Einaudi
Collezione dì teatro 32
EUGÈNElONESCO
IL RE MUORE
Titolo originale
Le Rai se meurt
© 1963 Gallimard, Pari...
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Einaudi
Collezione dì teatro 32
EUGÈNElONESCO
IL RE MUORE
Titolo originale
Le Rai se meurt
© 1963 Gallimard, Paris © 1963 Giulio Einaudi editore s.p. a., Torino Traduzione di Gian Renzo Morteo ISBN 88-06-06890-3
Eugène lonesco IL RE MUORE
G i u l i o E i n a u d i editore
A l suo a p p a r i r e sulle scene p a r i g i n e n e l d i c e m b r e 1 9 6 2 , Jl Re muore {Le Roi se meurt) f u s a l u t a t o da u n a larga p a r t e d e l l a c r i t i c a come i l v e r t i c e p i ù a l t o r a g g i u n t o d a l l a creazione d r a m m a t i c a d i l o n e s c o ; t a l u n i , a n z i , n o n h a n n o esitato a inser i r e l ' o p e r a t r a q u e l l e p i ù significative d e l t e a t r o contemporaneo. I I successo e i consensi si sono r i n n o v a t i , con un'accent u a z i o n e p o s s i b i l m e n t e ancor p i ù v i b r a t a , a l l ' u l t i m o f e s t i v a l d i E d i m b u r g o d o v e , come i n seguito a L o n d r a , toccò a q u e l mag n i f i c o a t t o r e e c l o w n che è A l e e G u i n n e s s dar v i t a alla figura d e l p r o t a g o n i s t a . P r o p r i o i n quell'occasione u n a u t o r e v o l e c r i t i c o e s t u d i o s o inglese d i t e a t r o , M a r t i n E s s l i n , scriveva: « L a c o m m e d i a d i l o n e s c o n o n è u n ' a l l e g o r i a ; c o m e la maggior parte d e l l e c o m m e d i e d e l T e a t r o d e l l ' A s s u r d o , è u n ' i m m a g i n e poetica d e l l a c o n d i z i o n e u m a n a , forse p i ù semplice, più avanzata d e l l e p r i m e opere d e l l o s c r i t t o r e , m a anche p i ù p o t e n t e , p i ù c o n t r o l l a t a , p i ù classica nella f o r m a . Si d i r e b b e che l o n e sco a b b i a assorbito alcune linearità f o r m a l i d i B e c k e t t e alcune ritualità d i G e n é t . U n a c o m m e d i a p r o f o n d a e bellissima... U n c a p o l a v o r o d e l l a l e t t e r a t u r a d r a m m a t i c a m o d e r n a ». Secondo n o i , c o n // Re muore i l t e a t r o « e s p l i c i t o » d i l o nesco ( q u e l l o cioè p i ù recente, n e l q u a l e l ' a u t o r e n o n si l i m i t a a d a r c i la sua personale v i s i o n e d e l m o n d o , m a tende anche a f o r n i r c e n e u n t e n t a t i v o d ' i n t e r p r e t a z i o n e i n t e r m i n i più gener a l i ) h a t r o v a t o la sua espressione più m a t u r a e p i ù c o n v i n cente: ciò n o n s o l t a n t o per l ' a v v e n u t o s u p e r a m e n t o d i o g n i s p e r i m e n t a l i s m o e per i l p r o d i g i o s o e q u i l i b r i o realizzato t r a f o r m a e c o n t e n u t o , m a anche, anzi s o p r a t t u t t o per l'ampiezza d e l l ' a p e r t u r a poetica e d r a m m a t i c a che sta a l l ' o r i g i n e stessa d e l i a concezione d e l l ' o p e r a . G i u s t a m e n t e l ' E s s l i n p a r l a d i « c o n d i z i o n e u m a n a ». Q u i l o n e s c o , i n f a t t i , c o n un'evidenza p r i m a m a i osata m e t t e i n causa la sotte d e l l ' u o m o , le sue re-
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NOTA
sponsabilità, le i n s i d i e che l o m i n a c c i a n o . N o n è c e r t o u n caso che al c e n t r o d e l l a vicenda si r i t r o v i B é r e n g e r (ossia i l personaggio-maschera attraverso i l q u a l e l ' a u t o r e t e n d e s o l i t a m e n t e a raffigurare l ' u o m o m e d i o t i p o ) elevato, n e l caso specifico, a una dignità regale che r i u s c i r e b b e difficile n o n collegare, su u n p i a n o d i f a v o l i s t i c a materializzazione d e l l e i m m a g i n i , alla definizione « re d e l creato ». D e l l ' u o m o cosi i n t e s o - persona e a u n t e m p o idea d i u m a nità - lonesco c i fa assistere alla l o t t a c o n la m o r t e : questa n o n già considerata granguignolescamente c o m e f e n o m e n o fisiologico (anche se qualche cenno d e l genere, u t i l i z z a t o a finì espressivi, n o n m a n c a ) , bensì come resa d e i c o n t i , m i s u r a d i v a l o r i , c o l l a u d o m o r a l e , e s a u r i m e n t o responsabile d e l d i r i t t o alla v i t a . L a forza poetica d e l Re muore sta p r o p r i o i n u n a i n t u i z i o n e d e l r a p p o r t o i n d e f i n i b i l e ma u r g e n t e t r a fatalità e responsabilità, m e n t r e la forza d r a m m a t i c a d e l testo scaturisce da u n c o n t i n u o , i n q u i e t a n t e scambio t r a s t o r i a p r i v a t a , c i o è m o r t e d e l l ' u o m o s i n g o l o , e storia d i t u t t i , cioè c r i s i d e l l ' u m a nità. L ' i n t r e c c i o c o m p o n e u n a f a v o l a , u n apologo d i d i m e n s i o n i , m o d i e c o l o r i g r o t t e s c h i , d i u n ' e v i d e n z a ossessiva e i r r i f i u tabile. Se a l c e n t r o d i questo l u n g o a t t o u n i c o c ' è la figura d e l Re, c o n la sua v o l o n t à d i v i v e r e e la sua sostanziale mancanza d i m o t i v i per v i v e r e ( d e n u n c i a t a macroscopicamente d a l d i s f a c i m e n t o d e l r e g n o ) , ai I a t i , a n t a g o n i s t i , t r o v i a m o i p e r s o n a g g i che cercano d i c a l a m i t a r l o verso s o l u z i o n i o p p o s t e , c i o è le d u e Regine (che l ' a u t o r e vede come a s p e t t i e m o m e n t i d e l l a medesima persona): i m a espressione d i spietata f r i g i d e z z a l o g i c a , l ' a l t r a d i amore c r e a t i v o e a l l o stesso t e m p o d i g i o i a u n p o ' t r o p p o facile. L a v i t t o r i a toccherà a q u e l l a d e l l e d u e che, n o nostante t u t t o , sa essere l ' i n t e r p r e t e d e l l a s i t u a z i o n e reale d i B é r e n g e r , d e l suo egoismo, d e l l a sua stanchezza v e l l e i t a r i a . È interessante p o i n o t a r e c o m e , m e n t r e ì personaggi p o p o l a r i della G u a r d i a e d i J u l i e t t e r e s t i n o s p e t t a t o r i i n c e r t i , s t u p i t i e amareggiati, Ìl M e d i c o , che forse p u ò essere i n t e r p r e t a t o c o m e incarnazione d i scienza e p o l i t i c a p r o s t i t u i t e , n o n e s i t i a schier a r s i , quasi braccio secolare, accanto al personaggio d i f a t t o più f o r t e . Ecco, c i dice i m p l i c i t a m e n t e l o n e s c o , che cosa sta u c c i d e n d o l'umanità. G i a c c h é , se quest'opera ci presenta la c o n d i z i o n e u m a n a i n q u a n t o tale, i n p a r t i c o l a r e essa c i presenta u n a cond i z i o n e i m i a n a storica. D i q u e s t o i m p e g n o p i ù i m m e d i a t o d e l -
NOTA
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l o s c r i t t o r e , d o p o o p e r e c o m e // Fedone dell'Aria, n o n si p u ò p i ù d u b i t a r e . P e r c i ò i l pessimismo d i l o n e s c o si t r a s f o r m a d i fatto i n apporto costruttivo sollecitando indirettamente u n esame d i coscienza d e l n o s t r o m o d o d i essere. g.r.m.
Eugène lonesco è nato nel 1 9 1 2 a Slatina, presso Bucarest, da padre rumeno e da madre francese. Si è formato alternativamente nei paesi dei genitori, concludendo gli studi con una laurea i n lettere conseguita i n Romania e con un dottorato alla Sorbona sul tema «La morte nella letteratura francese dopo Baudelaire». E vìssuto a Parigi dal 1946 al 1 9 9 4 , anno della sua morte, e i n francese ha scritto tutte !e opere che g l i hanno procurato la notorietà. Prima d i accostarsi a! teatro aveva tentato la saggistica, la novella ed i l romanzo, generi letterar i che sebbene un po' i n sordina, continuò a coltivare per tutta la vita. Nel 1962, ad esempio, ha raccolto i n un volume dal titolo Notes et contrenotes, le sue polemiche, osservazioni e riflessioni critiche. T r a le opere narrative ricordiamo La Photo du colonel. L'incontro d i lonesco con i l teatro - forma d'arte che egli sino ad allora aveva scarsamente amata, giudicandola artificiosa e convenzionale - avvenne quasi per caso. «Anni fa, - ricordò lo scrittore, - ebbi l'idea, u n bel giorno, d i mettere i n fila, una dopo l'altra, le frasi più banali, le parole più prive d i senso, le formule più logore che potevo trovare nel m i o vocabolario, i n quello dei miei amici o, i n misura minore, nei manuali d i conversazione ». Era convinto d'aver scritto, su u n piano tra i l filologico e i l sociale, la « tragedia del linguaggio », Invece aveva scritto La Cantalrice chauve, che rappresentata l ' i i maggio 1 9 5 0 al Théàtre des Noctambules apriva un nuovo capitolo nella storia del teatro contemporaneo. Da allora la produzione teatrale d i lonesco - al cui successo, almeno iniziale, contribuirono n o n poco con i l loro avallo A n o u i l h e A u d i berti - si estese incessantemente. La Lecon ( 1 9 5 1 ) , Les Chaises { 1 9 5 2 ) , Le Salon de l'automobile ( 1 9 5 2 ) , Les Vktimes du devoir ( r 9 5 3 ) , Les grandes chaleurs, Le Khume oniritjue. La Nièce épouse, La Jeune Fille à marier, Les conttaissez-vous?, Le Maitre ( 1 9 5 5 , I Festival lonesco al Théàtre Huchette), Amédée ou Comment s'en débarasser ( r 9 5 4 ) , L'Avenir est dans les ceufs ( 1 9 5 4 ) , Jacques ou la soumission ( 1 9 5 5 ) , Le Tableau (1^^^), Le Nouveau Locataire Tueur sans gages ( 1 9 5 9 ) , Le Rhinocéros { 1 9 5 9 ) , Delire à deux ( 1 9 6 2 ) , Le Piélon de l'Air ( 1 9 6 2 ) , Le Roi se meurt { 1 9 6 2 ) . I n o l t r e ricordiamo: Scène à quatre, Les Salutations e La Colere. L'opera teatrale d i lonesco, tradotta i n quasi tutte le lingue e rappresentata i n gran parte del mondo, ha esercitato un'influenza determinante sul cosiddetto teatro d'avanguardia odierno, È interessante rilevare che lo scrittore ha imposto, anche con la sua per-
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NOTA
sonale assiduità alle prove degli spettacoli, u n nuovo ed inconfondibile tipo d i recitazione, fatto d i u n impasto d i ingenuità, distacco ed essenzialità ironicamente pignola, grazie al quale l'assurdo d i venta non solo accettabile, ma anche la forma più naturale e logica d i essere e d i esprimersi.
IL RE MUORE
PERSONAGGI
Bérenger /, il Re La Regina Margherita, prima moglie del Re Bérenger I La Regina Maria, seconda moglie del Re Bérenger I Il Medico, che è anche chirurgo, boia, batteriologo e astrologo Juliette, dorma di faccende, infermiera La Guardia
Sala del trono, vagamente malandata, vagamente gotica. A l centro della scena, contro la parete di fondo, alcuni scalini conducono al trono del Re. Da un lato e dall'altro del palcoscenico, verso Ìl proscenio, due troni più piccoli: sono i troni delle due Regine, mogli del Re. Sulla destra, in fondo, una piccola porta introduce negli appartamenti del Re. Sulla sinistra, in fondo, un'altra piccola porta. Sempre a sinistra, verso i l proscenio, una grande porta. Tra quest'ultima e la piccola porta, una finestra ogivale. Un'altra piccola finestra sulla destra; una piccola porta verso i l proscenio, dal medesimo lato. Accanto alla grande porta una vecchia guardia regge un'alabarda. Prima che si apra i l sipario, mentre Ìl sipario si apre e poi ancora per qualche istante, si ode una musica ironicamente regale, che si ispira ai « Levers du Roi » del X V I I secolo.
(annunciando) Sua Maestà i l Re Bérenger I . Viva i l Re! (Manto di porpora, corona in testa, scettro in mano, il Re entra dalla piccola porta di sinistra, attraversa la scena a passo spedito ed esce dalla porta di destra in fondo). (Annunciando) Sua Maestà la Regina Margherita, prima moglie del Re, seguita da Juliette, donna di faccende e infermiera delle Loro Maestà. Viva la Regina! (Margherita, seguita da Juliette, entra dalla porta di destra in primo piano ed esce dalla porta grande).
GUARDIA
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[Annunciando) Sua Maestà la Regina Maria, seconda moglie del Re, prima nel suo cuore, seguita da Juliette, donna di faccende ed infermiera delle Loro Maestà. Viva la Regina! {La Regina Maria, seguita da Juliette, entra dalla grande porta di sinistra ed esce con Juliette dalla porta a destra in primo piano. Maria sembra più bella e più giovane di Margherita. Porta corona e manto di porpora. E gioielli. Il suo manto, di stile più moderno, ha l'aria di uscire da una grande sartoria. Entra, dalla porta in fondo a sinistra, il Medico). {Annunciando) Sua Sommità i l Signor Medico del Re, chirurgo, batteriologo, boia e astrologo di corte. (// Medico arriva in mezzo al palcoscenico, poi, come se avesse dimenticato qualcosa, ritorna sui suoi passi ed esce dalla medesima porta. La Guardia resta silenziosa qualche istante. Ha l'aspetto affaticato. Appoggia l'alabarda contro il muro, si soffia sulle mani per riscaldarle) Eppure a quest'ora dovrebbe far caldo. Riscaldamento, accenditi. Niente da fare, non funziona. Accenditi, riscaldamento. I l radiatore resta freddo. Non è colpa mia. M i ha tolto la delega del fuoco senza avvertirmi. Ufficialmente, almeno. Con loro, non si sa mai. {Precipitosamente riprende l'arma. La Regina Margherita riappare dalla porta in fondo a sinistra. Corona in testa, manto di porpora un po' sciupato. È senza età, con un aspetto piuttosto severo. Si ferma in mezzo al palcoscenico, verso la ribalta. È seguita da Juliette). Viva la Regina! {a Juliette, guardandosi attorno) Che polvere! E quante cicche in terra! JULIETTE Vengo dalla stalla. Maestà, ho munto la vacca. Non ha quasi più latte. Non ho avuto tempo di mettere in ordine Ìl living-room. MARGHERITA Qucsto uon è i l Uvtng-room, è la sala del trono. Quante volte debbo dirtelo? JULIETTE D'accordo, la sala del trono, se Sua Maestà preferisce. Non ho avuto tempo di mettere in ordine i l living-room. MARGHERITA
MARGHERITA GUARDIA
Fa freddo.
Ho tentato di accendere i l fuoco, Maestà. Non
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funziona. I radiatori non vogliono saperne. I l cielo è coperto, le nuvole hanno l'aria d i non volersene andare. I l sole è i n ritardo. Eppure io stesso ho udito i l Re ordinargli di apparire. MARGHERITA Toh! I l sole non ascolta già più. GUARDIA Questa notte ho udito un piccolo scricchiolio. C'è una crepa nel muro. MARGHERITA DÌ già? Andiamo In fretta. Non me l'aspettavo cosi presto. GUARDIA H o cercato d i tapparla con Juliette. JULIETTE M'ha svegliato nel cuore della notte. Dormivo cosi bene. GUARDIA È d i nuovo riapparsa. Dobbiamo ancora tentare? MARGHERITA Non ne vale la pena. È irreversibile. {A Juliette) Dov'è la Regina Maria? JULIETTE Starà ancora facendo toeletta. MARGHERITA
Naturalmente.
JULIETTE Si MARGHERITA
è svegliata prima dell'alba. A h ! Incredibile! JULIETTE L'ho udita piangere i n camera sua. MARGHERITA Ridere o piangere: tutto quello che sa fare. {A Juliette) Che venga immediatamente. Andate a cercarmela. Proprio i n questo momento appare la Regina Maria, vestita come si è detto precedentemente. {un attimo prima dell'apparizione della Regina Viva la Regina! M A R G H E R I T A {a Maria) Avete gli occhi rossi, mia cara. Son cose che nuocciono alla vostra bellezza. GUARDIA
Maria)
MARIA
Lo
so.
MARGHERITA Non ricominciate a singhiozzare. MARIA Ahimè, fatico a trattenermi.
MARGHERITA Soprattutto non agitatevi. Non servirebbe a niente. Non c'è niente d i anormale, vero? Ve lo aspettavate. Non ve l'aspettavate più. MARIA V o i non aspettavate altro.
