organização e a satisfação e o sucesso dos colaboradores, tàzendo com que todos realizem suas funções, propiciando melhor rendimento das taretàs exigidas. No ambiente organizacional, é de fundamental importância que todos se respeitem, fazendo com que o trabalho flua de uma maneira agradável e que todos possam sentir-se motivados a desempenhar cada vez melhores suas tarefas em seus trabalhos. (CHIAVENATO, 2002, p.l72) Um dos pontos em que a motivação é considerada muito importante diz respeito ao sucesso empresarial, entendendo como uma forma efetiva a realização de um projeto ou uma gestão. Tanto do ponto de vista da administração como dos trabalhadores, o sucesso é um tipo de motivação que não nasce sozinho, depende tanto da tecnologia adotada na organização como do desempenho e da qualidade exercida pelas pessoas que ali trabalham em torno de um mesmo objetivo. Desta forma, o desenvolvimento do processo motivacional na organização é o elemento-chave de uma gestão estratégica e de resultados, pois o sucesso de qualquer empreendimento depende das pessoas nele envolvidas.
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CAPÍTULO 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir do exposto no presente trabalho. pode-se considerar que a motivação é de suma importância como diferencial de uma organização. tendo em vista que empregados motivados serão mais produtivos. todavia faz-se necessário conhecer detalhadamente todas as teorias que predizem os principais fatores motivacionais e a sua eficiência, já que essas teorias fornecem a sua colaboração para a compreensão da motivação.
É importante ressaltar que ninguém motiva ninguém, ou seja, o responsável por um grupo pode facilitar a liberação ou a inibição da vontade de realizar uma tarefa dentro do ambiente de trabalho, desde que dê ou não condições de alcançar os ·objetivos. Parte da motivação de uma pessoa vem, de fato, desta saber que tem um papel importante na organização e que outras pessoas contam com ela. O sucesso de qualquer empreendimento depende das pessoas nelas envolvidas. É muito importante que o líder esteja sempre criando estímulos para manter a equipe motivada, e um deles é reconhecer o seu trabalho, a fim de que ela se torne cada vez mais dedicada e competente. O estudo da motivação do trabalhador passa principalmente pelo estudo dos comportamentos, condutas e dos aspectos psicológicos do trabalhador. O homem deve ser analisado como um todo, pois sua vida pessoal, educação, crenças e traumas afetam também sua vida profissional. Definir se um trabalhador está motivado é tarefa bastante complexa, pois as necessidades variam de pessoa para pessoa. Cada indivíduo tem tendência a desenvolver certas forças motivacionais como produto de ambiente cultural no qual vive, afetando a maneira pela qual as pessoas percebem seu trabalho e encaram suas vidas. A automotivação é uma força que algumas pessoas têm para vencer desafios e obstáculos na busca de objetivos. Uma pessoa com esse tipo de impulso deseja desenvolver-se, crescer e progredir na escalada do sucesso, pois a realização é importante para si mesma, independentemente das recompensas que possam acompanhá-las. O homem vive em constante busca de suas realizações, de independência, liberdade e de uma boa qualidade de vida, porém para muitos isto só é alcançado quando também os líderes (empresários, chefes e administradores) se conscientizarem da importância que é enfocar os objetivos no homem, e não na produtividade e no desejo insaciável do lucro. Antes de saber
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lidar com os resultados, o líder moderno tem de saber lidar com as pessoas, pois são por meio delas que é possível realizar as ações e, conseqüentemente, os resultados serão atingidos. As pessoas que fazem as coisas acontecerem dentro e fora da empresa, para isso, devem cuidar da motivação que deve compreender desde satisfação pessoal até melhores condições de trabalho. "'A motivação é um trunfo essencial no ambiente de trabalho produtivo.'' (VIANNA, 2003, p,2l)
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REFERÊNCIAS ABRANTES, José. Programa SS. Da alta administração à linha da produção: o que fazer para aumentar o lucro? Rio de Janeiro: lnterciência, 2001. ARANTES, Nélio. Sistemas de gestão empresarial: Conceitos Pennanentes da Administração de Empresas Válidas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1998. BERGAMINI. Cecília Whitacker. Motivação nas organizações. São Paulo: Atlas, 1997. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
_____ . Gestão de Pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. FILHO, Luiz A. Martins. Socorro: Preciso de motivação. Dicas semanais para o seu sucesso pessoal e empresarial. 25. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2002. HELLER, Robert. Como motivar pessoas. São Paulo: Publifolha, 2002. MACEDO, Ivanildo Izaias de. Aspectos comportamentais da gestão de pessoas. 5. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005. MARRAS, Jean Pierre. O Processo motivacional: Administração de recursos humanos: do operacional ao estratégico. 3. ed. São Paulo: Futura, 2000 . - - - - -. Administração de recursos humanos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
- - - - -. Gestão da Qualidade. 4. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005. MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Introdução à administração. 5. ed. São Pau-
lo: Atlas, 2000 . - - - - -. Teoria Geral da Administração -Da Revolução Urbana à Revolução Digital. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002. MARINS, Luiz Almeida Filho. Administrar, Hoje. 9. ed. São Paulo: Herbra, 2001.