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Fortunatamcnte. Cosi, tutto è a posto. (A Juliette) Su, datele un altro fazzoletto. MARIA Speravo sempre... MARGHERITA Tempo perso. Sperare, sperare! {Alza le spalle) Se ne riempiono la bocca e giù lacrime dagli occhi. Che tempi! MARIA Avete rivisto i l Medico? Che cosa dice? MARGHERITA Quello che sapete. MARIA Forse si sbaglia. MARGHERITA Non vorrete ricominciare con la storia della speranza. I sintomi non ingannano. MARIA Forse l i ha interpretati male. MARGHERITA I sintomÌ obiettivi non ingannano. Lo sapete. M A R I A {guardando il muro) A h ! Questa crepa! MARGHERITA La vedete! E non è tutto. È colpa vostra se lui non è preparato. È colpa vostra se sarà colto di sorpresa. Voi l'avete lasciato fare, l'avete persino aiutato a traviarsi. Ah! La dolce vita. Balli, sollazzi, cortei, pranzi d'onore, artifìci e fuochi d'artificio, nozze e viaggi dì nozze! Quanti viaggi d i nozze avete fatto? MARIA Volevamo celebrare gli anniversari del matrimonio. MARGHERITA L i Celebravate quattro volte l'anno. « Bisogna pur vivere» dicevate... Non si deve dimenticare. MARIA G l i piacciono talmente le feste. MARGHERITA G l i uomiui sanno. E si comportano come se non sapessero! Sanno e dimenticano. Lui però è i l Re. Lui non deve dimenticare. Avrebbe dovuto avere lo sguardo rivolto i n avanti, conoscere le tappe, conoscere esattamente la lunghezza della strada, scorgere la meta. MARIA Mio povero caro, mio povero piccolo Re. MARGHERITA {a JuUette) Datele un altro fazzoletto. {A Maria) Coraggio, un po' di buon umore. Finirete per far piangere anche lui. È contagioso. È già così debole per conto suo. L'odiosa influenza che avete esercitato su di lui! Insomma, l u i v i preferiva a me, ahimè! Non MARGHERITA
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ero gelosa, proprio per niente. Semplicemente mi rendevo conto che non era sensato. Adesso non potete fare più niente per l u i . Ed eccovi qua tutta inondata di lacrime e incapace di contraddirmi. I l vostro sguardo non mi sfida più. Dove sono finiti la vostra insolenza, i l vostro sorriso ironico, i l vostro scherno? Su su, svegliatevi. Prendete Ìl vostro posto e cercate di tenervi dritta. Ah! Avete sempre la vostra bella collana. Venite, su, occupate i l vostro posto. MARIA {seduta) Non potrò dirgUelo. MARGHERITA Me ne incaricherò io. H o l'abitudine alle corvè. MARIA Non diteglielo. No, no, ve ne prego. Non ditegli niente, ve ne supplico. MARGHERITA Lasciatemi fare, ve ne supplico. Avremo però bisogno di voi per le varie fasi della cerimonia. Voi amate le cerimonie. MARIA Non quella. M A R G H E R I T A (a JuUette) Su, aggiustateci lo strascico come si deve. J U L I E T T E Sì, Maestà. {Esegue). MARGHERITA Mcuo divertente, senza dubbio, dei vostri balli per bambini, dei vostri balli per vegliardi, dei vostri baUi per giovani sposi, per reduci, per decorati, per donne di lettere, dei vostri balli per organizzatori di balli e tanti altri balli. Questo ballo si svolgerà in famiglia, senza ballerini e senza danze. MARIA No, non ditegli niente. È meglio che non se ne accorga. MARGHERITA ...e chc termini con una canzone? Non è possibile. MARIA Non avete cuore. MARGHERITA Ma sì, sì, lo scnto battere. MARIA Siete inumana. MARGHERITA E questo chc cosa vuol dire? MARIA È terribile, l u i non è preparato. MARGHERITA È colpa vostta se non lo è. Sembrava uno di quei viaggiatori che indugiano all'albergo, dimenticando che lo scopo del loro viaggio non è l'albergo.
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Quando v i ricordavo che occorre vivere con la coscienza del proprio destino, mi dicevate che ero una petulante e che erano parole pompose. J U L I E T T E (a parte] Pompose lo sono. MARIA Almeno, diciamoglielo nel modo più dolce possibile, se è proprio inevitabile. Con cautela, con molta cautela. MARGHERITA Avrebbe dovuto essere preparato d a tempo, d a sempre. Avrebbe dovuto ripeterselo ogni giorno. Quanto tempo perduto! (A Juliette) Che cosa avete d a guardarci con quegli occhi spauriti? Non vorrete mica svenire, anche voi. Potete ritirarvi; n o n andate troppo lontano, v i chiameremo. JULIETTE Allora, davvero, n o n scopo più i l living-room? MARGHERITA È troppo tardi. Tanto peggio. Ritiratevi. Juliette esce da destra. Diteglielo con dolcezza, v e n e prego. Prendete tempo. Potrebbe avere u n colpo a l cuore. MARGHERITA Non abbiamo tempo per prendere tempo. Finiti i folleggiamenti, finiti gli spassi, finiti i giorni belli, finite le scorpacciate, finiti i vostri spogliarelli. Tutto finito. Avete lasciato andare ogni cosa fino all'ultimo momento, n o n abbiamo più un momento d a perdere, evidentemente, dato che è l'ultimo. Abbiamo pochi istanti per fare ciò che avrebbe dovuto essere fatto in anni, anni e anni. Quando sarà necessario lasciarmi sola con l u i , v e l o dirò. Avete ancora una parte d a interpretare, tranquillizzatevi. Dopo, l'aiuterò io. MARIA Sarà difficile, terribilmente difficile. MARGHERITA Difficile per m e come per voi. Come per lui. Non piagnucolate. Ve l o ripeto, v e Io consiglio, ve lo ordino. MARIA Rifiuterà. MARGHERITA SuUe prime. MARIA Lo tratterrò. MARGHERITA Che noH SÌ t i r i indietro, o guai a voi. Occorre che tutto si svolga decentemente. Che sia u n sueMARIA
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cesso, un trionfo. È un pezzo che non ne ha più avuti. I l palazzo è in rovina. Le terre sono abbandonate. Le montagne sì afflosciano. I l mare ha sfondato le dighe e inondato ìl paese. Luì non pensa pìù alla manutenzione, voi gli avete fatto dimenticare tutto fra le vostre braccia di cui detesto i l profumo. Che cattivo gusto! Comunque, era i l suo. Invece di rassodare i l suolo, lascia che ettari e ettari siano inghiottiti in abissi senza fondo. MARIA Come siete spilorcia! Anzitutto non si può lottare contro i terremoti. MARGHERITA Come mi date ai nervi!... Avrebbe potuto rassodare, piantare conifere nella sabbia, cementare i terreni minacciati. Invece no, adesso ìl regno è pieno di buchi come una immensa groviera. MARIA Non si poteva lottare contro la fatalità, contro le erosioni naturali. MARGHERITA ScHza parlare di tutte le guerre disastrose. Mentre i suoi soldati ubriachi dormivano, di notte, o dopo i copiosi banchetti delle caserme, i vicini spostavano i paletti di frontiera. I l territorio nazionale si è rimpicciolito. I suoi soldati non volevano più combattere. MARIA Erano obiettori di coscienza. MARGHERITA Qui da noi si chiamavano obiettori di coscienza. Negli eserciti dei nostri vincitori, erano chiamati vigliacchi e disertori e venivano fucilati. I risultati li vedete: voragini vertiginose, città rase al suolo, piscine incendiate, bar deserti. I giovani espatriano i n massa. All'inizio del suo regno, c'erano nove miliardi di abitanti. MARIA Erano un po' troppi. Non c'era più posto. MARGHERITA Adesso non resta che un migliaio di vegliardi. Meno. Trapassano a miglior vita mentre sto parlando. MARIA Ci sono anche quarantacinque giovani. MARGHERITA Si. Quelli che nessuno ha voluto. Non ne volevano sapere e ce l i hanno rimandati d'autorità. D'altronde, invecchiano molto presto. Rimpatriati a venti-
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I L R E MUORE
cinque anni, i n capo a due giorni ne hanno ottanta. Non pretenderete che invecchino normalmente. MARIA Ma i l Re, lui, è ancora giovanissimo. MARGHERITA Lo era ieri, questa notte. Vedrete coi vostri occhi, tra un momento. GUARDIA (annunciando) Ecco Sua Sommità, i l Medico che ritorna. Sua Sommità, Sua Sommità. Entra i l Medico dalla porta grande di sinistra, la quale si apre e si chiude da sola. Ha l'aria, ad un tempo, di astrologo e di boia. Porta in testa un cappello a punta, con stelle. È vestito di rosso, ha un cappuccio attaccato al collo e un grande canocchiale i n mano. (a Margherita) Buongiorno, Maestà. {A Maria) Buongiorno, Maestà. Le Vostre Maestà mi scusino, sono un po' in ritardo, vengo direttamente dall'ospedale, dove ho dovuto fare qualche intervento chirurgico del massimo inter'esse scientifico. MARIA I I Re non è operabile.
MEDICO
MARGHERITA
Infatti. Non lo è più.
(guardando Margherita, poi Maria) Lo so. Sua Maestà no. MARIA Dottore, che cosa c'è di nuovo? Migliora non è vero? È cosi? U n miglioramento non è impossibile? MEDICO È una situazione-tipo, che non può cambiare. MARIA Dunque, nessuna speranza, nessuna speranza. (Guardando Margherita) Lei non vuole che io speri, me lo ha proibito. MARGHERITA Molta gente ha la mania di grandezza. V o i avete quella della piccolezza. Non si è mai vista una regina simile! M i vergogno per voi. Ah! adesso ricomincia a piangere. MEDICO A vero dire, qualche novità c'è, se volete. MARIA Quale novità? MEDICO Novità che però confermano le precedenti indicazioni. Marte e Saturno sono entrati in collisione. MARGHERITA Età prevedibile. MEDICO I due pianeti sono esplosi. MEDICO
IL R E MUORE MARGHERITA
21 LogìCO.
I I Sole ha perso dal cinquanta al sessanta cento della sua forza.
MEDICO
MARGHERITA
per
Fatale.
Nevica al Polo Nord del Sole. La via Lattea sta quagliando. La cometa, sfinita di fatica, è invecchiata, si avvolge nella sua coda, si rotola su se stessa come un cane moribondo. MARIA Non è vero, esagerate. Si, si, esagerate. MEDICO Volete vedere nel canocchiale? M A R G H E R I T A {al Medìco) Non vale la pena. V i c r e d i a mo. C'è dell'altro? MEDICO La primavera, tra noi sino a ieri sera, ci ha lasciati due ore e mezzo fa: eccoci a novembre. D i là dalle frontiere, l'erba si è messa a crescere. Laggiù, gli alberi rinverdiscono. Tutte le vacche danno alla luce due vitelli al giorno, uno al mattino, uno al pomeriggio verso le cinque, cinque e un quarto. Da noi, le foglie sono ingiallite e stanno cadendo. G l i alberi sospirano e muoiono. La terra si spacca più del solito. GUARDIA (annunciando) L'Istituto Meteorologico del Regno informa che Ìl tempo è cattivo. MARIA Odo la terra che si spacca, l'odo, sf ahimè, l'odo! MARGHERITA È la crepa che si allarga e si propaga. MEDICO I I fulmine sì è fermato nel cielo, le nuvole piovono ranocchie, i l tuono rumoreggia. Non lo sì ode p e r ché è muto. Venticinque abitanti si sono liquefatti. Dodici hanno perso la testa, decapitati. Questa volta, senza il mio intervento. MARGHERITA Senza dubbio, sono ì s e g n i . MEDICO D'altronde... MARGHERITA (intcrrompendo) Non continuate, basta cosf. È ciò che succede sempre in casi simili. Sappiamo. GUARDIA (annunciando) Sua Maestà i l Re. (Musica). Attenzione, Sua Maestà! Viva i l Re! MEDICO
I l Re entra dalla porta di fondo a destra. È a piedi nudi. Juliette entra dietro di l u i .
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Dovc h a S e m i n a t o le pantofole? Eccole, Maestà. MARGHERITA (al Re) Che brutta abitudine, camminare a piedi nudi. MARIA (a Juliette) InfilagH le pantofole, presto. Prenderà freddo. MARGHERITA Che prenda freddo o no, ha p o c a importanza. Si tratta semplicemente d i i m a brutta abitudine. MARGHERITA
JULIETTE
Mentre Juliette infila le pantofole al Re e Maria gli v a incontro, la musica regale continua a farsi udire. (inchinandosi umilmente e untuosamente) M i sìa permesso augurare Ìl buongiorno a Vostra Maestà e dì formulare i migliori voti. MARGHERITA È una formula senza senso. R E (a Maria, poi a Margherita) Buongiorno, Maria. Buongiorno, Margherita. Sempre qui? Cioè volevo dire, sei già qui! Come va? Quanto a me, non va! Non so troppo bene che cos'ho, sento le membra un po' pesanti, ho faticato ad alzarmi, ho male ai piedi! Cambierò pantofole. Forse sono cresciuto! H o dormito male: la terra che si spacca, le frontiere che rinculano, Ìl bestiame che muggisce, le sirene che ululano; bisogna proprio ammettere che c'è troppo rumore. Sarà indispensabile fare un po' d'ordine. Cercheremo di aggiustarla. A h i , ahi, la mia schiena! {Al Medico) Buongiorno, Dottore! Una lombaggine? (Agli altri) Aspetto im ingegnere... straniero. I nostri non valgono più niente. Se ne infischiano. D'altronde non ne abbiamo. Ma perché han chiuso il Politecnico? Ah, sì! È caduto in un buco. Costruirne altri non vai la pena, cadono nel buco, tutti. H o mal d i testa, per soprammercato. E quelle nuvole... Avevo proibito le nuvole. Nuvole! Basta pioggia. H o detto: basta. Basta pioggia. H o detto: basta. Ah, questa poi! Ricomincia. Idiota d'una nuvola. Non l a smette più con le sue gocce a scoppio ritardato. Sembra un vecchio p i scione. (A Juliette) Cos'hai da guardarmi? T i trovo ros-
MEDICO
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sa oggi. La mia camera è piena di ragnatele. Va', va' a pulire. JULIETTE Le ho tohe tutte mentre Vostra Maestà dormiva ancora. Non so come sia. Non la smettono d i ricrescere. M E D I C O {a Margherita) Vedete, Maestà. Un'altra conferma. R E (a Maria) Che cos'hai, bellezza mia? M A R I A [balbettando) Non lo so... Niente... non ho niente... Proprio niente. RE H a i gli occhi cerchiati. H a i pianto? Perché? MARIA
Mio
Dio!
R E [a Margherita) H o proibito di infastidirla. E perché allora dice « M i o Dio »? MARGHERITA È un modo dì dire. [A Juliette) Va' di nuovo a togliere le ragnatele. RE A h , si! Che disgusto, quelle ragnatele. Danno gli incubi. M A R G H E R I T A [a JuUette) Spicciati, non farla lunga. Non sai più servirti d'una scopa? JULIETTE La mia è frusta. Me ne occorrerebbe una nuova, anzi, ce ne vorrebbero dodici. [Esce). RE Cos'avete tutti da guardarmi cosi? C'è qualche cosa di anormale? Non c'è più niente di normale da quando l'anormale è diventato la norma. Cosi tutto è a posto. M A R I A [precipitandosi verso il Re) Mìo Re, voi zoppicate. R E [fa due 0 tre passi, zoppicando leggermente) Zoppico? Non zoppico. Zoppico un po'. MARIA State male, v i sorreggo. R E Non sto male. Perché dovrei star male? Sf, un pochino. Non è niente. Non ho bisogno d'essere sorretto. Eppure mi piace che tu mi sorregga. M A R G H E R I T A [dirigendosi verso il Re) Sire, io debbo mettervi al corrente. MARIA No, tacete. M A R G H E R I T A [a Maria) Tacete voi. M A R I A [al Re) Non è vero quello che lei vuol dire. R E A l corrente di che? Cos'è che non è vero? Maria,
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perché quest'aria desolata? Che cosa v i sta succedendo? MARGHERITA (ol Re) Site, dobbìamo annunciarvi che morirete, MEDICO Ahimè, è così. Maestà. R E Ma certo, lo so. Lo sappiamo tutti. Me lo ricorderete quando sarà Ìl momento. Che manìa è la vostra, Margherita, di parlar dì cose sgradevoli fin dall'alba. MARGHERITA È gìà mezzogiorno, R E Non è mezzogiorno. A h , sì, è mezzogiorno. Non importa. Per me, è mattino. Non ho ancora mangiato niente. Su, su, che mi si serva i l breakfast. I n verità non ho molta fame. Dottore, dovrete darmi delle pillole per stuzzicare l'appetito e per decongestionare un po' il fegato. Debbo aver la lingua sporca, no? {Mostra la lingua al Medico). MEDICO È così, Maestà. R E I I mio fegato è ingolfato. Non ho bevuto niente ieri sera, eppure ho la bocca cattiva. MEDICO Maestà, la Regina Margherita dice i l vero, voi morirete. R E Ancora? M i scocciate! I o morirò, sì, morirò. Tra quaranta, cinquanta, trecento anni. Più tardi. Quando vorrò, quando ne avrò i l tempo, quando lo decìderò io. Intanto, nell'attesa, occupiamoci degli affari del regno. {Sale gli scalini del trono) A h i ! Le mie gambe, le mie reni. H o preso freddo in questo palazzo mal riscaldato e con tutti questi vetri rotti che lasciano entrare le tempeste e le correnti d'aria. Sono state almeno sostituite sul tetto le tegole portate via dal vento? La gente non lavora più. Sarò costretto ad occuparmene io. H o avuto altre cose da fare. Non si può più fare affidamento su nessuno. {A Maria cfje cerca di sostenerlo) No, ci riuscirò. (5": aiuta con lo scettro come se fosse un bastone) Questo scettro può ancora servire. {Riesce faticosamente a sedersi, aiutato però dalla Regina Maria) Ma no, ma no, ce la faccio. Finalmente! U f i ! È diventato duro questo trono. Bisognerebbe cambiare l'imbottitura. Come sta ìl paese questa mattina?
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Qucl che ne resta. R E Sono ancora dei bei resti. A d ogni modo, bisogna occuparsene, se non altro per distrarsi. Che si facciano entrare i ministri. {Appare Juliette). Va' a chiamare i ministri, senza dubbio staranno ancora dormendo. Quell i credono che non ci sia più niente da fare. JULIETTE Sono andati in vacanza. Non molto distante dal momento che le terre si sono raggrinzite e rimpiccioUte. Sono all'altro capo del reame, cioè a tre passi da qui, all'angolo del bosco, sul bordo del ruscello. Pescano, sperano di prendere qualche pesce per nutrire la popolazione. R E Valli a chiamare all'angolo del bosco. JULIETTE Non verranno, sono in licenza. Comunque ci provo. {Va a guardare dalla finestra). R E Che indisciplina! JULIETTE Sono caduti nel ruscello. MARIA Cerca di ripescarli. MARGHERITA
Juliette esce. RE
Se avessi sotto mano due altri specialisti di governo, l i sostituirei. MARIA Se ne troveranno degli altri. MEDICO Non se ne troveranno più. Maestà. MARGHERITA Nou ne troverete più, Bérenger. MARIA Sì, tra i bambini delle scuole, quando saranno grandi. Bisognerà aspettare un po'. Una volta ripescat i , quei due là potrarmo per intanto badare agh affari ordinari. MEDICO A scuola non resta che qualche bambino gozzuto, ritardato mentale, mongoloide, idrocefalo. R E Bisogna ammettere che la razza non è più granché. Cercate di guarirli, Dottore, o almeno di migliorarli un po'. Che imparino se non altro le prime quattro o cinque lettere dell'alfabeto. Una volta, venivano soppressi. MEDICO Sua Maestà non potrebbe più permetterselo! Resterebbe senza sudditi. R E Che si faccia qualcosa!
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MARGHERITA N o n SÌ p u ò pìù m i g l i o r a r e n i e n t e , n o n sì può più g u a r i r e n e s s u n o , v o i stesso n o n p o t e t e più guarire. MEDICO Sire, v o i n o n potete pìù guarire. RE I o non sono malato. MARIA L u i s t a b e n e . (Al Re) N o n è v e r o ? RE T u t t ' a l più q u a l c h e d o l o r e t t o . N o n è n u l l a . D ' a l t r o n d e , v a già m o l t o m e g l i o . MARIA D i c e che v a bene, vedete? vedete? RE V a persino benissimo. MARGHERITA T u morirai tra un'ora e mezzo, morirai a l l a fine d e l l o spettacolo. RE
C h e cosa dite, m i a c a r a ? N o n illuderti d'essere spiritosa.
MARGHERITA T u m o r i r a i alla fine d e l l o s p e t t a c o l o . MARIA Mio Dio! MEDICO S i , Maestà, v o i state p e r m o r i r e . N o n farete l a p r i m a colazione d o m a n i mattina. N e p p u r e l a cena ques t a s e r a . I l c u o c o h a s p e n t o i l gas. L a s c i a i l s e r v i z i o . R i p o n e p e r l'eternità t o v a g l i e e t o v a g l i o l i n e l l ' a r m a d i o . MARIA N o n precipitate a questo m o d o , i m p o ' d i delicatezza. RE
C h i h a potuto dare ordini simili senza i l mio consens o ? I o s t o b e n i s s i m o . V o i s c h e r z a t e . F r o t t o l e . (A Margherita) T u h a i s e m p r e d e s i d e r a t o l a m i a m o r t e . (A
Maria) L e i h a s e m p r e d e s i d e r a t o l a m i a m o r t e . {A Margherita) Morirò q u a n d o vorrò, s o n o i l R e , s o n o i o c h e decido. MEDICO Avete perso i l potere d i decidere d a solo. Maestà. MARGHERITA N o n puoÌ n e p p u r più i m p e d i r t i d ' e s s e r e a m malato. RE
I o n o n s o n o a m m a l a t o . {A Maria) N o n l ' h a i d e t t o anche t u che n o n sono a m m a l a t o ? S o n o s e m p r e bello.
MARGHERITA
E i tUOÌ d o l o r i ?
RE N o n n e h o più. MARGHERITA Muoviti u n p o ' e vedrai. R E {che si è appena seduto, si solleva) A h i ! . . . L a ragione è c h e n o n m i s o n o m e s s o i n testa d i n o n e s s e r e a m m a -
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lato. Non ho avuto i l tempo di pensarci! G penso e guarisco. I l Re si guarisce da solo, ma Ìo ero troppo occupato dagli affari del regno. MARGHERITA I n un bello stato i l tuo regno! Non puoi più governarlo, te ne accorgi anche t u , ma non vuoi confessartelo. Non hai più potere su dì te, non hai più potere sugli elementi. Non puoi più evitare le sconfitte, non hai più potere su di noi. MARIA Potere su di me l'avrai sempre. MARGHERITA
Neppure su di lei.
Rientra Juliette. Non abbiamo potuto ripescare i ministri. I l ruscello nel quale sono caduti è stato inghiottito dagli abissi con le sponde ed i salici che lo fiancheggiavano. R E Capisco. È un complotto. Volete che abdichi. MARGHERITA Sarebbe meglio. Abdica volontariamente. MEDICO Abdicate, Sire, sarebbe meglio. R E Abdicare, io? MARGHERITA Sì, abdica moralmente, amministrativamente. MEDICO E fisicamente. MARIA Non dare i l tuo consenso. Non ascoltarli. R E Sono pazzi. Oppure traditori. JULIETTE Sire, povero Sire. Sire, povero Sire. M A R I A (al Re) Bisogna farli arrestare. R E (alla Guardia) Guardia, arrestali. MARIA Guardia, arrestali. (Al Re) Bene, cosi. Da' ordini. R E (alla Guardia) Arrestali tutti. Rinchiudili nella torre. No, la torre è crollata. Portali via, chiudili a chiave in cantina, nei sotterranei, o nella conigliera. Arrestali, t u t t i . Lo ordino. M A R I A (alla Guardia) Arrestali. GUARDIA (senza muoversi) I n nome di Sua Maestà... io vi... io v i arresto. M A R I A (alla Guardia) Muoviti dunque. JULIETTE Si è arrestato da solo. R E (.alla Guardia) Avanti, avanti. Guardia.
JULIETTE
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Vedi, non può più muoversi. Ha la gotta. I reumatismi. M E D I C O {indicando la Guardia) Sire, l'esercito è paralizzato. Un virus sconosciuto s'è introdotto nel suo cervello e sabota i centri del comando. MARGHERITA {al Re) Sono i tuoi stessi ordini, Maestà, a paralizzarlo, lo vedi. MARIA {al Re) Non darle retta. Vuole ipnotizzarti. È solo una questione di volontà. Domina tutto con la tua volontà. GUARDIA Io vi... i n nome del Re... io vi... {s'interrompe, con la bocca semiaperta). R E {alla Guardia) Che cosa t i prende? Parla, forza. T i credi una statua? MARIA {al Re) Non fargli domande. Non discutere. Ordina. Travolgilo nel vortice della tua volontà. MEDICO Non può muoversi, Maestà, vedete. Non può più parlare, è pietrificato. Non v i ascolta più. È un sintomo caratteristico. Da un pimto dì vista medico, estremamente preciso. R E Vedremo se non ho più potere. MARIA {al Re) Prova che ne hai. Volere è potere. R E Provo che voglio, provo che posso. MARIA Per prima cosa, alzati. R E M i alzo. {Compie un grande sforzo, facendo smorfie). MARIA Vedi com'è facile. R E Vedete com'è facile. Siete una massa di buffoni. D i congiurati, di bolscevichi. {Cammina. A Maria cìje vorrebbe aiutarlo) No, no, da solo... dal momento che posso da solo. {Cade. Juliette accorre per sollevarlo). M i rialzo da solo. {Infatti si rialza da solo, ma con grande fatica). GUARDIA Viva i l Re. {Il Re torna a cadere). I l Re muore. MARIA Viva i l Re. MARGHERITA
I I Re si rialza faticosamente, aiutandosi con lo scettro. GUARDIA
morto.
Viva i l Re. (7^ Re cade di nuovo).
I l Re è
IL R E MUORE MARIA Viva MARGHERITA
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i l Re! Viva i l Re! Che farsa.
I l Re si rialza faticosamente. JuKette, che era scomparsa, riappare. JULIETTE
Viva i l Re! {Scompare di nuovo).
I l Re torna a cadere. I I Re muore. No. Viva i l Re! Rialzati. Viva i l Re! J U L I E T T E {apparendo, poi scomparendo, mentre il Re si rialza) Viva i l Re! GUARDIA Viva i l Re! GUARDIA MARIA
Questa scena dev'essere recitata al modo di marionette tragiche. Vedete, no? va meglio. MARGHERITA È i l megUo della fine, nevvero. Dottore? M E D I C O {a Margherita) Non ci sono dubbi, è semplicemente i l meglio della fine. R E Ero scivolato, questo è tutto. Può capitare. Capita. La mia corona! {La corona era finita in terra durante una caduta. Maria rimette la corona sulla testa del Re). È un brutto segno. MARIA Sciocchezze. MARIA
Lo scettro del Re cade. RE
È un brutto segno. Sciocchezze. {Gli dà lo scettro). Tienilo bene in mano. Stringi i l pugno. GUARDIA Viva, vìva... (Poi tace). M E D I C O {al Re) Maestà... M A R G H E R I T A {al Medico, indicando Maria) Bisogna calmarla, quella là; parla a vanvera. Non deve più aprir MARIA
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bocca senza Ìl nostro permesso. {Maria si immobilizza. Indicando il Re) Adesso cercate di fargli capire. M E D I C O {al Re) Maestà, decine d'anni fa o tre giorni fa, i l vostro impero era fiorente. I n tre giorni, avete perso le guerre che avevate vinte. Quelle che avevate perse, le avete riperse. Da quando i raccolti sono marciti e il deserto ha invaso i l nostro continente, la vegetazione è andata a rinverdire i paesi vicini che erano deserti sino a giovedì scorso. I razzi che volete lanciare non partono più. Oppure si sganciano, e subito si spiaccicano i n terra. R E Incidente tecnico. MEDICO Una volta non ne succedevano. MARGHERITA Finita la cuccagna. Devi rendertene conto. MEDICO I vostri dolori, i malesseri... R E Non ne avevo mai avuti. È la prima volta. MEDICO Appunto. Ecco i l segno. Comparso all'improvviso, non è vero? MARGHERITA Dovcvl aspettartelo. MEDICO È comparso all'improvviso e voi non siete più padrone di voi stesso. Lo constatate. Sire. Siate lucido. Via, un po' di coraggio. R E M i sono rialzato. Voi mentite. M i sono rialzato. MEDICO Voi soffrite molto e non potreste fare un altro sforzo. MARGHERITA Ma ccrto, tutto questo non può durare a lungo. (Al Re) Puoi ancora fare qualche cosa? Puoi dare un ordine che sia eseguito? Puoi cambiare qualche cosa? Non hai che da provare. R E Tutto è andato in rovina unicamente perché non ho impegnato tutta la mia volontà. Semplice negligenza. Tutto si sistemerà. Tutto sarà rimesso in sesto, rimesso a nuovo. Vedrete che cosa posso fare. Guardia, muoviti, avvicinati. MARGHERITA Non può. Può ubbidire solo agli altri, non a te. Guardia, fa' due passi. {La Guardia avanza di due passi). Guardia, indietro. La Guardia indietreggia di due passi.
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RE
Che la testa della Guardia cada, che la testa della Guardia cada! {La testa della Guardia penzola un po' a destra, un po' a sinistra). La sua testa sta per cadere, la sua testa sta per cadere. MARGHERITA No. Ciondola, appena. Non più di prima. R E Che la testa del Medico cada, che cada all'istante! Su, su! MARGHERITA Mal la tcsta del Medico è stata meglio piantata sulle spalle, mai è stata più solida. MEDICO Me ne scuso, Sire, sono tutto confuso. RE Che la corona di Margherita cada a terra, che la sua corona cada. È la corona del Re a cadere d i nuovo a terra. Margherita la raccoglie. MARGHERITA
RE
Te la rimetto, va'.
Grazie. Che cos'è questo sortilegio? Come fate a sottrarvi al mio potere? Non penserete che tutto questo possa continuare. Troverò la causa del disordine. Deve esserci qualche cosa dì arrugginito nel meccanismo, qualcosa fuori posto. M A R G H E R I T A {a Maria) Puoi parlare, adesso. Te Io permettiamo. MARIA {al Re) Dimmi di fare qualche cosa, Ìo lo farò. Dammi un ordine. Ordina, Sire, ordina. Obbedisco. M A R G H E R I T A {al Medico) S'illude, crede che ciò che lei chiama amore possa compiere miracoli. Stupida superstizione sentimentale. Le cose sono cambiate. La questione è im'altra. Siamo ormai oltre queste cose. Molto oltre. MARIA {che si è diretta rinculoni verso destra e che adesso si trova accanto alla finestra) Ordina, mio Re. Ordina, amor mio. Guarda come sono bella. H o un buon profumo. Ordinami di venire verso d i te, d i baciarti. RE {a Maria) Vieni verso d i me, baciami. {Maria resta immobile). H a i sentito?
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I L R£ M U O R E
Ma certo, ho sentito. Lo farò. Vieni verso di me. MARIA Lo vorrei. Lo vogHo fare. Lo sto per fare. M i cadono le braccia. RE Allora, balla. [Maria non si muove). Balla. Allora, almeno, voltati, va' verso la finestra, aprila e richiudila. MARIA Non posso. RE Senza dubbio hai un torcicollo, non può essere altro. Vieni verso di me. MARIA Si, Maestà. RE Vieni verso di me sorridendo. MARIA Sì, Maestà. RE Ma. fallo dunque! MARIA Non so più come si fa a camminare. L'ho dimenticato d'un tratto. MARGHERITA (a Maria) Fa' qualche passo verso di l u i . MARIA
RE
Maria avanza un po' in direzione del Re. RE
Vedete, si avvicina. Ha dato tetta a me. (A Maria) A l t ! Fermati. MARIA Perdonami, Maestà, non è colpa mia. MARGHERITA [al Re) T i occorrono altre prove? RE Ordino che gli alberi spuntino dal pavimento. (Pausa). Ordino che i l tetto scompaia. (Pausa). Come? Niente? Ordino alla pioggia di cadere. (Pausa. Continua a non succedere niente). Ordino al lampo di comparire e che io l'afferri con la mano. (Pausa). Ordino alle foglie di ricrescere. (Va alla finestra) Come? Niente? Ordino che JuHette entri dalla porta grande. (Juliette entra dalla porta piccola, in fondo a destra). Non da quella, da quell'altra. Esci da quella porta. {Indica la grande porta. Lei esce dalla piccola porta, a destra, di fronte. A Juliette) T i ordino di restare. (Juliette esce). Ordino che si odano gli squilli delle trombe. Ordino che le campane suonino. Ordino che centoventun colpi di cannone echeggino in mio onore. (Tende l'orecchio) Niente!... Ah sì! Sento qualche cosa. MARGHERITA
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MEDICO V i fischiano le orecchie, Maestà. MARGHERITA (ol Re) Non continuare. T i rendi ridicolo. MARIA {al Re) T i affatichi troppo, mio piccolo Re. Non disperare. Sei coperto di sudore. Riposati un po'. Riproveremo più tardi. Tra un'ora riuscirai. MARGHERITA {al Re) Morirai tra un'ora e venticinque minuti. MEDICO S I , Maestà. Tra im'ora, ventiquattro minuti e cinquanta secondi. RE {a Maria) Maria! MARGHERITA Tra uu'ora ventiquattro minuti e quarantun secondi. {Al Re) Preparati. MARIA
Non cedere.