Fa=er
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ROBBINS, Stephen Paul. Comportamento organizacional. 9. ed. Hall. São Paulo: Prentice Hall, 2002. SHINYASHIKI, Roberto. A Revolução dos Campeões. São Paulo: Gente, 1995. SPECTOR, Paul E. Psicologia nas organizações. São Paulo: Saraiva, 2002. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2004. _ _ _ _ . Gestão de pessoas. São Paulo: Atlas, 2005. VIANNA, Marco Aurélio F. Trabalhar pra que? 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2000. VOCÊ S.A, Revista. Julho 1999. n. 0 13. Página 45-51. Robert,Heller. Como Motivar Pessoas. São Paulo: Publifolha
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ANEXO A A maior motivação não vem de lugar nenhum (VOCÊ S.A. Revista. Julho 1999. n. 0 13. Página 45 à 51. Robert, Heller. Como Motivar Pessoas. São Paulo: Publifolha.) ··se você espera que sua empresa lhe dê injeções de ânimo, más notícias. O que todas empresas querem é gente capaz de criar seu próprio entusiasmo.'' Ele trabalha em média 16 horas por dia. Quando sua fi lha Daniela nasceu, há dois anos, nos Estados Unidos (para onde tinha sido transferido), estava no Brasil resolvendo problemas da empresa, ou seja, longe da família. A conversa que teve com VOCÊ S. A. para esta reportagem só pode ser feita por telefone e no escritório, às 9 horas da noite de uma quinta-feira. Detalhe: ele havia chegado de manhã de uma viagem de duas semanas e ainda não tinha passado em casa. Sua voz não apresentava nenhum sinal de desanimo, cansaço ou impaciência. A pessoa em questão, certamente,. é um executivo determinado. Mas de onde ele tira tanto fôlego para o trabalho? Com a palavra João Pedro Perez, diretor de software da IBM no Brasil. "Eu sou uma pessoa altamente motivada porque sei exatamente aonde quero chegar", diz. "Quando penso nos meus objetivos de carreira a médios e longos prazos, os problemas do dia-a-dia perdem o peso." Perez possui o principal componente das pessoas motivadas: metas bem definidas. É obstinado e comprometido com o caminho que traçou para si. Mas o importante, mesmo, é que ele não depende da empresa em que trabalha para manter-se entusiasmado, até diante de tarefas corriqueiras. Traduzindo: Perez se motiva sozinho. Profissionais como ele são exatamente valorizados pelas empresas hoje em dia. "As companhias de alta performance, as mais competitivas, querem pessoas que enxerguem o trabalho como uma forma de realização pessoal e não apenas profissional", afirma Pedro Mandelli, consultor de organização e mudança e colaborador de VOCÊ S. A. "Quando a empresa é o seu depósito de esperanças, ela assume a sua motivação", observa Mandelli. "Quando você mesmo é o construtor de suas esperanças, a empresa é só um meio para que você atinja suas expectativas." É isso que Perez tem feito. Ele não entregou à IBM a tarefa de motivá-lo. Aos 25 anos de idade, traçou um plano: em dez anos, seria um alto executivo de uma grande corporação de tecnologia da informação. E teria tido, também, uma experiência internacional. Dito e feito. Hoje, aos 33 anos, já conseguiu o que tinha proposto. "A motivação nada mais é do que ter consciência dos motivos que você tem para agir" justifica Perez. O que estamos tentando dizer aqui é muito simples: a motivação é fundamental para qualquer coisa que a gente faça na vida. Sobretudo para aquelas coisas que exigem um esforço maior, como é o caso do trabalho. Sem motivação. Como agüentar horas e horas, semanas e semanas em cima de um projeto? Ou ter força para enfrentar a concorrência acirrada que existe fora quanto dentro do escritório? Ou, ainda, suportar um jantar de negócios depois de um dia inteiro de trabalho, fazer viagens freqüentes, chegar sedo e sair tarde? Se não tivermos uma forte razão que nos moti-
rà=er Monogra.fia é mole=a