MARGHERITA {a Maria) Non tentare più di distrarlo. Non tendergli le braccia. È ormai sulla china e non puoi più trattenerlo. I l programma sarà eseguito pimto per punto. GUARDIA {annunciando) La cerimonia comincia! Movimento generale. I personaggi sì dispongono per la cerimonia. I l Re è sul trono. Maria al suo fianco. RE Che i l tempo ritorni sui suoi passi. MARIA Che si tornì indietro di vent'anni. RE Che si torni alla settimana scorsa, MARIA Che sì torni a ieri sera. Torna, tempo, toma; tempo fermati. MARGHERITA Non c'è pìù tempo. I l tempo si è sciolto nella sua mano. MEDICO {a Margherita, dopo aver guardato nel suo canocchiale puntato verso l'alto) Guardando nel canocchiale che vede dì là dei muri e dei tetti, si scorge un vuoto, nel cielo, al posto della costellazione reale. Sui registri dell'universo. Sua Maestà risulta trapassata. GUARDIA I I Re è morto, viva i l Re! MARGHERITA {alla Guardia) Idiota, faresti meglio a tacere. MEDICO I n realtà, è assai più morto che vivo. RE No. Non voglio morire. V i prego, non lasciatemi
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m o r i r e . Siate b u o n i , n o n lasciatemi m o r i r e . N o n voglio. MARIA Che cosa fare per dargli la forza d i resistere? I o stessa m i sento indebolire. N o n m i crede più, n o n crede più che a l o r o . (Al Re) Nonostante t u t t o spera, spera ancora. MARGHERITA (fl Maria) N o n confonderlo. N o n p u o i fargli che del male. RE I o non voglio, non voglio. MEDICO L a crisi era prevista; è assolutamente normale. O r m a i la p r i m a difesa è intaccata. MARGHERITA {a Maria) L a crisi passerà. GUARDIA (annunciando) I l Re passa! MEDICO Rimpiangeremo m o l t o V o s t r a Maestà! L o d i remo, l o p r o m e t t o . R E N o n voglio m o r i r e . MARIA Ahimè! I suoi capelli sono d i v e n t a t i b i a n c h i d i colpo. {Effettivamente i capelli del Re sono diventati bianchi). L e rughe si accumulano sulla sua f r o n t e , sul suo viso. È invecchiato improvvisamente d i quattordici secoli. MEDICO Si passa presto d i moda, R E I re dovrebbero essere i m m o r t a l i . MARGHERITA H a n n o un'immortalità provvisoria. R E M i avevan promesso che n o n sarei m o r t o se n o n quando l'avessi decìso Ìo stesso. MARGHERITA Perché pensavamo che t i decidessi p r i m a . T u hai preso gusto al potere, bisogna f a r t i decidere per forza. T i sei impantanato nel fango t i e p i d o dei v i v i . Adesso gelerai. R E M i hanno ingannato. A v r e b b e r o d o v u t o a v v e r t i r m i , m i hanno ingannato. MARGHERITA E r i stato a v v e r t i t o . R E M i avevi avvertito t r o p p o presto. M i avvertì t r o p p o tardi. N o n voglio morire... N o n v o r r e i . Salvatemi, v i sto che n o n posso più f a r l o da solo. MARGHERITA Colpa tua se sei stato colto d i sorpresa, avresti d o v u t o p r e p a r a r t i . M a i però che t u ne abbia t r o v a t o i l tempo. E r i condannato, bisognava pensarci
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sin dal p r i m o g i o r n o , e p o i , t u t t i i g i o r n i , cinque m i n u t i t u t t i i g i o r n i . N o n era u n granché. Cinque m i n u t i t u t t i i g i o r n i . P o i dieci m i n u t i , u n quarto d'ora, mezz'ora. È cosi che c i si allena. RE C i avevo pensato. MARGHERITA M a i seriamente, m a i profondamente, m a i con t u t t o te stesso. MARIA Viveva. MARGHERITA T r o p p o . {Al Re) A v r e s t i d o v u t o tenerlo come u n pensiero fisso, come sottofondo a t u t t i i t u o i pensieri. M E D I C O N o n è m a i stato previdente, ha vissuto alla giornata come chiunque a l t r o . MARGHERITA T i accordavl delle proroghe. A v e n t ' a n n i dicevi d i aspettare Ì quaranta per incominciare l'allenamento. A quaranta... R E G o d e v o così buona salute, ero così giovane! MARGHERITA A q u a r a n t ' a i m i , t i sei proposto d i aspettare sino ai cinquanta. A cinquanta... R E E r o pieno d i v i t a , com'ero pieno d i v i t a ! MARGHERITA A c i n q u a n t ' a n n i , v o l e v i aspettare la sessant i n a . H a i a v u t o sessanta, novanta, centoventi, duecent o , quattrocento a n n i . N o n r i n v i a v i più i preparativi d i dieci a n n i , ma d i cinquanta. P o i h a i aggiornato la faccenda d i secolo i n secolo. R E A v e v o appxmto l'intenzione d i cominciare. A h ! se potessi avere u n secolo d a v a n t i a me, forse avrei i l tempo! M E D I C O V i resta poco più d i u n ' o r a . Sire. Occorre far t u t t o i n un'ora. MARIA N o n avrà t e m p o , è impossibile. Bisogna dargli tempo. MARGHERITA N o n è possìbile. M a u n ' o r a g l i basterà. MEDICO U n ' o r a bene spesa vale più d i secoli e secoli d i dissipazione ed incuria. Bastano cinque m i n u t i , dieci secondi d'impegno. L u i ha u n ' o r a : sessanta m i n u t i , tremilaseicento secondi. È f o r t u n a t o . MARGHERITA H a bìghcllonato per le strade. MARIA N o i abbiamo regnato, l u i ha lavorato.
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GUARDIA Fatiche d'Ercole. MARGHERITA Lavorucci. E n t r a Juliette. J U L I E T T E Povera Maestà, povero Sire, ha marinato la scuola. R E M i sento come uno scolaro che si presenti all'esame senza aver f a t t o i c o m p i t i . Senza aver studiato la lezione... MARGHERITA (al Re) N o u preoccupartene. RE ...Come u n attore che n o n sa la parte la sera della p r i m a e v u o t i , v u o t i , v u o t i i n testa. Come u n oratore che è spinto alla t r i b u n a e ignora la p r i m a parola del suo discorso, e non sa neppure a chi debba parlare. I o non conosco questo p u b b l i c o , n o n v o g l i o conoscerlo, non ho niente da d i r g l i . I n che stato sono! GUARDIA (annunciando) I l Re fa allusione al p r o p r i o stato. MARGHERITA I n che ignoranza. J U L I E T T E V o r r e b b e marinare la scuola ancora per qualche secolo. R E M i piacerebbe raddoppiare. MARGHERITA Supererai l'esame. N o n c i sono r i p e t e n t i . MEDICO N o n potete fare niente. Maestà. E n o i neppure. Siamo soltanto i rappresentanti della medicina e n o n facciamo m i r a c o l i . R E I I popolo è i n f o r m a t o ? L'avete avvertito? V o g l i o che t u t t i sappiano che U Re sta per m o r i r e . (Si precipita alla finestra, l'apre con grande sforzo; zoppica sempre più) Brava gente, io sto per m o r i r e . A s c o l t a t e m i , i l vostro Re sta per m o r i r e . MARGHERITA (al Mcdico) N o n bisogna che l o sentano. I m p e d i t e g l i dì gridare. R E G i ù le m a n i dal Re. V o g l i o che t u t t i sappiano che sto per m o r i r e . (Grida). MEDICO È uno scandalo. R E Popolo, i o devo m o r i r e . MARGHERITA N o n è più u n re, è u n porco sgozzato.
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M A R I A N o n è che u n re, n o n è che u n u o m o . MEDICO Maestà, pensate alla m o r t e d i L u i g i X I V , a quella d i F i l i p p o I I , a quella d i Carlo V , che ha d o r m i t o per v e n t ' a n n i nella sua bara. V o s t r a Maestà ha i l dovere d i m o r i r e dignitosamente. R E M o r i r e dignitosamente? (Alla finestra) A i u t o ! I l vostro Re sta per m o r i r e . M A R I A Povero Re, m i o povero Re. J U L I E T T E G r i d a r e n o n serve a niente. Si ode una flebile eco i n lontananza: « I l Re sta per morire! » RE
Udite?
MARIA
I o si, i o
odo.
R E M i rispondono, forse m i salveraimo. JULIETTE N o n c'è nessuno. Si ode l'eco: « A i u t o ! » M E D I C O È soltanto l'eco che risponde i n ritardo, MARGHERITA I I soHto r i t a r d o d i questo regno i n cui t u t to funziona male. R E (allontanandosi dalla finestra) N o n è possibile. (Ritornando alla finestra) H o paura. N o n è possibile, MARGHERITA Crede d i essere i l p r i m o a m o r i r e . M A R I A Ciascuno è i l p r i m o a m o r i r e . MARGHERITA È disgustoso. J U L I E T T E Piange come u n o qualunque. MARGHERITA L a paura n o n g l i ispira che banalità. Speravo che pronunciasse qualche bella frase storica. (Al Medico) V i incarico della cronaca. G l i a t t r i b u i r e m o belle espressioni a l t r u i . All'occorrenza le inventeremo. MEDICO G l i a t t r i b u i r e m o massime edificanti. (A Margherita) C o l t i v e r e m o la sua leggenda. (Al Re) Coltiveremo la vostra leggenda, Maestà, R E (alla finestra) P o p o l o , aiuto... P o p o l o , aiuto! MARGHERITA L a v u o i smettete. Maestà? T i stanchi per niente.
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R E (alla finestra) Chi vuole cedermi l a sua vita? C h i vuole cedere l a sua v i t a al Re, la sua v i t a a l b u o n Re, l a sua v i t a al povero Re? MARGHERITA Scandaloso! MARIA Lasciate che giuochi t u t t e le sue cai"te, anche le più i m p r o b a b i l i . J U L I E T T E D a l m o m e n t o che n o n c'è nessuno n e l paese. (Esce). MARGHERITA
CÌ sono l e Spie.
M E D I C O C i sono le orecchie del nemico che origliano a l le frontiere. MARGHERITA L a sua paura c i coprirà d i vergogna. MEDICO L'eco n o n risponde più. L a sua voce n o n « arr i v a » più. H a u n bel gridare, la sua voce s'affloscia. N o n arriva neppure sino al cancello del giardino. MARGHERITA {mentre il Re geme) Bela, M E D I C O Soltanto n o i l o udiamo. N e p p u r e l u i si ode. I l Re sì volta. Fa qualche passo verso i l centro della scena. R E H o freddo, t e m o , t r e m o , MARIA L e sue membra s i appesantìscono. M E D I C O È immobilizzato dai r e u m a t i s m i . {A ta) Una p u n t u r a per calmarlo?
Margheri-
Juliette appare con una p o l t r o n a a r o t e l l e , sul cui schienale figurano corona e d insegne regali. R E N o , l a p u n t u r a no. MARIA L a p u n t u r a n o . R E So che cosa v u o l dire. N e h o fatte fare a d a l t r i {A Juliette) N o n t i h o chiesto d i portare queUa p o l t r o n a . V o g l i o passeggiare, voglio prender aria. Juliette lascia la p o l t r o n a i n u n angolo della scena, a destra, ed esce. MARGHERITA
Siediti suUa p o l t r o n a . Stai per cadere.
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I l Re, i n efletti, barcolla. RE
N o n sono d'accordo. V o g l i o restare i n p i e d i . Juliette r i t o r n a con una coperta.
JULIETTE Stareste meglio. Sire, più comodamente, con una coperta sulle ginocchia e la borsa dell'acqua calda. {Esce). R E N o , v o g l i o restare i n p i e d i , voglio urlare. V o g l i o urlare. (Grida). GUARDIA (annunciando) Sua Maestà urla! MEDICO (a Margherita) N o n urlerà per m o l t o tempo. Conosco i l decorso della malattia, SÌ stanca, smette: e allora c i ascolterà. Juliette entra p o r t a n d o ancora u n i n d u m e n t o caldo e la borsa per l'acqua. RE (a Juliette) T i proibisco. MARGHERITA Siediti, svelto, siediti. RE N o n obbedisco. {Cerca di salire gli scalini del trono, ma non ci riesce. Allora va a sedersi, crollandovi sopra, sul trono della Regina, a sinistra) Cado m i o malgrado. Juliette, d o p o aver seguito i l Re, va a deporre g l i ogg e t t i su i n d i c a t i nella p o l t r o n a a rotelle. MARGHERITA (a JuUette) P r e n d i g l i l o scettro, è t r o p p o pesante. RE (a Juliette che torna verso di lui con un berretto in mano) N o n voglio quel b e r r e t t o . Non
glielo m e t t o n o .
J U L I E T T E È una corona m e n o pesante. RE Lasciami l o scettro.
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MARGHERITA N o n haì più la forza d i reggerlo. M E D I C O N o n serve nemmeno come stampella. V i trasporteremo n o i sulla p o l t r o n a . R E V o g l i o tenerlo. MARIA {a JuUette) Lasciagli l o scettro, visto che l o desidera. Juliette interroga con g l i occhi la Regina M a r g h e r i t a . MARGHERITA
D o p o t u t t o , n o n c i vedo inconvenienti.
Juliette restituisce l o scettro al Re. RE
Forse n o n è vero. D i t e m i che n o n è vero. È u n i n cubo. {Gli altri tacciono). Esiste forse i m a possibilità su dieci, una su m i l l e . {Gli altri tacciono. Il Re singhiozza) Vincevo spesso alla l o t t e r i a . MEDICO Maestà! R E N o n voglio più ascoltarvi. H o t r o p p a paura. {Singhiozza, geme). MARGHERITA D c v i ascoltate, Sire. R E N o n voglio saperne dei v o s t r i discorsi. M i fanno paura. N o n voglio più senfìr parlare. {A Maria che voleva avvicinarsi a lui) N o n a v v i c i n a r t i , neppure t u . L a tua pietà m i fa paura. {Geme di nuovo). MARIA È come u n bambino. È t o r n a t o b a m b i n o . MARGHERITA U n bambino b a r b u t o , rugoso, loffio. Siete piuttosto o t t i m i s t a ! J U L I E T T E {a Margherita) V o i n o n v i mettete nei suoi panni. R E N o , n o , parlatemi, invece, parlate. Statemi attorno, trattenetemi. A i u t a t e m i . N o , v o g l i o fuggire. {Si alza a fatica. Andrà ad occupare l'altro piccolo trono, a destra). J U L I E T T E L e gambe n o n l o reggono più. R E Stento anche a muovere le braccia. Che stia per cominciare? N o . Perché sono nato se n o n doveva essere per sempre? G e n i t o r i maledetti. Che bella idea, che
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scherzo! Sono v e n u t o al m o n d o cinque m i n u t i fa, tre m i n u t i fa m i sono sposato. MARGHERITA Duecentottantatte anni. RE Sono salito al t r o n o due m i n u t i e mezzo fa. MARGHERITA Duecentosettantasette anni e t r e mesi. R E N o n ho avuto neppure i l tempo d i d i r e « Bah! » N o n ho avuto i l tempo d i conoscere la v i t a . MARGHERITA {al Medìco) Per conoscerla, n o n ha fatto m o l t i sforzi. MARIA N o n è stata che una breve passeggiata i n u n viale fiorito, una promessa non mantenuta, u n sorriso sub i t o spento. MARGHERITA {al Medico, continuando) E p p u r e , per farselo spiegare, aveva a sua disposizione Ì m i g l i o r i scienziati. T e o l o g i , persone d i m o l t a esperienza, e l i b r i che non ha m a i l e t t i . R E N o n ne ho avuto i l tempo. MARGHERITA {al Re) D i c e v i che avresti avuto t u t t o i l tempo. R E N o n ne h o avuto i l t e m p o , n o n ne ho avuto i l tempo, non ne ho avuto i l tempo. J U L I E T T E N o n fa che r i n v i a r e . MARGHERITA {al Medtco) È Sempre la stessa storia. M E D I C O V a m o l t o meglio. Geme, piange, ma comincia a ragionare. Si lamenta, parla, protesta e questo significa che sta rassegnandosi. R E N o n m i rassegnerò m a i . MEDICO Se dice che n o n vuole, è segno che finirà per rassegnarsi. Prende i n considerazione la cosa. Si pone i l problema, MARGHERITA Finalmente ! M E D I C O Maestà, v o i avete f a t t o centottanta guerre. A l l a testa d e i v o s t r i eserciti, avete partecipato a duemila battaglie. P r i m a su u n cavallo bianco, con pennacchio rosso e bianco, m o l t o vistoso, e n o n avete avuto paura. Poi, quando avete modernizzato l'esercito, i n p i e d i su u n carro armato o sull'ala d i u n aeroplano da caccia, alla testa della formazione, MARIA
E r a u n eroe.
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MEDICO Avete sfiorato m i l l e v o l t e l a m o r t e . R E L a sfioravo soltanto. N o n toccava a me, l o sentivo. MARIA E r i u n eroe, capisci? Ricordatene. MARGHERITA H a i f a t t o assassinare da questo medico e boia... R E Giustiziare, n o n assassinare, MEDICO {a Margherita) Giustiziare, Maestà, n o n assassinare. O b b e d i v o agli o r d i n i . A g i v o come semplice strum e n t o , erano eseguimenti più che esecuzioni, e l o facevo eutanasisticamente. D ' a l t r o n d e l o r i m p i a n g o . Presento le mie scuse. MARGHERITA {al Re) l o d i c o : h a i f a t t o massacrare i m i e i genitori, i tuoi fratelli rivali, i nostri cugini e cuginetti, le l o r o famìglie, i l o r o amici, i l l o r o bestiame. H a i f a t t o incendiare le l o r o terre. MEDICO Sua Maestà diceva che comunque sarebbero m o r t i u n giorno o l ' a l t r o . R E Erano r a g i o n i d i Stato. MARGHERITA Anche t u m u o r i per u n a ragione d i Stato. R E M a l o Stato, sono i o . J U L I E T T E Disgraziato! I n che stato! MARIA L u i era la legge, al d i sopra delle leggi. R E N o n sono più la legge, MEDICO L ' a m m e t t e . D i bene i n meglio. MARGHERITA Qucsto scmplìfica le cose. R E {gemendo) N o n sono più al d i sopra delle leggi, n o n sono più al d i sopra delle leggi. GUARDIA (annunciando) I l Re n o n è più al d i sopra delle leggi. J U L I E T T E N o n è più al d i sopra delle leggi, povero vecchio. È come u n o d i n o i . Si direbbe m i o n o n n o . MARIA Povero piccino, m i o povero b a m b i n o . R E Bambino! U n b a m b i n o ! A l l o r a r i c o m i n c i o ! I o v o g l i o ricominciare. {A Maria) V o g l i o essere u n bebé, t u sarai la mia mamma. Nessuno verrà a cercarmi. I o n o n so leggere, n o n so scrìvere, n o n so contare. P o r t a t e m i a scuola con g l i a l t r i scolari. Q u a n t o fa due più due? J U L I E T T E D u e più due fanno q u a t t r o . MARGHERITA (al Re)
Lo
saì.
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È l e i che ha suggerito... A h i m è , n o n è possibile barare. A h i m è , ahimè, tanta gente nasce i n questo moment o , i n n u m e r e v o l i nascite i n t u t t o i l m o n d o . MARGHERITA N o u n e l n o s t t o paese. MEDICO L a natalità è r i d o t t a a zero. J U L I E T T E N o n una foglia d'insalata spunta, n o n u n filo d'erba. MARGHERITA (al Re) Sterilità assoluta, per colpa tua. MARIA N o n v o g l i o che g l i si dia la croce addosso. J U L I E T T E T u t t o rispunterà, forse. MARGHERITA Q u a u d o avrà accettato. Senza d i l u i . R E Senza d i me, senza d i me. Rideranno, banchetteranno, danzeranno sulla m i a tomba. I o n o n sarò m a i esis t i t o . A h ! che c i si r i c o r d i d i me. Che si pianga, che ci si disperi. Che i l m i o r i c o r d o sia perpetuato i n t u t t i i m a n u a l i d i storia. Che t u t t i sappiano a memoria la mia v i t a . Che t u t t i la r i v i v a n o . Che scolari e sapienti non abbiano altro oggetto d i studio a l l ' i n f u o r i d i me, del m i o regno, delle mie imprese. Che si brucino t u t t i g l i a l t r i l i b r i , che sì distruggano t u t t e le statue, che si collochi la m i a su t u t t e le pubbliche piazze. I l m i o r i t r a t t o i n t u t t i i m i n i s t e r i , negli ufEci d i t u t t e le sottop r e f e t t u r e , presso g l i esattori delle tasse, negH ospedali. Che si dia i l m i o nome a t u t t i g l i aeroplani, a t u t t e le n a v i , a t u t t i i veicoli a braccia e a vapore. Che t u t t i g l i a l t r i re, g u e r r i e r i , p o e t i , t e n o r i , filosofi, siano diment i c a t i ed i o solo sia i n t u t t e le coscienze. U n solo nome, u n solo cognome per t u t t i . Che s'impari a leggere sillabando i l m i o n o m e : Bé-Bé, Bérenger. Che i o compaia sulle icone, sui m i U o n i d i croci i n t u t t e le chiese. Che si dicano messe per me, ed i o ne sia l'ostia. Che t u t t e le finestre i l l u m i n a t e abbiano Ìl colore e la forma dei m i e i occhi, che i fiumi disegnino nelle pianure i l m i o p r o f i l o ! Che m i si i n v o c h i eternamente, che m i si supp l i c h i , che m i si i m p l o r i , MARIA Forse r i t o r n e r a i ? R E Forse ritornerò. Che si conservi i n t a t t o i l m i o corpo, i n u n palazzo, sul t r o n o , e che m i si rechino cibarie. Che musici suonino per me, che v e r g i n i si attorciglino
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ai m i e i p i e d i i n t i r i z z i t i . (Il Re per dire questa tirata si è alzato in piedi). J U L I E T T E [a Margherita) D e l i r a , signora. G U A R D I A {annunciando) Sua Maestà i l Re delira. MARGHERITA N o n ancora. È ancora t r o p p o sensato. T r o p po e al medesimo t e m p o n o n abbastanza. M E D I C O {al Re) Se è questo che desiderate, imbalsameremo i l vostro corpo e l o conserveremo. JULIETTE Sin quando sarà possibile. RE O r r o r e ! N o n voglio essere imbalsamato. N o n v o g l i o saperne del m i o cadavere. N o n v o g l i o essere bruciato. N o n voglio essere sotterrato, n o n v o g l i o essere dato né agli a v v o l t o i né alle fiere. V o g l i o essere conservato tra braccia calde, tra braccia fresche, t r a braccia tenere, tra braccia f o r t i . JULIETTE N o n sa t r o p p o bene quel che v u o l e . MARGHERITA Decideremo n o i per l u i . {A Maria) E adesso n o n svenite. {Juliette piange^. A n c h e quella. È sempre cosi. RE Q u a n t o tempo durerà i l r i c o r d o , se c i si ricorderà d i me? V o g l i o che d u r i sino alla fine d e i t e m p i . E dopo la fine dei t e m p i , v e n t i m i l a a n n i , duecentocinquantacinque m i l i a r d i d'anni... Più nessuno per nessuno. D i m e n ticheranno p r i m a . E g o i s t i , t u t t i , t u t t i . N o n pensano che alla l o r o v i t a , alla l o r o pelle. N o n alla m i a . Se la terra si logora e fonde — e succederà — se t u t t i g l i universi scoppiano — e scoppieranno — avvenga d o m a n i o tra secoli e secoli, poco i m p o r t a . C i ò che deve finire è già finito. T u t t o è ieri. Persino oggi era i e r i . MEDICO T u t t o è passato. MARIA M i o caro, m i o Re, n o n esìste passato, n o n esiste f u t u r o . Convincitene, esìste soltanto u n presente interminabile, t u t t o è presente; sii presente. S i i presente. R E Ahimè! I o sono presente solo al passato. MARGHERITA
JULIETTE
MARIA
Ma
MARIA
no.
{al Re) È C O S I , SÌÌ l u c i d o , Bérenger. Certo, s i i l u c i d o , m i o Re, m i o benamato. N o n
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t o r m e n t a r t i più. Esistere, è i m a parola, m o r i r e , è una parola: f o r m u l e , fissazioni, fisime. Se t u capisci questo niente potrà intaccarti. A f f e r r a t i , t i e n t i f o r t e , n o n perd e r t i più d i vista e dimentica t u t t o i l resto. T u esisti, adesso, esisti. N o n essere altro che u n interrogativo i n finito: che cos'è, che cos'è... L'impossibilità d i rispondere è la risposta stessa, i l t u o stesso essere che esplode, che si spande. T u f f a t i nello stupore e nella meravigha senza l i m i t i , così p o t r a i essere senza l i m i t i , p o t r a i essere infinitamente. Sii s t u p i t o , sii abbacinato, t u t t o è strano, i n d e f i n i b i l e . Scosta le sbarre della prigione, sfonda i m u r i , evadi dalle definizioni. Respirerai. MEDICO Soffoca. MARGHERITA L a paura g l i chiude l'orizzonte. MARIA Lasciati inondare dalla gioia, dalla luce, sii merav i g l i a t o , sii s t u p i t o . L o stupore penetra la carne e le ossa come u n fiotto, come u n fiume d i luce radiosa. Se lo vuoi. J U L I E T T E Certo che l o vorrebbe. MARIA {a mani giunte, in tono supplichevole) Ricorda, te ne prego, quelle m a t t i n e d i giugno, i n r i v a al mare, quando eravamo assieme, la gioia t i i l l u m i n a v a , t i penetrava. Quella gioia l ' h a i avuta, dicevi d i sentirla i n te, inalterabile, feconda, inesauribile. Se l ' h a i detto, d i l l o ancora. Quella aurora sfolgorante era i n te. E se c'era, c'è sempre. R i t r o v a l a . Cercala I n te stesso. RE N o n capisco. MARIA N o n t i capisci più. MARGHERITA N o u s'è m a i capito. MARIA R i t r o v a t i . R E Come fare? N o n è possibile, oppure nessuno vuole a i u t a r m i . I o stesso n o n posso a i u t a r m i . O sole, o sole m i o , a i u t a m i t u , fuga le ombre, dissipa la n o t t e . Sole, sole rischiara t u t t e le t o m b e , entra i n t u t t i g l i angoli b u i , i n t u t t i i b u c h i , penetra i n me. A h ! i mìei piedi cominciano a raffreddarsi, v i e n i a scaldarmi, entra nel mio corpo, sotto la mia pelle, nei m i e i occhi. Riaccendi la l o r o fiamma vacillante e fa' ch'io veda, veda, veda. Sole, sole, m i rimpiangerai? Caro sole, b u o n sole, d i -
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f e n d i m i . Isterilisci e d i s t r u g g i i l m o n d o Intiero se occorre u n piccolo sacrificio. Che t u t t i periscano, purché io viva eternamente, anche solo, i n u n deserto senza frontiere. M i metterò d'accordo con la solitudine. Custodirò i l ricordo degli a l t r i e 11 rimpiangerò sinceramente. I o posso vivere nell'immensità trasparente del vuoto, È meglio rimpiangere che essere r i m p i a n t i . D'altronde n o n l o si è m a i . Luce del g i o r n o , a i u t o ! M E D I C O (a Maria) N o n è questa la luce d i c u i g l i parlavate. N o n è questo Ìl deserto che g l i additavate. N o n v i ha capita, n o n può più c a p i r v i , povero cervello. MARGHERITA I n t e r v e n t o i n u t i l e . N o n è la via buona. RE Che i o esista, magari col m a l d i d e n t i , per secoli e secoli. A h i m è , ciò che deve finire è già finito. MEDICO Se è cosi. Maestà, che cosa aspettate? MARGHERITA C'è soltanto la sua tirata che n o n finisce più. {Indicando la Regina Maria e Juliette) E quelle due donne che piangono. Facendo così l o impastoiano sempre più, l o incollano, l o attaccano, l o frenano. R E N o , n o n si piange abbastanza a t t o r n o a me, n o n m i si piange abbastanza. N o n c'è abbastanza angoscia. {A Margherita) N o n impeditele d i piangere, d i urlare, d'aver pietà del Re, del giovane Re, del povero piccolo Re, del vecchio Re. I o m i c o m m u o v o quando penso che esse m i rimpiangeranno, che n o n m i vedranno più, che saranno abbandonate, che saranno sole. Son sempre io a pensare agli a l t r i , a t u t t i . E n t r a t e i n me, v o i , siate me, entrate nella mia pelle. M u o i o , capite, v o g l i o dire che m u o i o , ma n o n riesco a d i r l o , faccio soltanto della letteratura. MARGHERITA Fosse v e r o ! M E D I C O L e sue parole n o n m e r i t a n o d'essere tramandate. N i e n t e d i n u o v o . R E Son t u t t i degli estranei. E i o credevo che formassero la mia famiglia. H o paura, sprofondo, affondo, n o n so più niente, n o n sono m a l esistito. M u o i o , MARGHERITA Questa è letteratura. M E D I C O Se ne fa fino a l l ' u l t i m o m o m e n t o . Finché u n o è v i v o , ogni pretesto è buono per far della letteratura.
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MARIA Se questo bastasse a d a r g l i sollievo. GUARDIA {annunciando) L a letteratura dà u n p o ' d i soll i e v o al Re! R E N o , no. L o so, niente m i dà sollievo. L a letteratura m i stordisce e m i svuota. A h , là, là, là, là, là, là, là. {Lamentazioni. Poi, senza declamare, come se gemesse dolcemente) O t u t t i v o i , l e g i o n i e l e g i o n i , che siete m o r t i p r i m a d i me, aiutatemi. D i t e m i come avete f a t t o a m o r i r e , ad accettare. Insegnatemelo. Che i l vostro esempio m i c o n f o r t i , ed i o possa appoggiarmi a v o i come a grucce, a braccia fraterne. A i u t a t e m i a varcare la soglia che v o i avete varcato. T o r n a t e per u n istante i n questo m o n d o , venite i n m i o soccorso. A i u t a t e m i , v o i , che avete avuto paura e che n o n avete v o l u t o . Com e sono andate le cose? C h i v i ha sostenuto? C h i v i ha trascinato, c h i v i ha spinto? Avete avuto paura sino alla fine? E v o i , che eravate f o r t i e coraggiosi, che avete acconsentito a m o r i r e con indifferenza e serenità, insegnatemi l'indifferenza, insegnatemi la serenità, i n segnatemi la rassegnazione. L e b a t t u t e che seguono devono essere dette e mimate come quelle d i u n rituale, con solennità, quasi cantate, con v a r i m o v i m e n t i degli a t t o r i : genuflessioni, braccia tese, ecc. J U L I E T T E V o i statue, v o i g l o r i o s i , o tenebrosi, v o i antichi, v o i o m b r e , v o i r i c o r d i . . . MARIA Insegnategli la serenità. GUARDIA Insegnategli l'indifferenza. MEDICO Insegnategli la rassegnazione, MARGHERITA I l l u m i n a t e i l suo s p i r i t o , e che la faccia finita. R E V o i suicidi, insegnatemi come si deve fare per ottenere i l disgusto dell'esistenza. Insegnatemi la sazietà. Q u a l è la droga che occorre prendere? MEDICO I o posso prescrivere p i l l o l e esilaranti, o tranquillanti. MARGHERITA L e vomiterebbe.
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IL
jULiETTE
Voi
R E MUORE
ricordi...
V o i vecchie i m m a g i n i . . . JULIETTE ...Che esistete solo più nella memoria... GUARDIA Ricordi d i ricordi d i ricordi... MARGHERITA Un'unìca cosa deve imparare: cedere u n p o ' , e p o i abbandonarsi del t u t t o . GUARDIA . . . N o i v i invochiamo. MARIA V o i nebbie, v o i rugiade... JULIETTE V o i vapori, v o i nubi... MARIA V o i sante, v o i sagge, v o i f o l l i , aiutatelo, poiché io n o n posso aiutarlo. GUARDIA
JULIETTE
RE
Aiutatelo.
V o i che siete m o r t i con gioia, che avete guardato i n faccia, che avete assistito alla vostra stessa fine...
JULIETTE
A i u t a t e i l Re.
A i u t a t e l o t u t t i v o i , aiutatelo, ve ne supplico. RE V o i , m o r t i felici, quale v o l t o avete visto accanto al vostro? Quale sorriso v i ha placati e f a t t i sorridere? Q u a l è l ' u l t i m a luce che v i ha rischiarati? JULIETTE Aiutatelo, voi, miriadi d i defunti. GUARDIA O h , Grande N u l l a , aiutate i l Re. RE M i r i a d i d i m o r t i . Essi m o l t i p l i c a n o la m i a angoscia. I o sono la l o r o agonia. L a m i a m o r t e è sterminata. Q u a n t o universo si spegne i n me. MARGHERITA L a v i t a è u n esilio. RE L o so, l o so. MEDICO I n s o m m a , Maestà, v o i r i t o r n a t e i n p a t r i a . MARIA A n d r a i là d o v ' e r i p r i m a d i nascere. N o n aver tanta paura. Conosci certamente quel luogo, i n m o d o oscuro, forse. RE M i piace l'esilio. Sono u n espatriato. N o n v o g l i o tornare. Che m o n d o era? MARGHERITA Ricorda, fa' uno sforzo. R E N o n vedo niente, assolutamente niente. MARGHERITA Ricorda, su, su, pensa, r i f l e t t i . Pensa, pensa, dunque, t u n o n hai m a i pensato. MEDICO N o n ci ha m a i pensato. MARIA A l t r o m o n d o , mondo p e r d u t o , m o n d o dimenticato, m o n d o sommerso, risalite alla superficie. MARIA
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A l t r a p i a n u r a , a l t r a montagna, altra vallata... Ricordategli i l vostro nome. RE Nessun r i c o r d o d i questa p a t r i a . JULIETTE N o n si ricorda più della sua patria. MEDICO È t r o p p o debole, n o n è nelle condizioni adatte. RE Nessuna nostalgia, neppure la più tenue, la più f u gace. MARGHERITA Sprofondati nei t u o i r i c o r d i , i m m e r g i t i nell'assenza d i r i c o r d i , al d i là d e l r i c o r d o . {Al Medico) N o n ha r i m p i a n t i che per questo m o n d o . MARIA Ricordo d i là d e l r i c o r d o , appari, aiutalo. MEDICO F a r l o immergere, vedete, n o n è u n o scherzo. MARGHERITA Bisognerà farlo. GUARDIA Sua Maestà n o n è m a i stato batiscafato. JULIETTE Peccato. Manca d'allenamento. MARGHERITA Bisognerà p u r e che i m p a r i i l mestiere. RE Q u a n d o è i n pericolo d i m o r t e , anche la più minuscola f o r m i c a si d i b a t t e , si sente abbandonata, bruscamente strappata alla sua famiglia. Anche i n l e i t u t t o l ' i m i verso si spegne. N o n è naturale m o r i r e , v i s t o che n o n l o si vuole. I o v o g l i o esistere. JULIETTE V u o l e soltanto esistere, n o n capisce altro. MARIA È sempre esistito. MARGHERITA Occorrerà che n o n si guardi più a t t o r n o , che n o n si aggrappi alle i m m a g i n i , bisogna che r i e n t r i i n se stesso e c i si richiuda. (Al Re) N o n parlare più, taci, resta i n te stesso. N o n guardare più, t i farà bene. RE N o n v o g l i o saperne d i quella specie d i bene. M E D I C O {a Margherita) N o n siamo ancora a questo punto. Per i l m o m e n t o n o n g l i riesce. V o s t r a Maestà deve spingerlo, beninteso, ma senza t r o p p a energia. MARGHERITA N o n sarà facile, ma n o i siamo d o t a t i d i m o l t a pazienza. MEDICO Siamo sicuri del r i s u l t a t o . RE D o t t o r e , D o t t o r e , l'agonia è già cominciata? N o , v i sbagliate... n o n ancora... n o n ancora. {Una specie di sospiro di sollievo) N o n è ancora cominciata. Esisto, sono q u i . V e d o , c i sono quei m u r i , quei m o b i l i , c'è
JULIETTE MARIA
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l'aria, guardo gli sguardi, le voci m i pervengono, vivo, ho coscienza, vedo, odo, vedo, odo. Le fanfare! Sorta di fanfare molto flebili. I l Re cammina. GUARDIA
I I Re cammina, viva i l Re!