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31 ve, simplesmente desistimos- ou fazemos malfeito. Ocorre que para que a motivação seja verdadeira, sólida e duradoura ela tem que vir de dentro das pessoas; já que não se pode esperar. hoje, que a empresa se encarregue de motivar. Em primeiro lugar, porque uma questão tão fundamental como essa é séria demais para ser deixada em mãos alheias. Em segundo lugar, porque as empresas, cada vez mais, vão se convencendo de que não cabe a elas ficar motivando funcionários. "Cada vez mais as empresas vão investir na capacidade de funcionários que estejam motivados", afirma Mandelli. ''Elas estão dispostas, sim, a gastar dinheiro em propagandas que capacitem seus profissionais a resolver problemas específicos.- de mercado, tecnologia, competitividade", completa Mandelli. "Mas ninguém mais quer investir para animar pessoas." Convém esquecer, portanto, os tradicionais programas de motivação. Levar os funcionários para passar o final de semana em um hotel-fazenda, por exemplo, vem sendo considerado dinheiro jogado no lixo por um número cada vez maior de empresas. Os funcionários ficam entusiasmados durante uma semana, no máximo. Depois tudo volta a ser como era antes. O que as empresas querem é gente que apresente soluções. Que seja capaz de sentir comprometida com o que está fazendo. Daqui para frente, o que vai acontecer cada vez mais com a empresa e que somente esses tipos de funcionários vão ser chamados a fazer parte das soluções e irá receber investimentos da empresa. " É mais fácil alguém competente ser demitido porque não tinha comprometimento do que o contrário", deduz Sigmar Malvesi, professor de psicologia organizacional da USP e da FGV. "Porque é mais fácil conseguir gente competente do que comprometida. E compromisso motiva."
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50 Dinâmicas no Enfoque Holístico - Eliane Porangaba Costa Adolescência, Escola e Prevenção- Dinâmicas sobre a sexualidade e as drogas Lúcia Fonseca Araujo e D'mare Carvalho Afetividade na Prática Pedagógica- Educação, Tv e Escola- Eugênio Cunha Ana e o Dr. Finkelstein -um caso tratado com filosofia clínica -:Lúcio Packter Arteterapia com Crianças- Vanessa Coutinho Arteterapia: A transformação pessoal pelas imagens- Maria Cristina Urrutigaray Arteterapia: Métodos, Proietos e Processos - Angela Phillipini (Org.) Autismo, Linguagem e Educação- interação social no cotidiano escolar- Sílvia Ester Orrú Autoridade dos Pais e Educação da Liberdade - Haim Grunspun Bases da Psicopedagogia- Diagnóstico e Intervenção nos problemas de aprendizagem - Olivia Porto Brincando na escola, no hospital, na rua ••• - Edda Bomtempa, Eisa G. Antunha e Vera B. de Oliveira (Orgs.) Brincar e Viver- Projetos em Educação lnfantil-lvanise Corrêa Rezende Meyer Brinquedoteca Hospitalar: Isto é Humanização- Drauzio Viegas (Org.) Bruxas e Fadas Sapos e Príncipes: os contos de fadas em experiências arteterapêuticas Luciano Pellegrini Baptista Silva (Org.) Ciclos em Revista Vol. 1 -Andréa Rosa na Fetzner (Org.) Ciclos em Revista Vol. 2 -Implicações curriculares de uma escola seriada- Andréa Rosana Fetzner (Org.) Como Aplicar a Psicomotricidade- uma atividade multidisciplinar com amor e união-:- Org. Fátima Alves Competências e Habilidades- Da teoria à prática Org. Maria Cristina de Mello e Amélia E. A. Ribeiro Criança e a Arte, A- o dia-a-dia na sala de aula -Aurora Ferreira Criatividade em Arteterapia -pintando & desenhando••• - Edna Chagas Christo I Graça M. D. Silva De Professor a Educador- Contribuições da psicopedagogia: ressignificar os valores e despertar a autoriaMaria Dolores Fortes Alves Descoberta da Criança, A-Introdução à educação infantil- Mary Sue Pereira Distúrbios de Aprendizagem/ Comportamento- Lou de Olivier Educação