I l Re cade. JULIETTE GUARDIA
Cade. I I Re cade, i l Re muore.
I l Re si rialza. MARIA Si rialza. GUARDIA I I Re si rialza, viva i l Re! MARIA Si rialza. GUARDIA Viva i l Re! (Il Re cade). I l Re è morto. MARIA Si rialza. {Effettivamente si rialza). È vivo. GUARDIA Viva i l Re! I l Re si dirige verso i l trono. JULIETTE Vuole sedersi sul trono. MARIA I I Re regna! Regna! MEDICO E adesso comincia i l delirio. MARIA {al Re, che tenta barcollando di saltre i gradini del trono) Non mollare, aggrappati. {A Juliette che vuole aiutare il Re) Da solo, può fare da solo, EgH non riesce a salire i gradini del trono. RE Eppure ho le gambe. MARIA Avanti. MARGHERITA Ci restano trentadue minuti e trenta secondi. RE M i rialzo. MEDICO {a Margherita) È i l penultimo sussulto.
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I I Re cade nella poltrona a rotelle spinta al momento giusto da Juliette. Continuerà a ripetere, mentre lo coprono, gli sistemano la borsa dell'acqua calda: RE
M i rialzo. La borsa dell'acqua calda, la coperta, ecc. saranno portate, poco alla volta, da Juliette durante la scena seguente.
MARIA Sei senza fiato, sei stanco, riposati, t i alzerai dopo. MARGHERITA {a Maria) Non mentire. Cosi non lo aiuti. RE {nella poltrona) Amavo la musica di Mozart. MARGHERITA La dimenticherai. RE {a Juliette) H a i aggiustato i miei calzoni? Credi che non ne valga più la pena? C'era xm buco nel mio manto di porpora. L'hai rattoppato? H a i riattaccato i bottoni che mancavano al mio pigiama? H a i fatto risuolare le mie scarpe? JULIETTE Non ci ho più pensato. RE Non ci hai più pensato! A che cosa pensi tu? Dimmi, che cosa fa tuo marito? Juliette ha messo, o mette una cuffia da infermiera ed un grembiule bianco. JULIETTE Sono vedova. RE A che cosa pensi quando fai le faccende di casa? JULIETTE A niente. Maestà. Tutto quanto U Re dirà durante questa scena dev'essere detto i n tono ebete e stupito piuttosto che patetico. RE D i dove vieni? D i che famiglia sei? MARGHERITA {
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MARGHERITA {al Re) Questc cose non t'interessano veramente. MEDICO Cerca di guadagnar tempo. RE {a Juliette) Parlami della tua vita. Come vivi? JULIETTE Male, Signore. RE Non si può vivere male. È una contraddizione, JULIETTE La vita non è bella. RE È la vita. Non è un vero dialogo; i l Re parla soprattutto a se stesso. JULIETTE D'inverno, quando mi alzo, è ancora notte. M i sento gelare. RE Anch'io. Non è però lo stesso freddo. A te non piace aver freddo? JULIETTE D'estate, quando mi alzo, comincia appena a far giorno. La luce è livida. RE {rapito) La luce è livida! Esistono un'injBnità di luci, blu, rosa, bianca, verde, livida! JULIETTE Lavo la biancheria di tutta la casa al lavatoio. Le mani mi fanno male, la mia pelle è screpolata. RE {rapito) Fa male. Certo. Ma uno sente la propria pelle. Non t i hanno ancora comprato la lavatrice? Margherita, niente lavatrice nel palazzo! MARGHERITA Abbiamo dovuto lasciarla i n pegno per un prestito di Stato. JULIETTE Vuoto i vasi da notte. Faccio i letti. RE Fa i ietti! Ci si corica, ci si addormenta, ci si risveglia. T i sei mai accorta che t i svegliavi tutti i giorni? Svegliarsi tutti i giorni... Si viene al mondo ogni mattina, JULIETTE Frego i pavimenti. Scopo, scopo, scopo. Non si finisce mai. RE {rapito) Non si finisce mai! JULIETTE H o la schiena rotta. RE È vero. H a una schiena. T u t t i abbiamo una schiena. JULIETTE Le reni a pezzi.
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RE Anche le reni! JULIETTE Da quando non c'è più giardiniere, vango e zappo. Semino. RE E i semi germogliano! JULIETTE Non ne posso più. RE Avresti dovuto dircelo. JULIETTE Ve l'ho detto. RE È vero. Tante cose mi sono sfuggite. Non ho saputo tutto. Non sono stato presente dappertutto. La mia vita avrebbe potuto essere piena. JULIETTE La mia camera è senza finestra. RE (di nuovo rapito) Senza finestra! Si esce. SÌ cerca la luce. La si trova. Le si sorride. Per uscire, t u giri la chiave nella serratura, apri la porta, fai di nuovo girare la chiave, richiudi la porta. Dove abiti? JULIETTE Sotto i tetti. RE Per scendere, t i servi della scala, scendi uno scalino, un altro scalino, un altro, un altro ancora, giù giù, uno alla volta... Per vestirti, t i eri infilata le calze, le scarpe. JULIETTE Quello che resta delle scarpe! RE U n vestito. È meravigUoso!... JULIETTE U n vestito dozzinale, da quattro soldi. RE Non sai quel che t i dici. Quant'è bello un vestito dozzinale. JULIETTE H o avuto un ascesso i n bocca. M i hanno cavato un dente. RE Si soffre molto. I l dolore si attenua, scompare. Che sollievo! Si è molto felici dopo. JULIETTE Sono stanca, stanca, stanca. RE Dopo uno si riposa. È piacevole. JULIETTE Me ne manca i l tempo. RE Tu l'avrai... Cammini, prendi un cesto, vai a far la spesa. Saluti i l droghiere. JULIETTE U n poveraccio obeso, orribile. Talmente brutto che fa fuggire ì gatti e gli uccelli. RE Quant'è bello. T i r i fuori i l portamonete, paghi, t i danno i l resto. A l mercato ci sono cibarie di tutti i colori, insalata verde, ciliegie rosse, uva dorata, melan-
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zane violette... tutto l'arcobaleno!... Stupendo, incredibile. U n racconto di fate. JULIETTE Dopo torno indietro... La stessa strada. RE La stessa strada due volte al giorno! I l cielo sopra di te! Lo puoi guardare due volte al giorno. Respiri. Tu non pensi mai che respiri. Pensaci, Ricordatene. Son certo che non ci presti attenzione. È un miracolo. JULIETTE E poi, poi, lavo le stoviglie del giorno prima. Piatti pieni di grasso appiccicaticcio. E poi cucinare. RE Che gioia! JULIETTE A l contrario. Tutto questo m i annoia. Ne ho abbastanza. RE T i annoia! Esistono delle creature incomprensibili. È bello anche annoiarsi, è bello anche non annoiarsi, andare in collera e non andarci, essere scontento ed essere contento, rassegnarsi e ribellarsi. Ci si agita, parlate e v i si parla, uno tocca, è toccato. Una favola, tutto questo, una favola continua. JULIETTE Efiettivamente non finisce qui. Dopo devo ancora servire a tavola. RE {rapito) Servi a tavola! Servi a tavola! Che cosa serv i a tavola? JULIETTE I I pranzo che ho preparato. RE Per esempio, che cosa? JULIETTE Che ne so, i l piatto del giorno, lo stufato! RE Lo stufato!... Lo stufato! {Sognatore). JULIETTE È un pasto completo. RE Come mi piaceva lo stufato! Con le verdure, le patate, i cavoli, le carote, mescolati al burro, che si schiacciano con la forchetta per fare una purea. JULIETTE Potremmo dargliene un po'. RE Si. Datemene. MARGHERITA
No.
JULIETTE Se gli fa piacere. MEDICO Controindicato per la sua salute. È a dieta. RE Voglio lo stufato. MEDICO Non è consigliabile per la salute dei morenti. MARIA Potrebbe essere i l suo ultimo desiderio. MARGHERITA Deve staccarsi da queste cose.
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RE {sognatore) I l brodo... le patate calde... le carote ben cotte. JULIETTE Ha ancora buon tempo. RE {con fatica) Non avevo ancora notato che le carote fossero così belle. (^4 Juliette) Va', corri, uccidi Ì due ragni della mia camera da letto. Non voglio che mi sopravvivano. No, non ucciderli. Forse hanno qualche cosa d i me... morto, lo stufato... scomparso dall'imi verso. Lo stufato non è mai esistito. GUARDIA {annunciando) Lo stufato proibito su tutto i l territorio del regno. MARGHERITA Finalmente! Una cosa fatta. Ci ha rinxmciato. Si deve cominciare dai desideri meno importanti. È necessaria molta abilità, si, adesso si può cominciare. Piano piano, come si fa con una medicazione che copre una piaga aperta, sollevandone prima i bordi, nel punto più lontano dal cuore della ferita. {Avvicinandosi al Re) Asciugagh i l sudore, Jvdiette; gronda. {A Maria) No, tu no. MEDICO {a Margherita) È i l terrore che gli esce a poco a poco dai pori. {Esamina il malato, mentre Maria può mettersi un momento in ginocchio coprendosi la faccia con le mani). Vedete, la sua temperatura si è abbassata, eppure non ha quasi più la pelle d'oca. I suoi capell i che s'erano drizzati, ora si flettono e adagiano. Non è ancora abituato alla paura, certamente no, ma può già guardarla dentro ed è per questo che ha i l coraggio d i chiudere gli occhi. L i riaprirà. I I volto è ancora pallido, ma guardate come le rughe e la vecchiaia lo invadono. Ormai non l i contrasta più. Avrà ancora qualche sobbalzo, la cosa non si risolve così in fretta. Ma non avrà più le coliche del rerrore. Sarebbe stato sconveniente. Avrà ancora terrore, terrore allo stato puro, senza complicazioni addominali. Non si può sperare in una morte esemplare. Tuttavia sarà una cosa pressoché decorosa. Morirà per la sua morte e non più per la sua paura. Comunque bisognerà aiutarlo. Maestà, bisognerà aiutarlo molto, fino all'ultimo istante, fino all'ultimissimo respiro.
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MARGHERITA L'aiuterò. Glielo farò uscire. Lo staccherò. Scioglierò tutti Ì nodi, sbroglierò tutte le matasse arruffate, separerò i l grano da questa enorme, tenace zizzania che v i si abbarbica. MEDICO Non sarà impresa facile. MARGHERITA Dove ha potuto raccogliere tante erbacce, tutta questa gramigna? MEDICO Poco alla volta. Si sono sviluppate con gli anni. MARGHERITA Hai messo giudizio, Maestà. Non t i senti più tranquillo? MARIA {alzandosi, al Re) Finché lei non c'è, tu ci sei. Quando lei ci sarà, t u non ci sarai più, non la incontrerai, non la vedrai neppure. MARGHERITA Le sollte frottole, i vecchi sofismi! L i conosciamo. Lei c'è sempre stata, presente, dal primo giorno, dal seme. È lei i l germoglio che spunta, i l fiore che si apre, l'unico frutto. MARIA {a Margherita) Anche questa è una verità fondamentale, la conosciamo anche noi. MARGHERITA È la prima verità. E l'ultima. Non è vero. Dottore? MEDICO Entrambe le cose sono vere. Dipende dal pxmto di vista. MARIA {al Re) M i credevi, una volta. RE Muoio. MEDICO Ha cambiato pimto di vista. S'è spostato. MARIA Se bisogna guardare dai due lati, guarda anche dal mio. RE Muoio. Non posso. Muoio. MARIA Ah! Perdo i l mio potere su di l u i . MARGHERITA (d Maria) I tuoi vezzi non l'incantano più. GUARDIA {annunciando) I vezzi della Regina Maria non incantano più i l Re. MARIA {al Re) M i amavi, m i ami ancora, io t i amo sempre. MARGHERITA Lei non pensa che a se stessa. JULIETTE È naturale. MARIA I o t'amo sempre, io t'amo ancora. RE Non so, non so più. L'amore non mi aiuta.
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MEDICO L'amore è folle. MARIA (al Re) L'amore è folle. Se tu ami follemente, se ami svisceratamente, se ami assolutamente, la morte si allontana. Se t u ami me, se tu ami tutto, la paura si dissolve. L'amore t i trascina, t i abbandoni e la paura t i abbandona. L'universo intero, tutto rivive, i l vuoto diventa pienezza. RE I o sono pieno, ma di buchi. M i sento corrodere. I buchi s'allargano, non hanno più fondo. H o le vertigini quando m'afiaccio sui miei buchi. È la fine. MARIA Non è la fine, gli altri ameranno per te, gli altri vedranno i l cielo per te. RE I o muoio. MARIA Entra negli altri, sii gli altri. Ci sarà sempre... qualcos'altro. RE Altro che cosa? MARIA Altro. Tutto ciò che è. Che non perisce. RE Ce n'è ancora... ce n'è ancora... ce n'è ancora così poco. MARIA Le nuove generazioni allargano l'universo. RE I o muoio. MARIA È cominciata la conquista delle stelle. RE I o muoio. MARIA G l i audaci violano le porte dei cieli. RE Che le violino. MARIA Si sta anche fabbricando l'elisir dell'imraortahtà. RE (al Medico) Inetto! Perché non l'hai inventato t u , prima? MARIA Nuovi astri sorgono all'orizzonte. RE Che rabbia! MARIA Sono stelle nuovissime. Stelle vergini. RE Appassiranno. D'altronde non me ne importa niente. GUARDIA (annunciando) Né le antiche né le nuove costellazioni interessano più Sua Maestà, i l Re Bérenger! MARIA Una nuova scienza si forma. RE I o muoio. MARIA Una nuova saggezza sostituisce l'antica, una più grande follia, una più grande ignoranza, completamente
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diversa, completamente uguale. Che questo t i consoli, che questo t i rallegri. RE H o paura, muoio. MARIA Tu... hai preparato tutto questo. RE Non l'ho fatto apposta. MARIA Tu sei stato una tappa, un elemento, un precursore. H a i posto mano i n tutte le costruzioni, T u conti. Sarai contato. RE Non sarò io i l contabile. I o muoio. MARIA Tutto ciò che è stato sarà, tutto ciò che sarà è, tutto ciò che sarà è stato. I l tuo nome è trascritto per l'eternità nei registri imiversali. RE Chi consulterà gli archìvi? I o muoio, che tutto muoia; no, che tutto resti; no, che tutto muoia poiché la mia morte non può riempire i mondi! Che tutto muoia. No, che tutto resti. GUARDIA Sua Maestà i l Re vuole che tutto i l resto resti. RE No, che tutto muoia. GUARDIA Sua Maestà i l Re vuole che tutto muoia. RE Che tutto muoia con me, no, che tutto resti dopo di me. No, che tutto muoia. No, che tutto resti. No, che tutto muoia, che tutto resti, che tutto muoia, MARGHERITA Non sa quel che vuole, JULIETTE H o l'impressione che non sappia più quel che vuole. MEDICO Non sa più quel che vuole. I l suo cervello vaneggia, è la vecchiaia, i l rimbambimento. GUARDIA {annunciando) Sua Maestà è rimbam... MARGHERITA {alla Guardia, interrompendola) Imbecille, sta' zitto. Non diramare più bollettini medici per la stampa. Faresti ridere quelli che possono ancora ridere ed intendere. Rallegreresti gli altri che captano le tue parole con la telegrafia. GUARDIA {annunciando) Bollettini medici sospesi per ordine di Sua Maestà la Regina Margherita. MARIA {al Re) M i o Re, mio piccolo Re... RE Quando avevo degli incubi e piangevo dormendo, t u mi sveghavi, m i abbracciavi e io mi calmavo.