Ambiental Consciente- Carly Machado (Org.) Educação Ambiental e Desenvolvimento Comunitário -Vilson Sérgio de Carvalho Educação Para a Paz- Promovendo valores humanos na e:;cola através da educação física e jogos cooperativos- Carlos Velázque% Callado Em busca da Transformação- a filosofia pode mudar a sua vida - Waldir Pedro Ensinar Brincando- a aprendizagem pode ser uma grande brincadeira -Diva Maranhão Escola não é Circo, Professor não é Palhaço -lntencionalidade e Educação-: Lilian Lima Família e Aprendizagem: uma relação necessária - Fabiani Ortiz Portella e lngrid SchOederFranceschini (Orgs.) Filosofia Clínica e Educação -atuação do filósofo no cotidiano escolar - Monica Aiub Fundamentos Biológicos da Educação -Despertando Inteligências e Afetividade- Marta Pires Relvas Gestão Educacional- uma abordagem critica do processo administrativo em EducaçãoJosé do Prado Martins
Inclusão- muitos olhares, vários caminhos e um grande desafio- Fátima Alves Interpretando Imagens, transformando emoções- Maria Cristina Urrutigaray Ler, Escrever e Pensar: Práticas de produção de textos a partir do hipertexto e da intertextualidade Geraldo Peçonha de Almeida
Letramento- Significados e tendências- Maria Cristina de Mello e Amélia E. A. Ribeiro (Orgs.) Mais Alfabetização: o prazer de aprender - Luiza Elena L. Ribeiro do Valle Mente e Corpo -Integração multidisciplinar em Neuropsicologia - Luiza H.L.R. do Valle e Kátia Osternack Pinto (Orgs.)
Neuropsiquiatria: infância e adolescência- abordagem multidisciplinar de problemas na clínica, na família e na escola- Luiza E. L. R. do Valle e Eduardo L. R. do Valle (Orgs.) Para Entender Arteterapia: Cartografias da coragem -Angelo Philippini Para Entender Filosofia Clínica - o apaixonante exercício do filosofar- Monica Aiub Para Entender Psicopedagogia- Perspectivas atuais, desafios futuros- João Beauclair Para Entencler Síndrome de Down- Fátima Alves Pedagogia do Amor- Caminho da libertação na relação professor-aluno- Nilson Guedes de Freitas
Pedagogia Empresarial: A atuação do pedagogo na empresa- Amélia Escotto A. Ribeiro Pedagogia Empresarial: Formas e contextos de atuação -lzolda Lopes (org.) Pedagogia Levada a Sério- Org. Vilson S. Carvalho Pensando a Alfabetização- A Construção do Saber (DVD)- Luiza Elena L. Ribeiro do Valle Pintando sua Alma: Método de desenvolvimento da personalidade criativa- Susan Bello Processo de Formação Continuada ele Professores Universitários, O- Dulcinéa Sarmento Rosemberg Produção de Textos nas Séries Iniciais: desenvolvendo as competências da escrita - Geraldo P. de Almeida Professor, Acredite em Si Mesmo- Hamilton Werneck Projeto de Pesquisa: Guia prático para monografia -Marco Antonio Chaves Psicomotricidade, Educação Especial e Inclusão Social- Carlos Alberto de Mattos Ferreira e Maria Inês Barbosa Ramos (Orgs.) Psicomotricidade: Corpo, Ação e Emoção- Fátima Alves Psicopedagogia e Arteterapia- Teoria e prática na aplicação em clínicas e escolas - Lou de OI ivier Psicopedagogia Institucional- Teoria, prática e assessoramento psicopedagógico- Olívio Porto Psicopedagogia: Trabalhando Competências, Criando Habilidades- João Beauclair Reencantamentos- para libertar histórias -Angelo Philippini Sonhar, Pensar e Criar: A ~ducação como experiência estética- Lindomar Goldschmidt Técnicas de Dinâmica: Facilitando o trabalho com grupos -Eliane Porangaba Costa Temas atuais em Pedagogia Empresarial - Aprender para ser competitivo- Amélia Escotto A. Ribeiro Teoria e Prática em Psicomotricidade- Jogos, atividades lúdicas, expressão corporal e brincadeiras infantis - Geraldo P. Almeida Terapia Familiar: Mitos, Símbolos e Arquétipos- Paula Boechat Valores- ReAexões e práticas no dia-a-dia da sala de aula- Marília R. Maia Costa
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