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MARGHERITA NoD è più pOSsibUc fatlo. RE Quando soffrivo d'insonnia e uscivo dalla camera, t i svegliavi anche t u . M i raggiungevi nella sala del trono, avvolta nella tua camicia da notte rosa a fiori, e mi riconducevi a letto tenendomi per mano. JULIETTE Con mio marito era la stessa cosa. RE Dividevo con te i miei raffreddori, le mie influenze. MARGHERITA Non avrai più raffreddori. RE A l mattino aprivamo gli occhi assieme, io l i chiuderò da solo o ciascuno per proprio conto. Pensavamo alle medesime cose al medesimo tempo. Tu finivi la frase che io avevo cominciato nella mia testa. T i chiamavo perché mi fregassi la schiena quando facevo i l bagno. T u sceglievi le mie cravatte. Non sempre m i piacevano. Avevamo dei contrasti su questo argomento. Nessuno l'ha saputo, nessuno lo saprà. MEDICO Non era questione di molta importanza. MARGHERITA Che piccolo borghese! Veramente son cose che non devono trapelare. RE (a Maria) A te non piaceva che io fossi spettinato. M i pettinavi. JULIETTE È commovente tutto ciò. MARGHERITA (al Re) Non sarai mai più spettinato. JULIETTE I n fondo è triste. RE Asciugavi la mia corona, strofinavi le perle per farle luccicare. MARIA (al Re) M i ami? M i ami? I o t i amo sempre. M i ami ancora? M i ama ancora. M i ami i n questo momento? Sono qui... qui... sono... guarda, guarda... Guardami... guardami un po'. RE I o mi amo sempre, nonostante tutto m i amo, m i sento ancora. M i vedo. M i guardo. MARGHERITA (a Maria) Basta! (Al Re) Non guardare più all'indìetro. È un invito. O altrimenti spicciati. Tra un po' sarà un ordine. (A Maria) T u non puoi fargli che del male, t i avevo avvertita. MEDICO (guardando l'orologio) Siamo i n ritardo... Si ginMARGHERITA
Non importa. Non preoccupatevi. Signor
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Dottore, Signor Boia. Questi gingilli, giri e rigiri... Sono previsti, fanno parte del programma. MEDICO Con una bella crisi cardiaca, non avremmo avuto tante storie. MARGHERITA Le crisi cardiache sono per gli uomini d'affari. MEDICO ... Oppure una polmonite doppia! MARGHERITA Souo per Ì povcti, uou per i re. RE Io potrei decidere di non morire. JULIETTE Vedete che non è guarito. RE Se decidessi di non volere, se decìdessi di non volere, se decidessi di non decidermi! MARGHERITA Potremmo decìderti noi. GUARDIA (annunciando) La Regina e Ìl Dottore possono obbligare i l Re a decidersi. MEDICO È nostro dovere. RE Chi può darvi ìl permesso dì alzare la mano sul Re, se non i l Re? MARGHERITA Ce lo dà la forza, la forza delle cose, i l supremo Decreto, le consegne. MEDICO (a Margherita) Siamo noi adesso i l comandamento e le consegne. GUARDIA (mentre Juliette comincia a spingere la poltrona a rotelle su cui siede il Re e a girare attorno al palcoscenico) Maestà, Comandante, è l u i che ha inventato la polvere da sparo. Ha rapito i l fuoco agli Dei e poi ha dato fuoco alle polveri. Tutto ha rischiato di saltare in aria. L u i ha tenuto tutto nelle mani, tutto riaccomodato. I o lo aiutavo, non era facile. Non era un tipo facile. Ha installato le prime fucine sulla terra. Ha inventato la fabbricazione dell'acciaio. Lavorava diciotto ore su ventiquattro. Noi, ci faceva lavorare ancor di più. Era l'ingegnere capo. I l Signor Ingegnere ha ideato i l primo pallone, poi ìl pallone dirigìbile. Infine ha costruito con le sue mani i l primo aeroplano. La faccenda non è riuscita subito. I primi piloti, Icaro e tanti altri, sono precipitati in mare, finché non ha deciso di pilotare lui stesso. Ero ìl suo meccanico. Molto tempo prima, quand'era ancora delfino, aveva inventato la
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carriuola. I o giuocavo con l u i . Poi i binari, le ferrovie, l'automobile. Ha progettato la tour Eiffel, senza contare la falce, l'aratro, la trebbiatrice, i l trattore. {Al Re) Non è vero. Signor Meccanico, ve ne ricordate? RE To', avevo dimenticato i l trattore. GUARDIA Ha spento i vulcani, e ne ha accesi altri. Ha costruito Roma, New York, Mosca, Ginevra. Ha fondato Parigi. Ha fatto le rivoluzioni, le controrivoluzioni, la religione, la riforma, la controriforma. JULIETTE Non lo si direbbe a vederlo. GUARDIA Ha scritto L'Iliade e L'Odissea. RE Che cos'è tm'automobile? JULIETTE {sempre spingendo la poltrona) Un arnese che va da solo. GUARDIA A l medesimo tempo, i l Signor Storico, ha redatto i migliori commenti su Omero e sull'epoca omerica. MEDICO I n questo caso, veramente, era la^ersona più qualificata. RE H o fatto tutto questo! Davvero? GUARDIA Ha scritto tragedie e commedie sotto lo pseudonimo di Shakespeare. JULIETTE A h , era l u i Shakespeare? MEDICO {alla Guardia) Avreste dovuto dircelo prima, visto che da un bel pezzo ci rompiamo la testa per sapere chi fosse. GUARDIA Era un segreto. Me l'aveva proibito. Ha inventato i l telefono, i l telegrafo, l i ha installati l u i stesso. Faceva tutto con le sue mani. JULIETTE Non sapeva far più niente con le sue mani. Per i l più piccolo guasto, chiamava l'idraulico. GUARDIA Comandante, eravate cosi abile! MARGHERITA Non sa più né mettersi né togliersi le scarpe. GUARDIA Da ultimo ha inventato la fissione dell'atomo. JULIETTE Non sa più accendere una lampada e neppure spegnerla. GUARDIA Maestà, Comandante, Maestro, Signor Direttore...
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MARGHERITA {alla Guardia) Conosciamo i suoi meriti passati. Smettila di farne l'inventario. La Guardia ritorna al suo posto. RE {mentre Juliette continua a farlo girare) Che cos'è un cavallo?... Ecco delle finestre, ecco dei muri, ecco un pavimento. JULIETTE Riconosce i muri. RE Ne ho fatte di cose! Cos'han detto che ho fatto? Non so più che cosa ho fatto. Dimentico, dimentico. {Mentre Juliette continua a spingerlo) Ecco un trono. MARIA T i ricordi di me? Sono qui, sono qui. RE Sono qui. Esisto. JULIETTE Non si ricorda neppur più di un cavallo. RE M i ricordo di un gattino rosso. MARIA Si ricorda di un gatto. RE Avevo un gattino rosso. Lo chiamavamo i l gatto ebreo. L'avevo trovato in un campo, rubato a sua madre, tm vero selvaggio. Aveva quindici giorni, o qualche cosa di più. Sapeva già graffiare e mordere. Era feroce. GH ho dato da mangiare, l'ho accarezzato, l'ho portato con me. Era diventato i l gatto più mite del mondo. Una volta s'è nascosto nella manica del soprabito di un'ospite. Signora. Era l'essere più educato del mondo, d'una educazione naturale, un principe. Quando rincasavamo nel cuore della notte, veniva a salutarci con gli occhi insonnoliti. Poi, barcollando, tornava a coricarsi. A l mattino ci svegliava per infilarsi nel nostro letto. U n giorno abbiamo chiuso la porta. Ha tentato di aprirla, spingendo con i l sedere, s'è arrabbiato, ha fatto un finimondo; ci ha tenuto i l broncio una settimana. L'aspirapolvere lo terrorizzava, era un gatto pigro, indifeso, un gatto poeta. G l i abbiamo comprato un topo meccanico. Sì è messo ad annusarlo con aria sospettosa. Quando i l topo, caricato, ha cominciato a camminare, s'è messo a soffiare, è fuggito, s'è rintanato sotto l'armadio. Divenne grande e le gatte cominciarono a girare attorno alla casa, a fargli la corte,
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a chiamarlo. La cosa lo terrorizzava, non sì muoveva più. Abbiamo deciso di fargli conoscere ìl mondo. L'abbiamo messo sul marciapiedi davanti alla finestra. Era foUe d i paura. Alcuni piccioni lo circondavano, aveva paura dei piccioni. M i chiamava disperatamente, gemendo, schiacciandosi contro i l muro. G l i animali, gli altri gatti, per l u i erano creature strane delle quali diffidava, o nemici che temeva. Solo con noi stava bene. Eravamo la sua famiglia. Non aveva paura degli uomini. Saltava d'improvviso sulle nostre spalle, ci leccava ì capeUi. Credeva che noi fossimo gatti e che i gatti fossero altre cose. U n giorno però dovette dirsi che bisognava uscire. I l grosso cane dei vicini l'ha ucciso. Sembrava una bambola-gatto, una bambola palpitante, l'occhio scoppiato, una zampa strappata, si, proprio come una bambola lacerata da un bambino sadico. MARIA {a Margherita) Non avresti dovuto lasciare la porta aperta; te l'avevo detto. MARGHERITA Detestavo quella bestia sentimentale e pelandrona. RE Quanto l'ho rimpianto! Era buono, era bello, era giudizioso, aveva tutte le qualità. M i voleva bene, mi voleva bene. Mìo povero gatto, mio imico gatto. La tirata sul gatto dev'essere detta con la minore emozione possìbile; i l Re la recita assumendo un'espressione inebetita, con una sorte dì stupore sognante, salvo forse l'ultimissima battuta che esprime smarrimento. MEDICO V i ricordo che si fa tardi. MARGHERITA Tengo d'occhio i tempi. I termini regolamentari sono rispettati. V i assicuro che era previsto. RE Lo sognavo... Sognavo che era nel camino, coricato sulla brace. Maria si stupiva che non bruciasse; io r i spondevo « ì gatti non bruciano, sono incombustibili ». Poi è uscito dal camino miagolando, dal suo corpo si sprigionava un fumo denso, non era più l u i , che metamorfosi! Era un altro gatto, brutto e grosso. Un'enor-
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me gatta. Come sua madre, la gatta selvaggia. Rassomigliava a Margherita. Juliette, per qualche istante, lascia i l Re, nella sua poltrona a rotelle, in mezzo al palcoscenico, a proscenio, di fronte al pubblico. JULIETTE Tutto sommato rincresce. Peccato! Era un re così buono. Ripresa del movimento. MEDICO Non era un tipo facile. Piuttosto cattivo. Rancoroso. Crudele. MARGHERITA
JULIETTE MARIA
VanitOSO.
Ce n'erano di peggiori.
Era dolce, era tenero.
GUARDIA N o i gli volevamo molto bene. MEDICO (alla Guardia e a Juliette) Eppure t u t t i e due ve ne lagnavate. JULIETTE Son cose che si dimenticano. MEDICO H o dovuto intercedere più volte per voi. MARGHERITA Ascoltava soltanto la Regina Maria. MEDICO Era duro, severo, sepza peraltro essere giusto. JULIETTE Lo si vedeva così poco. Comunque lo si vedeva, lo si vedeva sovente. GUARDIA Era forte. Faceva - è vero - tagliare le teste. JULIETTE Mica poi tanto. GUARDIA Lo faceva per la salute pubblica. MEDICO Risultato: siamo circondati da nemici. MARGHERITA Sentite come tutto crolla. Non abbiamo più frontiere, un buco sempre più grande ci separa dai paesi vicini. JULIETTE Meglio così. Non potranno più invaderci. MARGHERITA L'abisso crescc. D i sotto c'è i l buco, c'è i l buco. GUARDIA N o i ci manteniamo alla superficie. MARGHERITA Per pochissimo tempo. MARIA Meglio perire con L u i .
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MARGHERITA Siamo appena una superficie, ma presto saremo l'abisso. MEDICO Tutto ciò è colpa sua. Non ha voluto lasciare niente dopo d i lui. Non ha pensato ai successori. Dopo di l u i , i l diluvio. Peggio del diluvio, dopo di l u i , i l nulla. U n ingrato, un egoista. JULIETTE « De mortuis nihll nisi bene ». Era i l re di un grande regno. MARIA Ne era i l centro. Ne era i l cuore. JULIETTE La sede centrale. GUARDIA I I regno si estendeva attorno a lui, lontano lontano. Non se ne scorgevano Ì confini. JULIETTE Illuminato nello spazio. MARGHERITA Ma limitato nella durata. A d im tempo infinito ed effimero. JULIETTE Ne era i l principe, i l primo suddito, ne era i l padre, ne era Ìl figlio. Egli fu incoronato re al momento stesso della sua nascita, MARIA Sono cresciuti assieme, i l regno e l u i . MARGHERITA Insieme scompaiono. JULIETTE Era i l re, signore di tutti gU Universi. MEDICO U n signore discutibile, Non lo conosceva, i l suo regno. MARGHERITA Lo conosceva male, MARIA Era troppo esteso, JULIETTE La terra sprofonda con l u i . G l i astri si dissolvono. Scompare l'acqua, i l fuoco, l'aria, un universo, gli universi. I n quale deposito, i n quale cantina, i n quale ripostiglio, i n quale solalo si potrà immagazzinare tutta questa roba? Ne occorre di spazio. MEDICO Quando i re muoiono, si attaccano ai muri, agli alberi, alle fontane, alla luna; s'attaccano... MARGHERITA
E tUttO SÌ StaCCa.
MEDICO Tutto si scioglie, evapora, non ne resta ima goccia, u n granello di polvere, im'ombra. JULIETTE EgH trascina tutto con sé nel gorgo. MARIA Aveva organizzato bene i l suo universo. Non ne era del tutto padrone. Lo sarebbe diventato. Muore troppo presto. Aveva suddiviso l'anno i n quattro sta-
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gioni. Bisogna ammettere che si era sistemato mica male. Aveva inventato gli alberi, i fiori, gli odori, i colori. GUARDIA Un mondo alla misura del Re. MARIA Aveva ideato gli oceani e le montagne; circa cinquemila metri i l monte Bianco. GUARDIA Più di ottomila l'Himalaya. MARIA Le foglie cadevano dagli alberi, poi rispuntavano. JULIETTE MARIA
sole.
Una trovata.
Sin dal giorno della sua nascita aveva creato i l
JULIETTE
fuoco.
E non s'è accontentato. H a acceso anche i l
Ci furono distese senza limiti. Le stelle. I l cielo. G l i oceani e le montagne. Le pianure. Le città. I popoli. I volti. G l i edifici. Le camere. I letti. La luce. La notte. Le guerre. La pace.
MARGHERITA
GUARDIA
Un trono.
MARIA La sua mano. MARGHERITA Uno sguatdo. La respirazione. JULIETTE Respira sempre. MARIA Respira ancora, perché ci sono io. MARGHERITA {al Medìco) Respira ancora? JULIETTE Si, Maestà. Respira ancora perché
noi.
ci siamo
{esaminando il malato) Si, sì; è evidente. Respira ancora. I reni non funzionano, ma i l sangue circola. Circola come può. I l cuore è robusto. MARGHERITA Dovrà farla finita. A che serve un cuore che batte senza ragione? MEDICO Certamente. Un cuore pazzo. Udite? {Si odono i battiti affannosi del cuore del Re). Parte, corre, rallenta, accelera di nuovo,
MEDICO
I battiti del cuore del Re scuotono la casa. La crepa si allarga nel muro, altre compaiono. Una parete può crollare 0 scomparire. JULIETTE
Dio mio! Crolla tutto!
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MARGHERITA U n cuore pazzo, un cuore d i pazzo! MEDICO Un cuore i n preda al panico. Ha contagiato i l mondo. MARGHERITA (a JuUette) Si calmerà presto. MEDICO Conosciamo tutte le fasi del fenomeno. È sempre cosi quando un universo si dissolve. MARGHERITA (fi Maria) Ecco la prova che i l suo universo non era l'unico. JULIETTE Egli non lo sospettava. MARIA M i dimentica. I n questo momento sta dimenticandomi. Lo sento, m i abbandona. Non sono più niente se m i dimentica. Non posso più vivere se non sono nel suo cuore affannato. Tieni duro, tieni duro. Stringi le mani con tutte le tue forze. Non lasciarmi. JULIETTE Non ha più forza. MARIA Aggrappati, non lasciarmi. Sono io che t i faccio vivere. Io t i faccio vivere e t u m i fai vivere. Capisci, capisci? Se t u m i dimentichi, se t i n i i abbandoni, io non esisto più, non sono più niente. MEDICO Egli sarà una pagina in un libro d i diecimila pagine collocato in una biblioteca d i un milione d i Ubri, una biblioteca tra un milione d i biblioteche. JULIETTE Trovare quella pagina non sarà facile. MEDICO Ma no. Si troverà, nel catalogo, catalogo autori e catalogo materie... sino al giorno in cui la carta sarà ridotta in polvere... però, brucerà certamente prima. Ci sono sempre incendi nelle biblioteche. JULIETTE Stringe i pugni. S'attacca, resiste. Torna i n sé. MARIA Torna a me. JULIETTE {a Maria) La vostra voce lo ridesta, ha gli occhi aperti, v i guarda. MEDICO Si, i l suo cuore reagisce ancora. MARGHERITA
I n che Stato per un agonizzante. I n una
trappola di spine. È i n una trappola d i spine. Come tirarlo fuori? {Al Re) Sprofondi nel fango, sei impigliato nei rovi. JULIETTE Quando se ne staccherà, rimarranno le scarpe. MARIA Tienimi, io t i tengo. Guardami, Ìo t i guardo.
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I l Re la guarda. MARGHERITA T I coufonde. Non pensare più a lei, t i sentirai sollevato. MEDICO Rinunciate, Maestà. Abdicate, Maestà. JULIETTE Abdicate visto che è necessario. (Spinge di nuovo la poltrona, fermandola davanti a Marta). RE Sento, vedo, chi sei tu? Sei mia madre, mìa sorella, mia moglie, mia figlia, mia lùpote, mia cugina?... T i conosco... T i conosco, mi sembra. (Juliette lo volta, verso Margherita). Odiosa donna! Mostro! Perché resti accanto a me? Perché t i chini su di me? Vattene, vattene. MARIA Non guardarla. Rivolgi gli sguardi verso di me; tieni gli occhi bene aperti. Spera. Sono qui. Ricordati. Sono Maria. RE (a Maria) Maria? MARIA Se non te ne ricordi più, guardami, impara un'altra volta che sono Maria, impara a conoscere i miei occhi, i l mio volto, i miei capelli, le mie braccia. MARGHERITA G l i fate del male, non può più imparare. MARIA (al Re) Se non posso trattenerti, voltati ugualmente verso di me. Sono qui. Conserva la mia immagine, portala con te. MARGHERITA Impossibile. Non ha forze sufficienti per trasportarla, troppo peso per rm'ombra, non bisogna che la sua ombra sia ferita dalle ombre. I l peso la schiaccerebbe. La sua ombra sanguinerebbe, non riuscirebbe più ad avanzare. Occorre che sia leggera. (Al Re) Liberati, alleggerisciti. MEDICO Deve cominciare a buttare la zavorra. Alleggeritevi, Maestà. I l Re si alza. La sua andatura è cambiata: 1 gesti sono bruschi, l'aria un po' da sonnambulo. Quest'andatura da sonnambulo si preciserà sempre meglio. RE
Maria?
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MARGHERITA {a Maria) Vedi, non capisce più i l tuo nome. JULIETTE {a Maria) Non capisce più i l vostro nome. GUARDIA [sempre annunciando) lì Re non capisce più i l nome di Maria! RE Maria! {Pronunciando questo nome, può tendere le braccia, poi lasciarle cadere). MARIA Lo pronuncia. MEDICO Lo ripete senza capire. JULIETTE Come \m pappagallo. Sillabe morte. RE {a Margherita, voltandosi verso di lei) Non t i conosco, non t i amo. JULIETTE Sa che cosa vuol dire non conoscere. MARGHERITA {a Maria) Partirà con la mia immagine. Non gli sarà d'impaccio. A l momento giusto lo lascerà. È forrùta di i m dispositivo che le consente di staccarsi da sola. Basta schiacciare un bottone, si comanda a distanza. {Al Re) Guarda meglio. I l Re si volta dal lato del pubblico. MARIA Non v i guarda. MARGHERITA Non t i vede più. Maria scompare improvvisamente grazie ad un artificio scenico. RE C'è ancora... c'è... MARGHERITA Non vede più che cosa c'è. JULIETTE Non vede più. MEDICO {esaminando il Re) Infatti, non vede più. {Il Medico ha mosso un dito davanti agli occhi del Re; caso mai prova anche con una candela accesa, 0 un accendino, o un fiammifero). Lo sguardo di Bérenger non reagisce più. JULIETTE Non vede più. I l Medico l'ha constatato ufficialmente.
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GUARDIA Sua Maestà è ufficialmente cieco. RE Vedo le cose, vedo i volti e le città e le foreste, vedo 10 spazio, vedo i l tempo. MARGHERITA Guarda più lontano. RE Non posso più lontano. JULIETTE L'orizzonte lo circonda e rinchiude. MARGHERITA Lancia lo sguardo d i là d i ciò che vedi. Oltre le strade, attraverso le montagne, d i là delle foreste che non hai mai dissodato. RE L'oceano, non posso andare più i n là, non so nuotare. MEDICO Mancanza d'esercizio! MARGHERITA Non badate all'apparenza. Va' più a fondo delle cose. RE H o uno specchio nelle viscere, tutto si riflette, vedo sempre meglio, vedo i l mondo, vedo la vita che se ne va. MARGHERITA Va' oltre i riflessi. RE Vedo me stesso. Dietro tutte le cose, ci sono io. Soltanto io dappertutto. Sono la terra, sono i l cielo, sono U vento, sono i l fuoco. Sono i n tutti gli specchi, oppure sono lo specchio d i tutto? JULIETTE Si ama troppo. MEDICO Malattia psichica ben nota: narcisismo. MARGHERITA Vieni, avvicinati. RE Non ci sono più strade. JULIETTE Capisce. Gira la testa quando si parla, presta attenzione, tende vm braccio, tende l'altro. GUARDIA Che cosa vuole afferrare? JULIETTE Cerca un appoggio. Da qualche istante U Re avanza alla cieca, con passo incerto. RE
Dove sono le pareti? Dove sono le braccia? Dove sono le porte? Dove sono le finestre? JULIETTE I muri sono qui, Maestà, siamo tutti qui. Ecco un braccio. {Conduce il Re verso destra, gli fa toccare 11 muro). RE I I muro è qui. Lo scettro!
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JULIETTE (glielo dà) Eccolo. RE Guardia, dove sei? Rispondi. GUARDIA Sempre ai vostri ordini, Maestà. Sempre ai vostri ordini, {Il Re fa qualche passo verso la Guardia. La tocca). Ma si, sono qui; ma sì, sono qui, JULIETTE I vostri appartamenti sono da questa parte, Maestà. GUARDIA Non v i abbandoneremo mai. Maestà, ve Io giuro. {Improvvisamente sparisce). JULIETTE Siamo qui, accanto a voi, e ci resteremo. {Improvvisamente sparisce). RE Guardia! Juliette! Rispondete! Non v i sento più. Dottore, Dottore, sono diventato sordo? MEDICO No, Maestà, non ancora. R E Dottore! MEDICO Scusatemi, Maestà, devo andare. Sono proprio costretto. Sono desolato, mi scuso, {Si ritira. Esce inchinandosi, come una marionetta, dalla porta di sinistra in fondo. Se ne è andato rinculando, sempre facendo riverenze e scusandosi). RE La sua voce si allontana, i l rumore dei suoi passi sì aiEevolisce, se n'è andato! MARGHERITA È un medico, ha degU obblighi professionali. RE {tendendo le braccia; Juliette prima di uscire avrà spinto la poltrona in un canto in modo da non disturbare i movimenti) Dove sono gli altri? {// Re raggiunge la porta di sinistra in primo piano, poi si dirige verso la porta di destra in primo piano) Se ne sono andati, m i hanno rinchiuso. MARGHERITA T i infastidiva, tutta quella gente. T'impediva di muoverti liberamente. Si aggrappavano a te, t i si cacciavano tra i piedi. Ammetti che t i davano fastidio. Adesso andrà meglio. {Il Re cammina con maggiore scioltezza). T i resta un quarto d'ora. R E Avevo bisogno dei loro servizi, MARGHERITA L i sostituirò io. Sono una regina tuttofare. RE Non ho dato la Ubera uscita a nessuno. Falli tornare, chiamali.
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MARGHERITA Sc la sono Svignata. L'hai voluto t u . RE I o non l'ho voluto. MARGHERITA Nou avrebbero potuto andarsene se t u non l'avessi voluto. Non puoi tornare sulla tua decisione. L i hai mollati. RE Che ritornino. MARGHERITA Non sal più neppure i loro nomi. Come si chiamavano? {Silenzio del Re). Quanti erano? RE Ma d i chi parli?.,. Non mi piace che mi si rinchiuda. Apri le porte. MARGHERITA U n momento d i pazienza. Tra poco tutte le porte saraimo spalancate. RE {dopo un silenzio) Le porte... le porte... Quali porte? MARGHERITA Ci son State porte, c'è stato un mondo, hai vissuto? RE I o sono, io esisto. MARGHERITA Non muoverti più. T i stanca. I l Re le ubbidisce, RE
I o sono... Rumori, echi emergono dal profondo, tutto si allontana, tutto si calma. I o sono sordo. MARGHERITA M i udral, m i udrai meglio. {Il Re in piedi, immobile, tace). Capita d i sognare. T i lasci prendere, credi al tuo sogno, lo ami. I l mattino, riaprendo gli occhi, due mondi si mescolano ancora. I volti della notte sbiadiscono nella luce. Vorresti ricordare, trattenerli. T i scivolano tra le dita, la realtà brutale del giorno l i respinge. Che cosa ho sognato? uno si dice. Che cosa succedeva? Chi baciavo? Chi amavo? Che cosa dicevo e che cosa mi dicevano? Si rimane lì, con i l rimpianto confuso per tutte le cose che furono, o che si pensa siano state. Non sappiamo più che cosa ci fosse attorno a noi. Non sappiamo più. RE I o non so più che cosa c'era intomo. So che ero immerso i n un mondo, un mondo che mi circondava. So che ero Ìo e che cosa c'era, che cosa c'era? MARGHERITA Legami t i avviluppano ancora che non ho sciolto, o che non ho tagliato. Mani s'aggrappano anco-
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ra a te e t i trattengono. (Girando attorno al Re, Margherita taglia nel vuoto, come se avesse in mano forbici invisibili). RE Io. Io. Io. MARGHERITA Questo t u non sei t u . Sono corpi estranei, aderenze, parassiti mostruosi. I l vischio che cresce sul ramo non è i l ramo, l'edera che s'arrampica sul muro non è i l muro. T i pieghi sotto i l fardello, le tue spalle sono curve, è questo che t i invecchia. E i ceppi che trascini, ecco che cosa t i intralcia i l passo. (Margherita si china, toglie ceppi invisibili dai piedi del Re, poi si rialza simulando un grande sforzo per sollevare le palle) Tonnellate e tonnellate, pesano tonnellate. {Fd l'atto di gettare i ceppi verso la platea; poi si erge alleggerita) Uff! Come hai potuto trascinare questa roba rutta una vita! {Il Re cerca di raddrizzarsi). M i domandavo perché eri gobbo, la colpa era di questo sacco. (Margherita fa l'atto di togliere un sacco dalle spalle del Re e di gettarlo) E di questa bisaccia. (Medesimo gesto di Margherita per la bisaccia) E di questi scarponi di ricambio. RE (con una sorta di grugnito) No. MARGHERITA Calma, calma! Non ne avrai più bisogno. Neppure di questa carabina e di questo fucile mitragliatore. {Medesimi gesti) Né di questa borsa del ferri. (Medesimi gesti; proteste del Re). Né di questa sciabola. H a l'aria di tenerci. Una vecchia sciabola, tutta arrugginita. {Gliela prende, nonostante la maldestra resistenza del Re) Lasciami fare. SU buono (Dà un colpetto sulle mani del Re) Non hai più bisogno d i difenderti. Ormai più nessuno t i vuol male. E queste spine sul manto, queste squame, liane, alghe, queste foglie umide e viscide. Incrostate, incollate. Le scollo, le stacco, fanno macchie, non è pulizia. (Va l'atto di staccare e smacchiare) I l sognatore esce dal suo sogno. Ecco fatto, t i ho sbarazzato di queste piccole miserie, di queste porcherie. I l tuo manto adesso è più beUo, e t u sei più presentabUe. Va meglio cosf. Adesso, cammina. Dammi la mano, su su, dammi la mano, non aver pau-
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ra, lasciati andare, t i sosterrò io. T i manca i l coraggio. RE {con una sorte di balbettio) Io. MARGHERITA Ma no! S'iUude d'essere tutto. Pensa che il suo essere sia tutto l'essere. Bisogna cavargli questa idea dalla testa. {Poi, come per incoraggiarlo) Tutto sarà conservato i n una memoria senza ricordi. I l granello di sale sciolto nell'acqua non scompare perché rende salata l'acqua. A h , ecco, t i raddrizzi, non sei più gobbo, le reni non t i fanno più male, più niente ossa rotte. Non è vero che era pesante? Guarito, si guarito. Puoi avanzare, coraggio, vieni avanti, dammi la mano. {Le spalle del Re si incurvano di nuovo leggermente). Non curvare più le spalle visto che non hai più fardell i . . . A h , questi riflessi condizionati, sono resistenti... Non hai più fardelli suUe spalle, t i ho detto. Raddrizzati. (Lo aiuta a raddrizzarsi) La mano!... {Incertezza del Re). Quant'è disubbidiente! Non tenere i pugni stretti, allarga le dita. Che cosa stringi? {Gli apre il pugno) Tutto i l suo regno teneva nella mano. I n miniatura: microfilms... semi. {Al Re) Questi semi non germoglieranno, la semenza è guasta, cattivi semi. Butta via, allenta le dita, t i ordino di aprire le dita, lascia le pianure, lascia le montagne. Cosi. È soltanto polvere. {Gli prende la mano e lo tira nonostante, ancora, una resistenza del Re) Vieni. Ancora della resistenza! Dove la trova? No, non cercare di coricarti, e neppure di sederti, non c'è ragione di barcollare. T i guido lo, non aver paura. (Lo guida, tenendolo per mano, sul palcoscenico) Vero che puoi, vero che è facile? H o preparato un dolce pendio. Dopo sarà più ripido, non importa, avrai riacquistato le forze. Non voltare la testa per guardare ciò che non potrai mai più vedere, concentrat i , chinati sul tuo cuore, entra, entra, è necessario. RE {a occhi chiusi, avanzando sempre tenuto per mano) L'impero... Si è mai visto un tale impero; due soli, due lune, due volte celesti lo rischiarano, un altro sole sorge, un altro ancora. U n terzo firmamento si leva, spunta, si dispiega! Mentre un sole tramonta, altri sorgo-
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no... Alba e crepuscolo, assieme... U n regno che si estende oltre le vasche degli oceani, oltre gli oceani che inghiottono gli oceani. MARGHERITA AttravetsaU. RE Oltre i settecentosettantasette poli. MARGHERITA Più lontano, più lontano. Corri, avanti, corri. RE Azzurro, azzurro. MARGHERITA Percepisce ancora i colori. Ricordi colorati. Non è una natura auditiva. La sua immaginazione è puramente visiva... è un pittore... troppo partigiano della monocromia. {Al Re) Rinuncia anche a questo impero. Rinuncia anche ai colori. Queste cose t i sviano, t i fanno ritardare. Non puoi più indugiare, non puoi più fermarti, non devi. (Si scosta dal Re) Cammina da solo, non aver paura. Va'. {Margherita, da un angolo del palcoscenico, dirige il Re a distanza) Non è più giorno, non è più notte, non c'è più giorno, non c'è più notte. Lasciati guidare dalla ruota che gira davanti a te. Non perderla di vista, seguila, non troppo vicino, è infuocata, potresti bruciarti. Avanza, io scosto i rovi, attenzione, non urtare quell'ombra alla tua destra... Mani viscide, mani imploranti, braccia e mani pietose, indietro. Non toccatelo, o v i percuoto! {Al Re) Non voltare la testa. Evita Ìl precipizio alla tua sinistra, non temere quel lupo che ulula... le sue zanne sono di cartone, non esiste. {Al lupo) Lupo, non esistere più! {Al Re) Non temere neppure i topi. Non possono mordere i tuoi alluci. {Ai topi) Topi e vipere, non esistete più! {Al Re) Non lasciarti impietosire da quel mendicante che t i tende la mano... Attenzione alla vecchia che viene verso di te... Non accettare i l bicchiere d'acqua che t i offre. T u non hai sete. {Alla vecchia immaginaria) Non ha bisogno d'essere dissetato, buona donna, non ha sete. Non intralciate i l suo cammino. Sparite. {Al Re) Scala la barricata... Quel grosso camion non t'investirà, è soltanto un miraggio... Puoi passare, passa... Ma no, le margherite non cantano, neppure quando son pazze. Riassorbo le loro voci; ìo, le cancello!... Non prestare
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orecchio al mormorio del ruscello. Obiettivamente, non lo si ode. Un falso ruscello, false voci... False voci, tacete. {Al Re) Più nessuno t i chiama. Annusa ancora ima volta quel fiore, poi buttalo via. Dimentica U suo profumo. Non hai più la parola. A chi potresti parlare? Si, cosi, un passo, un altro. Ecco la passerella, non temere le vertigini. {Il Re cammina in direzione degli scalini del trono). Tienti ben dritto, non hai bisogno del bastone, d'altronde non ce l'hai. Non abbassarti, e soprattutto non cadere. Sali, sali. {Il Re comincia a salire i tre o quattro scalini del trono). Più su, ancora più su, sali, ancora più su, ancora più su, ancora più su. {Il Re è vicinissimo al trono). Voltati verso di me. Guardami. Guarda attraverso di me. Guarda questo specchio senza immagini, resta dritto,., Dammi le tue gambe, la destra, la sinistra. {Via via che lei gli dà gli ordini, il Re irrigidisce le membra). Dammi un dito, dammi due dita... tre,,, quattro,., cinque.,, le dieci dita. Cedimi Ìl braccio destro, i l braccio sinistro, i l petto, le due spalle, e i l ventre. {Il Re è immobile, pietrificato come una statua). Ecco fatto, vedi, tu non hai più la parola, i l tuo cuore non ha più bisogno d i battere, non vale più la pena respirare. Era un'agitazione completamente inutile, non è vero? Puoi prendere posto. Scomparsa improvvisa, dalla destra, della Regina Margherita. I l Re è assiso sul trono. Si saranno viste scomparire progressivamente, durante quest'ultima scena, le porte, le finestre, le pareti della sala del trono. Questo effetto scenico è molto importante. Adesso non c'è più nulla sul palco, salvo i l Re sul suo trono, avvolto in una luce grigia. Poi anche Ìl Re e i l trono scompaiono. Infine non resta altro che la luce grigia. La scomparsa delle finestre, porte, muri, Re e trono deve avvenire lentamente, progressivamente, in modo molto netto. I l Re seduto sul trono deve restare visibile qualche istante prima di sprofondare i n xma sorta di nebbia.
Indice
Noia
I l Re muore
Stampato per conto della Casa editrice Einaudi presso la Estroprint, Belvedere di Tezze sul Brenta (Vicenza) C.L. 6890 Ristampa 15 16 17 rS 19 20 21
Anno 22
2004
2005
2006
2007
A l suo apparire sulle scene parigine nel dicembre 1962, li Re muore {Le Rai se meurt) fu salutato da una larga parte della critica come i l vertice più alto raggiunto dalla creazione drammatica d i lonesco; taluni, anzi, non hanno esitato a inserire l'opera tra quelle più significative del teatro contemporaneo. A proposito di questo testo, i l critico e studioso inglese Martin Esslin ha scritto: « L a commedia d i lonesco non è un'allegoria; come la maggior parte delle commedie del Teatro dell'Assurdo, è un'immagine poetica della condizione umana, forse più semplice, pili avanzata delle prime opere dello scrittore, ma anche più potente, più controllata, più classica nella forma. Si direbbe che lonesco abbia assorbito alcune linearità formali d i Beckett e alcune ritualità d i Genet. Una commedia profonda e bellissima... U n capolavoro della letteratura drammatica moderna». D i Eugène lonesco (Bucarest 1912 - Parigi 1994), Einaudi ha pubblicato, nella « Collezione d i teatro », Il rinoceronte. La Cantatrice calva, Il Pedone dell'Aria. Delirio a due. Il giuoco dell'epidemia, Macbett, La lezione. Le sedie e Viaggi tra i morti. Tutte le sue opere sono raccolte i n due volumi della «Biblioteca della Plèiade», EinaudiGallimard.
ISBN 88-06-06890-3
€
8,00
9
788806 068905